PAAAAAAI!
Despertei atordoado ouvindo aquele barulho, não consegui ter reação nenhuma naqueles segundos a não ser encara-lo com espanto e duvida. O meu coração estava disparado pelo susto que senti ao acordar tão abruptamente pelo grito que Hugo soltou. Aos poucos, tentando digerir aquela situação eu o encarei perguntando:
-Amor, o que houve?
Seus olhos me fitaram levemente vazios, como se ele não estivesse acreditando naquilo em que se passava em sua mente, ouvia de longe o seu coração descompassado e sua respiração ofegante, mesmo com a escuridão daquela madrugada eu ainda podia ver o seu rosto iluminado pela luz da lua que entrava por entre as persianas, sua feição me mostrava que ele estava num tipo de transe, perdido em seus pensamentos.
-Amor, o que houve?
Eu perguntei novamente tentando a todo custo chamar a sua atenção e depois de alguns segundos onde ele parecia ter recobrado sua consciência, seus olhos se cruzaram com os meus e ele rapidamente me respondeu:
-Nada não, eu só tive um sonho estranho.
Ouvindo sua explicação atrelei o fato a ele ter gritado pelo seu pai e juntando as peças eu perguntei?
-Teve um sonho com o seu pai?
-Sim.
Ele disse rápido ainda com a mesma feição de espanto e vazio que carregava em seu olhar. Notando aquilo eu me aninhei ao seu lado e o abracei com força, minhas mãos se repousaram em sua cabeça e eu iniciei um leve cafuné no meu gigante, dei um beijo em seus cabelos e completei:
-Você está bem?
Curtindo o carinho que recebia ele me respondeu em seguida:
-Estou sim amor... Eu só achei estranho. Ah tempos que não tenho esses tipos de sonhos com o meu pai.
Eu o olhei buscando analisar cada ação e cada palavra que ele dizia.
-Você já teve sonhos assim?
Eu perguntei.
-Sim! – Mas já faz um bom tempo que não tenho.
-Relaxa meu amor, talvez por conta das emoções dos últimos dias algo que você acreditava estar apagado possa ter se reacendido em sua mente.
Seu olhar vazio agora parecia conformado com as palavras que eu tinha dito, mas, além disso, ele demonstrava um leve sentimento de angustia com todo aquele breve acontecido. E num tom mais baixo do quê de costume ele me respondeu:
-É, pode ser... Mas eu não queria que isso acontecesse novamente.
-Amor, é obvio que você tem algumas lacunas sentimentais abertas em relação ao seu pai, e você ter o ato de negar ou fingir que isso não existe não vai fazer essas lacunas sumirem. Prova disso é esse seu “ataque” ressurgindo depois que você e o meu pai se entenderam, talvez algo no encontro de vocês possa ter mexido contigo de alguma forma e você voltou a ter esses sonhos.
Sua atenção as minhas palavras eram fincadas, ele parecia estar convencido sobre o que eu disse e dando um sorriso amarelo ele soltou:
-Você tem razão... O encontro com o seu pai me fez sentir algumas coisas, ver uma figura paterna presente em sua família me fez imaginar como seria se o mesmo tivesse acontecido comigo: será que não teríamos passado por tantas dificuldades? Será que tudo teria sido mais fácil?... Às vezes eu só me pergunto “o por quê”, por que ele nos abandonou?
Eu não sabia o que dizer a ele. Hugo às vezes me surpreendia com ações e perguntas que eu jamais imaginaria vir dele, eu sempre me pegava em algumas situações onde eu descobria um pouco mais do que se passava em seu coração e em sua mente. Enquanto eu era um livro aberto para ele, ele me mostrava de si pagina por pagina, e isso não por falta de confiança, mas sim, por ser o jeito dele: fechado.
-Olha meu amor, você precisa entender que motivo nenhum vai mudar tudo o que aconteceu. Eu sei que parece duro de ouvir, mas é um fato. Talvez nunca saibamos o motivo, contudo, o quê vale mesmo é o que você conseguiu construir a partir disso – eu me aproximei lentamente de seu rosto e dei um selinho demorado em seus lábios, olhei seus olhos negros já um pouco mais brilhosos e continuei – Você enfrentou todas as dificuldades de peito aberto e sustentou todos ao seu redor... E isso é muita responsabilidade, é muito pesado. Então, é completamente normal que isso cause algumas feridas dentro da gente e por mais que acreditemos estarem saradas, talvez elas não estejam.
-E o que eu faço para elas sararem logo?
-São tantas as maneiras, mas uma é essencial: procure um psicólogo.
-Ah, não sei... Eu não acho que isso resolva.
Eu revidei um olhar enfezado em resposta e ele percebendo começou a se corrigir.
-Não, eu sei que psicólogo é bom e eu fico tão orgulhoso vendo minha irmã e você querendo se formar nisso, mas seila... Eu me sinto velho para isso, sinto que talvez seja frescura.
Eu sorri analisando a sua resposta e pensando que: mesmo quando Hugo me mostrava o seu lado mais sensível, ele ainda trazia consigo o seu lado bruto e cabeça dura de ser.
-Isso não é frescura, e te digo mais: quanto mais cedo você aprender a lidar com isso, mais cedo você se sentirá melhor.
Seu olhar agora já estava mais tranquilo e ele estava curtindo o calor bom que o meu corpo emanava para ele.
-Ok! Você me convenceu, vou marcar uma sessão.
Eu sorri vitorioso e feliz por ele afinal, eu sabia que seguindo os meus conselhos ele iria melhorar.
-Vá mesmo amor, deixe de preconceito e vá aberto buscando melhorar a si próprio.
Ele soltou um sorriso acanhado e me olhando falou:
-É, parece que você será um bom psicólogo.
-Espero mesmo.
Falei sorrindo mais ainda em resposta.
-Agora vamos voltar a dormir porque hoje já é segunda e voltaremos a nossa rotina dentre algumas horas.
Terminei de completar minha fala e me ajeitei deitando novamente em nossa cama, senti os braços fortes de Hugo me envolver e terminamos aquela madrugada dormindo de conchinha.
Já tinha se passado praticamente dois meses desde a nossa viagem para Salvador, obvio que a saudade ainda batia forte dentro de mim, mas tentava a suprir ao máximo por telefonemas e conversas via app´s, inclusive, depois que minha mãe descobriu para quê servia a função: facetime do seu celular, ela só vivia me ligando assim. Eu adorava, até porque isso ajudava a manter as imagens deles dois bem fresca e vividas em minha mente.
Hugo estava ótimo e surpreendentemente ele tinha de fato aceito o meu conselho, aquela semana já era o seu quarto encontro com uma psicóloga da qual eu tinha achado próximo ao seu trabalho. Eu assumo que não levei fé no comprometimento dele, mas para minha surpresa, ele estava bem animado com as sessões e me dizia estar gostando dos encontros que tinha.
Minha vida universitária estava mais puxada do quê nunca, o fim do semestre estava se aproximando e os professores sem pena marcavam trabalhos, seminários, resenhas e tudo mais o que cerca o mundo universitário. Eu parecia estar ligado aos 220 volts e precisava estar assim ou não daria conta de tudo o que tinha pra fazer.
Acordei cedo aquela manhã, pois tinha marcado com meus amigos para nos encontrarmos na biblioteca da faculdade e revisarmos os últimos detalhes da nossa apresentação. Analisando tudo ao meu redor um fiz rápido checklist: celular ok, mochila ok, livros ok, chaves...?
-Amor, você viu minha chave?
Eu perguntei alto por estar no quarto e ele na cozinha tomando o seu café.
-Tá aqui no balcão amor.
Corri ao encontro da chave e passando dei um beijo rápido no meu gigante.
-Não vai tomar café?
Ele perguntou.
-Tô sem tempo vida, mas qualquer coisa eu tomo lá na faculdade.
-Quer que eu te leve?
-Não, não precisa amor. Pode tomar seu café, eu vou andando mesmo.
Ele me analisou se divertindo e eu vendo aquilo perguntei:
-O que foi?
-Nada não. Só estou me lembrando de quando te disse que toda aquela magia de calouro que você tinha, iria se desmanchar até o final do semestre – ele deu uma golada rápida em seu café e continuou – E pelo visto, eu tinha razão.
-Há há há.
Eu respondi sorrindo sarcasticamente para ele, em contrapartida ele veio ao meu encontro e me deu um beijo longo e depois me deixou seguir para a faculdade. Eu seguia a passos longos por todo o percurso e sem demora já tinha chegado à faculdade, entrei na biblioteca e me ajeitei numa das mesas de estudo que tinha ali.
-Bom dia Rafa!
Voltei a minha visão para cima e dei um leve sorriso seguido de um “bom dia” a pessoa a minha frente. Era ele, o Thiago.
-Parece que somos só nós dois por enquanto.
Falou se ajeitando numa das cadeiras frente a mim.
-Verdade, mas já falei com o pessoal no grupo, daqui a pouquinho eles estão chegando.
Um silencio perturbador se instalou ali e qualquer segundo parecia ter se tornado uma eternidade. Minha convivência com o Thiago já não era mais horrível, a gente apenas não estava acostumados a ficarmos juntos e sozinhos no mesmo lugar depois de tudo o que aconteceu.
-E aí, tudo bem com você?
Disse ele quebrando o gelo.
-Tudo sim! E com você?
Eu perguntei querendo demonstrar interesse.
-Tudo bem também.
-Que ótimo.
Eu o respondi num sorriso contido, e mais uma vez: silêncio TOTAL.
Não demorou muito até que nossos amigos chegassem e me tirasse daquele momento chatinho que eu estava tendo, não que eu ainda alimentasse magoas por todo o acontecido, mas é que eu já tinha me acomodado a falar o mínimo com ele.
Aquela manhã tinha sido TENSA, mas tínhamos conseguido apresentar o nosso seminário com louvor, seguimos todos para o shopping comemorar aquele trabalho, porém, não nos estendemos muito afinal, ainda estávamos com algumas provas marcadas.
“Amor, vou te levar pra sair hoje á noite, e como eu sei que você demora muito para se arrumar já estou te avisando logo. Vê se você se arruma mais cedo e quando eu chegar apenas tomo um banho e saímos, ok?”
Essa foi à mensagem que Hugo tinha me enviado pelo whatsaap. Li aquilo com uma enorme interrogação em minha mente. “Vamos sair? Pra onde? E porque?”, todas essas questões rodeava minha mente, mas eu apenas respondi:
“Isso era para ter soado com um convite?”
Em segundos ele visualizou a minha mensagem e logo digitou:
“Sim! E espero que você tenha entendido.”
Sorri automaticamente vendo a tela do meu celular e me joguei exausto no sofá. Aquela tarde passou incrivelmente rápida e me atentando a isso eu fui logo me ajeitar para o encontro repentino que Hugo tinha-me “proposto”. Eu não sabia qual era a ocasião, mas imaginei ser um jantar e por isso me arrumei ao pé da letra para não passar feio. Eu estava terminando de ajeitar o meu cabelo quando ouço o barulho da porta anunciando a chegada de Hugo.
-Amor, cheguei! Cadê você?
-Banheiro!
Gritei em resposta. Assim que abri a porta Hugo me olhou um pouco admirado e parecendo buscar palavras em sua mente ele soltou:
-Caramba! Você está lindo amor.
Eu sorri pelo elogio e dei um beijo em sua boca. Assim que sai do banheiro ele entrou ali as pressas e tomou seu banho, entrou em seu quarto e ali demorou muito mais do que era de costume.
-Amor, cadê você?
Eu disse próxima a porta que estranhamente estava trancada.
-Já estou saindo amor.
Ele gritou lá de dentro. Eu sai dali achando estranho ele ter trancado a porta do quarto afinal, ele nunca tinha feito aquilo, mas eu relevei aquele comportamento e voltei ao sofá.
Assim que terminou de se arrumar ele passou pela sala exalando aquele perfume do primeiro dia em que o conheci, foi inevitável viajar no tempo.
-Eu adoro seu perfume.
-Adora é?
Ele me perguntou num leve tom de malicia. Soltei um sorriso em resposta e o acompanhei com o olhar, senti o meu corpo todo entrar em chamas quando o analisei, ele estava LINDO E MUITO GOSTOSO. Sua camisa social num tom azul claro estava totalmente preenchida pelos músculos fartos que ele possuía, a calça brim descia por suas pernas e mesmo ela sendo um pouco folgada as coxas e panturrilhas ficavam evidentes sobre o tecido, sem falar do estufado pacote que se formava entre suas pernas e que se desenhava ainda mais sob o tecido com o balançar de seus movimentos.
-O que foi?
Ele me perguntou me fazendo sair daquele transe que era o admira-lo.
-Nada não.
Disse um pouco envergonhado. Ele soltou um sorriso convencido e me respondeu:
-Tava me desejando não é?
Eu o revidei com um olhar reprovador e falei:
-Claro que não seu idiota.
-Tava sim!
-Não estava, NÃO!
Disse firmemente dessa vez. Ele continuou sorrindo e seguimos juntos para o elevador, descemos e fomos em direção ao seu carro.
-Para onde vamos?
Eu perguntei finalmente.
-Surpresa!
Ele disse sorrindo enquanto dirigia pela cidade.
-Surpresa? Desde quando você faz surpresas amor?
-Desde sempre!
Ele me respondeu convencido ainda olhando para o transito a frente.
-Não mesmo...
Eu disse logo e seguida.
-Tá, mas agora estou fazendo. Posso?
Ele falou levemente irritado. Eu sorri vendo sua feição um pouco enfezada e sem demora o respondi:
-Claro que pode. A propósito: eu amei.
A viagem seguiu tranquila, contamos um ao outro como tinha sido o nosso dia e não demorando muito ele estacionou o carro na frente de um restaurante lindíssimo. Todos os que ele já havia me levado eram lindos, mas aquele parecia ser diferente. O manobrista pegou a chave da mão de Hugo e nós seguimos para a recepção daquele fantástico lugar.
-Nomes, por favor.
Disse um senhor alto de meia idade vestido num terno lindo.
-Hugo Sampaio e Rafael Ferraz.
Respondeu Hugo com pressa. Ele olhou a lista de reserva e confirmando nossos nomes ele voltou sua visão para nós, e num sorriso comedido ele nos respondeu:
-Bem vindos a nossa casa. Sigam-me, por favor.
Assim que eu entrei naquele lugar eu fiquei alguns segundos parado olhando maravilhado aquele ambiente. Era tão lindo, elegante e sofisticado. Eu estava embasbacado com a beleza de cada detalhe daquele lugar.
-Amor, que lugar lindo.
Eu disse levemente afoito me ajeitando na cadeira.
-Que bom que gostou. -Eu demorei duas semanas para conseguir uma reserva aqui.
Eu o olhei emocionado e levemente curioso eu o rebati:
-É lindo amor... Mas porque essa surpresa?
-Relaxa, vamos curtir essa noite.
Eu sorri para ele em resposta e bebi do champanhe que estava em nossas taças. Aquela noite estava tão formidável, estávamos conversando sobre nós, sobre nossos planos, desejos e conquistas. Eu estava tão feliz ali ao lado dele e aquele lugar com aquela comida maravilhosa só fez tudo isso se multiplicar em milhões de sentimentos bons. Eu AMAVA aquele homem ali na minha frente, e eu sentia que dizer simplesmente “eu te amo”, já não bastava mais para o tamanho do amor que eu carregava dentro do peito. Cada célula do meu corpo sabia que eu pertencia á aquele homem, e cada célula o amava imensamente. Eu já não conseguia idealizar um futuro próximo sem tê-lo ao meu lado.
-Bom, eu imagino que você ainda deve estar se perguntando o porquê desse repentino jantar.
Disse ele me olhando fixamente. Ouvindo a brecha que ele tinha me dado eu rapidamente o respondi:
-Sim! Apesar de ter amado cada segundo, eu ainda não entendi o porquê disso tudo.
-É simples meu amor...
Seus olhos negros e brilhantes que eu tanto amava me fitavam com ternura, seus lábios estavam abertos e o seu sorriso estava ali, lindo como sempre. Ele mexeu por alguns segundos em seu bolso e de lá retirou uma caixinha aveludada. Eu pisquei repetidas vezes quando vi aquilo e instantaneamente o meu sorriso se abriu um pouco surpreso. “Será mesmo que ele faria aquilo?”. O meu coração se descontrolou naqueles instantes e eu senti minhas mãos ficarem mais úmidas tanto era o nervosismo bom que eu sentia. Busquei respirar a maior quantidade de oxigênio que podia e quando eu expirei ele continuou:
-Olha, eu fiquei horas preparando algo pra te falar nesse momento, mas nada em que pensava ou escrevia parecia bom o bastante, então decidi que deixaria o momento me guiar.
Ele tomou um gole generoso do seu champanhe e reunindo toda sua coragem ele continuou:
-Eu te amo Rafael e quero tê-lo ao meu lado para sempre. Eu sinto isso em cada pedacinho do meu coração. Eu não consigo mais me dar ao luxo de não te ter ao me lado, você se tornou em tão pouco tempo: essencial para mim. Você é hoje o maior motivo da minha alegria e o maior motivo do amor que sinto. Eu quero construir uma vida ao seu lado, eu quero poder realizar todos os planos que temos, eu quero ter a certeza que ao final dos dias que eu tiver você sempre estará lá, na nossa casa, me esperando, e mesmo que seja o contrário, eu não ligo, eu só preciso ter a certeza que te terei junto a mim a cada fim de dia.
Eu tinha uma chama interna dentro de mim, uma chama tão boa... E a cada palavra que Hugo dizia mais essa chama aumentava. Eu estava atônito ouvindo aquela declaração, TANTOS sentimentos fervilhavam em meu sangue e pareciam bombear com ainda mais força o meu coração. Estava sendo inexplicável aquele momento e talvez a única e palavra que pudesse descrevê-lo seria: AMOR. Ainda me olhando fixamente ele continuava:
-Rafa, você não faz ideia do quão é especial para mim. Eu sei que não vivo te falando isso diariamente, mas eu quero que você saiba que eu te amo desde a hora em que eu acordo até a hora em que vou me deitar, e ainda nos meus sonhos eu tenho o prazer de ter ali. Eu sei que parece loucura e que somos jovens ainda, mas eu sinto a certeza de que é você o amor da minha vida, então eu não quero mais adiar.
Ele olhou mais uma vez para a caixinha aveludada em sua mão e a abriu frente a mim, ali dentro tinha uma aliança de ouro branco com um discreto brilhante. ERA LINDA. As lágrimas de felicidade encharcavam os meus olhos e em mim era TANTO amor que tudo ali me travava a apenas chorar e sorrir ao mesmo tempo.
-Eu quero passar o resto da minha vida ao seu lado e por isso te pergunto: Rafael, você aceita se casar comigo?
Eu não conseguia dizer nada naquele momento e entre o choro de emoção eu balançava a minha cabeça positivamente para ele enquanto sorria. “OBVIO QUE EU ACEITO” soava alto em minha mente.
-Aceito! – o respondi rápido recuperando o fôlego – Claro que eu aceito meu amor. Eu te amo!
Ao ouvir minhas palavras ele tomou minha mão e deu um beijo terno nela. “MEU DEUS, QUE HUGO ERA AQUELE?”, e com TODA certeza eu estava mais apaixonado por ele, mais do quê eu se quer imaginei um dia estar.
Nossa volta para casa tinha sido tão rápida que eu nem percebi quando o carro já estava na garagem. Eu parecia estar flutuando, parecia estar vivendo um sonho. Eu tinha toda e completa certeza de que era Hugo também o homem da minha vida. Foi com ele que eu descobrira o real significado do amor entre duas pessoas, tinha sido com ele a minha primeira experiência de total entrega sexual e tinha sido ele todas as outras vezes com quem eu tinha transado. Era por ele que o meu coração batia tão forte aquela noite, então... Eu não tive duvidas: a gente se pertencia.
Subimos um pouco apressados, tanto ele quanto a mim, compactuávamos o desejo do conforto e da privacidade da nossa casa, eu queria poder beija-lo ferozmente sem ter a visão curiosa de outras pessoas, poder toca-lo e dar a ele muito mais do quê simples beijos rápidos.
Assim que chegamos em nosso apartamento eu segui direto para o quarto e quando abri a porta mais uma surpresa estava ali.
Toda a cama estava recoberta por pétalas de rosas vermelhas e o chão acompanhava a cama, os abajures estavam ligados e aquela luz menos intensa contrastando com toda a vermelhidão das pétalas naquele quarto, fez aquele lugar ficar lindo e super-romântico.
-Meu Deus amor, o que te deu hoje?
Eu perguntei o olhando vindo em minha direção.
-Gostou?
-Muito... Mas que horas você fez tudo isso?
Eu o perguntei tentando entender.
-Mais cedo enquanto me arrumava, por isso demorei um pouco.
Aproximei-me dele ainda mais apaixonado passando meus braços pelo seu pescoço e ali, me prendi a ele. Com delicadeza colei meus lábios aos dele e iniciei um leve beijo, era tão bom poder sentir minha boca colada a dele, nosso encaixe parecia ter sido feito por encomenda. Sua língua agora mais ávida parecia dançar com a minha e a nossa sincronia perfeita deixava tudo mais gostoso. Suas mãos firmes tomaram posição e se cravaram em minha cintura me colando ao seu corpo. Uma delas agora descia e subia pela extensão das minhas costas e com força ele me tomou de vez em seus braços. Eu sorri em reação e ele me tendo em seu colo me dava alguns beijinhos parado frente a nossa cama. Num rápido movimento ele me atirou sob a cama e como resposta do impacto do meu corpo as pétalas que ali estavam subiram pelo ar e depois caíram sobre mim.
-Você está parecendo uma obra de arte agora.
Disse Hugo sorrindo e me olhando com o seu desejo latente.
-Então pare de apreciar e toque em sua obra de arte.
-Minha?
Ele me perguntou com malicia.
-Só sua.
Eu respondi.
Ele desabotoou sua camisa sem pressa, parecia querer me provocar com todo aquele exibicionismo. A cada botão aberto, mais do seu corpo aparecia. Logo ele estava desnudo da cintura para cima e eu deitado na cama via aquele homenzarrão ficando pouco a pouco menos vestido. Sua mão desceu rápida até o seu cinto e com pressa ele o abriu e desabotoando sua calça ele a atirou para longe num movimento rápido. Ele continuou a me olhar e agora só de cueca ele desceu sua mão até o seu membro duro, grande e roliço que se escondia por de baixo daquele tecido fino e deu duas apertadas generosas ali enquanto sorria deliciosamente provocativo para mim.
-Você não imagina o desejo louco que eu tô para te comer.
Falou ele vindo em minha direção. Eu nada respondi, apenas sorri e deixei que ele viesse sobre mim. Suas mãos rápidas arrancaram a minha calça junto com a minha cueca e logo após ele tirou minha camisa me deixando agora completamente nu. Suas mãos passeavam por toda a minha pele e aonde ele tocava, dava logo em seguida alguns beijinhos e mordidas, parecia querer me amar e me destroçar ao seu mero prazer.
-Ahnnn.
Eu gemia baixinho sentindo o calor do seu toque e da sua boca passeando pelo meu corpo. Com velocidade ele me virou sob a cama e agora eu me encontrava totalmente a mercê dele. Mesmo com certa dificuldade pela posição eu ainda podia ver como os seus olhos famintos devoravam cada pedacinho do meu corpo e como sua rola pulsava bruta dentro daquela cueca, suas mãos grandes apertavam a minha bunda e ele desceu com pressa até aquele local.
-Isso aqui é lindo demais...
Falou ele admirado enquanto suas mãos abriam minhas nádegas dando a ele total visão da minha intimidade.
Ao dizer isso ele beijou minha nádega esquerda e lambeu de leve em direção ao meu orifício. Foi passando sua língua até chegar lá. Meu corpo todo se arrepiava com a quentura da língua dele na minha pele e quando finalmente senti a pontinha da sua língua tocar o meu buraquinho eu gemi involuntariamente. Ele tinha um domínio tão forte sobre mim e sobre o meu corpo, ele parecia sempre saber tocar no lugar certo e isso me fazia ficar cada vez mais mole em suas mãos.
-Tá gostando, amor?
-Tô adorando...
Ele deu um tapa em minha bunda como resposta fazendo o meu corpo todo receber um choque de puro prazer. Suas mãos me apertavam e ele seguia com a cara enterrada em mim, sua língua curiosa rodava através do meu anel e ele tentava penetra-lo a todo custo, mas o meu prazer era tanto que a musculatura involuntariamente se contraia impedindo a língua de Hugo de avançar mais a fundo.
Dando-se por vencido ele se levantou e me trouxe para perto dele, me deu um beijo voraz, quente, forte e totalmente luxurioso. Olhou em meus olhos fixamente e por alguns segundos passou o seus dedos pelos meus lábios. Com um sorriso sacana ordenou:
-Eu quero ver essa boquinha chupando o meu pau.
Em silêncio eu segui para fora da cama e ele se sentou próximo a mim, me ajoelhei entre suas pernas e com vontade peguei em minha mão aquele músculo quente sob a cueca, tirei de vez o pano que o prendia e como sempre: pulou em minha face aquela rola pesada, roliça e veiuda da qual eu conhecia muito bem. Aquele monte de pelos aparados exalava um cheiro de sabonete misturado ao seu cheiro característico de macho que me enlouquecia, o seu pau dava chicotadas no ar esperando a minha investida. Não parava de pulsar, parecia um cavalo indomável dando pinotes. Eu fiquei olhando aquela coisa linda ali na minha frente, todinha para a minha diversão.
-Chupa ele, vai!
Eu segurei firme bem no meio daquele pau e puxei a pele para trás devagarzinho, sua glande inchada e avermelhada aos poucos ficava exposta e o brilho que tinha me hipnotizava. Sem medo eu aproximei os meus lábios babados lentamente em sua vara e assim que o calor molhado da minha boca encostou-se ao membro rijo de Hugo, ele gemeu alto atirando sua cabeça para trás.
-Ahhh que delicia, caralho!
Não me importei com os gemidos a seguir e ia descendo e subindo por toda a extensão daquela rola com total dedicação do meu ser. Eu sugava saboreando cada centímetro, passava minha língua por sua glande e acariciava suas zonas mais sensíveis. Eu queria retribuir todo o prazer que ele causava em mim.
Pegando em sua rola com firmeza, eu comecei a masturba-lo lentamente. Hugo apenas me observava com sua cara de cafajeste enquanto eu o punhetava deliciosamente, como se o pau dele fosse à coisa mais especial do mundo. E naquele momento era.
Voltei com minha boca a sua vara e agora enquanto o masturbava, minha língua percorria por entre suas bolas quentes e pesadas.
-Issss, você não passa de um puto safado, não é?
Sorri com dificuldade enquanto tinha suas bolas em minha boca.
-Um putinho que me deixa completamente alucinado.
Ele completou.
Eu parei de chupa-lo e lentamente subi dando beijinhos por toda a extensão do seu corpo e quando cheguei em seu pescoço e dei uma leve mordida fazendo o corpo dele se arrepiar por inteiro em resposta.
-Posso te contar um segredo?
Ele disse com a voz um pouco abafada.
-Não existe um melhor momento.
Hugo me olhou fixamente e com o seu sorriso carregado de malicia, falou:
-Desde o primeiro dia em que te vi todo encharcado na minha frente...
Ele passou as mãos pelas minhas nádegas e as segurou carinhosamente.
-Naquele mesmo dia, eu desejei te foder loucamente.
-Você é muito safado.
Eu rebati sorrindo.
- Você que me deixa assim.
Seus braços fortes me puxaram para cima da cama e eu sabia o que viria a seguir e já me preparava para poder aguenta-lo. Suas mãos levantaram minhas pernas com velocidade e agora, eu estava aberto e entregue a ele. Seus olhos devoravam o meu corpo e ele parecia ter tanto desejo que o seu pau não parava de babar o seu liquido pré-gozo. Já lubrificado, ele encostou seu corpo mais próximo ao meu eu senti lá embaixo sua cabeça pedindo passagem por entre o meu músculo anal. Eu fechei os meus olhos e respirei profundamente tentando relaxar o máximo que podia para que ele entrasse em mim. E fazendo isso eu senti sua cabeça quente e inchada começar a me penetrar, eu não conseguia abrir os meus olhos e apenas ouvia os gemidos altos que Hugo soltava ao sentir cada vez mais o calor interno do meu corpo em sua vara. Centímetro a centímetro sua rola seguia anus a dentro e com dificuldade eu tentava ao máximo comporta-lo dentro de mim, o seu calibri era pesado, e era assim, pouco a pouco, que Hugo me preenchia.
Assim que seus pentelhos roçaram em minha pele lisa eu respirei aliviado sabendo que já o tinha completamente dentro de mim, meu anus ainda se acostumava com aquele homem o preenchendo e a dor ainda era aguda.
-Calma.
Eu o alertei num filete de voz.
Ele me olhava vitorioso vendo o seu pau atolado em meu anel e com vagareza ele começou a movimentar sua rola. O meu corpo pedia a todo instante que aquilo embaixo saísse de mim, mas eu sabia que em alguns instantes tudo aquilo valeria a pena. Suas metidas ainda lentas estavam ficando cada vez mais firmes e a cada segundo que se passava menos dor eu sentia e no lugar, vinha àquela sensação inexplicável de puro prazer.
Suas investidas agora estavam fortes e rápidas do jeito que ele queria, suas mãos cravadas em minha cintura me puxavam ao encontro de sua rola com mais intensidade e ele me olhava se deliciando de cada sensação que o meu cuzinho proporcionava a ele. Nenhum resquício de dor eu sentia mais, sua rola entrava tão majestosa dentro de mim que eu parecia subir um nível a cima para todas as vezes que ele atingia lá dentro o meu ponto g.
-Ahhhhh, que cuzinho gostoso... E só meu!
Ele continuou a meter imponente e enquanto metia, completou:
-Diz, vai... Fala para mim que você é só meu.
Eu o olhei com dificuldade tomado pelo prazer que ele causava em meu corpo e gemendo entre as palavras eu afirmei:
-Eu sou seu. Só seu!
Seu sorriso se abriu em seus lábios e agora ele me fodia com toda sua intensidade. Nossos corpos se chocavam e misturavam os nossos suores com o impacto, nossos gemidos circulavam por aquele quarto e ele se entregava a mim da mesma forma em que eu me entregava a ele. Eu estava num limite tão alto de prazer que sentia que meu corpo se desfaleceria a qualquer instante e ele agora parecia estar mais quente. Foram apenas mais três estocadas. Seu corpo parecia estar recebendo descargas elétricas, seu pau dentro de mim pulsava com força e em seu rosto o seus dentes semisserrados pareciam estar segurando no limite da força o gemido que ele tinha. Suas estocadas eram tão magníficas que apenas cosegui dizer de olhos fechados:
-Você é perfeito Hugo. Você é perfeito.
Depois disso veio a terceira e ultima bombada, foi tão colossal que mesmo ele me segurando pela cintura, eu ainda fui empurrado para junto dos travesseiros pelo impacto.
-AHHHH, QUE DELICIA CARALHO! Que cuzinho gostoso da porra.
Dizia ele totalmente afoito e com a respiração descompassada enquanto ainda metia em mim lentamente se deliciando por ter acabado de gozar e de me encher com sua gala. Eu sentia tanto prazer ainda que quando me analisei mais atentamente percebi que tinha gozado também. Ele me olhava satisfeito, como se tivesse conseguido tirar a gota mais pura de prazer que eu podia sentir, e ele estava certo. Eu não precisava transar com outros caras para saber que ele era o único que me fazia sentir tudo aquilo.
Finalmente ele deitou “morto” ao meu lado e ainda procurando controlar sua respiração ele me disse:
-Eu te amo pra caralho, Rafael.
Eu sorri ou ouvir aquelas palavras e com um sorriso gigante em meus lábios eu o respondi.
-Eu também te amo muito, meu esposo.
Continua...
Meus queridos leitores, segue ai mais um capitulo dessa história que já vai chegando ao final. Espero que tenham tido uma boa leitura. Espero que votem, comentem e digam o que sentiram.
Eu demorei a postar esse capitulo porque ele diferente dos outros se estendeu um pouco, está praticamente o dobro de tamanho, espero que a leitura não tenha ficado enfadonha, mas é que eu não podia dividir esse capitulo por achar que a história não ficaria corrida.
Enfim, é isso. Adoro vocês!
Nayarah: Pegadinhaaaaa, o pai do nosso Hugo não apareceu. Kkkkk. Mas sim, maravilhoso as famílias os apoiarem. Muito obrigado por sempre acompanhar querida. Um beijo!
Valtersó: Muito obrigado por sempre acompanhar querido. Um beijo!
Geomateus: Muito obrigado por sempre acompanhar querido. Um beijo e um abraço!
Sharon: Pegadinhaaaa, pai de Hugo não reapareceu. Kkkkkkkkkk.
Muito obrigado por sempre acompanhar querida. Um beijo!
Healer: kkkkkkkkkkkkkkk. Adoro teus comentários. Muito obrigado por sempre acompanhar querido. Um beijo!
Greader: Muito obrigado por sempre acompanhar querido. Um beijo carinhoso.
Guardian: Muito obrigado como sempre pelas palavras meu querido. E eu tbm acho que nutro um sentimento parental por ti. Kkkkkkk. Muito obrigado por sempre acompanhar querido. Um beijo!
Abduzeedo: Achei seu comentário forte e necessário, acho que poucas pessoas notaram isso. Fico feliz que pelo menos você notou. Muito obrigado por sempre acompanhar querido. Um beijo!
Beijos,
Little Boy.