Eu e Paulo havíamos saído para almoçar, fomos no seu carro até o outro lado da cidade a um pequeno — mas renomado — restaurante que pertencia a um amigo dele
Era 13:10 quando chegamos ao nosso destino, aquele lugar não havia mudado nada desde que fomos lá pela última vez: as mesas e cadeiras vermelhas, os garçons usavam uniforme preto, a mesma decoração vintage de sempre e, claro, o diferencial de lá: a vista para a praia.
Nos sentamos em uma das melhores mesas, de frente para a praia. Poucos minutos depois fomos atendidos por Sergio, o dono do restaurante, amigo de longa data de Paulo.
— E aí, rapazes, como vão? Sergio falou nos cumprimentando.
— Beleza, fera! Quanto tempo. Paulo se levantou para abraçá—lo.
— E aí, tudo bem com vocês? Como vai a vida em São Paulo?
— Tudo na paz, irmão.
— Que bom, achei que vocês não iriam mais vir aqui. Sergio terminou de dizer isso dando uma gargalhada.
— Você sabe como é, a vida tá uma correria. Paulo, então, se sentou de novo.
— E aí, o que vocês vão querer para o almoço?
— Eu vou querer o de sempre, e você, amor?
— Bem, vou querer uma lasanha de frango. Eu respondi.
— E para beber?
— Coca.
— Vou querer suco de laranja.
— OK, já vão trazer, tenham um bom almoço, rapazes.
— Obrigado. — Respondemos.
Nosso almoço transcorreu de forma bem tranquila. Paulo, como sempre, comeu picanha na brasa. Quanto à lasanha de frango, estava ótima, eu só não poderia esperar pela indigestão que estava por vir.
Terminamos de comer e, Paulo ficou num silêncio muito suspeito, muito pensativo.
— Paulo! Tá tudo bem com você? — Perguntei.
— Sim! É que estava pensando numa coisa.
— O quê?
— Cara, nem sei como dizer isso.
— E que tal você ir direto ao ponto?
— Bem, Julio, eu... eu vou ser pai! — Ele respondeu.
Por um momento gelei, mesmo que nossa relação fosse complicada, eu ainda tinha esperança de que Paulo tomasse uma atitude e decidisse ficar comigo.
— Pai! Mas como?
— Qual é... você sabe!
— Sei sim, claro que sei, o que aconteceu com aquela história dela ser estéril?
— Ela fez uns tratamentos, ok? O resto você sabe como é.
— Sei sim, o nome disso é viagra, meu querido! — Respondi já um pouco alterado.
— Dá pra parar? Eu não quero fazer uma cena!
— Deixa eu te dizer uma coisa, meu querido: você já fez uma cena, hoje cedo, quando você deu uma de amante espontâneo, você fez uma cena, não me ligava a um tempão, aí você aparece do nada, me fode como eu não era fodido a meses e me faz vir ao outro lado da cidade só para me dizer que vai ser pai! Haja paciência.
— Foi mal! O que mais você quer que eu diga.
— Primeiro, não diga ´´foi mal´´, você não pisou no meu pé, você pisou nos meus sonhos, sabia? Segundo, o que eu queria que você dissesse era que você iria se separar dela, que iria enfrentar seu pai e iria me assumir! Mas agora é tarde demais. — Desabafei, me sentindo, de certa forma, mais leve, apesar de o meu coração estar ferido naquele momento.
— Eu sinto muito, Julio — seu olhar sereno e triste me encarou.
— Espero que sinta mesmo, mas agora eu tenho que sair daqui — disse meio rude, já me preparando para sair.
— Eu te levo — Ele pegou em minha mão, mas a separei da dele.
— NÃO! Eu tenho que sair de perto de você, esfriar a cabeça. — Eu abro a carteira e deixo o dinheiro na mesa. Sem cerimônias, corri para fora do restaurante na mesma intensidade em que as lágrimas desciam.
— Julio! Espera! — Ele gritou ao longe.
Sai do restaurante correndo como um doido, quando cheguei na porta acenei para um taxi que passava e ele parou para eu entrar, queria ir para casa, mas não podia, ainda tinha muito trabalho a fazer, então mandei o taxi ir para o CAEF—RIO.
Seria uma viagem longa, a escola ficava do outro lado da cidade. Enquanto o taxista dirigia, eu tentei disfarçar, mas era difícil não chorar, aquele era o fim para mim e para o Paulo. Mesmo que ele tomasse uma atitude, eu não me sentiria bem em separar um pai e um filho, isso seria muito errado. Já havia o erro de mantermos um relacionamento sendo ele casado. Não existia espaço para mais um erro, um erro mais grave.
Ao longo da viagem, eu lembrava de momentos do nosso namoro, me martirizei até cair no sono. O mesmo me levou a sonhar com o Paulo, na data em que o conheci, o dia em que mais fui feliz.
Aconteceu há pouco mais de 4 anos numa despedida de solteiro de um amigo em comum.
Eu estava bebendo uma cerveja quieto no meu canto, nunca fui baladeiro.
Entre um gole e outro eu comecei a perceber que um carinha me secava não muito longe de mim.
Ele estava conversando com uns amigos e bebendo também. Apesar da luz escura da boate, eu conseguia reparar bem nele, tínhamos o mesmo porte físico, acreditava, ele era uma verdadeira gracinha.
Vez ou outra eu encarava ele, me fazendo de desinteressado, mas nós sabíamos muito bem que isso não era verdade.
Então ele finalmente tomou a iniciativa e veio a minha direção, com um copo na mão e um belo sorriso no rosto.
— Desculpa, mas por acaso a gente já se conhece?
— Acho que não. — Falei expressando um falso desinteresse.
— Me desculpe, você tem razão, eu acho que teria me lembrado se já tivesse visto um cara tão lindo como você.
Me senti um pouco deslocado, mas queria ver onde aquilo ia terminar.
— Essa é a melhor cantada que você pode mandar?
— Pior que sim, mas sabia que ela nunca falha
Confesso que curti o papo dele, sem falar que a autoconfiança dele era um charme a mais.
Nós conversamos por um bom tempo, sobre a vida, sonhos, medos, desejos, ele era uma pessoa muito interessante.
Paulo me contou depois em outro encontro que era filho de Otavio Pedreira, um famoso empresário do ramo agropecuário e também deputado federal, fazia parte da bancada do boi. Depois de um tempo eu soube dos podres dele, um homem perigoso, havia mandado matar a esposa e o amante dela quando o filho era só uma criança, mas Paulo não falou sobre isso ali na boate, só me revelou o fato depois de um ano juntos.
Pelo tempo em que conversámos, já não estava me fazendo mais de difícil, confesso que fiquei muito na dele.
E ele sabia disso, não demorou muito para que ele tentasse me beijar, o que ele conseguiu com sucesso.
Àquela altura, já havíamos bebido bastante, dava para sentir o gosto de álcool nas nossas bocas, nada que estragasse o momento, curtíamos o momento, seus beijos eram deliciosos, Paulo me beijava segurando minha cabeça com uma das mãos, enquanto a outra descia de vagar pelo meu corpo até chegar na minha bunda.
Sua pegada forte me deixou bem animado, estávamos quase fazendo uma cena no meio da boate.
Nosso momento só não intensificou porque fomos interrompidos pelo amigo dele.
— Calma, rapazes, é melhor procurarem um lugar mais reservado pra fazerem esse showzinho.
Ele falou isso dando uma tapinha no ombro dele, rimos com a situação, depois descobri que o nome do amigo era Sergio.
Paulo pegou na minha mão e me puxou, fomos para o banheiro e entramos em um dos reservados.
Depois de fecharmos a porta, ele me colocou contra a parede, me beijava enquanto segurava meus braços contra a porta.
Podia até não ser romântico, mas também não era romance o que a gente procurava na noite.
Seus beijos eram intensos, sua pegada animal, eu estava entregue a ele sem fazer muito esforço.
Não demorou muito para que minhas calças estivessem à altura do tornozelo, com ele sentado de frente para mim, me chupando como um doido.
No início fiquei com medo de pegarem a gente, mas os gemidos que vinham de um dos outros reservados foi me ajudando a relaxar, e o fato de a gente não se conhecer direito não me deixava com medo, na verdade só aumentava meu tesão.
A fome de pica dele me impressionava, nunca havia sido mamado com tanta vontade.
A cada chupada meu pau ia mais fundo na garganta dele, ele definitivamente sabia como chupar, me fazendo delirar e gemer alto.
— Isso! Eu gemia na boca dele. — Vai com calma porque assim eu vou gozar!
Ele repentinamente parou de me chupar e rapidamente me beijou intensamente. De novo ele me segurava contra a parede.
Pela proximidade, eu conseguia sentir o pau duro dele por cima da calça, enquanto meu pau todo babado roçava na mesma.
Ele também abaixou as calças, ficamos nos beijando e nos punhetando, vez ou outra cuspíamos nos nossos paus para ajudar a deslizar melhor.
Mas isso não durou muito e, pouco tempo depois, ele já estava chupando meu cu, era uma delícia sentir a língua um pouco áspera dele no meu rabo, ele chupava e lambia meu cu bem devagar, quase me torturando, me fazendo relaxar aos poucos e me dando muito prazer.
Ele continuava naquele ritmo, às vezes aumentava, mas depois diminuía, com isso ele me torturava mais ainda, parecia que ele queria que eu implorasse.
— ME FODE!!! falei quase gritando.
— Já estava achando que não ia pedir. — Ele respondeu com uma voz calma.
Estávamos no último reservado do banheiro masculino, colados entre a divisória e a parede.
Me apoiei na parede empinando a bunda, ele rapidamente colocou a camisinha e ficou brincando no meu cu com a sua mão toda babada do nosso cuspe.
Me dedava sem a menor discrição, era muito gostoso sentir seus dedos todo babados no meu cuzinho apertado, me fazendo suspirar.
Não demorou muito para que ele começasse a meter. Para a minha sorte, ele também tinha um sache de lubrificante na carteira.
Seu pau entrava lentamente, era definitivamente um dos mais grossos que eu já havia encarado.
E enquanto sua metida ainda era suave, sua pegada não poderia ser mais bruta, bem máscula, do jeito eu gostava.
Ele metia lentamente me puxando pela cintura, eu rebolava no pau dele, o que fazia seu pau ir fundo, bem na minha próstata.
A cada metida sentia uma intensa onda de prazer viajar pelo meu corpo.
Aos poucos suas metidas foram ficando mais fortes, assim como sua respiração no meu pescoço. Apesar do que dizem, é muito bom sentir bafo de macho no cangote.
Gemíamos e suávamos juntos, estávamos literalmente suando a camisa
Meu pau estava duro como rocha, pingando baba de tanto tesão.
Eu sabia que não ia durar muito, mas isso não era problema, sentir o pau dele fundo no meu cu era gostoso demais.
Ele estava a mil por hora, metendo como doido. O som das suas bolas batendo na minha bunda se perdiam com todo o barulho da boate.
Como se já não estivesse bom o suficiente, ele quebrou o silencio, falando sacanagens ao pé do meu ouvido.
— ISSO, SEU PUTO! Geme no meu pau! Seu tesudo do caralho!
Estava em delírio com aquilo tudo, quando o puto me surpreende de novo dando tapa na minha bunda
—HUMMMM! Gemi de surpresa e tesão.
— ISSO SAFADO! QUEM É SEU MACHO?
Eu estava perdido demais no tesão para responder, já estava fazendo força segurando a gozada, seu pau acertava minha próstata repetidamente, me deixando em completo delírio.
A cada segundo, ele metia com mais vigor, nossas blusas estavam completamente molhadas de suor, então quebrei o silêncio:
— MEU DEUS! EU NÃO TO AGUENTANDO MAIS!
E foi aí que eu o ouvi dar um grito, ele também não aguentava mais.
— AAAAHH!!! — Ele gritou, tirando o pau de dentro e a camisinha da rola. — CARALHOO!!!!! — Ele gritou de novo batendo uma, e então finalmente gozou, só pude sentir a sua porra quente voar na minha perna.
Mesmo nunca tendo visto ele antes, eu adorei sentir a sua energia, seu pau gostoso e sua porra quente na minha perna.
Ele ainda gritou mais um pouco, até depois de terminar de gozar.
Logo mais, sentou no vaso e voltou a me chupar.
Não durei nem um segundo na boca dele e a enchi de porra.
Enquanto eu gozava, comecei a foder a boca dele, segurando sua cabeça com as mãos, foi o meu limite. Estava pela primeira vez me entregando àquele macho incrível, que eu ainda não sabia, mas, ainda me proporcionaria muitas fodas deliciosas.
— HUMMMM!!! HUMMM!! HUMMM! — Eu gemia de tesão fodendo a boca dele, enchendo—a completamente de porra.
Fiquei por um momento em transe, sentindo seus lábios deslizarem no meu pau.
Então ele soltou meu pau da sua boca e se levantou para me beijar, minha porra ainda estava na sua boca, bem grossa e salgada.
Ficamos um tempo nos beijando e brincando com a minha porra nas nossas bocas, nossos paus estavam se tocando, para baixo de novo, completamente babados de cuspe, lubrificante e porra, pingando um pouco em nossas calças arriadas.
Aos poucos fomos voltando a realidade, ele cuspiu minha porra no vaso e começamos a nos recompor, fizemos o máximo que era possível naquele cubículo.
Limpei minha perna com papel higiênico, mas havia uma parte da porra dele que ficou presa nos meus pelos.
Depois de alguns minutos nós saímos de lá, como se nada tivesse acontecido, recebendo olhares sacanas de outros caras no banheiro.
Voltamos para a pista e dançamos como se a noite não tivesse fim.
Dançávamos, beijávamos, mesmo que não nos conhecêssemos direito, só queríamos viver o momento.
O gosto pertinente de porra nas nossas bocas só aumentava a conexão que havia se formado entre nós naquele breve momento.
Conforme a noite foi passando, as coisas foram ficando cada vez mais turvas na minha cabeça, principalmente por causa da bebida.
Após aquele momento, só existe um borrão na minha mente, só lembro de ter acordado na minha cama.
Eu sabia, no entanto, que tudo o que aconteceu naquela noite foi real, a porra dele ainda estava colada nos pelos da minha perna.
Ainda deitado e com uma terrível ressaca, passei a mão pelo criado mudo, apanhando meu smartphone na expectativa de ter alguma notícia do Paulo.
´´Espero q VC tenha curtido a noite tanto quanto eu. PS, ñ se preocupe com o vomito q vc deu no meu carro, já limpei. Abraços P´´
Comecei a responder à mensagem dele...
Eu acordei com a voz do taxista ao me chamar. Me sentia zonzo e com uma pequena dor de cabeça. Permaneci praticamente apagado durante toda a viagem à escola e, para piorar, percebi que minha cueca estava gozada, além de corno eu também era mela cueca.
Paguei o taxi e desci, fui correndo para meu armário na sala dos professores onde eu sempre deixava uma roupa reserva por precaução. Dando passos largos, cheguei no banheiro.
Troquei a calça e a cueca, essa última em particular, havia ficado bem suja.
Achei que teria que inventar alguma desculpa para meu sumiço, mas a luz ainda não tinha voltado e aparentemente ninguém tinha se dado conta da minha ausência.
Já era 14:30. Havia ficado fora da escola por um bom tempo, estava meio escuro dentro da escola, algumas luzes de emergência começavam a falhar.
Decidi me sentar de novo nas arquibancadas, mais uma vez eu coloquei meus óculos escuros, principalmente porque minha expressão denunciava que estivera chorando. Dessa vez, sentei num canto distante, longe de todos e chorei mais pouco, era muita coisa para processar em apenas um dia.
Meu relacionamento com Paulo se fora, talvez para sempre.
Alguns minutos se passaram, e eu já não chorava mais. Vi que duas mulheres, uma bem alta e a outra de estatura mediana, caminhavam em minha direção. Era Bruna, acompanhada de uma menina.
— Olha só! Finalmente você apareceu, Julio. Disse Bruna.
— Boa tarde, como você está?Respondi.
— Estou bem. Bruna me olhou com uma expressão diferente. — Julio, essa é a Clara, a filha da minha amiga que te falei.
— Tudo bem, Clara? Prazer em te conhecer!
— Sim sim, estou bem, mas me falem, quem é aquele gatão lá no campo?
A menina se referia a Gabriel, o qual eu havia ignorado a tarde.
Bruna e eu começamos a rir com o que Clara disse.
— Haha, é o Gabriel, seu novo professor de educação física. — respondeu Bruna.
— Educação física, você acabou de ficar interessante! — Disse a menina.
Foi bom rir um pouco depois do dia que eu tive, o que aquela menina falara me fez lembrar do meu primeiro amor. Foi um professor de história que eu tive no ensino médio. Com o tempo eu fui percebendo como aquele amor era só uma ilusão da minha cabeça, mas ele deixou uma marca no meu coração. Hoje, sou apaixonado de verdade por história.
— Cuidado, menina, para não se apaixonar por alguém que nunca vai te ver do mesmo jeito, isso é de ferrar o coração. — Eu falei para Clara.
— E quem disse que vou me apaixonar por ele? Tava falando de dar uns pegas! — Clara me respondeu, me fazendo sorrir.
O resto da tarde foi aquela mesmice, fui me recuperando aos poucos e, então, às 16:07, a luz finalmente voltou.
Já era muito tarde, no entanto, e eu só tive tempo para dar mais uma única aula aquele dia, passei o resto da tarde na sala da 100A. (
A aula com a 100A pareceu mais demorada que o normal, decidi que a turma assistiria o filme O Dia Que Durou 21 Anos, e logo mais passaria um trabalho baseado no filme. Dei um prazo de uma semana para que todos pudessem elaborar um trabalho bem feito.
17:30, o sinal acabou de tocar.
Voltei para a sala dos professores e fiquei lá terminando de corrigir alguns trabalhos.
Quando deu 18:00 horas, eu decidi ir embora. Peguei minhas coisas no armário, incluindo a roupa que sujei no taxi, tentando ser discreto devido ao estado em que a mesma se encontrava. Gabriel, entretanto, me abordou quando eu deixei a sala dos professores.
— Beleza, Profe? — Ele me perguntou, Gabriel havia acabado de dar aula e estava todo suado.
— Oi, boa tarde, Gabriel. — Eu falei um pouco desanimado.
— Que dia, heim... — falou sorrindo. — Não deve ter rendido muito pra vocês aqui de dentro!
— Pois é, foi um dia bem merda!
Gabriel gargalhou um pouco antes de continuar:
— Me diz, Julio, você gostaria de ir numa balada comigo hoje? Vou com uns amigos meus.
— Nossa! Me desculpa, Gabriel, mas eu não estou muito com cabeça para balada, tive um dia bem ruim, problemas pessoais.
— Nossa! Entendo, bom, se tiver algo que eu possa fazer, é só falar!
— Certo! — Estava prestes a sair da frente dele quando ele colocou a mão no meu ombro.
— Julio! Sei que você não confia muito em mim, acha que eu sou um galinha, mas quero que você saiba que eu realmente me importo com você, de verdade! — Enquanto Gabriel falava, eu senti um pouco do cheiro do seu suor no braço, ele exalava um cheiro bem másculo.
— Entendo, obrigado pela sinceridade, e me desculpa se eu algum momento te tratei mal.
— Fica tranquilo — Gabriel tocou meu rosto dando um sorriso acolhedor. — Acontece com todo mundo essas coisas.
— Me desculpa mesmo, mas tenho que ir.
— Claro! Então espero que você tenha um bom final de semana.
— Você também, Gabriel, e também espero que você curta a balada!
— Vou tentar.
— Haha, até segunda!
— Até, Profe!
Devo confessar que foi reconfortante conversar com Gabriel, colocar os pingos nos is, talvez eu estivesse errado sobre ele, e o mesmo ainda é aquele menino simpático que conheci quando comecei a dar aula na escola.
Havia bastante movimento na entrada principal, muitos alunos que moravam na escola estavam indo passar o final de semana com suas famílias, já se formava um pequeno congestionamento em frente à escola.
Enquanto eu saia, avistei Paulo encostado no seu carro, estacionado do outro lado da rua, ver ele de novo acabou com aquele breve momento de bom humor que me fora proporcionado por Clara e Gabriel.
Não fugi dele, nós precisávamos conversar, me aproximei dele e sugeri que não conversássemos em frente à escola, mas sim na praça que havia bem perto dali.
Seguimos para a praça e fomos para uma parte distante e vazia dela, poderíamos conversar com o mínimo de intimidade.
— Tudo bem, amor? — Ele perguntou.
— Não!
E não me chame de meu amor! — Respondi.
— Sinto muito, Julio, eu queria de verdade que fosse tudo diferente.
— Eu também, mas agora é tarde.
— Sabe, eu queria ser seu por inteiro, dividir o mesmo teto, dividir a mesma cama, que pudéssemos nos beijar todos os dias, que pudéssemos ser felizes juntos.
— Pare. Não precisa me dizer essas coisas. — Disse desviando meu olhar para o carro. Escutar sua declaração já era demais para mim, vê—lo triste ao dizer tudo isso, acabaria comigo.
— É a verdade... Mas infelizmente não podemos continuar, para o nosso bem e para o bem do meu filho.
— Para o nosso próprio bem? Para isso deveríamos ficar juntos, enfrentar qualquer um que entrasse em nosso caminho!
— Você sabe que não é tão simples! Se meu pai descobrisse sobre nós, mataria você! Você não consegue entender isso!
— Eu consigo entender sim! E quer saber? Por você eu correria o risco! Porque eu te amo, seu idiota! — Falo isso com lágrimas escorrendo pelo meu rosto.
A essa altura Paulo também já tinha começado a chorar.
— Sabe, eu te amo muito — Naquele momento, voltei a encarar meu ex—namorado; respirei fundo juntando o máximo de coragem para colocar um fim definitivo no que restou da nossa relação. — Mas... isso tem que parar, não posso continuar esperando que você me escolha, e agora você vai ser pai, eu não quero ser o outro, eu tenho direito de ter minha própria família! — Falei chorando.
— Por favor não fala assim! Assim você acaba comigo! —
— Me desculpa, mas essa é a verdade. 4 anos, Paulo, 4 anos esperando você tomar uma decisão, 4 anos esperando você tomar coragem para enfrentar seu pai e sair de um casamento sem amor. Por 4 longos anos eu fiz o melhor que pude para aguentar essa situação. Eu nunca te pressionei, tive paciência, fiquei ao seu lado, inclusive quando você me falou que iria casar com uma mulher! — Eu chorava, mas falava firmemente com Paulo. Felizmente, não havia ninguém por perto.
— Amor...
Interrompi ele antes que ele falasse qualquer coisa.
— Por favor, não me chame de amor, não faça isso mais difícil para mim.
— Difícil? Sabe o que é difícil? — Paulo esbravejou. — Acordar todos os dias ao lado de uma pessoa que você não ama, de alguém com quem você casou quase que a força, e sim, é verdade o que você falou hoje cedo, Viagra! Muito Viagra pra conseguir transar com uma pessoa que nunca irá te satisfazer na cama! Paulo chorava muito assim como eu. — E tem mais, sim, meu amor! Eu sou um covarde! Mas o fato de eu querer te proteger me deixou assim, você sabe o que é descobrir ainda criança que seu pai mandou matar sua mãe? Você sabe como é ser filho de alguém que a qualquer passo em falso pode acabar com sua vida? Você não sabe! Então eu só posso esperar que um dia você perdoe a minha covardice, por querer proteger de um monstro o homem que eu amo.
Após aquela discussão toda, nos sentamos num banco, ainda chorando, e ficamos por um instante em silêncio.
— Me desculpa por gritar com você, Paulo.
— Não se preocupe, você não tem por que se desculpar, eu sabia que essa notícia seria demais para você.
— Ainda não acredito que você vai ser pai. — Fiquei mais triste ainda por saber que não seria um filho comigo.
— Pois é! Ela me pegou de surpresa, fez os tratamentos em segredos, ela me contou a pouco tempo, ela já está de 4 meses e meio e é uma menina!
— Menina! Como você sempre quis!
— Sim, haha, sempre quis uma menininha, mas sempre achei que você e eu a educaríamos juntos, era o que eu sonhava.
— Me desculpa por ter agido dessa forma, mas é que não dá mais para mim. Eu te amo, mas não aguento mais te dividir com a outra. Além do mais, essa criança vai precisar de você, Paulo, e eu não quero que ela também tenha que te dividir comigo.
— Eu compreendo...
— Agora deixa, pelo menos fico feliz sabendo que ela é uma menina de sorte, que vai ter um pai tão incrível quanto você!
— Você que é incrível...
— É sério! Ela tem muita sorte, ela nunca poderá pedir por um pai mais carinhoso, gentil, protetor, um pai que morreria por ela, o homem por quem me apaixonei perdidamente. Você vai ser um ótimo pai, Paulo! — Ele se deitou no meu ombro ainda chorando.
— Obrigado. Sabe? Durante o primeiro mês de casados, começamos a ser bombardeados com a ideia de ter um filho, inclusive por ela própria. Com tanta pressão, eu achei que não iria demorar muito para isso acontecer, mas não aconteceu, por um tempo eu achei que eu quem tinha algum problema, até ela ser diagnosticada.
— Vai por mim, definitivamente não era você o infértil da relação, ainda bem que eu não sou mulher, do contrário, você já teria me engravidado umas mil vezes — Rimos, enquanto eu tentava quebrar um pouco o clima ruim que havia se estabelecido.
— Ainda bem que você não é uma mulher! Haha
Paulo e eu ficamos mais um tempo lá, já havia começado a escurecer, então fomos embora, cada um para seu canto, cada um indo a procura de um novo futuro, dessa vez sozinhos.
(Continua)
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Autor: AuthorF —@AutorAuthorF (Casa dos Contos Eróticos, Wattpad)
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