Boa tarde mores! O que estão achando da história? Comentem quando quiserem! Boa leitura.
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Já estava de noite quando Fred tinha terminado de fazer suas malas. Como nunca tinha visitado a Tailândia, não sabia como seria o clima por lá. Então colocou algumas blusas de moletom e muitas roupas leves, afinal, estava indo pra um spa. Ele estava encostado no parapeito da sacada do quarto de Humberto, fumando um cigarro e bebendo uma latinha de Coca-Cola. Estava olhando para o céu, que estava bastante nublado. Provavelmente choveria no outro dia. Perdido em pensamentos, nem notou que Humberto tinha chegado e parado ao lado dele.
- É, tá chegando a hora de você ir! - disso o moreno, sem emoção na voz.
- Sim! Eu não vejo a hora! - disse o loiro, entusiasmado.
- Nossa, tão muito animadinho pra quem vai ficar duas semanas longe de mim! - exclamou Beto.
Fred gargalhou.
- Você tem sempre que ser tão carente assim?
- Não é carência. É a realidade. Sabe que sou muito apegado em você. E vai ser difícil pra mim ficar dois meses sem te ver.
- Mas vamos poder nos falar todos os dias, Beto.
- Eu sei. Só que falar ao telefone ou por cartas, não é a mesma coisa que poder tocar, ou abraçar você. Mas eu vou superar. Torço para que passe rapidinho.
Fred sorriu. Tinha certeza que o amor que sentia pelo primo era correspondido. Pelo menos o lado fraternal.
- Vai passar, Beto. Dois meses não é tanto tempo assim. E eu vou pensar em você todos os dias que estiver lá. - disse o loiro abraçando o moreno.
No batente da porta entreaberta do quarto de Humberto, estava Ariel parado, olhando os dois. Como achava os dois lindos juntos! Torcia pra que um dia os dois caíssem na real e se entregassem um para o outro. Era nítido aquele amor. Eles não conseguiam e nem queriam esconder de ninguém. O ruivo bateu na porta e Humberto olhou para a porta do quarto.
- Entre, Ari! - disse o moreno, enquanto se soltava do abraço.
Ariel entrou e foi em direção à sacada.
- Oi amores. Eu só vim dar Boa noite. E dizer também que eu vou embora amanhã. - completou.
- Ah, mas não vai mesmo, - disse Humberto cruzando os braços. - Primeiro o Fred, e agora você? Não vai mesmo. E outra, a Alessandra vai ficar chateada se você for.
Ariel sorriu.
- Eu sei, Beto. Mas eu preciso ficar com a minha mãe. Ela já não está mais numa idade que possa ficar sozinha.
- Ele tem razão, Beto! - disse o loiro.
Humberto deu os ombros. Havia ficado realmente chateado com a situação. Ariel sempre foi muito companheiro dele e de Fred. Sempre saiam juntos, viajavam juntos. E Ariel ficando mais tempo, Humberto pensou que teria um pouco a mais do primo, visto que o loiro e o ruivo eram praticamente gêmeos. Tinham o mesmo jeito, o mesmo estilo, a mesma personalidade e quase a mesma aparência, salvo as cores dos cabelos serem diferentes e Fred ter muitas sardas. Do resto eram muito parecidos.
- Tudo bem, Ari. Eu não tô valendo mais nada mesmo. - sorriu.
Fred ergueu as sobrancelhas. Como Humberto era dramático as vezes.
- Eu prometo que voltarei em breve, Beto. - disse o ruivo.
- Eu espero que sim. Todos adoram você aqui em casa, inclusive o meu pai que já gostava, agora ele gosta mais ainda.
O ruivo corou.
- Eu também adoro vocês. Sempre sou muito bem recebido quando venho aqui.
Humberto sorriu.
- Ari, eu nem tive tempo de te contar… conseguimos achar um apartamento pra mim! É maravilhoso. - disse o loiro.
- Que ótima notícia, Fred. Mal posso esperar pra vê-lo depois de estar decorado. Quando você voltar, eu venho pra cá e te ajudo.
- Vai ser um prazer. E tem até um quarto a mais. Eu já decidi que será do Humberto pra quando ele for lá. - disse o loiro, piscando para o primo.
- Que bom, amore. Fico muito feliz por você. - disse Ariel pegando as mãos de Fred. - Vai ser um novo ciclo em sua vida. E você vai passar por tudo isso. E claro, poderá contar sempre comigo e com o Beto.
- Com certeza, - disse o moreno.
…
Já passavam das onze da noite. Rogério e Pillar já estavam dormindo, assim como Samantha, Dante e Ariel. Henrique voltou para a casa de seus pais. Fred estava tomando banho e Humberto estava deitado na cama, em seu quarto. Estava uma noite fresca. Ele vestia uma samba-canção azul e uma camiseta regata branca. Fred sai do banheiro já trocado, usando uma cueca branca e uma camiseta azul. Estava com seus cabelos penteados para trás, já que não estava com paciência pra ter que secá-los. Viu que o primo estava na cama, mexendo no celular. Saiu do quarto com a toalha de banho nas mãos e desceu a escada, em direção ao quintal da casa. Estendeu a toalha e voltou para dentro, fechando a porta que separava a cozinha do quintal da casa. Tomou um copo de água, depois andou até a geladeira e pegou uma lata de refrigerante. Fechou a porta, apagou a luz da cozinha e subiu as escadas em direção ao quarto de seu primo. Chegando lá, foi até a sacada e acendeu um cigarro. Deu um gole no refrigerante e uma tragada no cigarro. Seu dia de viagem estava chegando. Apesar de estar bem animado, detestava ter que se despedir. Por ele, já estaria dentro do avião, sem ter que falar com ninguém. Mas sabia que isso seria difícil de acontecer. E também não estava mais afim de encontrar Rodrigo no dia seguinte. Não estava com cabeça pra ver ninguém. Terminou o cigarro e foi pra cama, do lado esquerdo de Humberto. Deitou e respirou fundo. Notou que o primo não saia do celular.
- Trabalhando a essa hora, baby? - perguntou o loiro.
- Sim e não. Estou dando uma olhada na minha agenda da semana que vem e respondendo alguns emails. - disse o moreno, olhando para o primo. - Você me parece estar sem sono, apesar do dia cheio que tivemos.
- Sim, - disse Fred sentando na cama. - Eu estou cansado, mas sem sono. - E você também não parece estar.
- Pois é, - disse Humberto desligando o celular e colocando o celular no criado mudo ao lado da cama. - Eu estou dormindo pouco durante esses dias.
- Preocupações? - perguntou o loiro, sentando de lado para o primo.
- Sim. Algumas com relação ao trabalho, mas o que está me matando mesmo e tirando meu sono é a rapidez em que as coisas acontecerem, em menos de quatro dias. Ainda não entendi o que aconteceu entre a gente na sexta-feira. Você saiu daqui de casa sem se despedir, depois no sábado, fico sabendo que você vai viajar e ficar dois meses fora. Aí aconteceu aquilo com seus pais, e no momento que você deveria estar com a sua família, você foge? Não faz sentido isso pra mim. E outra, como é que você vai ficar dois meses longe do seu trabalho, Fred? - disse olhando para o primo. - Você é um estilista. Tem trabalho chegando na mesa do seu escritório o tempo todo. Você não pode jogar tudo pro alto e sumir desse jeito. Você tem noção do quanto eu estou magoado? Eu estou em frangalhos por você, por ter perdido seus pais. Eu não sei mais o que eu faço pra poder mostrar que eu estou aqui. Mas você sempre foge quando alguma coisa te acontece. Você é tudo pra mim. Nunca ficamos longe um do outro, mesmo quando um de nós viajávamos. Eu não vou aguentar ficar escrevendo cartinhas, tendo que esperar você responder pra eu saber se você está vivo. E telefonemas uma vez por dia? Vai pro inferno! - dizendo isso, Humberto levantou da cama e foi em direção à sacada. Estava muito puto. Odiava esse jeito impulsivo que o primo tinha de reagir às situações.
Fred ficou atônito. Humberto estava certo. Tinha esse jeito impulsivo de fazer as coisas. Mas essa era sua forma de se proteger do que havia acontecido. Ele estava sofrendo. Mas não queria enfrentar. Deus sabe como foi difícil passar o dia escolhendo apartamentos. Nem estava com cabeça pra fazer isso. Não queria nada daquilo. Queria era voltar pra sua casa, encontrar seus pais e continuar sua vida da forma que sempre foi. E quando comprou aquela passagem de última hora, para um país do qual nunca tivesse ido, ficar longe de tudo e de todos, foi o jeito que ele achou de se proteger dos seus próprios sentimentos pelo primo. Não queria encará-los. Quando ouvir Humberto dizer que tinha beijado e dado uns “amassos” em Alessandra, tudo o que queria era sumir de lá. E foi o que ele fez. Mas avaliando tudo o que Humberto tinha dito, não fazia nenhum sentido mesmo. Ele tinha recebido um choque de realidade. Resolveu levantar da cama e ir em direção do primo na sacada.
Humberto estava debruçado no parapeito da sacada de seu quarto, tentando se acalmar. Notou que o primo chegou e se posicionou do seu lado.
- Olha Humberto, você tem toda a razão. - disse Fred abaixando a cabeça. - Eu não sei lidar com meus problemas de forma diferente dessa que eu faço. É que eu fiquei com tanto medo de perder você para aquela ridícula.
Humberto olhou confuso para Fred.
- É quanto à minha viagem, do mesmo jeito impulsivo que eu resolvi ir, posso não ir mais. Você está certo. Eu tenho o meu trabalho que eu amo. Não posso parar a minha vida assim, do nada. - disse o loiro encostando de costas para o parapeito, ficando de frente para o primo.
Humberto só havia prestado atenção na primeira frase. Como é que Fred poderia pensar que uma mulher seria mais importante pra ele na vida do que o primo?
- Frederico Medeiros Alighieri, - disse o moreno segurando os braços do primo. Fred arregalou os olhos quando ouviu ser chamado pelo nome inteiro. - Você nunca vai ser substituído na minha vida, você me entendeu? Eu amo você mais do que a minha mãe, porra. Como pode achar que eu vou te trocar por alguém? Sexo é sexo. E se um dia eu me casar com alguém, a pessoa que estiver comigo vai ter que entender que você vem em primeiro lugar. Você sempre vai estar em primeiro lugar, caramba.
Fred não conseguia processar direito o que tinha ouvido. Era um misto de felicidade e insegurança ao mesmo tempo. Olhando no fundo dos olhos do primo, apenas sorriu e o abraçou, repousando sua cabeça no ombro do mais alto. Humberto correspondeu o abraço na mesma hora, bem apertado, como sempre gostou. Um sentindo a respiração do outro, uma calma pairou sobre eles. Ficaram ali, por muito tempo, sem quererem se soltar.
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Bem gente é isso! Mais uma vez obrigado a todos que acompanham. E sintam-se a vontade para comentar. Críticas também são bem vindas! A casa é de vocês!
Beijo.