Os Verões Roubados de Nós/ CAPÍTULO15

Um conto erótico de D. Marks
Categoria: Homossexual
Contém 3157 palavras
Data: 23/08/2018 19:27:18

Os Verões Roubados de Nós

Capítulo 15

Narrado por Enzo.

Estou nervoso. Muito nervoso e ansioso por vários motivos:

1) Gabriel não me ligou e já passa das sete da noite;

2) Meu pai está atrasado e;

3) Minha tia resolveu aparecer para uma visita de ‘cortesia’... Do nada.

Gabriel não atende ao telefone e meu estresse está nas alturas.

- Meu Deus... Socorro! – digo em voz alta caminhando pelo meu quarto.

Desci algumas vezes e minha mãe que no início estava preocupada agora exibia um semblante relaxado. “Como assim?! Como ela consegue relaxar com essa bruxa aqui?!” penso aflito. Para que vocês não achem que sou mal educado cumprimentei minha tia apenas com um ‘Olá como vai?’ e já foi difícil visto que ela não me suporta. E ainda para evitar perguntas curiosas de sua parte sumi de vista, até porque eu respondo na lata suas indiretas sobre minha sexualidade.

Tento mais uma vez ligar para Gabriel.

- Vamos amor... Atende! Por favor! – imploro com voz chorosa.

Deixo minha porta entreaberta para captar qualquer som vindo lá debaixo ou alguma discussão. Meus nervos estão alterados e sinto que vou explodir a qualquer momento.

- Eno... – minha irmã chama – Posso entrar?

- Claro princesa – tento demostrar calma – Vem cá. – ela se aproxima até onde estou.

Aline é linda, aliás, todos nós somos (rsrs - a modéstia está no nosso DNA). Nós três temos olhos verdes, cabelos negros, mas ela é uma beleza a parte. Parece uma boneca com olhar delicado e boca rosada. Não é a toa que Enrico e eu morremos de ciúmes dela. Ai do palhaço que mexer ou machucar nossa princesa. Ela está com um vestido rosa e uma tiara que deixa seu rosto mais visível.

- O que foi? – pergunto ao vê-la séria.

- Tia Vera está lá embaixo. – diz apreensiva – Você não está com medo?

Fico surpreso com sua pergunta.

- Não Aline, por que ficaria?

- Porque daqui a pouco o Gabe vai chegar e pedir você em namoro... – ela diz em voz baixa.

Vou do branco ao vermelho em segundos.

- Co- co... Como?! – gaguejo – Como você sabe?

Ela dá uma risadinha.

- Bom primeiro porque você ficou vermelho e confirmou o que já desconfiávamos e segundo... – ela faz uma pausa – Ouvi sua conversa com a mamãe.

Ela está visivelmente sem graça.

- Aline! – digo bravo. Quase bravo – Isso é feio sabia?

- Eu sei, mas não consegui evitar Eno! – ela diz e faz carinha de culpa – Fui até a cozinha e ouvi. Eu ia sair, mas daí fiquei curiosa... Desculpa.

Apesar de termos sidos educados para nunca fazer isso. Quase nunca, em minha opinião (rsrs), não consigo ficar realmente bravo com ela.

- Princesa, apesar de você ter errado, está tudo bem. – digo abraçando-a – Vocês iriam ficar sabendo de qualquer forma mesmo.

Ela sorri.

- Desculpa maninho! – ela diz – Olha... Eu acho legal você namorar o Gabe. Ele é gato!

Rimos.

- Também acho. – respondo.

- Ei... O que tá pegando aqui? – Enrico fala e já vai entrando.

- Curiosooo... – Aline diz.

- Você que é curiosa! Sua enxerida. – Enrico devolve – Contou pro Eno o que você fez?

- Já! – ela devolve – E você?

Enrico fica sem graça e coça a cabeça. Olho de uma para o outro.

- Rico? Oque você fez? – questiono estreitando os olhos.

- É... Fala Rico! – ela incentiva toda cínica.

- É... É... Eu ouvi também Eno... – ele confessa e aponta para Aline – Mas a culpa é dela. Eu fui perguntar para mamãe sobre minha camiseta azul e ela estava ouvindo... Acabei ouvindo por tabela.

Meus irmãos são uns safados, mas não consigo ter raiva, pois eu faria igual. Genética é fogo! (kkkk).

- Ninguém merece vocês! – ralho com voz firme – Vou dizer a mesma coisa que disse para Aline. É errado, nunca mais façam isso! – pondero um pouco – A não ser que seja algo muito sério... Aí sim estão perdoados.

Ficamos nos olhando e começamos a rir.

- Vem cá bobão! – abro meus braços pra ele também.

- A gangue está junta de novo. – diz Enrico animado.

- Ainda bem! – Aline completa – Amo quando ficamos assim.

- E eu amo vocês dois! – digo emocionado e esqueço um pouco das preocupações.

Ficamos assim por um bom tempo até que ouvimos a voz ruidosa do nosso pai.

- Papai chegou! – Aline diz toda animada.

- Graças a Deus! – confesso que com meu pai aqui me sinto mais seguro. Tia Vera não abusa com ele por perto – Ele deve estar com as comidas.

- Vou descer para ajudar Eno! – Aline fala – Estamos com você mano! Para sempre.

- Obrigado princesa! – agradeço beijando-a – Desce e vigia, por favor. Qualquer coisa disfarça e vem me avisar.

- Sim capitão! – ela bate continência e sorri – Vou vigiar de perto.

E sai toda apressada. Enrico está me olhando.

- Depois você reclama dela ouvir atrás das portas. – ele diz.

- Eu disse para ouvir quando for necessário cabeção!

Percebo que ele ainda está sem graça.

- Eno... Desculpa por ouvir tá? Eu quero que você seja feliz. Mamãe disse que sempre devemos apoiar um ao outro e você ainda tem que enfrentar o preconceito das pessoas. – ele suspira – Se eu pudesse não permitira, mas eu estou aqui pra você. Pra sempre ok?

Ele me dá um abraço apertado. Meus olhos lacrimejam. Ouvimos vozes.

- Ai meu Deus! Gabe chegou! – digo ficando nervoso novamente.

- E está com a Tati. – Enrico completa – Ouve só... Kkkk.

Eu e Enrico nos olhamos e ele segura minha mão.

- Quer que peça para ele subir? – eu aceno que sim – Tá bom... Já que ele chega...

- Já cheguei Rico! – ouvimos sua voz grossa a porta. Seu olhar está estranhamente calmo.

- Bom... Sendo assim to descendo. – meu irmão cumprimenta com um abraço – E aí cunhado? Tudo bem?

Gabe olha surpreso para mim e dou de ombros. Ele sorri.

- Tudo ótimo!

Enrico sussurra algo em seu ouvido que não consigo ouvir e Gabe fica sem graça primeiro e depois ri. Fico curioso. Meu irmão sai fechando a porta e Gabe vem até mim.

- Amor... Desculpa não atender... – ele para de falar ao meu gesto de mão.

- Você viu quem está lá embaixo? – pergunto apreensivo.

- Sim. Minha mãe. – ele responde todo calmo. Definitivamente Gabriel não está no seu normal.

Olho para ele aflito.

- Como ela descobriu? Você não está com medo? – pergunto – Porque eu estou em pânico.

Gabe dá de ombros e se aproxima.

- Não sei e não quero saber. – ele diz – Hoje o que me interessa somos nós. Eu e você meu amor! – e me beija.

Ah... Foda-se. Beijo de volta agarrando-o.

- Senti saudade bebê! – ele diz.

- Eu também amor! Eu também... – literalmente estou quase montando nele. Seria engraçado se a situação não fosse séria.

Ficamos nos beijando por um tempo até que ele se afasta.

- Eno... – eu continuo beijando-o – Enooo... – ele me afasta – Enzo!

- Enzo não! Eno... Só Eno Gabe! – digo manhoso.

- Então para amor... Deixa eu falar. – sua voz é firme – Você está pronto? – ele me pergunta sério.

- Pronto pra quê? – pergunto confuso.

- Pronto para descer comigo e se tornar oficialmente meu namorado diante da família toda? – ele está olhando diretamente em meus olhos.

- Eu estou com medo confesso. – digo envergonhado – Eu cobrei tanto isso de você e dizia que enfrentaria tudo e todos, mas agora estou amarelando. – encosto minha cabeça em seu peito.

- Ei... – ele segura meu queixo e pega minha mão – Sempre juntos lembra? – e sorri me encorajando.

Seguro. É assim que me sinto. Duvidei tanto dele que no final quem está se acovardando sou eu. Que tolo infantil. Pego sua mão e apertamos.

- Sempre juntos! Por você. Por mim. Por nós. – digo – Eu te amo pra sempre.

Ele cola sua testa na minha e me olha profundamente.

- E eu te amo pra toda eternidade. – responde sorrindo – Vamos? Estão todos lá embaixo. Até quem não queremos.

- Deus nos ajude. – digo e faço uma prece em silêncio.

Suspiro e de mãos dadas vamos encarar nosso desafio.

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Narrado por Gabriel.

Chego à casa dos meus tios um pouco antes das oito porque tive que passar na casa da Tati e esperar a madame ficar pronta.

- Quem vê pensa que o jantar é em sua homenagem! – digo provocando – Anda logo Tati! Estamos atrasados.

- Como você é chato! – ela diz – Não sei como o Eno te aguenta. E deveria ser homenageada nesse jantar mesmo! Afinal, eu sou a madrinha do casal.

Ela volta para o quarto.

- Pelo amor de Deus... Anda logo! – observo meu celular tocando. Enzo já tinha ligado dezena de vezes e isso começa a me incomodar – Anda Tati! Porra, estamos atrasados!

- Não estamos atrasados! – ela berra ao entrar na sala colocando o brinco.

- Vocês mulheres sempre demoram. Deus me livre! – faço uma careta.

- Aaahhh... Vai a merda! – diz ela passando por mim. Pega sua bolsa e abre a porta – Vamos?

Passo por ela rindo e tomo um tapa na bunda.

- Tomara que se um dia vocês se casarem o Eno atrase umas duas horas. – ela diz – Idiota.

- Ele jamais fará isso maninha! – digo enquanto entramos no elevador.

- Ah é? E por quê? – ela pergunta fazendo uma cara de deboche.

- Ele é tão perfeccionista que é mais fácil eu me atrasar.

Ela ri.

- É bem capaz mesmo.

Seguimos em silêncio no carro até que Tati resolve falar.

- Você me perdoa?

Desvio o olhar rapidamente para ela.

- Por quê? – pergunto confuso – O que mais você aprontou?

Minha irmã é uma eterna rebelde sem causa, então dela eu espero tudo. E se Enzo está por perto podemos esperar confusão, um verdadeiro ataque terrorista.

- Por ter contado ao papai. – sua voz está tremula – Eu sei que não deveria ter feito isso Gabe. Fui intrometida. Por favor, me perdoa.

- Concordo que você foi intrometida, xereta, fofoqueira... – ela bate em meu ombro – Aiii... Kkkk... Tati, eu sei que você me ama e que quer me proteger, você sempre foi assim comigo. Sei que também se culpa por ter saído de casa e me ‘abandonar’, mas olha eu estou bem com isso. Bem agora, ou melhor, muito bem por sinal. Não vou mentir, não gostei de você ter contado para o papai, mas já está feito. Confesso que ainda sinto certo receio da nossa mãe, porém se você e o papai me apoiam, então eu quero que se foda. Eu estou feliz como nunca estive antes, tenho um namorado lindo, irei iniciar meu próprio negócio, amo minha família e sou amado por ela. Sou gay, agora assumido – rimos – pelo menos para quem é importante para mim.

- A Vera é importante para você? – ela pergunta séria.

Suspiro e penso um pouco.

- Por incrível que pareça sim! – respondo – Tati, ela é nossa mãe...

- Sua mãe! – ela me corta mordaz.

- Nossa mãe! – repito – Mesmo que ela não saiba demonstrar, eu acho que ela nos ama.

Ela solta uma gargalhada.

- Ok maninho! Continue acreditando. – ela diz cínica – Um dia te conto uma história...

- Lá vem você... Conta então! – peço.

- Um dia Gabe. – ela suspira triste – Um dia todas as máscaras caem e a da sua mãezinha cairá.

- Aaiii... – digo exasperado – Nossa mãe! – é mais para provoca-la mesmo.

Outro tapa.

- Filho da puta! – ela me xinga.

- Você também! – digo rindo.

Rimos enquanto estaciono em frente à casa dos nossos tios. Solto um suspiro feliz porque estou com saudade do meu Eno.

Entramos na casa rindo e brincando um com o outro. Tati vai à frente e de repente ela estanca na porta e para de rir. Ela está estática olhando para um ponto da sala de visitas da tia Alice. Sigo seu olhar e me deparo com nossa mãe nos olhando e sorrindo. “Porra!” penso.

De repente as várias chamadas de Enzo começam a fazer sentido e o sumiço dela de casa também.

- Oi meus queridos! Boa noite. – ela caminha até nós. Tati simplesmente desvia e nada responde.

Minha mãe vem até mim e me beija no rosto.

- Oi meu filho! – ela diz suavemente me abraçando. Sinto um arrepio. Ela estava fazendo cena por causa da presença da minha tia.

- Oi mãe... – respondo sem graça. Não devolvo seu beijo. Nem parece que a expulsei do meu quarto mais cedo.

Tenho a impressão de estar interpretando um papel. O papel do bom filho que nunca decepciona os pais. O porquê disso? Porque era assim que acontecia quando eu era mais novo. Sinto muito para minha mãe, mas esse Gabriel não existe mais, ele morreu em Paraty na minha primeira noite de amor com Enzo.

- Eu não sabia que vocês jantariam aqui hoje. – ela diz sorrindo – vou me juntar a vocês. Tudo bem Alice?

Olho para minha tia e ela apenas sorri acenando.

- Vou colocar mais um prato na mesa. – e olha para Tati que observa minha mãe com os olhos estreitados – Você pode pedir ao seu tio isso querida, por favor?

Tati está encarando minha mãe desafiadoramente.

- Claro tia! – e sai em direção à cozinha. Ouço as vozes de meu tio e Aline conversando animados.

Tia Alice se aproxima de mim.

- Oi meu amor! Bem vindo. Tudo bem com você? – pergunta carinhosa me dando um beijo e um abraço apertado. Devolvo com o mesmo carinho.

- Sim tia, eu estou ótimo!

- Agora é a hora. – ela sussurra em meu ouvido – Está pronto? Enzo está lá em cima... Não o decepcione.

Eu me afasto.

- Nunca tia. – sorrio confiante.

A campainha toca.

- Acho que é seu pai... – tia Alice se afasta em direção ao portão – Estamos com você!

Aceno e me viro em direção a escada, porém paro ao ouvir minha mãe.

- O que há de especial hoje que até seu pai veio jantar? – pergunta desconfiada.

Olho para ela por sobre meus ombros.

- Vamos celebrar... – e subo escada acima em direção ao quarto de Enzo.

Chego ao quarto de Enzo e vejo Rico segurando a mão dele. Ele pergunta ao irmão se deve pedir para eu subir.

-... Tá bom... Já que ele estará...

- Já estou aqui Rico! – digo calmamente.

- Bom, sendo assim tô descendo... – ele me cumprimenta com um abraço – E aí cunhado? Tudo bem?

Eu o olho surpreso e sorrio. Gostei.

- Tudo ótimo!

Ele sussurra em meu ouvido.

- Se você fizer meu irmão sofrer eu te capo! – e sorri cínico – Sabe como é né? Máfia italiana... – e sai assobiando.

Aproveito para fechar a porta e me desculpar com ele. Conversamos um pouco e tenho que acalma-lo. Pois o fato da minha mãe estar lá embaixo o deixou em pânico e inseguro. A culpa se apodera de mim por fazê-lo passar por isso, mas não podemos mais voltar atrás. Tenho 23 anos e quero uma vida independente dos meus pais. Quero liberdade para conduzir minha vida profissional e pessoal.

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Narrado por Francisco.

Ao ver Gabriel sair do meu escritório todo feliz um sentimento de orgulho aflore em meu coração. Meu filho se tornou um homem definitivamente. Pelo menos o lado profissional indica isso e creio que terei boas surpresas com esse lado.

Pietro me ligou dizendo que o jantar seria a italiana e fiquei animado, pois a comida de seu restaurante era famosa. Combinamos de eu levar os vinhos, então ponho a mão na massa (literalmente) no trabalho para acabar logo.

Resolvo ligar em casa para avisar a Vera que irei jantar fora e Judith (nossa empregada) diz que ela saiu e ainda não retornou. Melhor assim, pelo menos o jantar será tranquilo.

Repasso as últimas instruções a Stela e saio para comprar os vinhos. O trânsito está caótico como sempre. Demoro mais de uma hora e acabo chegando em cima da hora. Toco a campainha e minha irmã abre o portão.

- Chico! – Alice sorri – Como vai meu irmão?

- Bem. – sorrio e beijo sua bochecha – Já estão todos aí? Eu me atrasei... – paro de falar ao notar seu olhar – Mana o que houve?

- Vera. – ela responde preocupada – Ela está aqui.

Fecho os olhos e solto um suspiro de chateação.

- Era só o que faltava. – digo.

- Hoje vamos ver o quanto nossa família é unida. – ela diz – Vamos entrar. Trouxe os vinhos?

- Sim. – pego a caixa no carro – Meu filho precisa de mim.

Alice sorri.

- Vejo que conversaram. – ela fecha o portão e entramos – Ei... – ela segura meu braço antes de abrir a porta e sussurra – Nossos filhos merecem a felicidade, independente do que os outros achem. Estamos juntos!

- Sim mana! – sorrio confiante – Eu os protegerei. Prometo.

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Narrado por Tati.

“Mas que inferno!” penso milésima vez enquanto ajudo tio Pietro e Aline na arrumação da comida.

- Está bem querida? – meu tio pergunta calmo.

Solto uma respiração.

- Estaria se ‘ela’ (aponto em direção à sala) não estivesse aqui. – digo irritada.

Meu tio se aproxima. Ele é enorme e está com um olhar sereno sorrindo quando coloca as mãos em meus ombros.

- Fique calma sim? – ele diz – Ela não sabe de nada e se tentar algo eu e seu pai estaremos presentes.

E ele pisca para mim. Ouvimos vozes e identifico a do meu pai.

- Papai... – suspiro aliviada.

- Sim... Seu pai, eu, sua tia...

- Eu também – Aline se pronuncia rindo.

- E eu também. – Enrico entra na cozinha – Ela não pode com a gente prima!

Eu sorrio aliviada e emocionada. Eles são demais no quesito proteção em família.

- Certo pessoal! – ergo minhas mãos – Nada de mal vai acontecer.

Eles sorriem e acenam. Como podem se parecer tanto assim? São lindos.

Realmente eu acho que ela não tentaria nada mesmo, pois meu tio apesar de ser um homem calmo quando tirado do sério vira um vulcão em erupção. Fico mais aliviada, afinal Vera seria louca se tentasse algo esta noite. Oro em silêncio e peço proteção a Deus.

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Narrado por Alice.

O dia passou rápido e Enzo e eu arrumamos tudo para que o jantar fosse agradável e alegra. Meu filho é perfeccionista e nada passa despercebido tanto que ele mesmo montou os arranjos de flores de forma discreta e suave, as cores casavam entre si. Depois de tudo pronto ele sobe para se preparar.

Vera chega um pouco antes das seis da tarde. Confesso que fiquei surpresa num primeiro momento e depois preocupada, pois ela não é dada a visitas cordiais. Nunca.

Pessoalmente eu não tenho nada contra ela, mas também não tenho nada a favor. Por quê? Ela era uma garota incrível quando nos conhecemos na adolescência, porém após sua doença (problemas respiratórios) e teve que se afastar por um período da capital percebi sua drástica mudança. Mas meu irmão era apaixonado por ela, então achei que era implicância minha.

Após o casamento com meu irmão percebi que ela ainda tentava ser a garota de antes, mas após o nascimento de Tati aí ela mudou de vez e ficou pior após o nascimento do Gabe. Como ela nunca deu abertura para conversarmos e vivia na igreja, em festas beneficentes e sempre viajava para casa da tia que cuidou dela.

Nunca fui uma mulher de briga, discussão e fofoca. Eu e meu marido sempre primamos por educar nossos filhos com amor, respeito e liberdade.

Porém meus amigos, nunca e eu digo NUNCA MEXAM COM MEUS FILHOS porque eu viro uma leoa.

Vamos ver como será o jantar. Ver meu filho todo animado, feliz e de repente apreensivo e com medo me causa angústia. Faço uma oração e passo para o modo mãe leoa.

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Comentários

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Puts a jararaca foi pra casa dos cunhados, será que ela ficou sabendo como, agora ler o próximo capítulo desse combate hahaha.

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Você quer deixar a gente maluco?????? kkkkkkkkkkkkkkk Correndo para ler o próximo capítulo... E eu tinha me prometido que só leria um capítulo antes de dormir... kkkkkkkk

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Esse jantar promete. A Vera Lúcia vai tocar o terror, essa estodou na mesma universidade que a Carminha, karola e laureta 😂😂😂😂

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É VERA CONTRA TODOS E TODOS CONTRA VERA. MEU DEUS. TÔ AQUI REZANDO TB PRA QUE NADA, NADA IMPEÇA A UNIÃO DE ENO E GABE.

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