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Chegamos na fazenda e minha querida mãe me esperava de braços abertos. Girei com ela no ar e ganhei beijos no meu rosto que me fez lembrar de quando eu era menino.
O colo de minha mãe nunca foi tão acolhedor. Meu pai claro, sempre muito ciumento, passou e fez questão de brincar com minha altura perto de minha pequena rainha com apenas um metro e cinquenta e cinco. Rimos muito dela me segurando e me levantei tropeçando no Ricardo que me segurou e agradeci a gentileza.
Ele entregou as flores, ela agradeceu a gentileza e o abraçou. Era difícil olhar pra ele sem se lembrar da Yoiô. Ele era a cópia fiel da mãe em todos os sentidos.
Seu Otaviano vinha correndo das cocheiras e quando viu o filho, chorou feito criança. Se abraçaram, e seu Otaviano encheu o Cado de beijos. Vendo aquela cena, meu pai os olhava certamente imaginando desnecessário tanto carinho. Então me lembrei que ele sempre foi muito carinhoso comigo quando eu quera menino, mas depois dos meus quinze anos, ele meio que se afastou.
O patrão levou o Ricardo pro quarto e fiquei na sala com minha mãe. Perguntou se eu estava bem, por causa do bendito avião e me fiz de bobo.
ㅡ estou ótimo! Nem me desesperei.
ㅡ mentiroso!
ㅡ credo, mãe! Não acredita em mim?
ㅡ não! Vou perguntar pro Ricardo.
ㅡ misericórdia! Quase me borrei todo! Satisfeita?
ㅡ medroso! Kkkkk
ㅡ rindo de mim? Poxa vida!
Ela me fez deitar com a cabeça em seu colo e me fazia carinho. Senti tanto a sua falta. Ela sempre me fazia sentir a pessoa mais importante do mundo.
Perguntei o quê faria de almoço e sorrindo disse que estava preparando frango caipira com polenta, arroz, macarronada e salada.
Fiquei com minha rainha na cozinha, até que o Ricardo e o pai saíram do quarto e nos fizeram companhia.
Por causa do feriado, seu Otaviano decidiu fazer uma espécie de luau pros funcionários, com direito à cantoria, comida e bebida.
Meu pai me chamou pra ir com ele buscar o resto da lenha para fazer uma pequena fogueira e fomos até o galpão
No caminho perguntou se eu estava namorando. Revirei os olhos sem que ele percebesse e tentando mudar de assunto, perguntei se a mãe estava bem de saúde pois parecia mais magra que da última vez que a vi. Fiquei preocupado.
ㅡ sua mãe está bem. Sempre vai ao médico fazer aqueles exames que as mulheres fazem. Ela deu uma emagrecida porque a produção de queijo aumentou e mesmo com ajuda, fica algumas horas sem comer, mas ela está ótima. Fica tranquilo.
ㅡ ah, que bom!
ㅡ como está se dando com o Ricardo?
ㅡ bem. Conversamos muito durante esses anos que fiquei na Capital. Sempre por chamada de vídeo. Ele é gente boa.
ㅡ bom que ficaram amigos. Além do mais, ele te emprestou aquele apartamento e foi muito bacana da parte dele.
ㅡ foi mesmo. Como está a cachoeira?
ㅡ linda como sempre. O patrão abre as porteiras todos os fins de semana pro pessoal da cidade. É uma festa.
ㅡ vou chamar o Ricardo pra ir lá depois do almoço.
ㅡ vão sim. Eu vou com o Otaviano na cidade e sua mãe vai junto. Está faltando bebida pra hoje a noite e ela precisa comprar umas coisas aqui pra casa.
ㅡ tudo bem. Já chega de lenha? Carrinho está cheio.
ㅡ acho que está bom.
Descarregamos a lenha e o patrão veio conversar comigo. Me pediu um abraço e perguntou como eu estava e, se eu estava precisando de alguma coisa.
Me levando um pouco mais longe de casa, disse que estava feliz com o Cado e eu sermos amigos e perguntou o quê eu tinha achado da surpresa que ele me fez.
ㅡ acho que seu filho queria me matar do coração. Eu mandei uma mensagem pra ele e me disse que estava chegando em casa e era pra eu esperar. Aí a campainha toca e quando abro a porta...bam! Era o Cado, bem na minha frente. Quase morri. Kkkk
ㅡ ele me disse que você ficou feliz...
ㅡ fiquei mesmo! Ainda nem acredito que ele voltou pra ficar. Eu queria agradecer o senhor por toda ajuda. Devo muito ao senhor. Muito obrigado.
ㅡ tudo que faço por você é de coração. Nunca vou me esquecer de quando veio até mim naquela lanchonete. Você só tinha catorze anos, mas era tão decidido.
Sabe, onde quer que nossa Yoiô esteja, deve sentir muito orgulho de você. Sei que nunca te agradeci por sempre estar ao lado dela naqueles momentos, mas não foi por falta de reconhecimento. Passei muitos anos querendo não me lembrar de tudo que aconteceu e você faz parte de nossas vidas. Falar dela contigo ou com qualquer pessoa, doia demais. Hoje posso te olhar e dizer muito obrigado. Eu teria muito orgulho de ser seu pai e fico feliz de me sentir como se fosse. Você é meu filho caçula e sempre será. Como diz o Augusto: nosso caçulinha está um homem feito. Ele te adora, tanto quanto a Sabrina, mas não mais que o Ricardo. ㅡ fiquei completamente sem graça.
Eu não precisei dizer absolutamente nada. Abracei seu Otaviano e ele sabia de todo carinho que sentia por todos.
Ficamos de papo e o Ricardo apareceu não sei de onde e me assustou. Seu Otaviano foi falar com meu pai e chamei o Cado pra irmos até o pomar.
Quando chegamos, olhei ao redor e como aquele lugar havia mudado. Vi alguns pés de maçãs florescendo, goiabeiras recém plantadas, laranjas amaducerendo e pés de mangas bourbom carregados com frutos maduros que logo os colhi.
Ofereci uma manga pro Ricardo e começei a descascar a minha.
ㅡ vai comer agora? ㅡ ele perguntou e começou a rir.
ㅡ mas claro!
ㅡ eu vou levar, mas é pra sua mãe fazer suco.
ㅡ a gente leva. Senta aí!
ㅡ no chão?
ㅡ não, no meu colo! Claro que é no chão! Tem banco aqui não, Cadão!
ㅡ no teu colo também parece bom kkkk.
ㅡ meu colo é aconchegante...
ㅡ olha que um dia eu experimento! ㅡ gostei da ousadia e resolvi entrar na dele.
ㅡ senta aqui, pertinho então! Se for bonzinho, te faço um carinho. ㅡ me encostei em uma mangueira e abri minhas pernas.
ㅡ levanta tua perna esquerda. Vou me encostar nela. Não quero sujar minha camisa nova.
ㅡ ficou muito bem em você. Sempre se veste assim?
ㅡ assim, como?
ㅡ todo comportado!
ㅡ na maioria das vezes, sim. O trabalho me exigia sempre terno e gravata. Tenho muitos. Um visual mais despojado só cai bem em você que é jovem. Eu já passei dessa fase. Não consigo me ver em calça de moletom, camisa branca, tênis e bonê virado pra trás, igual a você. Fica incrível quando se veste assim, acho que lhe cai muito bem. Fica um puta gato, mas não acho que fica bem em mim.
ㅡ bobagem! Mas gosto do jeito de se vestir. Não estava reclamando. É que quase nunca te vejo mais à vontade. Até lá em casa é assim.
ㅡ é o costume, mas vou tentar ser mais descontraído, pelo menos quando estiver em casa contigo.
ㅡ bom relaxar às vezes! Tipo agora...estamos aqui sentados só curtindo essa natureza. Gosto do cheiro de mato pela manhã. Gosto de pisar na grama orvalhada e de receber os primeiros raios de sol logo de manhã. Sinto falta disso na cidade grande. Queria ter uma casinha em um terreno grande bem arborizado...
ㅡ a vida no campo é muito mais saudável. Admito que por todos esses anos que fiquei fora, senti falta dessa natueza. Eu sou o único que ama a vida no campo. Meus irmãos adoram o concreto da cidade grande. Por isso quero viver aqui na fazenda ou em algum pedaço de terra. Talves eu compre uns seis alqueires pelas redondezas.
Ficamos conversando e descasquei a manga com os dentes e mordi um pedaço. Ele perguntou se estava boa e lhe ofereci um pedaço, mas disse que não queria.
ㅡ prova um pedaço. Morde aqui!
ㅡ vai me lambusar todo, igual você. Dispenso!
ㅡ vai Cado, da uma mordidinha.
ㅡ vou morder você, se não parar.
ㅡ ta, depois você me morde, nem me importo, mas morde essa manga suculenta e gostosa.
Ele revirou os olhos e comecei a rir. Ofereci novamente e ele mordeu o pedaço que estava entre meus dentes. Roubou de mim a outra metade e dei uma gargalhada absurdamente alta.
ㅡ você roubou da minha boca, cara! Kkkkk
ㅡ creindeospai! Que susto! Hum...está boa mesmo! Kkkkk
ㅡ delicia, né? Achou que eu ia te enganar? Seu ladrão de manga!
ㅡ kkkkkk, ficou bravinho? Vou morder de novo!
ㅡ descasca a sua e come, man!
ㅡ não estou falando da manga.
Ele chegou mais perto e mordeu meu pescoço. Ralhei com ele, e comecei a rir.
ㅡ porra! Doeu, Cadão!
ㅡ coitadinho. Deixa eu dar um beijo pra sarar. ㅡ ele deu um selinho no mesmo lugar que tinha me mordido e empurrei seu corpo quase o fazendo bater em um galho.
ㅡ sai daqui! Kkkk
ㅡ kkkk, chato. Caramba, você está todo melecado. Olha seus braços!
ㅡ ah, me deixa. Tem coisa mais gostosa que chupar uma manga e ficar todo melecado? ㅡ ele ficou me olhando e caímos na risada.
ㅡ kkkkkk, melhor eu nem comentar.
ㅡ kkkkk, cala a boca!
ㅡ está sujo aqui. ㅡ ele passou o dedo no canto da minha boca e limpou.
ㅡ limpou?
ㅡ bem melhor agora...o quê vamos fazer depois do almoço?
ㅡ quer tomar banho na cachoeira? Vai todo mundo pra cidade e pensei que ia gostar de dar uns mergulhos comigo.
ㅡ opa, vamos sim. Aquele lugar é lindo demais.
ㅡ é o paraíso. Tem um banco de areia que é ótimo pra tomar sol. Vou dar aquela bronzeada hoje. Minha bunda ta meio branca.
ㅡ está mesmo!
ㅡ anda reparando na minha bunda?
ㅡ porra, como não reparar? Você se troca na minha frente todos os dias.
ㅡ verdade! Vai tomar sol também?
ㅡ vou, ando meio pálido.
ㅡ Cado?
ㅡ pode falar...
ㅡ você amava seu ex-marido? ㅡ ele ficou meio sem jeito, mas sorriu e se sentou mais perto de mim.
ㅡ amava. No começo era tudo incrível; a gente se curtia bastante, ele era carinhoso, eu também era, do meu jeito, nunca fui de muita agarração, mas fazia de tudo por ele e conversávamos sobre qualquer coisa.
Quando decidi ir embora pra terminar meus estudos, ele disse que iria comigo e fiquei feliz. Depois as coisas meio que começaram a mudar. Consegui entrar na Nike e a empresa me mandava viajar sempre à trabalho e ele passava mais tempo sozinho. Só que não é desculpa pra uma traição. Ele poderia ter me chamado pra conversar e terminado comigo. Nunca imaginei que fosse ver o quê vi. Me senti um estúpido. Perguntei se era a primeira vez e me disse que não. Então eu vi que não fazia mais sentido continuar. Sei lá, acho que eu nem queria mais e estava acostumado a viver com ele por várioa outros motivos. Aí a Yoiô ficou doente e planejei voltar, mas não deu tempo. Infelizmente! Antes dela morrer me deixou claro que queria muito que eu retornasse pra ajudar meu pai. O resto você já sabe. Fiz uma boa grana, tenho bons investimentos e agora estou aqui contigo. Quer companhia melhor que a sua?
ㅡ acha que sou tudo isso, mesmo?
ㅡ claro que é! Já te disse hoje que você é um cara incrível? Minha mãe sempre me falava que você foi a pessoa mais gentil que ela conheceu. E convivendo contigo desde que voltei e, durante o tempo que nos falamos pela net, vi que ela estava certíssima. ㅡ sorri envergonhado e ele fez um carinho na minha perna.
ㅡ te ouvindo falar desse jeito, difícil te imaginar não sendo um cara extremamente carinhoso. Porque comigo sempre foi muito querido e, cara, teu abraço é o melhor do planeta. Sinto tanta coisa boa nele e é bom não ir embora nunca mais. Quem vai me abraçar? Kkkk
ㅡ fica tranquilo, vim pra ficar. Talvez eu seja mais carinhoso contigo porque te acho diferente de todos os caras que conheci. Sei lá! Às vezes nos identificamos mais com uma pessoa do que com outra.
ㅡ é, pode ser. Bom pra gente! Digo...nos darmos bem assim. O quê foi? ㅡ ele me encarou e começou a rir.
ㅡ tua cara ta toda suja! Cruz credo! Kkkkk
ㅡ kkkkk, é bom demais!
ㅡ kkkk, to vendo. Vamos? Daqui a pouco vai secar essa manga na sua cara. Caramba, parece criança.
ㅡ vamos! Pega as mangas pra levar.
ㅡ perdi a vontade só te vendo sujo desse jeito.
ㅡ kkkkkk, nem vou falar nada. Porque se eu tivesse lambuzado de outra coisa, não estaria reclamando.
ㅡ kkkkk, que ousadia! Te jogo na cachoeira!
ㅡ kkkkk, eu sei nadar, bonitão!
Passei meu braço sujo em seu rosto e saí correndo. Ouvi ele reclamando e fui direto pro banheiro tomar banho e quando saí, ele estava no sofá vendo tv.
Minha mãe terminava de fazer o almoço e coloquei à mesa. Ela já tinha feito suco com as mangas que o Cado tinha levado e fui no meu quarto colocar um short, pois ainda estava com a toalha amarrada na cintura.
Eu me trocava e ouvi a porta abrir. Era o Ricardo entrando e se desculpando por não ter batido. Disse que tudo bem e que tinha toalha limpa em cima da cama, caso ele quisesse tomar banho.
ㅡ obrigado. Mas tomo banho depois da cachoeira.
ㅡ depois que voltarmos de lá, te ajudo a trazer a cama pra cá.
ㅡ tudo bem, valeu! Tem uma coisa no seu cabelo.
Ele veio até mim e bagunçando meu cabelo, tirou um mato seco que estava entre meus cachos.
Senti que não conseguiria suportar por muito tempo ficar perto dele sem dizer que assim como ele, eu também era gay.
Aí me lembrei do comentário de meu pai e fiquei tão chateado que só não me arrependi por ter ido à fazenda por causa da minha mãe.
Me vendo um pouco desanimado, ele perguntou se eu estava bem.
ㅡ estou!
ㅡ hum...fiz ou falei algo que não devia? É que contigo eu me sinto tão à vontade.
ㅡ claro que não, Cadão. Você é um gentleman! Sempre carinhoso comigo e me faz sentir que sou importante na tua vida...
ㅡ você é! Então porque está tão desanimado, desde que chegamos?
ㅡ meu pai às vezes fala sem pensar, mas deixa pra lá. ㅡ ele me segurou pelo braço e me encarou de um jeito que minhas pernas tremeram.
ㅡ se quiser conversar, eu estou aqui...entendeu? Qualquer problema que tiver e achar que posso te ajudar, não hesite em me pedir ajuda.
ㅡ eu sei, muito obrigado!
ㅡ gosto de você. De verdade. Não quero ninguém te fazendo mal. Hoje, pra mim, você é a pessoa mais importante na minha vida, sim! Não vou permitir que alguém te magoe ou que te ofenda. Está me entendendo? ㅡ nunca imaginei ouvir algo do tipo, vindo dele e me senti envaidecido.
ㅡ eu entendi. Também te gosto demais. Mas não se preocupe, está tudo bem. Bora almoçar?
ㅡ bora lá!
Comida na mesa, vinho, suco e o seu Otaviano contando estórias de quando ele derrubou a primeira árvore na fazenda e não calcularam bem a distância, quase a árvore caiu em cima de todo mundo e os peões sairam gritando, invocando tudo que era santo com medo de morrerem.
Fiquei ouvindo o patrão e rindo do jeito dele contar e às vezes se levantava pra representar e, dar mais emoção em tudo que falava.
Acabei soltando uma gargalhada vendo
ele trepado no sofá e simulando a tal queda e, sem querer, espirrei vinho pra tudo que era lado.
Meu alvo principal foi o Ricardo que estava sentado bem à minha frente. Respingou um pouco no meu pai, mas quem recebeu todo o vinho na cara, foi o Cado.
O velho não sabia se ria de mim, do Cado, ou dele mesmo por ter subido no sofá pra contar o fato.
Vendo que o Ricardo se levantava, fui atrás dele e quando entramos no quarto, pedi desculpas pela bagunça e sorrindo feito um doido, me pediu um sabonete e toalha.
Peguei uma toalha de rosto e fui até ele. Ele estendeu a mão pra pegar, mas levei a toalha até seu pescoço e limpei um tanto de vinho que escorria.
ㅡ vai ter que tomar banho. ㅡ disse.
ㅡ você já me deu banho, meu gigante!
ㅡ rsrs, foi mal. Juro que tentei me segurar, mas quando vi seu pai trepado no sofá, não resisti.
ㅡ eu sei que não foi por querer. Espero que esse vinho me rejuvenesça uns dez anos kkkk.
ㅡ pra quê rejuvenescer? Está bom assim. Gosto assim! ㅡ não acreditei no que tinha acabado de falar e ele sorriu.
ㅡ gosta, mesmo?
ㅡ ah, Cado...já disse que está muito bem. Vou passar a vida toda te elogiando, quem sabe assim você acredita?
ㅡ rsrs, acredito. Já limpou?
ㅡ pronto, limpei um pouco do vinho no seu pescoço. Vai lavar o rosto pelo menos.
ㅡ vou lavar. Heim, me empresta a toalha? ㅡ ele disse e mostrou à que estava pendurada no cabideiro.
ㅡ a minha? Está úmida. Acabei de me secar com ela.
ㅡ não tem problema!
Peguei a toalha e ele a tomou de minhas mãos e sem tirar seus olhos dos meus, levou a toalha consigo pro banheiro. Precisei troquei a camisa, tinha escorrido vinho pelo meu queixo e acabou sujando. Dei um tempo no quarto e ele voltou de rosto lavado. Colocou a toalha pra estender e me agradeceu.
ㅡ tinha toalha seca aqui, man. Te falei quando entrou.
ㅡ pra quê sujar outra , se tinha uma bem na minha frente? Além do mais, estava limpíssima e tinha um cheiro de algum amaciante que ainda não consigo saber qual é. Deve ser novo no mercado. ㅡ o filho da mãe estava me deixando louco e foi a desculpa mais esfarrapada pra não dizer que a toalha tinha meu cheiro. Eu me divertia!
ㅡ deve ser! Ao menos o cheiro é bom?
ㅡ bom pra caralho! ㅡ fez um carinho no meu rosto e saí do quarto tentando não rir dos nossos flertes.
Deixei ele trocando a camisa molhada de vinho e fui pra cozinha.
Na mesa, meu pai tentava não fazer o mesmo que eu. Vi o prato do Cado e tinha vinho na comida. Joguei fora e pegando um prato limpo, servi novamente a mesma quantidade que ele havia deixado.
Ele voltou e falei que precisei servir novamente e me agradecendo, fez um carinho discreto nas minhas costas.
Fiquei sem graça, mas adorei sentir o toque suave dos seus dedos.
Ajudei minha mãe com a louça do almoço e perguntou se eu queria alguma coisa da cidade, mas disse que não e meia-hora depois meus pais sairam com o patrão.
Me deitei no sofá da sala e me vendo todo largado, ele se sentou entre minhas pernas.
ㅡ se estiver com sono, dorme. Amanhã a gente vai na cachoeira. ㅡ disse e ele sorriu.
ㅡ só se dormir comigo.
ㅡ deita aqui, man!
Dei espaço pra ele no sofá e se deitou de frente pra mim. Não sei como coube dois gigantes naquele sofá, mas eu estava esprimido e adorando estar com ele ali tão perto de mim.
ㅡ ta apertado demais aqui, Cado. ㅡ disse e ele tentava não encostar tanto em mim.
ㅡ vou deitar na sua cama, só pra ajeitar minhas costas.
ㅡ vai lá. Vamos nadar ou ficar por aqui?
ㅡ eu estou afim de pular naquela água, mas quero só ajeitar minha coluna primeiro.
Ele se levantou e foi até meu quarto.
Arrumei duas toalhas, um isopor com suco de manga e uns cachos de uva que haviam sido colhidos pela manhã.
Coloquei tudo em uma pequena cesta e fui chamar o Ricardo.
Abri a porta e ele estava deitado com os braços abertos na minha cama.
Me sentei na beira e disse que já tinha arrumado algumas coisas pra gente levar e se ele quisesse ir, era só me falar.
ㅡ deita aqui um pouco e descança. ㅡ ele disse com os olhos fechados.
Me deitei e usei seu braço como travesseiro. Fiquei mirando o teto e acabei cochilando.
Quando acordei, só tinha passado vinte minutos e era surpreendente bom sentir sua pele quente tocando a minha. Ele acordou e tirou o braço debaixo do meu pescoço e estava se levantando.
ㅡ vamos? ㅡ me chamou e me levantei pra colocar uma roupa mais folgada.
Rápidamente vesti uma regata cinza, short de futebol e botas. Ele me olhou de cima abaixo e veio até mim.
ㅡ adorei o modelito, nova tendência?
ㅡ kkkkk, é meu novo estilo rural.
ㅡ sexy, sem ser vulgar! Gostei!
ㅡ sexy? Só você consegue ver isso kkkk.
ㅡ vai rapaz...aperta o passo!
Peguei a cesta que eu tinha preparado e ele ligou o Jeep. Até a cachoeira à pé, daria uns três quilômetros e eu não estava nem um pouco afim de caminhar.
Assim que chegamos deixei tudo debaixo da sombra de uma árvore e me sentei no banco de areia. Estiquei meu corpo pra trás e me apoiei em meus braços.
Ele se sentou ao meu lado e o ouvi respirando profundamente.
Aquele lugar era maravilhoso. Cercado por árvores imensas, rochas na beira do fosso que ficava embaixo da queda d'água e um banco de areia que embelezava ainda mais o lugar. Era uma mini prainha em um lugar que de tão perfeito, deveria ser apenas admirado.
Tirei meu short, a regata e sunga. Ele me olhou e achou que eu brincava quando disse que precisava pegar uma cor na bunda.
ㅡ mas está muito branca. Não gosto da marca da sunga.
ㅡ até sua pica está branca. Kkkkk
ㅡ pois é! Vou tomar um solzinho nela também. A bichinha ta parecendo uma barata descascada. Pobrezinha!
ㅡ bobo! Kkkk
Peguei o bronzeador e passei em meu tronco, pernas e braços.
Ele me vendo, perguntou se eu não queria ajuda pra passar nas costas e lhe passei o frasco, doido pra sentir aquela mão imensa deslisando em meu corpo completamente nu.
ㅡ não precisa passar muito, só o suficiente pra eu pegar uma cor.
ㅡ rsrs, vou te lambusar todo! ㅡ me lambusa com outra coisa. Pensei e quase comecei a rir sozinho.
ㅡ kkkkk, aí vou ficar laranjado.
ㅡ não sei porque você quer se queimar, está com a pele ótima. Poderia tomar um sol naturalmente, sem a ajuda disso aqui.
ㅡ é, mas agora já passei.
Ele derramou um pouco na minha nuca e espalhou, sempre massageando meu pescoço. Depois no meio das costas e alí ele fez uma certa pressão. Foi descendo a mão até a altura do meu quadril e me virou de frente pra passar um pouco no meu abdômem pra ficar mais uniforme.
ㅡ pronto! Tem um cheiro bom. ㅡ ele disse e me entregou o frasco.
ㅡ vem aqui, vou passar em você.
ㅡ vai nada. Gosto de tomar sol sem essas coisas.
ㅡ deixa, vai! Pra ficar mais bonitão.
ㅡ teimoso! Passa, mas não muito.
ㅡ okay!
Comecei pelo seu peitoral e fiz questão de demorar um pouco ali. Percebi seus mamilos reagirem ficando durinhos e brinquei com eles passando a mão de um lado pro outro só pra sentir eles na palma da minha mão.
Desci pelo abdômem e fui até as pernas.
Ele se virou e subi minha mão até suas costas. Senti seus músculos retezarem ao meu toque e sua pele se arrepiar.
ㅡ agora é só ficarmos torrando um pouco, depois caímos na água. Tem toalha ali pra estendermos no chão.
Passei uma toalha pra ele e nos deitamos. Fiquei cuidando o tempo de sol e pedi pro Cado se virar, mas ele dormia.
Achei graça quando o vi em um sono profundo e levei minha mão até seu rosto.
ㅡ eita, que carinho gostoso! ㅡ ele disse e abriu os olhos sorrindo.
ㅡ rsrs, te faço mais carinho, Cadão, mas se vira, ou vai ficar bicolor.
ㅡ já deu diferença na cor?
ㅡ uhum! Se vira logo!
ㅡ Lipo, você já tem algum emprego em vista quando voltar?
ㅡ ainda não, mas não vai ser tão difícil. Tem muito pouco profissional em Zootecnia aqui pela região. Acredita nisso?
ㅡ você é inteligente, espontâneo, esperto...vai conseguir rápido.
ㅡ tomara! Serei mais um recém formado da vida. Kkkk
ㅡ vai dar tudo certo, você vai ver!
ㅡ é, mas eu não quero pensar nisso agora. Só quero curtir esse paraíso contigo.
ㅡ esse paraíso não é nada sem você aqui. Você é a melhor parte disso tudo.
ㅡ você é muito gentil, Ricardo, de verdade!
Ele esticou o braço até mim e ficou bagunçando meu cabelo. Enrolava os dedos nos meus cachos e soltava. Fiquei com meus olhos fechados, só curtindo seus carinhos e quando os abri, ele me encarava e sorri.
ㅡ quê foi, man?
ㅡ nada, mas é engraçado ver essa cara de moleque em um corpo de homem feito.
ㅡ rsrs, de moleque, só a cara mesmo...meu Cado! Já te disse que minha alma é velha. Penso demais no futuro, em coisas que garotos da minha idade ainda não se preocupam. Quero muito conhecer o mundo, igual a você...é meu projeto pra daqui dez anos. Estar bem empregado, guardar uma grana legal e sei lá, realizar esse sonho.
ㅡ talvez eu consiga realizar esse seu sonho...
ㅡ como? Vai me levar? Pagar hospedágem, alimentação, e me vestir com seu dinheiro? Isso eu não aceitaria. Eu agradeço imensamente toda a ajuda que me deu até hoje, em meus estudos, mas isso...não!
ㅡ rsrs, eu não vejo problema algum em te levar pra conhecer o mundo comigo. Viajei muito, mas a maioria das vezes foi à trabalho e eu estaria em ótima companhia e você conheceria lugares lindos. Seria incrível ter você comigo em uma viajem.
ㅡ oh meu querido...você não entende...
ㅡ você que não sabe aceitar o quê te oferecem...
ㅡ rsrs, você é insistente...
ㅡ e você é orgulhoso!
Rimos e nos encaramos por alguns segundos, até que ele não aguentando mais tomar sol, se levantou, deu um tapa na minha bunda nua e, caiu na água. Eu bem que tentei ficar mais tempo me bronzeando, mas o vendo tão feliz e me chamando, não resisti. Vesti minha sunga, pulei na água e fui até ele. Subi em suas costas e me pegando pelas pernas, me girou me fazendo ficar de frente pra ele em seu colo.
Eu segurava seu pescoço e ele sorria feito uma criança em me ver balançando os cabelos e espirrando água pra tudo que era lado.
Eu estava com minhas pernas em volta de sua cintura e suas mãos nas minhas costas me seguravam com firmeza.
ㅡ só na água pra eu conseguir te segurar. ㅡ ele disse e meu coração estava disparado por estar em seus braços.
ㅡ nunca tentou me pegar fora dela.
ㅡ isso é verdade. Está um pouco fria.
ㅡ sempre foi assim. Pode estar 45 graus que essa água nunca esquenta totalmente. Fica sempre fresca. Eu gosto assim. ㅡ ele tirou o cabelo do meu olho e senti um leve carinho nas minhas costas.
ㅡ eu gosto de banho bem quente. Quando chegarmos, vou encher a banheira pra gente. Usou alguma vez?
ㅡ rsrs, uma vez. Eu tinha acabado de chegar da fábrica e estava bem cansado. Era uma sexta-feira. Aí achei que você não se importaria e a enchi.
ㅡ claro que não iria me importar. Que bobagem. Seu cabelo está tão bonito. Seus olhos parecem duas piscinas...são lindos demais. Um dia, mergulho neles!
ㅡ rsrs, cuidado pra não se afogar!
ㅡ eu morreria feliz! Pode ter certeza!
Joguei meu corpo pra trás e ele desceu as mãos até meu quadril. Fiquei com os braços abertos, mas com as minhas pernas ainda em volta dele.
Ele me balançava de um lado pro outro e com a mão direita, jogava água no meu peito e escorregava até meu abdômem, acariciando minha pele com a ponta dos dedos.
Girei meu corpo e escapei dele antes que minha pica desse sinal de vida.
Fiquei boiando e quando pisei no fundo, senti uma fisgada na sola do pé. Reclamei de dor e ele veio até mim.
ㅡ o quê foi, Lipo?
ㅡ não sei, mas tem algo enfiado no meu pé e doi pra caralho.
ㅡ consegue pisar no chão?
ㅡ não, está bem na sola.
Ele pegou meu braço e passou em volta de seu pescoço e me levou até o banco de areia.
ㅡ deixa eu ver...
ㅡ o quê é?
ㅡ hum....espinho de moreira. Bem alí tem uma árvore.
ㅡ droga!
ㅡ entrou quase todo, mas consigo tirar. Posso?
ㅡ essa porra vai doer!
ㅡ rsrs, não conto pra ninguém se você chorar. Fica tranquilo.
ㅡ tira logo! De uma vez...
Ele puxou e abafei um grito. Não doeu, mas ardeu bastante. Meu pé estava molhado. Saiu um pouco de sangue e ele jogou água pro sangue sair; pegou a toalha dele e enrolou no meu pé pra ver se o sangue parava. Fiquei sentado com minha perna erguida sobre a dele e tirando a toalha, ele deu um beijo no peito do meu pé e massageou minha canela.
ㅡ já parou, está novinho em folha.
ㅡ ainda está ardendo.
ㅡ melhor a gente nadar no outro lado.
ㅡ joga água pra ver se vai continuar ardendo.
Ele molhou meu pé e iniciou uma massagem. Me deitei e deixei ele à vontade.
Àquela altura do campeonato, só um idiota para não perceber que eu estava mexendo com ele e era recíproco. Nossos flertes eram sem limites e eu estava adorando o joguinho.
Suas mãos faziam pressão na batata da minha perna e novamente ele deu um selinho no peito do meu pé.
ㅡ quer entrar na água ou ir pra casa? ㅡ ele me perguntou e reclamei de dor.
ㅡ pra casa, perdi a graça com essa porcaria de espinho. Está me machucando ainda. Será que a ponta não ficou aí dentro?
ㅡ acho que não, mas se ficou, vai inflamar e a gente tira com uma agulha.
ㅡ que beleza!
ㅡ vem, me abraça que eu te levo pro carro. Pode deixar que eu levo as coisas.
Ele me levou até o carro e me sentou no banco do carona; colocou o cinto em mim e voltou pra pegar nossas coisas.
Pedi a cesta e tomei um pouco do suco que eu tinha levado e ofereci a ele.
ㅡ pode tomar, Lipo.
ㅡ caramba, acho que ficou a ponta lá dentro. Está doendo pra caramba agora.
ㅡ quando a gente chegar, eu vejo. O que você acha de eu comprar um Jeep igual a esse pra gente? Só que modelo novo.
ㅡ bem legal...pra gente? Nossa!
ㅡ você vai andar nele também! Então é pra gente!
ㅡ então compra preto. Acho mais bonito e destaca mais.
ㅡ vai ser preto.
ㅡ rsrs, até parece que eu mando em alguma coisa...kkkkk
ㅡ todo pedido seu é uma ordem pra mim...
ㅡ hahaha, duvido!
ㅡ pede! Qualquer coisa!
ㅡ olha que eu peço heim! E não vai reclamar!
ㅡ está demorando demais... ㅡ liguei o foda-se e deixei a coisa toda rolar.
ㅡ será que mereço um beijo teu? ㅡ ele me olhou e pensei ter dito uma besteira, mas sorriu e tirou o cinto de segurança.
ㅡ pensei que nunca iria me pedir. Faz tempo que espero por isso!
Ele parou o carro e veio até mim. Levou a mão até a fivela do meu cinto e me soltou. Depois enfiou os dedos no meu cabelo e me puxando pra ele, mordeu deliciosamente meu pescoço e escorregou lentamente sua boca até a minha.
Mordeu meu lábio inferior e de uma doçura que nunca senti em mais ninguém, me beijou lentamente, da forma mais romantica que poderia haver. Me senti o homem mais feliz do mundo.
Segurei seu rosto e ele veio por cima de mim, se sentou em meu colo com as pernas abertas e segurei sua bunda numa pegada forte e enfiei a mão por dentro do short fino. Senti uma bunda dura, e ele a empinou. Movido pelo tesão, levei meu dedo até sua boca.
ㅡ lambe bem, vou meter em você. Posso?
ㅡ claro que pode, meu garoto tesão! ㅡ ele disse com as maças do rosto vermelhas de um tesão que eu sabia ser meu. Ele lambeu dois dedos e me olhou sorrindo.
ㅡ quer os dois, Cadão?
ㅡ quero!
ㅡ então empina essa bunda pra mim e me beija, cara.
Ele abaixou o short e levei a mão por baixo. Senti o cu se abrindo pra me receber. Safado já estava todo excitado. Meti os dedos e ele subia e descia como se fosse uma pica.
Se ajeitando sobre meu corpo, ficou com a bunda empinada e tive mais acesso ao rabão que fiz questão de deixar todo aberto com meus dedos.
Meu tesão só aumentava em vê-lo recebendo meus carinhos e quanto mais eu metia, mais ele suava me deixando todo ensopado.
Ele me pediu pra parar, pois havia escutado barulho de carro nas estradas e subiu o short novamente, mas continuou no meu colo.
ㅡ meu Gigante! ㅡ ele disse e me afundei em seu peito. Ele me abraçou e acariciava minhas costas.
ㅡ meu homem! Saudade desse teu cheiro. Queria tanto esse momento contigo e não estou falando pela sacanagem. Falo pelo carinho que temos um pelo outro e que cultivamos durante todos esses anos. Estou errado, Cado?
ㅡ está certíssimo! Tanto que estamos aqui e agora. Não sabe como me sinto feliz. Você é um homem maravilhoso, Fillipo. ㅡ ele me beijou novamente e ficamos nós dois ali, naquele mundinho só nosso por alguns minutos. Ele parou o beijo e sorrindo, disse que precisávamos ir.
ㅡ por mim, eu ficaria aqui até amanhã.
Ele beijou todo o meu rosto e eu sorria feito um bobo. Deu a partida e pedi que fosse me fazendo carinho.
Com uma mão ele dirigia e com a outra, acariciava meu rosto, peito e abdômem.
Sua mão tocava minha pele com cuidado e deslisou o dedo até minha boca. Acariciou meus lábios sentindo a textura e me vendo com a boca entre aberta, colocou o dedo polegar entre meus dentes; lambi e quando abri os olhos, ele dirigia e vi a barraca que continuava armada em seu short.
Fiquei cochilando no banco até que senti ele tocando minha coxa. Fez um carinho de leve e subiu com a mão até minha virilha. Me vendo de pau duro por ele, sorrimos um pro outro e segurei sua mão a colocando sobre minha pica e iniciou uma massagem deliciosa sobre o tecido fino do short. Apertou e tirou só a cabecinha pra fora e passou o dedo na baba que escorria.
Me vendo com tesão nele, passou o dedo na minha baba e levou até a minha boca. Lambi e apertei meu pau. Ele passou o dedo novamente, mas dessa vez, quem lambeu foi ele.
ㅡ tira mais um pouco, já estamos quase chegando. ㅡ ele disse e diminuiu a velocidade.
ㅡ vou passar na tua boca, meu tesão.
ㅡ pode passar!
Apertei e saiu uma boa quantidade de pré-gozo. Lambusei meu dedo e antes de eu passar em seus lábios, ele segurou minha mão e chupou meus dedos me encarando de uma forma deliciosa.
ㅡ estamos quase na porteira, guarda essa pica, Lipo.
ㅡ me deixou todo melado kkkk.
ㅡ rsrs, minha boca está mais. Delícia de melado.
ㅡ gostou, safado?
ㅡ muito!
ㅡ me da um beijo, deixa eu sentir meu gosto na tua boca?
Ele desacelerou e fui até ele.
Senti o gosto do meu pré-gozo e me lembrei que usei os mesmos dedos que tinha metido nele.
Comentei com ele e gargalhamos. Lambi seus lábios com carinho. Ele me encarou e voltou a me beijar de uma forma mais romântica e calma. Ali eu me entreguei e relaxei meu corpo.
ㅡ voltei pra você, só pra você! ㅡ ele disse e sorri.
ㅡ não fala assim porque vou acreditar e não gosto de me iludir.
ㅡ é sério! Temos muito o quê conversar, mas não agora e nem hoje.
Ele deu à partida e quando chegamos, meus pais já estavam em casa. Vi seu Otaviano picando mais lenha com o machado e o Cado me ajudou a descer do carro.
ㅡ me abraça, meu tesudão! ㅡ ele disse no meu ouvido e um arrepio tomou conta do meu corpo todo e ele percebeu. Sacanagem!
ㅡ pára com isso, man! ㅡ disse rindo e ele disfarçou.
ㅡ se arrepiou, né? Adoro te ver arrepiado.
ㅡ rsrs, uhum! Contigo falando desse jeito no meu ouvido, claro que me arrepio.
ㅡ rsrs, te adoro, garoto! Vou cuidar de você, posso?
ㅡ pode!
Ele me sentou numa cadeira de balanço na varanda e minha mãe veio toda preocupada.
Expliquei o quê tinha acontecido e ele perguntou se tinha uma agulha, álcool e uma toalha molhada.
Minha mãe foi buscar e entregou a ele. Muito educadamente pediu à minha mãe que lhe trouxesse um copo de água e limpou o rosto com a toalha e em seguida jogou no meu colo. Limpei meu rosto pra tirar o cheiro de sexo e disfarcei dizendo que estava suado demais quando minha mãe voltou com a água pra ele.
Perguntei se tinha ficado uma ponta do espinho e ele levantou meu pé. Passou o dedo e eu quase morri de dor.
ㅡ porra, bem na hora que você passou o dedo doeu. ㅡ disse e ele pediu pra eu ficar quieto.
ㅡ eu senti...ficou a ponta lá dentro. Se você deixar aí, vai te incomodar quando pisar no chão. Vai deixar inflamar e sair sozinho ou posso tirar?
ㅡ tira, man! Nada haver esse espinho aí no meu pé.
Quando percebi, meu pai, minha mãe e seu Otaviano estavam em nossa volta e eu parecia um objeto de estudos.
Meu pai começou a rir, dizendo que aquilo não era nada. Começou a tirar sarro da minha cara e saiu carregando as mesas no quintal. Minha mãe estava desesperada e era como se um trator tivesse passado por cima de mim e, o patrão, dizendo que ia mandar alguém cortar aquela árvore antes que machucasse mais alguém.
Eu já não estava mais aguentando todos ao meu redor e minha mãe foi terminar de temperar a carne para mais a noite. Seu Otaviano disse pra eu relaxar o pé e foi picar mais lenha.
Relaxei na cadeira e o Cado me sorriu como se me querendo dizer: até que enfim sairam todos daqui.
Por fim ele consegiu tirar a ponta do maldito espinho do meu pé e pedi que me levasse pro quarto, pois tomaria banho.
Ele me botou sentado na cama e disse que já voltava.
ㅡ fica aí bem bonitinho meu diabinho taradinho, que vou tomar banho e já venho.
ㅡ rsrs, espera! ㅡ segurei sua mão, rindo do jeito dele me chamar e ele se sentou ao meu lado.
ㅡ quer alguma coisa?
ㅡ obrigado!
ㅡ te adoro demais. ㅡ disse no meu ouvido.
ㅡ eu também!
ㅡ eu já volto. Quer ajuda pra tomar banho? ! Posso te ensaboar bem gostoso. ㅡ ele disse e apertou minha pica.
ㅡ safado, não precisa. Agora vai tomar banho que vou depois. Estamos cheirando a sexo.
ㅡ caramba, é verdade!
Ele se foi e meu pai entrou no quarto. Perguntou como estava meu pé e disse que já tinha melhorado.
ㅡ cinco anos morando na Capital e você volta todo afrescalhado.
ㅡ eu não estou afrescalhado. O senhor fala cada bobagem.
ㅡ estou mentindo? Quando que você reclamou com algum machucado? Seja macho! Levanta dessa cama e vem comigo. Encontrei com os pais da Clotilde na cidade e os convidei pra cantoria de mais a noite. A guria está doida pra te ver.
ㅡ que guria? Quê Clotilde?
ㅡ aquela sua amiga do segundo grau...que gostava de você.
ㅡ que eu me lembre, eu era amigo da Sara. A Clotilde gostava de mim, mas nunca ficamos. E quê estória é essa que a garota está doida pra me ver? Mal nos falávamos.
ㅡ eu disse que você estava na fazenda. Trate bem a guria. Quem sabe não rola algo mais?
ㅡ pai...por favor, não me obrigue a conversar com ninguém. Eu não sou um pedaço de carne que o senhor coloca em exposição. Fazem isso com mulheres o tempo todo. Constrangedor! Fala sério!
ㅡ eu, na sua idade, tinha uma namorada em cada cidade.
ㅡ e ainda teve a sorte da mãe casar contigo. Porque eu não casaria.
ㅡ caramba, até parece que não gosta de mulher! Bate um papo com a menina...custa?
ㅡ custa! Se me encher o saco por causa disso, eu vou embora amanhã.
ㅡ claro, até parece que o Ricardo vai comprar passagem só por causa de um capricho seu.
ㅡ eu vou à pé! Pego carona na rodovia e vou embora!
ㅡ rsrs, eita bicho teimoso!
Depois de tudo que eu disse, ele saiu e estava levando na brincadeira. Fiquei puto por ele se meter na minha vida.
Eu ia me levantar e o Cado entrou fechando a porta pra trocar de roupa e me viu furioso.
Pisei no chão e meu pé não doia mais. Peguei uma toalha pra tomar banho e antes de eu sair do quarto, ele me puxou e me abraçou.
ㅡ vem aqui. Não fique batendo de frente com seu pai.
ㅡ ah, você ouviu!
ㅡ não foi por querer, mas ouvi.
ㅡ eu vou tomar banho. Nossa! Você está cheiroso, todo gostoso...ㅡ dei um cheiro em seu pescoço e ele me apertou contra seu corpo.
ㅡ rapaz...não faz assim. Não provoca!
ㅡ nos beijamos, você lambeu meu pré-gozo e meti o dedo no teu cu lá no carro. Agora tem coragem de me pedir pra não te procovar? ㅡ disse em seu ouvido e lambi seu pescoço.
ㅡ eu sei, mas aqui é diferente. Seus pais estão em casa. Vou dar um jeito de ficarmos sozinhos. Precisamos desse tempo só nosso.
ㅡ tudo bem! Agora me solta! ㅡ ele me segurava pela cintura e, passando a chave na porta, me beijou de um jeito tão gostoso que nem vi o tempo passar.
Certeza que ficamos mais de dez minutos nos beijando. Parei o beijo e fui pro banheiro.
Do corredor ouvi o povo todo lá fora conversando. Ouvi vozes femininas vindo da cozinha e parecia ser as funcionárias da cooperativa; pessoas muito queridas que me tratavam como filho.
Tomei um banho rápido e no chuveiro toquei meu corpo de um jeito como nunca havia feito e derramei meu gozo pensando no Cado e na brincadeira que fizemos no carro.
Entrei no meu quarto, tranquei a porta e ele bateu. Abri e o vi com a camisa toda suja. Perguntei se ele tinha sido atropelado por algum búfalo e rindo, disse que foi levantar umas toras de madeira e tinha barro.
Tranquei novamente a porta pra poder enfim trocar de roupa e coloquei uma calça de moletom cinza, regata branca, bonê
e havaianas. Ele estava de costas trocando a camisa e quando me viu, balançou a cabeça vindo até mim e colocou sua mão direita dentro da minha calça apertando minha pica.
ㅡ minha nossa, Lipo! Como consegui resistir à você durantes todos esses dias?
ㅡ isso só prova o quão especial você é. Nunca me forçou a nada.
ㅡ diabinho lindo!
ㅡ meu tesão!
Saí do quarto e na cozinha a mulherada praticamente se jogou em cima de mim. Me senti como um cantor em turnês pelo mundo todo.
Eu ficaria enlouquecido, literalmente, se não fossem senhoras com idade para serem minhas mães; talvez avôs.
As cumprimentei de forma carinhosa, como sempre e, a mim, não faltava elogios.
Minha mãe pediu que eu levasse um chá pro Ricardo e perguntei o quê ele tinha.
ㅡ está com enxaqueca. Aí fiz um chá de gengibre pra ele. Pede pra tomar tudo agora. Ainda está morno.
ㅡ está bem.
Procurei por ele e estava sentado conversando com o pessoal.
Todos os peões e funcionários da cooperativa estavam reunidos em volta da mesa. Cumprimentei a todos e entreguei o chá ao Ricardo que de forma discreta, acariciou meus dedos.
ㅡ a mãe disse pra você tomar tudo e não deixe esfriar.
ㅡ está certo. Senta aí, moço. Vem sempre aqui?
ㅡ rsrs, bobo.
Me sentei ao seu lado e começaram a tocar violão e o filho do seu Agenor, começou a cantar uma música do Sergio Reis.
Me servi de milho verde, o Cado me contava estórias de quando era criança e eu me divertindo com o jeito dele falar; muito parecido com o jeito do pai.
Joguei a espiga em uma caixa de papelão embaixo da mesa e quando ia me levantar, vi seu Otaviano chegando da cidade com mais um pessoal na caminhonete e desceu duas moças que eu não conhecia.
Chegando mais perto, ele perguntou se alguma delas era namorada do pai dele.
ㅡ depois que sua mãe morreu, ele nunca trouxe mulher nenhuma aqui. Ele mesmo disse que essa fazenda é a parte boa de tudo relacionado a sua mãe e que mulher nenhuma pisaria e tomaria o lugar da Yoiô. Ele sabe que ela se sentia em casa quando vinha pra cá. Difícil ele fazer uma desfeita dessa.
ㅡ então quem são?
ㅡ não sei, nunca vi por aqui.
ㅡ são bonitas!
ㅡ até que são.
ㅡ mas eu prefiro você. ㅡ ele disse baixinho e bebeu o resto do chá.
ㅡ rsrs, bom saber!
O pessoal começou a chegar e as moças se encontraram com seus pares. Eram namoradas dos peões e o patrão fez o favor de ir buscá-las.
Descobri a informação quando fui pegar refrigerante na cozinha e entraram os quatro procurando mais gelo. Os servi e aproveitei pra especular um pouco.
Peguei resto do gelo e levei mais refrigerante pra fora.
Servi um pouco e me sentei novamente ao lado do Ricardo que não parecia muito bem por causa da enxaqueca. Disse pra ele ir se deitar, mas se recusou, pois não queria ficar sozinho no quarto.
ㅡ deita lá na minha cama um pouco, que a dor passa.
ㅡ eu vou, porque está insuportável.
ㅡ o quê aconteceu pra ter te dado essa dor de cabeça? Te tratei tão bem no carro!
ㅡ kkkkk, talento pra ser safado não te falta, mas ando dormindo muito pouco esses dias. Viajei de um lado pro outro e fuso-horário diferente é um saco. Estou um bagaço até hoje. Se importa se eu descansar um pouco? Não queria te deitar sozinho.
ㅡ claro que não. Liga o ar condicionado, se quiser.
ㅡ vou ligar o ventilador, não está tão calor.
Ele entrou e meu pai veio perguntar onde ele tinha ido.
Expliquei a dor de cabeça e questionei onde ele dormiria. Já que ninguém se lembrou de pegar ao menos um colchão pra ele.
ㅡ vai ter que dividir a cama com ele. Pelo menos é de casal. Os colchões da casa grande estão fedendo veneno e não tem outro.
ㅡ tudo bem.
ㅡ só dessa vez. O patrão já me mandou comprar colchões novos pra quando vocês voltarem.
ㅡ eu não me importo, sem estresse!
ㅡ rsrs, eu não ia gostar muito. Cê é doido? Dividir cama com macho? Nem pensar.
ㅡ nada haver. Só colocar um tavesseiro pra dividir a cama.
ㅡ animado com sua formatura?
ㅡ até que estou. Só que já avisei a mãe que não vou ao baile, só na colação de grau.
ㅡ e porque não quer ir?
ㅡ não gosto muito dessas coisas...
ㅡ você não puxou em quase nada pra mim...olha lá a Clotilde chegando!
ㅡ ah, meu Deus! Não acredito que ela veio.
*
*
*
Continua...
Olá mexs lindxs! Está aí mais um capítulo dessa saga que estou adorando escrever.
Espero que estajam gostando. Muito brigado pelos comentários e apoio de sempre. Vocês são 10!! Grande abraço e se cuidem! 😉👍
Happy Pride!! 🌈