Capítulo IV - Inconveniências.
• Ele passa o olhar dele pelo próprio pau húmido e por meu rosto, confuso, então ele pega, coloca o pau para dentro rápido que mal noto, e me dá um soco no rosto, senti meu rosto esquentar, então ele me pega pela garganta e me joga contra a cama.
- Se você tentar gritar eu te mato, viadinho.
- Tá me su...sufocando Lucas. — Ele aperta mais, e eu começo a tremer
- Por que você fez isso? — Ele fala sério. Provavelmente ninguém vai ouvir. Meus pais estão no quarto da minha avó, os quartos são meio distantes.
- Eu... — Perco a voz alí, e ele se mantém me sufocando. Tento sair, mas ele é bem mais forte que eu.
- Eu não gosto de viado, você tá me entendendo? Ainda mais os que vêm querendo algo comigo.
• Ele me solta, e dá outro soco do outro lado do rosto. Caio na cama, fico sem reação, nem lágrimas caem de mim. Ele pegou as coisas dele, desceu as escadas e foi dormir no sofá. Me senti ferver. Covarde. Meu rosto não inchou, mas a vermelhidão as marcas dos dedos dele na minha garganta ficaram marcadas. Ando sentindo meu rosto e garganta doerem, arrumo a cama novamente e subo. Tento voltar a dormir, mas não consigo. Só consigo imaginar o que no Lucas vai fazer agora. Passo uma das mãos na minha garganta, tatuando de vermelho a minha pele, olho minhas mãos, trêmula e tão brancas quanto a lua. Eu estava assustado, com dor, com medo. Acordo no outro dia quase sem as marcas nas bochechas, só um roxo concentrado onde o punho dele acertou. Meu pescoço está pior, está todo roxo e dolorido. Não saio do quarto e me enrolo até a cabeça. Espero que minha mãe não venha me cobrar. Passado algum tempo, ouço a porta abrir, tento imaginar que o que aconteceu era um sonho, mas obviamente não dá certo. Vejo a sombra da pessoa que entrou, e dá pra ver que é o filho da puta do Lucas. Não me Mexo, com medo dele fazer algo novamente. Ele pega algo e sai, provavelmente vai para a faculdade. Não consigo me levantar. Fico lá por mais um tempo e a porta abre novamente e vejo alguém vir em minha direção. Fecho os olhos, e sinto a pessoa tirar o cobertor, quando sinto um toque no meu braço.
- Filho? — Meu pai fala, e eu abro os olhos, olhando para ele.
- Oi... — Minha voz sai rouca
- O que aconteceu com você?! — Ele fala olhando espantado para o roxo da minha garganta.
- Não foi nada. Devo ter me machucado enquanto dormia
- Não minta para mim. Mesmo se fosse, não ficaria assim — Ele levanta minha cabeça, e toca minha garganta.
- Não fala pra ninguém.
- Tá certo. Agora me fala o que aconteceu, está me deixando preocupado.
- Foi o Lucas.
- Mas...como assi... — Eu interrompo ele
- Eu estava... Ele descobriu que eu sou gay. — Ele fica em silêncio por um tempo
- Isso não vai ficar assim. — Meu pai parece irritado. Sou filho único dele.
- Pai...
- Nathan, como ele descobriu isso?
- Eh... — Fico com medo do que vou falar agora. — Eu estava pegando no pau dele, enquanto ele dormia — Não contei a história toda, claro. Ele fica em silêncio por um tempo, me encarando, e suspira.
- Mesmo assim, não é motivo. Ele poderia ter te matado. — Vejo uma lágrima cair do rosto dele ao olhar o meu pescoço. Está dolorido.
- Está tudo bem... Só não fala pra ninguém. — Murmuro a última parte
- Como vamos esconder isso, filho? — Ele passa uma mão pela minha garganta, e a outra pelo meu rosto
- Não precisa esconder. Eu posso ficar aqui no quarto.
- Não pode. Sua mãe vai querer te ver.
- Fala que eu tô dormindo e leva ela pra algum lugar, ela não pode me ver assim. Por favor, pai. — Ele me olha, enxuga o rosto, e foca seus olhos azuis em mim, como se pudesse me atravessar.
- Eu vou tentar. Não posso garantir. Mas o Lucas vai ter o que merece.
• Ele me abraça, eu devolvo o abraço, e ele me dá um beijo na boca, eu retribuo, passando uma das mãos pela nuca dele. Nunca me arrependi tanto de ter desejado alguém na minha vida. Meu pai não pareceu se sentir traído, e se sentiu, não demonstrou. Ele se levanta em seguida, e eu coloco o cobertor até a cabeça novamente. Ouço ele conversando com minha mãe na cozinha, até que uma onda de silêncio atinge a casa. Ouço um barulho de salto subindo as escadas e meu coração começa a bater mais rápido. Minha mãe não. Ela não pode saber o que aconteceu. Acho que não se importa se eu sou gay ou não, mas com certeza não vai gostar nem um pouco de saber a história do meu pescoço roxo. Fico torcendo para ela ir embora, quando ouço a porta do meu quarto abrir. O silêncio volta e eu a ouço falar com meu pai.
- Querido, você viu se ele está bem? — Ouço os passos ligeiros do meu pai se aproximando
- Falei com ele hoje mais cedo, ele está bem. Vamos.
- Mas ele não costuma ficar enrolado assim
- Ele está com frio — Meu pai diz, mas mesmo assim ouço ela se aproximando, fecho meus olhos com mais força que o normal, e sinto ela abaixando meu cobertor.
- Assim está melhor. — Ela só tirou o cobertor até abaixo do nariz, por sorte.
- Vamos, Helena. — Meu pai diz.
- Estou indo — Ela se levanta, e vai em direção à porta, fechando em seguida.
• Eu suspiro assim que eles saem, aliviado. Fico pensando no que iria acontecer a partir daquele momento. Ouço o taxi chegar, o Lucas havia levado seu carro para a faculdade. Quando meus pais saem eu me levanto, desco devagar as escadas, vou até a cozinha comer algo. Já havia passado da hora de almoço, mas não quero almoçar. Preparo um cereal com leite morno e vou me sentar no sofá enquanto assisto. Sinto minha garganta arder ao comer. É uma dor irritante. Me forço a comer, mas não consigo comer tudo. Coloco a tigela na pia, e vou me sentar. Passo horas sentado no sofá, não conseguia pensar em mais nada que não fosse minha preocupação, tanto com minha mãe, quanto com com primo homofóbico. Vou tomar um banho, demoro bastante tempo. Esperava que as marcas saíssem, mas elas insistiram. Depois de limpo, vou para o quarto do Lucas, abro a minha mala e pego uma camisa com gola, visto e abotôo até em cima. Quase não da pra perceber a minha garganta, mas aquilo me incomodava. Vou até o banheiro e pego um pó branco que estava lá, provavelmente da minha mãe, e tento "apagar" os roxos que ainda insistiram em minhas bochechas. Me olho no espelho, e pareço reconstruido por fora, mas me sinto despedaçado por dentro. Vou até a cozinha, pego um copo d'água, e bebo, e a sensação de queimação ainda está lá. Quase engasgo quando ouço a porta se fechar. Coloco o copo na pia, me viro e vejo o Lucas já na porta da cozinha.
- Onde está minha tia? e meu tio? — Pensei em ignorar, mas fiquei com receio dele fazer tudo aquilo, de novo.
- Eles saíram.
- Para onde?
- Não sei.
• Ele se aproxima, e eu me afasto até me chocar com a parede, sinto minha pele gelar. Não sei o que ele quer, mas sei que não deve ser bom para mim. Ele passa uma das mãos na gola da camisa, não apertando, mas eu sinto um calafrio percorrer meu corpo.
- Você vai aprender a virar um homem.
• Ele abre um sorriso maldoso, e dá um tapa em meu rosto. Percebo parte do pó sair em sua mão. Ele apenas olha, limpa a mão no short e sai da cozinha, subindo até o quarto. Levo a mão ao local do tapa, havia doído. Fui até o espelho, mas não precisava passar mais maquiagem, ainda não dava para notar o roxo por baixo da mesma. Volto para o sofá, contendo o choro. Fico sentado, e em alguns minutos, ouço o Lucas descendo as escadas. Ele passa na minha frente, e senta do meu lado. Está sem camisa, e o objetivo dele está claro: conseguir um motivo para me torturar ainda mais. Ignoro ele, e fico calado. Pego o cobertor para me enrolar, mas ele puxa de mim. Nunca senti tanto ódio de alguém. Não suporto esse garoto. Me levanto e vou até o quarto dele pegar outro cobertor, ele tinha trancado a porta. Vou até o quarto da minha avó, pego o cobertor dos meus pais, e volto para o sofá. Tento me deitar, tentando não fazer meu pescoço doer, então me enrolo com o cobertor, e, mais uma vez, o Lucas puxa de mim.
- Eu estou com frio. — Falo para ele, ainda rouco.
- Problema seu.
- Me dá esse cobertor Lucas.
- Vem pegar, viadinho. — Eu me levanto, vou em direção à ele, e tento tomar o cobertor de volta, quando ele dá um soco em meu abdômen. Eu caio no chão, perco o ar e não consigo mais respirar por um tempo. A dor era forte demais. Me encolho perto do sofá, esperando a dor passar, até que depois de alguns minutos ela desaparece. Eu percebo que estava chorando, então penso em tentar tomar novamente, mas sabia que levaria outro soco, então hesitei. Subi no sofá, e fiquei lá, com frio e dor. Passado um tempo, o monstro ao meu lado pega o controle e coloca em um um filme pornô. Ouço o barulho dele tirando o pau do short e batendo uma. Seus gemidos frenéticos, seu prazer louco alí ao meu lado. Aquilo me irrita. Fecho olhos esperando acordar daquele pesadelo quando abrisse novamente, mas nada aconteceu. Depois de um tempo, ele pegou sua mão com esperma e passou na minha boca, enquanto sorria.
- Você não gosta? Então toma.
• Ele faz isso varias vezes e me obriga a engolir sua porra. Abriu a minha boca, gozando lá dentro, me forçando a engolir tudo. Passado quase uma hora, eu imóvel naquele sofá, mal conseguia me levantar para me recolher no quarto da minha avó, ouço o barulho de um carro parar em frente à porta de casa. Lucas muda o canal, se levanta e vai até o banheiro limpar a porra de cima de si. Pego um lençol lentamente, limpo minha boca, e finalmente posso me cobrir. Já estava tremendo. Quando meus pais entram, minha mãe é a primeira a falar comigo.
- Oi, Nathan. Fui até você hoje mas você estava dormindo. Está bem filho? — Ela se senta à minha frente, e passa uma mão em meus cabelos
- Estou bem, mãe. — Tento disfarçar a voz um tanto rouca.
- Se alimentou?
- Já.
- Está bem. Vou fazer o jantar. — Ela se levanta e vai até a cozinha — Breno, venha me ajudar aqui! — Ela exclama da cozinha. Meu pai se ajoelha à minha frente
- Onde ele está?
- No banheiro — Me seguro para não perder o autocontrole
- Ele te fez mais alguma coisa?
• Eu levanto a camisa, mostro a marca da minha barriga. Conto o que o Lucas fez comigo, só de lembrar me da vontade de vômitar. Ele passa a mão em meu abdômen, como se pudesse curá-lo assim. Então, ele passa uma das mãos na pelos meus cabelos e dá um beijo demorado na boca. Não fala mais nada e vai em direção ao banheiro. Pude sentir seu ódio. Meu pai e o Lucas têm idade de serem irmãos. De repente ouço uma gritaria no banheiro, e o barulho de vidro sendo quebrado. Minha mãe corre para ver o que houve.
- Breno?!!! — Ela exclama. Não faço a mínima ideia se esse grito foi o susto por meu pai ter feito algo com o Lucas, ou por ter sido o contrário. Meu corpo esquenta na hora, tento me levantar, consigo após um tempo, e sigo em direção ao banheiro. Fico em choque com o que vejo...