Meu nome é Braum, sou moreno, pele bem branca, 1,75m e com um físico normal. Atualmente tenho 22 anos e tudo começou no ano de 2016 em outubro. É o meu primeiro conto aqui, espero que gostem. Boa leituraDepois de um longo tempo sem andar de patins por causa dos estudos para os concursos, fui para uma pista de patins que costumava encontrar sempre meus amigos. Chegando lá vi um cara, moreno com a pele bem branquinha, um penteado com topete, uma tatuagem no braço, corpo bem definido e da minha altura (1,75m). Ele estava treinando nos cones que eu tinha comprado um tempo atrás, mas tinha deixado com uma amiga porque eu não iria mais usá-los até concluir o preparatório.
Cheguei com ele e perguntei "Esses cones são seus?" e respondeu que não, que tinham deixado com ele porque tinha começado a jogar há pouco tempo. Eu, sem perceber, observava atentamente a ele falando, na sua boca, seus lábios se movendo e pensei "Que cara interessante". Eu então perguntei se podia treinar com aqueles cones (sem falar que eram meus) e ele disse que podia sim, que iria correr um pouco.
Alguns minutos depois chegou um colega meu, Rodrigo, que não via fazia um tempão e continuava do mesmo jeito, alto, uns 1,85, corpo normal, negro, com uma pele marrom-claro. Lembrei que 1 ano atrás eu tinha ficado uma vez com ele na minha casa e que ele tinha tentado ficar comigo de novo, mas eu sinceramente não tinha gostado nada e sempre recusava até que um dia ele parou de pedir e ficamos sem nos falar por falta de assunto mesmo já que só nos víamos na pista. Logo aquele carinha que eu tinha conhecido chegou e foi quando eu vi que foi o Rodrigo que tinha dado os cones pra ele treinar. Rodrigo foi correr o ficamos nós dois nos cones. Eu cheguei e me apresentei porque não tinha feito isso ainda. Ele disse então que se chamava Caio. Conversamos um pouco e logo depois chegou um amigo meu, Marcos, e descobri que os dois eram amigos, cursavam enfermagem e estudavam na mesma sala. Ele me deu um abraço, não nos víamos fazia um bom tempo também e que era uma surpresa eu ter aparecido por lá. Marcamos de no dia seguinte irmos para uma orla pela manhã patinar por lá e o Caio também iria. Rodrigo apareceu e também foi convidado. O treino continuou normalmente, e de vez em quando eu olhava para o Caio, estava gostando dele. Na mesma noite eu resolvi patinar sozinho pelas ruas e acabei deslizando em uma ladeira. Ralei bastante minha panturrilha direita e fui pra casa depois disso.
No dia seguinte fui cedo pra orla encontrar eles. Eles viram minha perna e eu expliquei o que tinha acontecido. Tomamos café que levamos e depois fomos para a pista de skate aquecer um pouco. Em uma das descidas eu acabei caindo de novo (tinha passado meses sem patinar) e bati aonde tinha ralado na noite passada. Começou a sangrar e fui me sentar. Caio chegou comigo e pediu pra eu estender a perna no colo dele. Ele tirou um soro da mochila e lavou o ferimento com uma gaze. Marcos veio ver como estava e Rodrigo ficou sentado longe. Marcos logo comentou “Esse Rodrigo tá se isolando todo hoje”. Caio fez um curativo, me estendeu a mão e me ajudou a levantar. Fomos pra rua passear e aproveitar. Eu comecei a conversar com ele sobre o ano que eu tinha cursando enfermagem antes de voltar para essa cidade e logo estávamos conversando bastante. Marcos estava tranquilo, ouvia a conversa e comentava de vez em quando, já Rodrigo mal ficava do nosso lado, e lembrando agora, ele estava incomodado com a gente, mas na hora não percebi. Assim que descemos a primeira ladeira, Rodrigo disse que já ia embora. Continuamos patinando e Caio disse que iria mostrar como patinar de costas e eu disse que iria também, contei “3, 2, 1!” ele estava na minha frente e assim que viramos, ele caiu e eu acabei caindo por cima dele, começamos a rir muito, e Marcos ria da nossa cara. Eu percebi então que estava gostando de verdade do Caio. Após alguns dias eu cheguei com o Marcos e falei “Cara, eu preciso te contar uma coisa. Eu acho que estou gostando do Caio.” Ele riu e perguntou se eu era gay e eu falei que sim. Ele ficou meio sério, sem acreditar de primeira e depois disse que estava tudo bem, que não tinha problema com isso. E eu sabia que era verdade, ele não era do tipo que ligava para essas coisas. Mas logo depois ele disse “Olha, eu acho que o Caio não gosta de homens, desculpa. Eu até já o vi ficar com umas garotas e uma vez emprestei meu AP pra ele levar uma lá.”. Eu fiquei meio desanimado. Conversava com o Caio pelo whatsapp até de madrugada e estávamos nos dando tão bem. Rodrigo, no dia seguinte mandou uma mensagem pra mim perguntando “Você e o Caio já ficaram, né?” e eu não entendi e disse que não, que tinha acabado de conhecer ele. Ele então me falou que tinha planejado de os dois acamparem por uma noite em uma cidade aqui perto e que estava gostando do Caio fazia uns meses e queria contar pra ele. Eu então disse que ele deveria ir fundo, que eu não gostava do Caio e que éramos apenas amigos. Eu menti , sei disso. Se fosse pra acontecer, que acontecesse. No fundo me incomodava porque o Caio era o primeiro homem que eu estava gostando de verdade e não era só aquela vontade de transar. No fim de semana que os dois foram sair, eu também saí com uma amiga pra um acampamento. Nessa noite de sábado, Marília Mendonça estava gravando o primeiro DVD dela aqui na cidade e eu nem sabia quem era essa mulher até um tempo depois.
Passado o fim de semana, na segunda-feira, Rodrigo me manda uma mensagem dizendo que os dois tinham se beijado. E eu senti uma dor no peito e na garganta porque era como se eu tivesse deixado o primeiro cara que eu gostava passar por entre meus dedos. Lembro que chorei, eu tinha 20 anos, Caio, 25 e Rodrigo, 26. Mas eu tentei não ligar. Uns dias depois eu fui treinar no parque aonde fica a pista de patins e Rodrigo estava lá. Eu perguntei como os dois estavam e ele disse que o Caio não tinha tocado mais no assunto desde que voltaram e que no dia anterior ele falou que queria apenas que os dois continuassem sendo amigos. Eu então disse que entendi e não falamos mais sobre isso. Uns dias depois eu falei pro Caio que iria treinar nos cones lá no parque e ele disse que iria também. Chegando lá eu estava animado, patinar dá uma sensação muito boa de liberdade e eu tinha a oportunidade de treinar o Caio já que eu sabia umas coisas a mais. Rodrigo chegou um tempo depois com um amigo e foram lá com a gente, disse que não tínhamos chamado ele, mas eu não sabia se era uma boa ideia chama-lo então disse que tinha sido em cima da hora.
Como Rodrigo estava com um amigo e Caio não conhecia ninguém no parque, fiquei com ele a maior parte do tempo. Uma hora chamei ele pra irmos beber água no outro lado do parque já que o bebedouro de lá tinha sido removido pra manutenção. Ele aceitou e fomos patinando até lá e ainda demos umas voltas na rua, fomos duas vezes lá. Voltando para a pista pela segunda vez, Caio foi se sentar e eu fui dar umas voltas. Logo vi o Rodrigo correndo pra cima de mim e me perguntou com uma raiva bem aparente olhando nos meus olhos “Aonde vocês dois estavam?!”, eu entendi que tínhamos demorado mesmo, e respondi com calma o que tínhamos ido fazer. Ele então falou “Engraçado, porque eu chamei ele pra ir beber água comigo logo antes de vocês sumirem e ele disse que não estava com sede e vocês já foram lá duas vezes!” eu disse que não foi proposital, que ele estava com um amigo então não vi problema algum.
Antes de irmos embora, sempre fazemos um rolê de despedida pela avenida que fica bem próxima. Chamei uns amigos que estavam lá no parque porque já eram 20:30. Ficamos em um grupo de seis pessoas incluindo o Caio, Rodrigo e eu. Descemos nós cinco juntos a primeira ladeira e Rodrigo ficou pra trás. Eu mais um amigo esperamos até ele descer porque temos que cuidar uns dos outros quando estamos na rua. Ele logo apareceu e desceu com tudo. Quando passou por mim falou “Cadê o teu amiguinho? Não vai ficar lá com ele?” e foi embora. Cheguei com o Caio como se nada tivesse acontecido e ele falou “O Rodrigo tá muito estranho hoje.”.
Eu decidi que precisava contar pro Caio o que estava acontecendo, que eu gostava dele e que o Rodrigo estava agindo assim por minha causa, por saber disso. Eu sabia que era melhor ele saber e se afastar de mim do que ficar na amizade e me machucar com isso. Sentimentos são complicados. Eu mandei uma mensagem pro Caio desse jeito “Quer vir almoçar aqui em casa amanhã? Meus pais estão viajando e eu faço um churrasco pra gente aqui. Também estou afim de conversar contigo e explicar o que aconteceu ontem.”. Ele aceitou e veio. Fizemos o churrasco, comemos, jogamos e foi bem divertido. Eu então não podia enrolar mais e comecei a contar o que estava acontecendo. “Caio, eu gosto de ti.” E ele me interrompeu e disse “Eu também gosto de ti.”, eu ri e continuei “Eu gosto de ti de outra forma...” E expliquei a raiva do Rodrigo no dia anterior. Ele então falou no final “Eu entendo.” E para não ficar aquele silêncio chato eu logo falei “Vamos jogar Clash Royale? Me ensina aí como tu joga.”. Jogamos um pouco e ele foi embora. À noite ele me mandou uma mensagem: “Eu também gosto de você daquela forma. Não consegui falar na hora aí contigo.” E eu não acreditei que era do mesmo jeito e cheguei a pensar até que ele tinha se confundido. A gente não consegue acreditar nisso depois de tanta coisa. Eu então marquei de irmos dar uma volta na noite seguinte depois da faculdade dele pra conversarmos e esclarecermos isso de vez.
Nós não conseguíamos tocar no assunto, tomamos um milk-shake enorme sem falar nada. E depois fomos para uma praça e sentamos em um banco. Eu então falei “Quer dizer que você gosta de mim?” ele riu, disse que sim e eu ri também. Eu ficava olhando-o e ele desviava o olhar, estava com vergonha. Uma hora então ele me olhou e disse “Ei” e entendeu a mão pra mim por de trás do banco. Eu então estendi minha mão e segurei a dele. Fiquei sentindo o calor sem acreditar no que estava acontecendo. Ele então falou “Melhor a gente ir embora, tá tarde.” E perguntei “Não quer ir lá pra casa amanhã? A gente faz aquele churrasco de novo e conversa mais um pouco.” Ele falou que queria, sim. E assim terminamos a noite.
Era uma quarta-feira e ele já tinha chegado, eu disse pra me ajudar a assar a carne e não conseguíamos tocar na conversa da noite passada. Eu estava na beira da churrasqueira e ele sentado em uma cadeira próximo a mim. E no meio de uma conversa ele se levantou e me abraçou. Eu me senti tão bem, tão feliz e era inacreditável ao mesmo tempo. Ele então afastou o rosto e nos beijamos pela primeira vez.
A carne ficou pronta e fomos almoçar. Depois fomos para o sofá aproveitar um ao outro.
Hoje ainda estamos juntos e eu amo esse cara. Amo de verdade.