Amor além do tempo ㅡ Cap 09

Um conto erótico de LuCley.
Categoria: Homossexual
Contém 6470 palavras
Data: 23/08/2018 00:17:25

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Saímos com o carro novo e o Cado parecia ter ganho seu presente de Natal favorito.

Demos uma volta no centro e na volta, ele me passou o volante.

Trocamos de lugar e quando coloquei o cinto, ele disse que estava animado em pegarmos estrada até Santo Amaro.

Fiquei realmente feliz em poder passar esse tempo só nós dois, pois já previa que ele não ficaria em casa quando chegássemos na fazenda e nossos momentos juntos seriam mais regrados, por causa dos olhos atentos de meu pai.

Assim que chegamos no apartamento, liguei pra minha mãe e quando atendeu, senti sua felicidade ao saber que era eu.

Me fez zilhões de perguntas: se eu estava bem, se eu estava comendo direito e se iríamos passar as festas de fim de Ano na fazenda.

ㅡ claro! Vamos de carro.

ㅡ não acredito que vai fazer o seu Ricardo dirigir até Santo Amaro só porque você tem medo de avião?

ㅡ rsrs, não é por isso. Tudo bem que eu sugeri que fóssemos de carro, mas ele aceitou numa boa. Tem praias lindas no caminho.

ㅡ não quero você o incomodando por qualquer bobagem. Sei que ele gosta muito de você, mas não abusa.

ㅡ não estou abusando de ninguém. Enfim, nós vamos pro Natal e isso ja está certo.

ㅡ bom, só tomem cuidado com a rodovia. Filho, posso fazer uma pergunta?

ㅡ pode!

ㅡ ele sabe que você gosta de homens?

ㅡ rsrs, está preocupada com o quê?

ㅡ dele não te querer mais na casa dele.

ㅡ ele não é assim, mãe. Fica tranquila.

ㅡ tenho medo que ele se sinta traído. Vocês moram na mesma casa e homens tem uma mania horrível de andar só de cueca ou pelado.

ㅡ kkkkkk, está com medo que ele pense que estou dando em cima dele?

ㅡ sei lá, afinal...ele é um homem muito bonito e...está me entendendo? Porque se ele descobre, pode não gostar.

ㅡ rsrs, eu entendi. Quando eu chegar, conversamos melhor. E sobre sua preocupação, fique tranquila. Está tudo bem.

ㅡ não quero ninguém brigando contigo, Fillipo.

ㅡ oh minha rainha, ninguém vai brigar comigo. Sei me cuidar, tudo bem?

ㅡ tudo bem. Quando vocês chegam?

ㅡ vamos sair no dia 22, mas ele quer dirigir sem pressa. Talvez dormimos em algum lugar pra não cansar demais.

ㅡ tudo bem. Dá um abraço nele e por favor, não corram.

ㅡ rsrs, pode deixar.

Eu tinha acabado de desligar o celular quando vi o Cado em pé na porta. Ele veio até mim e me fez sentar no balcão da cozinha. Ficou acariciando meu peito e lhe apertei forte a bunda. Enfiei as mãos por dentro de seu jeans e massageei suas nádegas. Senti ele se arrepiando e me dando um beijo, descansou a cabeça no meu ombro.

ㅡ sua mãe está preocupada com o quê?

ㅡ de você brigar comigo por eu ser gay.

ㅡ rsrs, pretende contar à ela que estamos juntos?

ㅡ eu ainda não sei.

ㅡ não me importo se contar.

ㅡ não mesmo?

ㅡ de verdade!

ㅡ vou pensar. Cado, talvez ela pergunte se vou ficar na fazenda até minha colação de grau...não sei o quê dizer.

ㅡ pra ser bem sincero? Queria que voltasse comigo. Não teremos muita liberdade na fazenda com seu pai por lá o tempo todo. E outra coisa: não quero ficar longe de você.

ㅡ eita, to requisitado! ㅡ ele mordeu meu pescoço e comecei a rir.

ㅡ está! Bem que você me avisou para eu não me apaixonar, mas não resisti.

ㅡ é, eu te avisei...agora vai ter que aguentar.

ㅡ oh se aguento! kkkk.

ㅡ besta! Caramba, que dor!

ㅡ o quê foi?

ㅡ meu dente! Senti que doeu.

ㅡ está quebrado?

ㅡ não, mas senti uma dor bem aguda.

Ele tirou o celular do bolso e pediu que eu abrisse a boca. Comecei a rir, claro. Mas não teve jeito. Abri a boca e ele fez uma careta estranha. Perguntei o quê era e disse que meu dente do siso estava saindo.

Pedi que batesse uma foto e quando vi, a gengiva estava bem inchada.

ㅡ tenho um amigo que é Dentista. Vou pedir pra te atender antes da gente viajar. Se você não tirar, vai te incomodar.

ㅡ pode ser. Obrigado. Estou com mal-hálito? ㅡ ele sorriu e me deu um beijo.

ㅡ rsrs, não. Está com bafo de morango.

ㅡ kkkkk, comi bolacha recheada.

ㅡ bolacha? Vou fazer alguma coisa pra gente comer. O quê quer?

ㅡ strogonoff! Adoro quando você faz.

ㅡ vou descer e comprar filé mignon. Sei que prefere de carne. Vai querer mais alguma coisa?

ㅡ trás camisinha. Está acabando.

ㅡ mas já? Kkkk

ㅡ já! Kkkk

Ele desceu e foi até o supermercado.

Fiquei arrumando a cozinha pois sabia que ele iria reclamar. Odiava preparar as refeições com a pia cheia de louça.

Enquanto o Cado não voltava, fui até o quarto arrumar umas roupas que eu havia deixado espalhadas e meu celular tocou. Era seu Otaviano. Fiquei surpreso. Atendi e perguntei se estava tudo bem, mas ele suspirou e disse que precisava falar com o Ricardo.

Mirei uma mesinha e vi o celular do Cado carregando.

ㅡ ele acabou de descer. Foi até o supermercado e deixou o celular carregando.

ㅡ por isso não atende, mas quando ele chegar, pede pra ele me ligar?

ㅡ o senhor está meio nervoso. Aconteceu algo grave?

ㅡ não, está tudo bem...

ㅡ eu estou desconfiado que o senhor está mentindo pra mim. ㅡ disse e ele pigarreou.

ㅡ aonde vocês foram no dia de finados? ㅡ fiquei com o cu que não passava uma agulha, mas não poderia mentir pra ele. Certamente já sabia, ou não teria me perguntado.

ㅡ então...que vergonha, enfim... passamos o dia em um motel. Foi o único lugar que estivemos.

ㅡ puta que me pariu! Sabia!

ㅡ o quê aconteceu? Alguém nos viu saindo de lá? ㅡ comecei a tremer e ele percebeu que eu estava nervoso.

ㅡ calma, filho. É só seu pai que está aqui remoendo a conta do cartão de crédito que chegou essa semana. E se nem eu, e nem ele usamos esse cartão naquele dia, só pode ter sido vocês.

ㅡ mas porquê diabos o Ricardo usaria o cartão da fazenda?

ㅡ eu dei a ele, mas esqueci que seu pai é quem cuida das faturas. Aí apareceu discriminado. Vou falar que perdi, inventar uma estória...sei lá. Pior é que pelo valor, seu pai começou a rir dizendo que quem usou, deveria ter passado um dia daqueles.

ㅡ eu queria muito rir disso, mas fiquei preocupado.

ㅡ não fique. Só liguei pra ter certeza. Vai que seu pai inventa de ir atrás de quem usou? Vou ter que intervir.

ㅡ me desculpe!

ㅡ filho, não precisa me pedir desculpas...está tudo bem. Vou dar um jeito.

ㅡ tudo bem, ainda quer falar com ele? Peço pra ele ligar pro senhor.

ㅡ não, era só isso mesmo. Vão vir de carro?

ㅡ vamos sim. Eu quem sugeriu que fóssemos. É que tem umas praias lindas e sei lá...achei que seria legal a gente passar esse tempo juntos. Com meu pai na fazenda o tempo todo, vai ser difícil.

ㅡ estão certos, é bom aproveitarem. Fillipo?

ㅡ pode dizer...

ㅡ depois que a Yoiô morreu, saber que vocês estão namorando me deixa muito feliz. Estou dizendo isso de coração aberto. Te amo como a um filho, você sabe disso. Mas até você resolver sua situação com seu pai, tomem mais cuidado. Até final do dia, seu pai vai conseguir arrancar todos os cabelos tentando descobrir quem usou aquele cartão.

ㅡ espero que ele se esqueça desse assunto de uma vez por todas.

ㅡ vou dar um jeito. Pode se despreocupar.

Por mais que o seu Otaviano me pediu tranquiidade, eu estava preocupado com o fato de meu pai ter visto a maldita fatura.

Se o Ricardo tivesse me falado que estava com o cartão, eu não teria deixado ele usar. Enfim, a coisa toda já estava feita e não teria como voltar atrás.

Fui até a cozinha adiantar o arroz e lavar a salada. Eu estava picando os tomates e ouvi o Ricardo chegando.

Contei a ele sobre o acontecido e começou a rir desesperadamente.

Me encostei na "ilha" e me vendo sério, veio até mim e me pediu desculpas.

ㅡ não tem graça quando o outro não compartilha do momento. ㅡ ele disse e me beijou.

ㅡ não tem graça, mesmo. Não quero que meu pai descubra por um descuido nosso ou pela boca dos outros. Ele ficaria mais furioso ainda.

ㅡ me desculpa?

ㅡ tudo bem! Deixa pra lá! Acho que está mais que na hora de contar logo pra ele.

ㅡ ei, não precisa ficar assim. Se meu pai disse que vai resolver, deixa que ele dê um jeito. Ele pode dizer que perdeu o cartão e pronto. Não gosto de ver você chateado.

ㅡ está certo! Ah, eu fiz o arroz e já lavei a salada. Lavei a louça também.

ㅡ obrigado. Agora se distrai com alguma coisa enquanto eu faço o Strogonoff pra gente.

ㅡ vou ficar aqui contigo. Não tenho nada pra fazer, mesmo. Ah, porque seu pai te emprestou o cartão da fazenda? Está com problemas?

ㅡ não! Deus me livre. Eu disse a ele que te levaria pra dar uma volta e, pra me agradar, disse que pagaria nossa "farra". Ele só não imaginou que eu te levaria em um motel.

ㅡ caramba, Cado! Se eu soubesse, não teria deixado você usar.

ㅡ relaxa! Já passou! Passamos um dia incrível e você adorou. É isso que importa.

Almoçamos e estava tudo delicioso. Depois do almoço resolvi tomar banho e o chamei, mas pediu que eu fosse na frente pois precisava dar uma olhada no mercado financeiro internacional.

Fiquei vinte minutos esperando por ele e quando voltei pro quarto, ouvi ele gritando na sala com o notebook na mão e falando um Inglês de forma frenética e parecia animado; pois quando me viu, abriu um sorriso do tamanho do mundo.

Ele se despediu de não sei quem, jogou o notebook no sofá e veio correndo me abraçar.

ㅡ estamos ricos! ㅡ ele disse e eu gargalhei sem entender absolutamente nada.

ㅡ estamos? Kkkk

ㅡ estamos! Acabei de faturar uma grana alta na bolsa. Te explico depois, mas vendi umas ações de uma empresa Indiana. Vendi pelo quádruplo do valor que investi. Enfim, eu estou feliz demais!

ㅡ nem vou perguntar o valor pra não desmaiar. Kkkkk

ㅡ Lipo, vou conversar com meu pai e dar início ao meu negócio em Santo Amaro.

ㅡ fico feliz por você, Cadão. De verdade. E já que está feliz, vem comemorar comigo na cama? Vou te dar um presente extra, vai gostar!

ㅡ kkkkkk, oh meu taradinho...tem como resistir à você? Vem me dar um banho gostoso e me usar do jeito que você gosta.

ㅡ eita, que o dia vai ser bom! Kkkk

Os dias foram passando e acabei não dando muita importância com o lance do cartão de crédito e comecei a preparar um roteiro na minha cabeça de como dizer ao meu pai que sou homossexual e, que ainda estava namorando com o filho do patrão ㅡ que era só catorze anos mais velho.

Me joguei na cama e comecei a imaginar a reação de meu pai e me senti pior ainda.

Silêncio absoluto. Acho que acabei adormecendo por alguns minutos até que ouvi o Ricardo saindo do banho e, dizendo que iria ao banco sacar uma quantia em dinheiro pra pegarmos estrada. Lembrei que meu cartão já havia chegado e, claro, não deixaria que ele pagasse sozinho as despesas, já que foi eu quem sugeriu irmos de carro e, mesmo eu dizendo que ele não precisava ir, me deu um selinho e saiu todo bonitão e cheiroso. Mais charmoso, impossível!

Aproveitei que ele tinha saído e deixei um bilhete sobre a mesa da sala de jantar.

Eu precisava comprar um presente de Natal pra ele e, sinceramente não consegui imaginar em nada que ele ainda não tivesse.

Andei por umas lojas chiques na região e passei em frente a uma loja de bolsas e carteiras.

Entrei e vi uma carteira da Calvin Klein em couro e acompanhava um chaveiro. Lindíssima! Comprei a carteira.

Desde que ele chegou notei a carteira meio surrada sobre os móveis.

Caminhei mais um pouco e vi uma calça chino em sarja, maravilhosa, e uma camisa que deixaria qualquer um babando por ele. Não resisti e comprei. Eu sabia que ele ficaria um puta tesão na calça e que deixaria sua bunda marcada.

Terminei de comprar os presentes do Cado e fui pra casa.

Quando a porta do elevador abriu, vi o Ricardo me esperando.

Me pegou pela mão e me beijou assim que fechou a porta.

ㅡ me abandonou aqui... ㅡ ele disse e fiz um carinho em seu rosto.

ㅡ eu te deixei um bilhete, não leu?

ㅡ li, mas me abandonou igual.

ㅡ kkkk, besta.

ㅡ foi fazer compras? Porque não me disse? Eu teria te levado.

ㅡ rsrs, senta aí! Fui em algumas lojas aqui pelo bairro.

ㅡ ah, vai dizer que comprou presente de Natal pra mim?

ㅡ rsrs, comprei. Vai querer ver agora ou esperar?

ㅡ agora, já!

Ele abriu as caixas e me puxou pra cima dele no sofá. Primeiro viu a carteira, a camisa e por último a calça.

ㅡ poxa, meu garoto...gostei de tudo. Vou vestir pra ver se serve.

ㅡ veste, se ficar apertado, vou lá trocar.

ㅡ não, ficou perfeito. Adorei demais. Olha essa carteira...que linda. Isso foi indireta pra minha carteira velha? Kkkk

ㅡ kkkkk, não, mas me lembrei que a sua está bem surrada.

ㅡ gostei de tudo, de verdade. E não precisava ter me comprado nada. Meu maior presente é te ver feliz.

ㅡ rsrs, eu sou feliz! Queria que você vestisse na ceia.

ㅡ claro, sei que vai ficar doido em me ver nessa calça kkkk. Comprou porque minha bunda fica apertada nela. Safado!

ㅡ kkkkk, esse foi o principal motivo. Sacou o dinheiro?

ㅡ saquei. Se arruma que daqui a pouco vou te levar pra jantar.

ㅡ oba! Posso saber aonde vamos?

ㅡ na praia. Naquele restaurante baiano que você adora.

Ele me levou pra jantar e depois demos uma volta pela cidade. Pedi que parasse em uma sorveteria e nos lembramos da nossa primeira vez; e que tomei um pote de sorvete em cima dele.

Antes dele pagar a conta, pedi ao balconista um pote de cinco litros pra levar e o Ricardo me olhou de canto de olho.

Sabia que aquilo tudo seria devorado em cima dele novamente, mas em suaves prestações.

Entramos no carro rindo da minha malandragem e ouvi meu celular tocando quando parei no semáforo.

Atendi e não acreditei que era meu pai.

ㅡ pai?

ㅡ tudo bem contigo?

ㅡ tudo. Aconteceu alguma coisa?

ㅡ que eu saiba não! Só liguei pra sabrr como você está. ㅡ um carro no outro lado da rua bozinou pro motorista de taxi que quase bateu em cheio no carro da frente e meu pai percebeu que eu estava no trânsito.

ㅡ ah sim! Estou ótimo! Tudo normal!

ㅡ está aonde? Está no transito?

ㅡ sim, estou no transito. Não posso demorar. Daqui a pouco o sinal vai abrir.

ㅡ está dirigindo?

ㅡ es-tou! Porque?

ㅡ mas é o carro do Ricardo?

ㅡ sim, pai...é o carro do Ricardo. De quem mais seria?

ㅡ ele te deixa sair com o carro dele? Isso que é amigo, heim?!

ㅡ ele está comigo! ㅡ nessa hora o Cado me olhou curioso.

ㅡ ah, entendi! Vocês sempre saem juntos?

ㅡ às vezes. Pai, a mãe está bem? ㅡ tentei mudar de assunto, mas ele estava impossível.

ㅡ está ótima! Ele não tem namorada? ㅡ eu estava a ponto de surtar e dei um jeito de desligar.

ㅡ não sei. Olha, o sinal está abrindo. Nos falamos...

Desliguei e o sinal demorou mais uns dois minutos pra abrir.

Eu realmente estava cansado das investidas do meu pai.

Senti a mão do Ricardo em meu rosto e tudo que eu queria naquele momento era estar em seus braços. Me limitei apenas em pedir um beijo e fui atendido de imediato. Sorri e ele me pediu pra ficar calmo.

ㅡ interrogatório? ㅡ ele perguntou e bufei de raiva.

ㅡ o quê você acha? Agora implicou porque estou dirigindo teu carro. E ainda queria saber se você estava namorando.

ㅡ acha que ele está desconfiado?

ㅡ não, mas está me irritando. Meu pai é do tipo explosivo. Se ele tivesse suspeitando de algo, já estaria aqui me encarando de frente e infernizando minha vida.

ㅡ sei não...talvez esteja nos testando.

ㅡ eu não sei de mais nada. Só quero que passe logo essa colação de grau pra eu me livrar logo desse peso. Caramba, que chato isso.

ㅡ vou deixar você tomar metade desse pote de sorvete em mim quando chegarmos. Será que te deixa mais feliz?

ㅡ deixa! Kkkkk

ㅡ sem vergonha! Kkkk

Durante a semana fui ao dentista retirar o siso e depois os pontos.

Pior foi o Ricardo me tratando feio criança por cinco dias. Disse que se não parasse, iria me mudar e ele só fazia rir da minha cara. Eu sabia que ele fazia aquilo só pra me provocar e me abraçou dizendo pra eu parar de marra. Mas era impossível brigar com ele.

Tirei os pontos e senti um alívio em comer novamente sem a dor insuportável que eu estava sentindo e ja estava me deixando irritado.

Voltamos pro apartamento e fui correndo pro quarto e comecei a arrumar minha mala pra viajem.

Na manhã seguinte eu estava eufórico e estava terminando de colocar algumas coisas na mochila.

Mandei mensagem pro celular de minha mãe avisando que sairíamos de madrugada e nos desejou boa viajem.

Ouvi que a diarista estava no apartamento e perguntou se tinha alguma roupa pra passar e disse que tinha algumas do Ricardo na lavanderia.

Pedi pra ela que passasse as que ele mais gostava e quando voltei pra suite, ele estava saindo do banho.

ㅡ hoje a noite eu vou dormir mais cedo pra dar conta de acordar às cinco.

ㅡ tudo bem. Dormiremos cedo, então. Quero ver o nascer do sol, não se esqueça de me acordar.

ㅡ eu não vou, fica tranquilo. Me ajuda a descer com as malas depois? Não quero descer com tudo isso amanhã.

O ajudei a levar as malas pro carro. Deixamos tudo organizando e passamos o dia todo fazendo nada em casa e no final da noite demos uma volta na orla.

Era cinco e meia quando saímos do apartamento e eu estava caindo de sono.

Combinei que trocaria o volante com ele assim que amanhecesse e como ele tinha o hábito de me tocar enquanto dirigia, acabei cochilando durante seus carinhos.

Despertei com o Cado me chamando e quando abri os olhos, vi os primeiros raios de sol despontando em um horizonte sem fim.

Paramos o carro no acostamento e curtimos o espetáculo que nossa estrela-mãe nos proporcionava.

Me lembrei de quando era criança e acordava cedinho para ajudar meus pais com o trabalho no sítio de meu avô.

Sempre me era incumbido cuidar das galinhas e alimentar as vacas.

Aos domingos, o programa rural era presença marcante em nossas manhãs. Eu não tinha preguiça e nem reclamava em acordar, pelo contrário, adorava me sentir útil. Poder ajudar meus pais, era minha alegria.

A partir dos doze vi meu corpo se desenvolver de uma forma natural por causa do trabalho. Pernas e braços sempre definidos e eu adorava quando alguém percebia.

Nessa época, meu pai sempre me levantando o moral; já dizia o quanto eu era bonito e que as garotas cairiam aos meus pés quando eu entrasse na fase da adolescência.

Engraçado é que tudo que meu pai dizia sobre mulheres não me era interessante em absolutamente nada.

Depois conheci o Cado, e meu interesse por ele foi tão espontâneo e ao mesmo tempo ingênuo. Prometi a mim mesmo esperar por ele e quem sabe com sorte, ele fosse igual a mim. Tive sorte. A vida me foi justa em relação ao meu amor, que de tão intenso, parecia ser palpável ao ar.

Me vendo quieto e absorto de tudo que estava em nossa volta, fui despertado por ele em seu abraço espremido e deliciosamente sufocante.

ㅡ Lipo, está com fome?

ㅡ ainda não, mas preciso de água.

ㅡ calor está demais...

ㅡ vou pegar e você também bebe um pouco.

Ele bebeu metade da garrafa e me passou o quê sobrou. Quando estava terminando de beber, tossi junto e caiu um tanto no meu peito. Foi como ascender um pavio. Ele, me vendo molhado, veio até mim e se sentou no meu colo. Afastei meu banco para trás e suas mãos tiraram minha regata branca tão rápido, que quando vi, ele já sugava meus mamilos.

Apertei forte suas nádegas e a vontade de transar com ele ali mesmo era gigante.

ㅡ tira a calça, Cado!

ㅡ kkkk, sério?

ㅡ vai! Quero uma rapidinha. Pula pro banco de trás.

ㅡ minha nossa! Estamos no acostamento.

ㅡ vou ter que pedir de novo?

Ele pulou pro banco de trás, tirou a calça e peguei uma camisinha.

Fui pra junto dele e começamos a rir.

Encapei meu cacete que já estava latejando de tão duro e fui entrando nele devagar. Não havia uma viva alma na rodovia e fizemos sem pressa.

Gargalhamos horrores nos sentindo um um pouco espremidos, mas estava bom demais.

Gozamos juntos e me sentei no banco o fazendo se deitar em meu peito.

ㅡ delícia esse cheiro de sexo! Gosto demais. ㅡ disse e ele se esfregou em mim.

ㅡ eu também gosto. Caramba, preciso limpar minha mão. ㅡ ele disse e comecei a rir. Ele estava com mão cheia de porra.

ㅡ limpa aqui.

ㅡ na sua camiseta?

ㅡ sim, é bem velhinha. Essa uso só pra dormir. Depois é só lavar, man! Ta tranquilo. Pego outra na mala.

ㅡ obrigado. Nossa! Estou tão relaxdo. Como é bom gozar!

ㅡ eu também! Sensação boa! ㅡ dei um beijo em seu pescoço e senti ele se arrepiar. Era maravilhoso ter o Ricardo em meus braços.

Pedi que se levantasse e vi movimento na pista. Nos limpamos rapidamente e assumi o volante.

Continuamos nossa viajem com muito bom humor e conversas imfinitas. Não paramos de conversar nem por um segundo.

Estávamos quase chegando em São Gerônimo e disse que queria almoçar na praia. Eu estava morrendo de fome e já era quase onze e meia.

Sem muito o quê argumentar, aceitou meu pedido e estacionamos na orla.

Desci e enquanto ele foi até o restaurante pra usar o banheiro, caminhei até a aréia e, tirando os tênis, enfiei meus pés nela.

Senti a brisa marinha bater em meu rosto e como era bom o cheiro de mar.

Lembrei de quando me mudei para a Capital e não conseguia ficar um dia sem ao menos molhar os pés na àgua. Fiquei encantado por algo que só via pela tv e naquele momento estava à poucos metros de mim.

Conversei um pouco comigo mesmo. Fiz promessas de um futuro incerto e me sentia orgulhoso por ser um homem carinhoso e amoroso com todos.

Me considerava uma boa pessoa e isso me fazia muito feliz.

Mais uma vez, agradeci a Yoiô pelo amor que me dedicou e eu sabia ser honesto e sincero do mesmo jeito que eu a amei e seguiria amando eternamente.

Eu estava em paz, me sentia feliz e pleno em minhas conquistas, que estavam só começando.

Me sentei na areia e meditei um pouco. Fiz uma prece olhando o mar; sorri quando percebi que o Ricardo me cuidava de longe e o chamei.

ㅡ senta aí, moço! ㅡ disse e ele se sentou atrás de mim, me abraçando.

ㅡ te vi tão concentrado que não quis te atapalhar.

ㅡ você nunca me atrapalha.

ㅡ estava pensando em quê?

ㅡ nas nossas mães, em você e em como sou um homem de sorte. E não digo isso pelo o quê sua mãe me deixou e toda à ajuda que recebi de seu pai e, claro, de você, mas por vocês serem pessoas maravilhosas e terem por mim todo esse carinho. Até mesmo seus irmãos. Por mais que eles fossem pouco à fazenda, me tinham imenso carinho e respeito. Sempre me trataram como à um irmão e eu os amo como se fossem. Isso eu considero meu maior tesouro. Sabe, Cado? Não me lembro de ser odiado por qualquer pessoa nessa vida e quero manter isso pra sempre. Talvez esse seja o medo real da minha mãe, que eu me torne uma pessoa diferente do que sou. Dinheiro nos deixa muito perto de coisas boas, mas também de coisas ruins e respeito muito essas coisas ruins, por isso nunca me meti com elas e nem quero. Sou feliz assim, com toda minha simplicidade.

ㅡ ah, meu garoto...eu viajei por tantos lugares nesse mundo pra descobrir que sou feliz aqui, nos teus braços! Que sou feliz ao teu lado do jeitinho que você é. Te conheci, fui embora, voltei, me apaixonei e ficamos separados por mais cinco anos. Aí voltei pra sempre e com a certeza de que minha vida já estava sendo traçada há muito tempo. Você só precisava crescer, pra eu poder estar aqui e agora. Te ouço falar e me orgulho por você ser essa pessoa maravilhosa. Obrigado, por me esperar! Obrigado por me amar desde sempre e guardar contigo um sentimento que de tão bonito, sente tanto medo de dizer. Como pode isso? Porque vejo nos teus olhos a vontade que sente em dizer o quanto me ama, mas tem medo de se enganar. Se enganar logo comigo? Que te amo mais que tudo? ㅡ nesse momento me sentei de lado me agarrando a ele.

ㅡ ahh, Cado...faz isso comigo, não!

ㅡ eita...chora não! Te amo demais, meu menino gigante. Te amo desde o dia que voltei e me abraçou como se eu fosse tudo pra você. Porque naquele momento, você era o meu lar e nos seus braços me senti feliz e acolhido. Lipo, eu te amo! E como não amar? Me fala? E não tenha medo, meu amor! Já te disse que estou contigo pra tudo nessa vida. Encaro contigo teu pai e quem for. Quero você! Te amo demais.

Me encolhi em seus braços e ele me dizia coisas lindas. Foi o momento mais mágico que já tinha vivido. Estávamos emocionados e embriagados de tudo que sentíamos um pelo outro. Fitei seus olhos e ele limpava minha face. Sorriu gigante e em seguida me beijou a boca com paixão. Alí, naquele beijo, tive a certeza que eu precisava pra me libertar de anos de espera.

ㅡ te amo desde os meus catorze anos, Ricardo. Desde quando te vi pela primeira vez e desde quando você me sorriu com a alegria de me ver feliz por ter me dado o Texas. Te esperei porque te amo e te amo porque voltou pra mim. E não é só amor que sinto. Te admiro por me emprestar seu lar e que eu o fizesse dele meu lar também. Só sei que te amo e que nunca e ninguém me acuse de amar outro igual a mim, como se fosse errado, porque isso não vou permitir.

ㅡ te prometo que jamais deixarei ninguém te fazer mal. Que ninguém se atreva à te magoar. Tem minha palavra. E me beija, porque te amo tanto que cada minuto contigo é único e quero aproveitar da melhor maneira possível.

ㅡ caramba, como eu te amo, cara!

Estavamos em nosso planetinha cheio de amor e carinho. Seus beijos me confortávam e ele estava tão feliz.

Sentimos o cheiro de comida vindo do pequeno restaurante e ele me chamou para almoçarmos.

Me levantei e ele ajeitou meus cachos. Sempre fazia isso quando os via bagunçados.

Assim que entramos no restaurnte percebi que estávamos de mãos dadas e olhares curiosos nos seguiram até a mesa.

Minutos depois ninguém mais nos olhava, a atração principal havia acabado e todos agiam naturalmente.

ㅡ vou pedir suco e água de coco pra gente. Não gosto de misturar álcool e direção. Se quiser beber, tudo bem, mas te boto no banco do carona e te faço dormir.

ㅡ rsrs, não vou beber. Te acompanho no suco e água de coco.

ㅡ bom menino! Vou procurar uma pousada pra gente dormir um pouco depois do almoço.

ㅡ tudo bem. Cado, teus irmãos sabem da gente?

ㅡ ainda não. Pedi pro pai não comentar nada até você decidir contar pro seu pai.

ㅡ melhor assim.

ㅡ amor, se quiser pedir mais alguma coisa, fique à vontade.

ㅡ o quê você pedir, está bom pra mim.

Serviram o almoço e comi tanto que pedi pro Ricardo encontrar um lugar pra descansarmos.

O dono do restaurante nos sugeriu uma pequena pousada há poucos metros de onde estávamos e fomos o mais rápido possível.

Até que o lugar era bem bacana e limpinho.

Eu estava no banheiro escovando os dentes e o Cado entrou me tomando em seus braços, dizendo que estava adorando a viagem. Lhe dei um beijo mentolado e o arrastei pra cama.

Descansamos por duas horas e meia. Ouvi meu celular vibrando na mesinha ao lado da cama e fui atender no banheiro pro Ricardo não acordar.

ㅡ oi, pai. ㅡ a marcação estava serrada e comecei a ficar preocupado.

ㅡ estão aonde?

ㅡ em São Gerônimo. Paramos pra descansar um pouco e almoçar.

ㅡ ainda estão longe. Você não está bebendo, está?

ㅡ não! Alguma novidade por aí?

ㅡ nada de importante. Só o patrão que perdeu o cartão de crédito da fazenda e algum espertinho achou e usou em um motel aqui da região, mas faz um tempinho. Ele mandou o banco bloquear o cartão. Achei estranho não terem usado mais, pelo tempo que ficou perdido. Vai ver quem usou, ficou com medo. Ontem chegou o cartão novo.

ㅡ é mesmo? Caramba! Ele não me disse nada. E vão fazer o quê?

ㅡ pagar a conta kkkk. O patrão mandou deixar pra lá. Eu fui até o motel pra saber quem tinha usado, mas disseram que só poderiam ceder as imagnes via judicial. Por causa da privacidade dos clientes. A velha burocracia de sempre. Aí o patrão disse que ia demorar demais e seria só mais um transtorno. Deixamos pra lá. ㅡ senti um frio na barriga, mas fiquei aliviado que não remexeram na bagunça que o Ricardo e eu havíamoa feito.

ㅡ nossa! Que loucura isso!

ㅡ nem me fala. Estão descansando onde?

ㅡ estamos em uma pousada. Estou no banheiro.

ㅡ estão no mesmo quarto?

ㅡ sim!

ㅡ mas estão dormindo na mesma cama?

ㅡ rsrs, não. E se estivéssemos? Dormimos juntos aí na fazenda por três dias. Que bobagem.

ㅡ é diferente. Sua mãe e eu estávamos aqui no quarto ao lado. Não sou chegado nessas modernidades de hoje em dia.

ㅡ tudo bem. Pai? Olha, vou precisar desligar. Vou acordar o Ricardo pra gente pegar estrada.

ㅡ está certo, filho. Se cuidem na estrada e não beba.

ㅡ pode deixar.

Abri a porta e o Cado me esperava já acordado. Me deitei ao seu lado e me abraçou.

ㅡ era seu pai?

ㅡ era. Estou de saco cheio. Acredita que ele implicou de eu estar dormindo no mesmo quarto que você?

ㅡ dorminos na mesma cama na fazenda e ele não reclamou.

ㅡ foi o quê eu disse. A desculpa dele foi que tinha mais gente lá em casa.

ㅡ e nem por isso deixei de sentir teu corpo colado no meu. Hum? ㅡ ele veio por cima de mim e se deitou sobre meu corpo.

ㅡ está gostoso aí?

ㅡ uhum! Adoro teu cheiro, teu gosto...

ㅡ vem fazer amor gostoso comigo...vem!

Rolei com ele ficando por cima. O trouxe pra mais perto e o fiz se sentar no meu colo. Ficamos em um amasso onde nossas células se reconheciam entre si e se tornaram apenas uma.

Nos amamos como nunca haviámos feito antes. Eu queria estar nele e fazer parte dele e assim o fizemos. Éramos somente um único ser em busca de prazer e no meio de tudo isso, nossas juras de um amor eterno e sincero.

Me entreguei como nunca havia feito antes e foi delicioso. Senti ele explorando meu corpo de todas as formas possíveis e inimaginárias. Descobri sensões antes escondidas e que me levaram aos céus.

Caímos cansados, suados e maravilhados com o quê tinhamos acabado de fazer e foi bom demais.

ㅡ que fazer amor gostoso. ㅡ ele disse beijando beijou meu peito enquanto eu fazia carinho em suas costas.

ㅡ te amo demais, Cado! E se digo é porque sei o tamanho do que sinto.

ㅡ eu sei o tamanho desse amor por mim. E sei o tamanho do meu amor por você. Nunca pensei que eu pudesse amar dessa forma. Porque só o quê eu sei agora, é que te amar me faz bem. Estar contigo me faz feliz demais e posso dizer que fui conquistado por você da forma mais sincera e inocente possível.

ㅡ eu sou a inocência em pessoa, meu amor!

ㅡ mas não é mesmo! Teu amor é inocente, mas você, não! Kkkk

ㅡ é, sou não! Kkkk

ㅡ nenhum pouco. Caramba, delícia de sexo. Só quero ficar abraçadinho contigo.

ㅡ te machuquei?

ㅡ não, de forma alguma! Foi incrível, delicioso e nossa...me deixou molinho. Nem to afim de pegar estrada hoje. Quero ir na praia contigo e curtir essa noite aqui em Sâo Gerônimo, o quê acha?

ㅡ por mim, está ótimo. Saimos amanhã de manhã, então.

Ficamos em São Gerônimo e ainda curtimos à noite com um luau à beira mar.

Demos uma volta na cidade e conhecenos alguns lugares históricos.

Bem cedo nos arrumamos e voltamos pra estrada. Dirigi um pouco enquanto ele cochilava no banco do carona. Ele estava despreocupado e parecia sorrir enquanto dormia.

Meu celular não parava de vibrar. Peguei o aparelho e era seu Otaviano. Parecia que todos estavam querendo nos arrapalhar. Nunca recebi tanta ligação.

Acordei o Ricardo e pedi que atendesse. Foram mais de vinte minutos de conversa fiada e risos soltos, até que ele perguntou se o pai estava sozinho.

ㅡ o senhor nem imagina o dia magnífico que passei ontem com esse rapaz aqui! ㅡ ele disse e sorri feliz!

De repente o Ricardo pede pra eu encostar e dei sinal de alerta, estacionando no acostamento. Atendi o celular e seu Otaviano estava eufôrico.

ㅡ Lipo, tenho uma novidade pra vocês dois e quero que cheguem logo. Não quero falar nada por telefone, mas acabei de obter uma resposta aí que eu precisava pra fazer o quê eu venho planejando um tempo.

ㅡ não dá pra adiantar?

ㅡ não, é assunto pra mais de metro. Sei que estão curtindo esse tempo de vocês, mas não demorem.

ㅡ está certo. Acho que não vamos parar em mais nenhum lugar. Ficamos tempo demais aqui em São Gerônimo.

ㅡ porque o Pedro está tão empolgado?

ㅡ porque ele me ama! Deve ser por isso. Se declarou pra mim e tudo. Kkkk

ㅡ hahaha, só agora que ele descobriu? Pergunta pra ele quantas vezes ele disse teu nome na ultima vez que fui vê-lo nos Estados Unidos? Eu sei desse amor dele por você antes dele mesmo. Eu só estava esperando a coisa toda acontecer. Se tem uma coisa que aprendi com minha Yoiô, é reconhecer esse tal amor de longe, e o de vocês, já estava traçado. Inclusive, teu amor é mais antigo e foi paciente, não é mesmo, filho?

ㅡ poxa...o senhor me deixou sem graça agora. Mas está certíssimo. Sempre amei esse cara aqui.

ㅡ sei muito bem disso. Estou feliz por vocês. Seu pai comentou alguma coisa sobre aquele assunto?

ㅡ ele disse que foi no motel pra saber quem usou o cartão.

ㅡ e foi! Sorte que não precisei usar o cartão pra mais nada e nenhum dos fincionários veio me pedir pra comprar algo de urgente. Senão, como que eu iria dizer que perdi? Ele só está cabreiro porque quem usou, só usou uma vez.

ㅡ ah, caramba! Que confusão!

ㅡ mas já resolvi! Esquece isso! Sua mãe não parou até agora. Está fazendo tudo que você gosta de comer.

ㅡ rsrs, coitada...sempre nos agradando.

ㅡ ela é dedicada, até parece minha Yoiô. Dirijam com cuidado e estamos todos esperando.

ㅡ pode deixar! Até!

Era problema que não acabava mais, mas resolvi deixar pra lá.

Perguntei pro Cado se ele sabia de alguma coisa sobre o tal projeto e disse que não fazia a menor ideia, mas se tratando do seu Otaviano, deveria ser algo grande.

Comentei que ele tinha falado sobre a última viajem aos Estados Unidos e o Ricardo começou a rir.

ㅡ que velho observador. Foi uma época que eu te ligava direto e meu pai foi me ver. Ele ficou só uma semana e comentei que a gente sempre se falava. Mas foi ele quem começou a destilar elogios à você e acho que me empolguei. Sei lá, eu estava feliz por voltar e disse que te faria uma surpresa em chegar sem avisar. Acho que fiquei a semana toda dizendo como era boa essa nossa amizade, mesmo de longe. Ele deve ter sacado alguma coisa.

ㅡ ele disse que você já me amava e não sabia. Kkkk

ㅡ kkkkk, olha...acho que ele está certo. O mais doido disso é que ficamos cinco anos nesse chove e não molha. Se escondendo do outro e com medo.

ㅡ rsrs, verdade. Mas eu não queria um namorico à distancia contigo. Queria isso que estamos vivendo agora. E se tivéssemos nos assumido antes, acho que a distância iria atrapalhar.

ㅡ é, não faria muito sentido. Acho que tem razão.

ㅡenfim, estou curioso com esse projeto do seu pai...

ㅡ só chegando lá pra saber. Quero parar em São Leopoldo, o quê acha? Almoçamos na praia de lá e descansamos no carro mesmo; uma hora no máximo.

ㅡ por mim tudo bem. Mas você vai assumir o volante. Agora vou descansando minha beleza!

ㅡ kkkkk, eita bicho metido!

*

*

*

Continua...

Olá meu queridos e queridas! Como estão?

Espero que estejam curtindo essa seriezinha e fico feliz pelos comentários.

Obrigado por lerem e fazerem parte desse nosso mundinho.

Provavelmente vou postar na semana que vem. Trabalho esse fim de semana e vou estar de veras ocupado.

Grande beijo e abraços!! 😉✌

Happy Pride! ! 🌈

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Comentários

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Finalmente Lipo teve coragem para assumir seu amor e foi linda a declaração dos dois. Qual será esse projeto de Seu Otaviano?? Mais novidades a frente... kkkkk

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SE LIPO TIVESSE CONTADO TUDO PRO PAI ANTES, NADA DISSO ESTARIA ACONTECENDO. MENTIRAS TÊM PERNAS CURTAS. NÃO GOSTEI DO LANCE DE MENTIR SOBRE O CARTÃO. TUDO SERIA MAIS FÁCIL SE TIVESSEM CONTADO LOGO. TB NÃO VEJO MOTIVOS PARA ESPERAR A FORMATURA E DEPOIS CONVERSAR COM O PAI. QUER QUEIRA QUER NÃO SEU PAI VAI TER QUE ACEITAR. É SUA VIDA E NÃO DELE. VC É INDEPENDENTE, ADULTO. PODE MUITO BEM TOMAR CONTA DA SUA VIDA E SABE BEM DAS SUAS RESPONSABILIDADES. CREIO QUE ESSA VIAGEM PRA FAZENDA VAI SER CRUCIAL. ESPERO QUE TUDO SE RESOLVA LÁ. VAMOS CONTAR TUDO PRO SEU PAI??? OU VAMOS CONTINUAR NESSE SOFRIMENTO???

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Não passa um ano pra voltar. Ta ótimo isso aqui

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Eles estão mais lindos e apaixonados a cada capítulo. Como pode? O pai do Lipo está bem desconfiado, né? Acho que ele já sabe, só não quer acreditar. Esse estado de negação é comum quando se trata de algo inesperado ou chocante. Em compensação, o pai do Ricardo é um sogrão da porra. Adoro ele 😍

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Como disse o poeta... "Vi todas as coisas e maravilhei-me de tudo." Coisa boa é amar e ser amado. A narrativa é de uma leveza sem igual. Deveras emocionado com a história tão bem contada. Cheiros baianos para esse amor.

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O conto está incrível. Abração e até semana que vem.

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Simplesmente perfeito. Eu viajo nessa história 😍

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