Galera, antes de iniciar o próximo capítulo, gostaria de pedir desculpas pelo mal entendido no último capítulo, onde usei uma expressão que não fez jus ao que eu queria demonstrar. Gostaria de agradecer aos comentários das meninas e principalmente da May, que deixou um comentário que me fez refletir e ver que havia usado uma frase inadequada. Eu já arrumei o capítulo anterior, trocando a última frase que não estava própria para o contexto. Vamos ao conto e boa leitura!
Capítulo 45
Acordei no dia seguinte com um fecho de luz em meu rosto, sentindo uma dor enorme pelo corpo. Abri os olhos devagar, aspirando o cheiro agora tão familiar e o peso sobre mim.
"Foi verdade... Não foi um sonho..." Pensei emocionada, emaranhando meus dedos pelos cabelos louros. O rosto da minha delegada parecia leve. Ela dormia tranquilamente e isso me dava uma paz enorme.
Pela luz solar brilhante que adentrava a janela, presumi que já era dia. Precisava saber as horas, mas não agora. Não enquanto tivesse um anjo deitado sobre mim. Nem pensava em acordá-la.
Fiquei ali deitada, apreciando o momento, mas não deixei de ficar preocupada quando minha consciência resolveu atormentar.
"E agora? Como ficam vcs duas?"
"Será que ela está mesmo sozinha?"
"E se ela bebeu de mais ontem?"
Essas eram algumas das perguntas que minha consciência fazia, tentando me desanimar e baixar minha estima. Minha inocência rebateu:
"Não! Ela pode ter mentido sobre não estar mais com Bruna e até ter me usado pra curar as mágoas, mas bêbada, sem sombra de dúvidas, ela não estava! Eu não senti cheiro de álcool!"
"Não sentiu por que estava ocupada demais bancando a tal!" Minha consciência devolveu a crítica.
Enquanto as duas brigavam entre si, fazendo de minha cabeça um ringue, eu ouvi uma voz. Aquela voz rouca e macia:
-Bom dia. -Disse baixinho, esfregando os olhos, mostrando que havia recém acordado.
-Bom dia, doutora. -Respondi mais por força de hábito do que por maldade ou reverência.
Ela sorriu, um sorriso que iluminou mais ainda aquele quarto.
-Desse jeito até parece que não dormimos juntas.
Eu senti as bochechas formigarem. Um filme me passou pela cabeça.
-Pensei que tivesse sonhado, mas se vc tá aqui, então foi real. -Falou tocando meu rosto.
-Estou aqui... -Eu disse, sorrindo para ela e tocando os cabelos louros, devolvendo o carinho.
Confesso que fiquei com medo da reação dela quando acordasse e me visse em sua cama, mas parece que ela estava realmente sóbria quando tudo aconteceu.
"Talvez ela só esteja sendo educada. Talvez você devesse ter ido embora como fez da última vez." Minha consciência voltou a me irritar com sua habitual maldade nas palavras.
Como que lendo meus pensamentos, ou interpretando minhas expressões, Cássia me fez encará-la e perguntou, me olhando nos olhos:
-Você pode passar o dia comigo? -Os azuis estavam claros e pidões.
Essa pergunta me fez ter a certeza de que ela não queria me afastar. Foi o jeito dela me dizer isso e achei muito fofo aquele gesto. Ao perceber minha reação de incrédula, ela continuou, como se eu pudesse ter entendido mal o seu pedido
-Bem, eu não quero que pense que eu quero abusar de você... É... Na verdade isso também, mas principalmente quero te conhecer melhor...-Tentava se explicar.
Eu sorri. Não imaginava que alguém como ela, sempre tão imponente, determinada e sensual, teria uma faceta tão fofa em sua personalidade.
-Eu quero! -A cortei enquanto ela dizia algo sobre uma tarde com pipocas e um filme.
Ela deu um suspiro de alívio.
-Então, que tal começarmos nos arrumando pra ir almoçar, por que já são -Ela olhou no relógio de pulso. -12 horas.
-Nossa, está super tarde! -Falei incrédula. Precisava avisar minha mãe, mas principalmente me entristeci por saber que tinha perdido toda a manhã. O bom é que tinha dormido coladinha com ela.
-Tudo bem mesmo pra você ficar? -Perguntou visivelmente preocupada.
-Sim, claro. Só vou ligar avisando minha mãe e tá tudo bem. -Falei a olhando.
-Aliás, eu devo estar machucando você... Não sei como você conseguiu dormir comigo assim a noite toda.
"Ah se vc soubesse como eu dormi feliz." Pensei.
-Eu estou bem. -Falei sorrindo. A felicidade mal cabia em mim.
"Vou passar um dia com ela!"
-Eu vou me vestir. Você pode tomar um banho de quiser. Mas eu não tenho nada que sirva em você... Talvez queira passar numa loja a caminho do restaurante. -Falou se levantando e fuçando o guarda roupas.
-Bem, quem sabe a gente não almoça aqui... -Falei timidamente, tentando ficar mais tempo sozinha com ela.
Ela gargalhou.
-Sen chances. Eu sou péssima na cozinha. Bruna odiava tudo o que eu cozinhava. Só comíamos fora. -Falou enquanto segurava uma peça de roupa e procurava o resto.
"Bruna...Será que ouvirei esse nome muitas vezes hoje?" Me perguntava. Fiquei pensando sobre isso e percebendo meu silêncio, ela virou-se pra mim, falando:
-Desculpe, não quis ser grosseira. -Disse se aproximando.
-Tudo bem, não me pareceu grosseria. -Forcei um sorriso.
-Tem certeza? -Insistiu.
-Claro... Sobre o almoço, eu posso me encarregar disso. -Falei, mudando o assunto.
-Apesar de ter interesse em provar sua comida, não acho adequado que você passe o dia aqui para trabalhar. Afinal, é sábado. -Disse sentando-se na cama.
-Tudo bem. Eu adoro cozinhar. -Falei tentando convencê-la.
-Ok. Você venceu.
Continua...
E aí? Como será o dia delas? Beijos meninas...
Lollitta
