Eu e os três, A.B.O. que eu não sabia - pt21-A

Um conto erótico de Hubrow
Categoria: Homossexual
Contém 2584 palavras
Data: 04/09/2018 20:24:28
Última revisão: 04/09/2018 21:17:51

Minha vida sexual estava intensa e, como qualquer passivo no meu lugar, eu me sentia o cara mais gostoso do mundo. Tinha três machos gostosos me fudendo. Naquelas semanas, cheguei a ter de pedir a Marcelo que não me comesse por dois dias, pois estava com a pele irritada, devido a tantas penetrações. Foi chato, porque eu queria satisfazê-lo, mas nada tão terrível assim, porque não era tão incomum que tivéssemos transas sem que ele partisse para o coito propriamente dito. Não era tão frequente assim, mas às vezes ele mesmo preferia ficar apenas trocando carinhos, despejando o gozo na minha boca. Só que o normal é que essa escolha partisse dele, não de uma negação minha. Mas ele foi compreensivo; eu é que me senti mal com a situação. Com Rodrigo e Otávio não houve esse problema, pois foram noites nas quais não iam me pegar mesmo.

– Vem cá, que eu cuidar disso pra você ficar bom logo – Marcelo disse, logo em seguida passando a me dar linguadas muito carinhosas, delicadas mesmo.

Foi delicioso, embora no início eu estivesse preocupado. Não havia feito a higiene íntima do jeito que gosto, por causa justamente da ardência, e temi que ele fizesse um sexo oral mais completo, como era seu costume. Ele gostava de usar os dedos, esgarçando bem meu cuzinho para invadir as bordas com a língua. Mas foi comedido, apenas dando lambidas muito molhadas, fazendo movimentos circulares com ela, às vezes percorrendo minha bunda e depois voltando ao botão, enquanto eu engolia seu cacete e soltava gemidinhos. Aquela posição de 69, nova para mim, era perfeita para que o membro penetrasse minha goela com menos dificuldade.

O 69 daquele jeito, tão completo e tão longo, foi um aprendizado que tive com ele. Claro que já haviam feito comigo antes, mas não assim, e menos ainda com tanta frequência. Pelo que me lembrava, as vezes que ocorreu foi comigo meio de lado, assim como o parceiro. Mas Marcelo me punha por cima dele, com as pernas bem abertas. Apoiava a cabeça nos travesseiros e me mandava ficar bem empinadinho, expondo bem o botão para que ele trabalhasse nele.

Também ele mantinha as pernas bem abertas, para que eu pudesse ir encaixando minha cabeça e buscasse engolir seu membro até o talo. Ainda não tinha chegado a tanto, mas muitas vezes senti seus pelos roçarem a ponta do meu nariz e a garganta se alargar a um ponto até doloroso. Nestas horas, antes que pudesse me engasgar, eu me mantinha imóvel, quando muito tentando acariciar o cacete com a língua, no pouco espaço de manobra que restava no interior da minha boca. Tinha a esperança que, tal como o reto, a faringe tivesse propriedades elásticas e, com a prática, fosse sendo moldada pela grossura de Marcelo. Se tal ocorreu ou não, eu não sei. Mas, fosse por alguma deformação ou, provavelmente, apenas por um traquejo obtido via tentativa-e-erro, o fato é que fui notando progressos, mesmo que num ritmo lento.

Aquela posição me deixava profundamente excitado, e quando Marcelo se dava por satisfeito e me fazia levantar, eu estava a ponto de enfiar o caralho dele em mim, mesmo que ele não quisesse. Ele sempre queria, mas houve vezes em que tomei a iniciativa e, em vez de me levantar, apenas virei-me de frente para ele e sem pedir autorização sentei na pica, enterrando até o fim de uma vez só. A dor decorrente era prazerosa; eu o sentia me rasgando e gemia muito, num sofrimento rápido que só me convencia de que fazia o certo, que meu destino era aquele, que eu estava no meu papel.

Porque não era apenas a maestria da língua dele no meu cuzinho, semelhante ao que Otávio há tanto tempo não me fazia mais. Nem tampouco o deslumbramento de ter, a centímetros do meu rosto e à disposição, sem qualquer poder de seu dono,o membro majestoso pulsando ou os culhões pesados para que os lambesse com devoção. Não era apenas um tesão pelas sensações físicas; era um tesão intenso pelo que a própria posição sugeria, pelo que ela falava de nós dois, pelo que ela falava de mim. Tanto quanto a própria penetração, ou até mais por se tratar de uma novidade para mim, aquela posição expunha de maneira evidente, e involuntária, nossa distinção de papéis na relação. Éramos duas pessoas que exploravam o sexo um do outro e ambos sentindo as sensações pela exploração de seu sexo pelo outro. Mas nossos sexos não eram os mesmos.

Ambos éramos homens, ambos tínhamos pau. Mas se o sexo de Marcelo estava no seu pau, o meu não estava no meu, mas no cuzinho. Ambos ignorávamos meu pênis; era minha boca no seu cacete e a boca de Marcelo no meu botão, porque era nestes pontos que o prazer era mais forte para cada um de nós; era onde nossas bocas trabalhavam com maior sucesso para proporcionar prazer ao outro e para que obtivéssemos o prazer mais intenso da boca do outro. O alheamento ao que seria biologicamente o meu centro de prazer não significava falta alguma. Eu simplesmente esquecia dele.

Até aí, nenhuma novidade, pois, desde sempre, assim fora em todas as transas que havia tido na vida, exceto em uma ou outra com algum sujeito sem noção. A particularidade daquela posição é que ela explicitava essa minha particularidade de maneira gritante: Marcelo reconhecia meu cu como meu sexo, assim como eu também. Identificava meu órgão sexual em meu botão, e por isso a ele naturalmente se dirigia. Mais do que simplesmente uma indiferença ao meu pênis, o 69 me fazia constatar a obviedade e a naturalidade do reconhecimento de Marcelo de onde ele mais tinha prazer e de onde mais eu tinha o meu. O prazer dele era tipicamente o do macho, mas o meu não; eu tinha o prazer da fêmea, embora fosse, ou devesse ser, macho como ele. Marcelo parecia encarar essa minha propriedade com a mesma displicência, o mesmo desembaraço, que senti em Otávio desde a primeira vez, com a diferença de que Otávio não se pretendia meu macho, e ele havia se imposto como tal.

– Mas é claro que eu gosto de pau – Marcelo disse uma vez, me surpreendendo.

Ele estava sentado e eu ainda de joelhos, no chão. Ele tinha acabado de me dar porra, após me chamar pelo celular para um intervalo de seus estudos.

– De onde você tirou que eu não gosto de pau? Se eu não gostasse, só treparia com mulheres, certo?

– Mas...

– Zeca, eu não finjo que você não tem um pau. Nem você nem qualquer outro cara.

Fiquei cabisbaixo.

– Mas, então... – não consegui completar a frase.

– Então o que?

Veio o silêncio. Ele sabia usar seus silêncios como forma de pressão; sempre havia sido assim.

– Então você não... Eu não satisfaço você completamente.

– E por que não?

Ele sorriu daquele jeito pela metade. Depois, deu aquela inclinadinha de lado e reencaixou a cabeça. Semicerrou os olhos, sem despregá-los de mim. Fez algo como um suspiro, sinalizando que acabava de completar o raciocínio. Sua voz saiu mais baixa, num tom intimista:

– Zeca, você tem problemas por ter pau pequeno?

Eu me mantive calado.

– Tem?

– Você acha pequeno?

– Ele é pequeno.

– Não é uma coisa boa – limitei-me a dizer, sem olhá-lo.

– Mas você sabe que é pequeno.

Não respondi.

– Não chega a ser um micropênis. Acho que não, mesmo sem nunca ter te visto em ereção. Mas é bem pequeno.

Ele estava me deixando envergonhado; não conseguia encará-lo.

– Bem pequeno mesmo.

Fez um breve silêncio. Se eu estivesse de pé, teria como disfarçar e arranjar algo para fazer que justificasse eu sair dali. Mas, de joelhos, qualquer movimentação minha tornaria evidente a fuga.

– Já te falaram disso, né? Eu não sou o primeiro. Ou sou?

Fiz que não com a cabeça.

– Provavelmente, é o menor que já vi. E olha que passivo piquinha é minha especialidade.

Riu discretamente.

– Eu gosto – completou.

– Gosta de que?

– Carinha assim, com esse pauzinho; me dá tesão.

Eu não disse nada.

– Não sou o único. Tem muito cara que tem esse tesão também.

– Eu sei.

Ele pôs a mão em meu queixo, para que eu o olhasse.

– Já te pegaram pra fuder justamente por causa disso, não? Já te disseram isso.

– Capaz. Dizer, acho que não disseram.

– Pois deviam ter dito. Teu pau é uma gracinha, Zeca. Eu adoro ele.

Eu sorri, sem jeito.

– Qualquer cara que transa com outro cara gosta de pau, Zeca...

Ele me olhou como se eu fosse o sujeito mais ingênuo do mundo.

– Mesmo sendo ativo, é claro que o pau é importante no tesão do cara. Se fosse só pelo cu, pegava mulher. Mulher também tem cu. Não tem é pau. Nem barba, nem voz grossa, nem coxa musculosa, nem pelo no suvaco. Se você me dá tesão, é porque tem tudo isso, cara. É porque você é homem.

Sorri novamente. Ele estava querendo me confortar.

– Mesmo os que curtem os afeminados curtem justamente porque têm tesão na repressão da virilidade deles. O sinal é trocado, mas é a mesma coisa: o pau está no centro do desejo. O pau disfarçado, a voz afetada, as coxas depiladas... É o pau, só que em forma de não-pau. É isso que dá o tesão. Mas você não. Você me dá tesão porque tem tudo que um homem tem, só que não tem. Isso é que me deixa doido contigo.

Eu ficava enternecido quando constatava aquele enorme cuidado que tinha comigo. E vivia enternecido por ele, pois demonstrava esse cuidado a toda hora, mesmo quando falava duro comigo.

– Mas é pequeno, né, Marcelo... Não fica duro, não...

– Nem pelo tem, porque você mesmo tira.

– Você não gosta? Você nunca falou, se...

– Adoro. Quando te vi dormindo peladinho, todo soltinho na tua cama aquela vez que levei teu celular... – arregalou os olhos. – É que sou muito determinado, Zeca. Um cara lindo ali na minha frente, com esse piruzinho de criança, lisinho, todo tenrinho... Ah, que vontade de engolir ele todo na minha boca!

– Na boca? – desta vez, fui eu quem franziu as sobrancelhas. – Meu pau na tua boca?

– O saquinho também. Não tenho dúvida de que cabe tudo junto. E nem tenho a boca grande.

– Eu não ía gostar – falei, desviando o olhar novamente para o chão.

– Claro que ía – disse, novamente pegando em meu queixo e insistindo para que eu o olhasse. – Você só tem é medo.

Fez uma pausa.

– Acha que se um cara fizer isso, se simplesmente tocar no teu pau, é porque espera que você reaja como homem, que seu pau reaja como um pau deve reagir. Ficar duro, te dar prazer. E você tem medo que isso aconteça.

Fez nova pausa.

– E sabe que não vai acontecer mesmo, né? Naturalmente não vai, nós sabemos.

– Sei – respondi .

Ele mantinha meu queixo seguro pela sua mão. Então, desviei os olhos sem poder mexer a cabeça.

– Mas isso não é ruim. Não é ruim, Zeca. Não peguei você pra mim pra você ser homem comigo. Peguei você porque você é homem, mas porque é um homem especial.

– Broxa e de pau pequeno.

– E totalmente passivo.

– Ah, que ótimo! – simulei uma voz risonha, irritado. – As três piores coisas que podem acontecer com um cara. Ter pau pequeno, ser broxa e ainda gostar de dar a bunda.

– Exatamente. As três piores coisas que podem acontecer com um homem. Só que você é um tipo bem especial de homem. Bem especial mesmo. Poucos são como você, e por isso é que nós combinamos. Homens como eu precisam de homens como você.

– Um bosta.

– Não. Um ômega.

– Que?

Ele tirou a mão do meu queixo e, segurando em meus ombros, me fez sentar em sua coxa enquanto se reacomodava na cadeira. O caralho pesado, que havia voltado a dar sinais de vida, roçou em mim.

– Zeca, eu gosto de você como você é. E gosto do teu pau como ele é.

Passou a mão em meu rosto.

– Eu não finjo que ele não existe. Você está completamente enganado. Você nunca reparou como eu fico admirando ele quando te como de frente? Como eu gosto de ver, como me deixa com tesão?

– Não.

Ele sorriu.

– Claro... Você fica todo gemidinho, fecha os olhos, quando abre fica só encarando teu macho, desvairado...

Eu sorri também.

– Pois eu olho. Gosto de olhar. Me dá tanto tesão quanto olhar uma bundinha bonita, como a tua; quanto ver uma mulher gostosa; quanto dá a você ver o pauzão do Otávio balançando dentro do short.

– O teu é maior do que o dele.

– E você gosta. Adora uma pica grande.

– Nunca liguei pra isso.

– Não?

– Não.

– Você tá de sacanagem?

Eu ri.

– Não, Marcelo... É sério. Nunca liguei assim pro tamanho do pau.

– Não parece.

– É uma coisa recente, isso.

– Recente?

– É. De uns tempos pra cá.

– Por causa do Otávio? Você ficava com água na boca olhando pra ele.

– Dava pra notar assim?

– Claro que dava.

– Você é muito observador. Foi por isso.

– Pode ser. De qualquer forma, o jeito que você ficava não era o de quem não liga pra tamanho de pau. Mas você é passivo, Zeca; isso é normal. Até héteros se sentem atraídos por pau grande, mesmo não querendo pra sexo. Você não tem que ter vergonha disso. Ainda mais de mim!

– Não é vergonha. Eu to falando sério – insisti. – Nunca liguei. Mas não vou negar, não. Hoje em dia me deixa doido olhar pra vocês. O Rodrigo também tem grande.

– É?

– Vocês três têm. O dele é o menor dos três, mas é grande. Grosso.

– Três pauzudos e você no meio. O piquinha que todo mundo come.

Fiquei sem graça.

– Isso te excita, não é?

Não respondi. Ele prosseguiu:

– Piquinha tem mais que ser comido pelos picões.

Fez uma pausa. Depois, não perguntou, mas afirmou:

– Pensar assim te deixa com muito tesão.

Aguardou que eu reagisse, mas não fiz nada.

– Olha pra baixo; aqui pro meu pau.

Olhei. Já tinha sentido que ele estava a ponto de bala.

– A mim também excita.

Ficou me olhando.

– Fala.

– Falar o que?

– Fala que te dá um puta tesão pensar que você é o piquinha do apê e por isso os picões te enrabam.

Eu sorri, sem graça.

– Que isso te realiza. Que por isso passou a prestar a atenção no dote dos caras. Que descobriu que estar nessa posição te deixa feliz.

– Pára, Marcelo...

– Assume, porra.

Apesar do palavrão, sua voz não foi agressiva.

– Zeca.

– Ahn?

– Presta atenção no que eu vou te falar.

Concordei com a cabeça.

– Essa coisa toda que você tem vivido... Ser passivo assim, usado dentro de casa por três caras, três pauzudos que te vêem como você quer ser visto...

– Como é que eu quero ser visto?

– Como um piquinha passivo.

– Não, não, Marcelo... Eu nunca... Nem Otávio nem Rodrigo nunca me chamaram assim. Não é por isso – menti, deixando de lado que Rodrigo já havia me sacaneado pelo pequeno dote, e mais de uma vez.

– É também por isso. Eles podem até não ter consciência, mas tenho certeza que dá a eles um tremendo tesão comer um cara que nem você. Um homem bonito, com jeito de homem, mas que só sabe dar a bunda e que tem um pintinho de criança.

Senti um calafrio quando ele disse as últimas palavras. Acho que percebeu, porque mostrou aquele seu meio sorriso, mais discreto ainda do que o usual.

...

[continua]

[PS: O segmento B dessa parte, bem mais longo, será publicado amanhã mesmo]

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Comentários

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Curti à beça!!! Não só porque me identifiquei como pelo estilo (não tô nem aí para literatura, estou interpretando a narrativa como um fato), quando estou sendo fudida meus mamilos ficam inchados, meu bumbum fica dilatado, liso e lustroso, e minha bibita que tem apenas 5 cm se reduz a 2cm. Um grelinho... Toda a minha excitação vai para a Cucetinha.... Mas não tem nada disso de macho gostar da minha bibita, nem admito que toquem,,,,

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DESISTO...... ZECA CADA VEZ MAIS HUMILHADO.... JÁ ESTÁ FICANDO CHATO.... E MUITO REPETITIVO.......

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ZECA SEMPRE SENDO HUMILHADO E SE HUMILHANDO. ISSO TÁ FICANDO CHATO DEMAIS. TODOS SEM EXCEÇÃO COMEM ELE E O HUMILHAM. QUANDO ISSO VAI PARAR? QUANDO ELE VAI PARAR DE ACEITAR ISSO? MARCELO JÁ CONFESSOU QUE TB GOSTA DE PAU. SÓ FALTA CONFESSAR QUE QUER SER PASSIVO, COM ZECA, RODRIGO OU OTÁVIO. NOSSA, QUE DECEPÇÃO.

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