O Madame Satã era um lugar fantástico.
Foi uma das casas de espetáculo das mais badaladas de São Paulo durante quase duas décadas e depois prosseguiu, ainda que com menos glamour, até hoje, tendo passado fechado alguns períodos.
Ligado ao underground, seu palco testemunhou as primeiras apresentações de Ira, Titãs, Ratos de Porão e tantas outras bandas paulistanas. Embora eu não esteja escrevendo para falar do Madame Satã, preciso apresentar o lugar para que o nobre leitor entre no clima.
Primeiro quero deixar bem claro que não tinha nada de satanismo... Era só um nome pra chocar a sociedade.
O nome “Madame Satã” tinha a ver com transgressão... Como no nosso mundo as “Primeiras Damas” costumam coordenar eventos sociais e festas na hight Society, no inferno não seria diferente. Enquanto o Sr. Satanás se ocupava de coisas mais sérias, a madame promovia festas. E que festas!
O Lugar é um casarão dos anos 20 ou 30, situado na rua Conselheiro Ramalho, no coração de São Paulo. Da entrada você descia uma escadaria para o porão, que prefiro chamar de calabouço, onde ficava um "jardim de inverno" sem plantas, os banheiros unissex à esquerda e a pista de dança. Num dos cantos dessa pista, sob as escadas que levavam de volta ao nível térreo ficava a cabine do DJ, de onde meu amigo Osvaldo, que apresentei no conto "A casada que eu ganhei de presente", comandava a festa. Subindo as escadas havia o bar e um palco onde aconteciam performances e shows, o espaço para a platéia dos shows, todos de pé, que virava uma pista de dança também.
A decoração sempre mudava. Houve uma festa em que a garçonete, uma ninfeta deliciosa, estava vestida de Joana D’arc, com armadura e tudo, de lata, mas só na parte de cima. Da cintura pra baixo ela trajava uma cinta liga e meias 3/4. Noutra noite havia uma estátua Vênus de Milo no “jardim de inverno” e parecia destoar da decoração, mas ela chorava sangue. Coisas como uma piscina inflável cheia de água ou uma cama largada no meio da pista de dança são exemplos de coisas que aconteciam naquela casa locassa. Era frequentada principalmente por punks góticos, mas gente de todas as tribos aparecia por lá.
Meu amigo DJ colocava a gente pra dentro de graça e isso fazia muita diferença visto que dinheiro era artigo raro pra nós universitários.
No dia que acontece a estória que vou contar eu tinha ido meio que “fantasiado” ... Tinha passado na casa do Osvaldo junto com a galera que ia em bando pro Madame e ele implicou com minha roupa.
-“Tá muito mauricinho! Veste isso aqui”, Disse ele me jogando uma jaqueta de couro, uma camiseta da banda "The Cult" e um coturno. Vesti a “fantasia” de gótico, enchemos a cara num boteco em frente e entramos pra farra. Acho que a gente fumou alguma coisa também. Vez ou outra a gente fazia isso antes de ir pra balada.
O fato é que chapei o coco legal em meio às notas musicais de guitarras psicodélicas, fumaça de gelo seco no chão e o ambiente sugestivo. Até dancei um pouco na hora que tocou uma música dos Ramones, logo eu que sou uma negação pra dança... Mas dar botinada no ar e pular não exige muito talento.
Se eu já estava chapado fiquei sem rumo quando ela entrou na pista.
Tinha cerca de 1,60, a pele branquíssima (porque não gostava de sol como descobri mais tarde) e os cabelos ruivos. Os olhos eram negros como a noite, talvez por que realçavam com a pele branca. Tinha cílios longos e lábios carnudos cobertos por batom preto. Estava vestida com uma jaquetinha de couro, mini saia preta, meias de redinha e botinhas. Usava uma “coleira” preta (não sei o nome daquele colar que é uma faixa preta colocada no pescoço). Era muito bonita e talvez ficasse mais bonita ainda com outro tipo de maquiagem e roupa, mas aquela vestimenta deixava-a super gostosa, uma verdadeira máquina de levantar rola.
Entrou de boas e começou a “bailar” muito devagar ao som da música, “Lips like sugar” da banda “Echo & the Bunnymen”. Acho que minha piração teve a ver com o fato de que a letra da música descrevia mais ou menos o que eu via na minha frente. Como na letra, ela entrou suave como um cisne em águas calmas, parecia flutuar na pista, sobre nuvens de gelo seco, fluía como um rio, parecia me convidar para curtir com ela o luar no jardim de inverno... parecia tão ao meu alcance, mas eu tinha a impressão que se me precipitasse ela iria para outras margens. E as notas da guitarra fazendo meus pensamentos confusos ecoarem por microssegundos que pareciam horas. Era tudo isso ou somente os alucinógenos me fazendo pairar no tempo.
Ela dançou várias músicas, mas só me lembro de mais uma além da que descrevi acima, que foi a música “Rain” do “The Cult”, que fala do calor de uma paixão que incinerava seu corpo e do alivio pela iminência da chuva. Não sabia se a chuva viria me refrescar aquela noite mas eu queria e precisava abrandar o calor que queimava meu corpo em ver aquela vampira gótica dançando, seduzindo, me arrastando para sua catacumba.
Tudo isso eu ouvia e via na minha frente e resolvi tomar uma atitude.
Meu camarada Osvaldo tinha uma opinião muito forte à respeito dos góticos e das góticas:
-Esses caras são todos uns peida-na-tanga e as góticas estão sempre no cio. É só escolher uma e pegar pra você – Ele dizia.
E foi isso que fiz. Cheguei lá e peguei ela pra mim.
Nosso primeiro contato foi um beijo na boca e ficamos ali, eu abraçado por trás com ela, nos beijando. Nossas primeiras palavras foram sei lá quantos minutos depois e foi algo como “vamos pegar alguma coisa no bar”.
Quando passei com ela pelo cockpit do DJ o sem noção do Osvaldo gritou de lá de dentro:
-Aê! Vai passar a linguiça numa gótica hoje! – E rachou o bico.
Fiz que não tinha sido comigo e torci pra ela não ter ouvido. A gente achou por sorte um lugar no disputado balcão do bar e ficamos lá conversando. Gritando, na verdade, porque o barulho da música e das pessoas falando tornava impossível uma conversa decente.
O nome dela era Moira, tinha 21 anos e estudava jornalismo na Cásper Líbero. Ela me falou da merda que era o mundo, que as pessoas só queriam se matar e ficar ricas e que a humanidade não tinha futuro. Disse que tinha bebido e cheirado antes de sair de casa e tinha fumado um pouco antes de entrar no Madame e isso a tinha deixado cheia de tesão e queria encerrar a noite fazendo amor.
“Olha aê...” – pensei eu.
Falei do meu abatedouro favorito da região, o hotel Love Story (lógico que não com essas palavras) e ela aceitou imediatamente porque queria sair de lá.
Saímos para a rua e descemos parte da Conselheiro Ramalho e viramos à esquerda na primeira rua pra descermos a Rui Barbosa, toda decorada com enfeites de natal. Faltava uma semana para o natal, mais ou menos. Todas aquelas luzes me fizeram lembrar da obra de Cleveland Amory, "O gato que veio para o Natal" e pensei se aquela vampira seria tão significativa nainha vida como foi o felino recolhido pelo autor numa noite fria de New York. Ela se agarrava em mim e ríamos muito por qualquer coisa. Normalmente casais góticos andam bem taciturnos então nossas gargalhadas destoavam. Eu estava ansioso para chegar no hotel. Ela parecia a inconsequência em pessoa e só queria se divertir antes que o fim do mundo chegasse.
Entramos e a primeira providência dela foi ligar pra recepção e pedir mais bebida.
A segunda foi tirar minha rola pra fora e chupar. Ela se ajoelhou diante de mim e me abocanhou com gula.
"Isso que é vampirismo sadio" - pensei, curtindo que a noiva do drácula essa noite seria minha.
Eu, que arrancava minha jaqueta de couro, fiquei imobilizado por aquela mulher linda, de joelhos diante de mim, me chupando com paixão. Segurei nos cabelos dela e curti as sensações que ela me provocava enquanto ela chupava e olhava para cima com seus olhos escuros como a noite. Ela prendeu a chapeleta em seus lábios carnudos e brincava com lingua por baixo, no freio da glande enquanto movia mão ordenhando a rola com suavidade. Depois descia a boca até embaixo, voltava e repetia o processo. Ela estava me deixando louco com isso e acho que não ia demorar gozar se não tívessemos sido interrompidos.
Ouvimos barulho na janelinha com bandeja giratória, sinal de que tinha chegado o pedido dela. A campainha soou confirmando isso e ela parou de chupar e subiu beijando meu umbigo, minha barriga e minha boca. Ficamos nos beijando um bom tempo enquanto eu tirava a roupa dela, deixando à ao final apenas com a cinta liga e as meias presas a ela. Sentei-a na cama e peguei o coquetel que ela tinha pedido.
Tirei meu coturno enquanto ela bebia. Depois, tirei a taça das mãos dela e a deitei na cama. Retribui a chupada que ela tinha me dado.
Ela tinha uma bucetinha linda, muito branca e com lábios rosados, totalmente lisa, exceto por um chumaço de pelos que ela caprichosamente deixava na pélvis, quase na barriga. Ela se entregou totalmente às minhas carícias, se abrindo, me puxando, gritando como uma gatinha no cio. Eu sentia claramente quando o êxtase chegava e partia e sabia que ela estava revirando os olhos mesmo sem olhar para o rosto dela.
Subi e comecei mamar lhe os seios enquanto procurava me encaixar dentro dela. Ela me auxiliou se posicionando e depois puxando minha cabeça e me olhando nos olhos enquanto eu entrava dentro da bucetinha dela, quente, úmida, desejosa. Nos beijamos enquanto eu entrava e saía e ficamos assim por muitos minutos e eu sentia o desespero dela quando a sensação chegava, deixando a toda arrepiada. Quando percebi que ia ejacular tirei meu pau para fora e ela o massageou até ele derramar toda minha porra sobre a barriguinha dela. Me toquei então da loucura que eu estava fazendo em transar sem camisinha, mas já estava feito e felizmente não houve problemas.
Fomos tomar um banho, ela levou seu coquetel pra banheira de hidromassagem e deixou na borda, sempre ao alcance das mãos. nos acariciamos o tempo inteiro. Meus dedos procuravam pontos sensíveis na pepéca dela, meus lábios procuravam seu pescoço, sua boca, sua orelha. Acabamos nos encaixando ali, dentro da banheira, sentados de frente um para ou outro e transamos com os jatos de água quente açoitando nossos corpos. Ela chupava meu pescoço, como uma vampira e as vezes mordia de leve, como que se controlando para não cravar os dentes com força. Não cheguei a ejacular. Me resguardei porque aquela vampira tinha muito fogo pra ser apagado e como eu tinha usado canabis mais cedo temia que faltasse água na minha mangueira. Diferente dela, eu não achava que drogas aumentassem o tesão, pelo contrário.
Saímos da banheira e eu enxuguei o corpo branquíssimo pela falta de sol, maculado apenas por uma tatuagem com motivos mórbidos, como criaturas noturnas, lápides e o que parecia ser o rosto de algum vocalista de banda que não pude identificar.
Antes que ela subisse na cama eu a segurei pela cintura e inclinei seu corpo para frente, deixando à de quatro com os pés no chão e mãos na cama, expondo sua bucetinha. Alisei a entrada com a cabeça da minha rola e comecei penetrá-la fazendo-a arfar de prazer e se entregar totalmente, derrubando seu corpo no colchão e mantendo a bundinha inclinada, facilitando a entrada na pepéca branquela e rosada.
Ahhh Que saudades das sensações, do vai e vem que me amolecia as pernas, dos gemidos e gritos altos da vampira, rendida sob meus afagos. Eu entrava até o fim e a puxava contra mim, querendo que durasse para sempre aquele calor na minha glande. Fodia como se fosse o ultimo dia antes do apocalipse.
Retirei meu pau e encostei na entradinha do ânus dela. Comecei empurrar e ela não protestou. Pelo contrário, deu um gemido de ansiedade e facilitou minha entrada. Fui ao fundo, atento aos sinais do corpo dela. Não havia sinal de dor, só de desejo e comecei entrar e sair. A bunda toda branquinha, exceto pela rodinha do ânus, me aceitava e parecia pedir cada vez mais. Empurrava e puxava num ritmo lento e constante e ela me incentivava com gemidos e gritos de pura lascívia.
Ela empinava o bumbum, de bruços na cama, enquanto eu martelava sem parar sobre a bunda dela. Continuei alucinado e cada vez mais rápido até que gozei uma quantidade enorme de porra, como não achava que fosse possível para uma segunda transa na mesma noite. Me esticava como um lobo ao luar... Ao tirar minha rola do rabo dela, um caldo branco escorria pra fora. Parei, e me deitei ao lado dela mas ela continuava incansável, mordiscando meus mamilos, beijando meu peito e, chegando no meu pescoço, deu uma mordida forte que foi difícil para eu resistir sem afastá-la. Ela continuou me beijando e chupando meu pescoço até que aquietou e dormiu com a cabeça sobre o meu peito. Acordamos algum tempo depois e tomamos um banho. Eu a chupei por vários minutos, ela na posição frango assado, coisa de 30 minutos ou mais, enquanto eu tentava que meu pau ganhasse força mais uma vez. Quando ganhou, a penetrei naquela posição e foi uma das fodas mais longas e mais gostosas que tive na vida. Eu simplesmente não gozava e meu corpo já estava encharcado de suor que escorria em bicas. Sorte dela porque com minha demora ela teve vários momentos de prazer alucinante, e gritou tanto que ficou rouca.
Tenho certeza que os gritos dela vazavam pelas paredes e incentivavam outros casais nos quartos ao lado. Descansamos ouvindo músicas no walkman dela, colocado em som ambiente até que a bateria acabou. Devia ser umas quatro da manhã quando ela disse que queria ir embora. Tentei convencê-la a ficar mais, mas ela queria chegar em casa antes do sol nascer. Assim nós saímos do hotel e andamos felizes pela madrugada até o prédio dela, na rua dos Ingleses. Voltei para o Madame onde a festa continuava animada. O porteiro liberou minha entrada e fiquei lá até amanhecer o dia, para ajudar meu amigo DJ levar as coisas dele pra casa. Foi ele que reparou no meu pescoço:
- Caralho, ô morcego! Você deixou a vampira chupar seu sangue!
Coloquei a mão no pescoço e havia um filete de sangue ressecado, que tinha escorrido da mordida da Moira.
Naquele tempo, nos filmes de vampiros, quando eles saiam no sol, eles queimavam e viravam pó. Não era como nos filmes de hoje que eles brilham feito purpurina e queimam só a rosca.
Confesso que temí sair no sol e virar poeira, últimos resquícios do alucinógeno usado no começo daquela noite, eu acho, mas realmente temi que tivesse virado um vampiro e isso me pareceu muito possível!
Foi uma aventura fantástica, como um sexo casual sempre é.
Mantive contato com ela durante algum tempo e saímos algumas outras vezes, mas nunca igualamos a loucura que foi a nossa primeira vez embora ela sempre me mordesse no pescoço para me tirar sangue.
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