MINHA NOIVA É UMA PUTA - Cap. 07
- Por que o casal me escolheu como alvo? Eu sou um pobretão. E, segundo vocês, eles só atacam quem é rico.
- Isso é um mistério - disse a negra, ainda resfolegando depois da transa - Não sei o motivo de estarem mudando de tática.
- Eu vou precisar ir ao enterro da minha irmã. E ver como minha mãe está.
- Se a dupla sabe que você foi à Polícia, não convém arriscar a estar em público, sem um forte aparato. Não dá tempo pra eu preparar um esquema tão rápido.
- Quer que eu falte ao enterro de minha única irmã?
- Quero preservar tua vida.
- Então, me consiga uma arma.
- Tá doido? Você não tem treinamento. Nem eu tenho autorização para te deixar andar armado.
- Eu podia fazer isso sem que você soubesse, oras.
- É verdade. Mas, se a Polícia te flagrar, não conte comigo. Fingirei que fiquei zangada por me enganar e te prendo por porte ilegal de armas.
- Caralho. Você não me ajuda em nada. Assim, fico totalmente dependente de vocês. Se falharem em me proteger, perco minha vida.
- Infelizmente, é assim. O que podemos fazer é adiar o sepultamento da tua mana até que prendamos eles.
- Sem provas suficientes?
- O jeito será plantarmos provas. Não seria a primeira vez.
Ele esteve pensativo. Depois, resolveu ligar para a jornalista que prometeu investigar o caso. Ela tinha más notícias:
- Encontrei várias provas contra o casal que você me indicou. O tal Henrique é chefe de um bando de traficantes. A morena é uma espécie de viúva negra: matou todos os seus maridos que tinham grana. Você é rico, cara?
- Eu? Não tenho um centavo nos bolsos. E acabo de ficar desempregado.
- Então, o que essa zinha quer com você?
- Não sei. Estive discutindo isso com uma amiga quase ainda agora.
- Você tem namorada?
- Por que quer saber?
- Eu estou sem ninguém. Pensei que nós dois pudéssemos ter algo, depois que tudo isso se resolver.
Ângelo esteve mudo. Não esperava essa declaração da jornalista. Ela até que era bonitinha de rosto, mas um pouco sem graça de corpo. Parecia assexuada. Ou, talvez, gostasse de mulher. Mesmo assim, ele disse:
- Depois, nós veremos isso. Investigou se os policiais são de confiança? - Luara olhava para ele, muito interessada na conversa. Quando ele desligou, ela perguntou:
- O que tua amiga descobriu?
- O delegado faz parte do esquema do casal. Já foi alvo de uma investigação da Corregedoria, mas conseguiu escapar.
- É verdade. Ele já esteve em maus lençóis mas parece que se regenerou e hoje faz bem o seu trabalho.
- Ainda não confio nele. Mas não vou ficar aqui, esperando que o casal seja pego. Vou passar lá pro hospital. Depois, sigo para o enterro da minha irmã. Não acredito que o coroa vá fazer algo contra mim na frente de tanta gente.
- Ele pode não fazer, mas mandar alguém. É perigoso. Não vá.
- Desculpe, mas tenho que ir.
- Então, vou ligar para o meu chefe. Não quero mais ficar responsável por tua segurança.
- Faça como quiser - disse ele, saindo da residência onde a Polícia escondia pessoas através do Programa de Defesa das Testemunhas.
Assim que ele saiu, a negra fez uma ligação. Mas não para a Polícia. Quando atenderam, ela disse:
- O rapaz está indo para o hospital onde a mãe está internada. Depois, pretende ir ao enterro da irmã. Melhor pegá-lo antes que ele chegue aí. Você viu os vídeos que eu te mandei, amor?
- Vi sim - ela ouviu a voz de Henrique - E já o mostrei a Brigite. Ela ficou furiosa. Parece que está gostando mesmo do rapaz. E acho que desconfia que nós dois temos mesmo um caso e pensamos em dar o fora deixando-a sozinha.
- Não vejo a hora, amor. Ela nem fode nem sai de cima de você...
- Dessa vez ela me parece diferente. Está agindo de forma estranha.
- É verdade aquela história de que o último marido dela a aconselhou a ficar com o primeiro que aparecesse?
- Sim. O cara era um babaca. Não percebeu que ela o estava matando aos poucos, dando-lhe veneno misturado a comida, e trocando os remédios dele por inócuos. Até facilitou, deixando toda a sua grana de papel passado para ela, antes de morrer!
- Coitado. Por isso o irmão policial é tão puto da vida com ela. Está doido para pegar vocês.
- Nós sabemos. Mas enquanto você estiver por perto, para nos avisar dos movimentos dele, estamos seguros.
- O que ela disse ao ver o rapaz fodendo com minha irmã?
- Ficou pê da vida. Disse que iria mata-lo. Como não conhece Luana, acha que é uma amante qualquer do cara. Como você conseguiu aquele vídeo?
- Eu o fiz, claro. Mas nem ele nem minha irmã sabem. Você disse que Brigite quer matar o cara?
- Foi o que ela disse a mim.
- Então, é a nossa chance, amor... escuta aí:
E ela lhe disse o que ele teria que fazer.
O coroa Henrique esteve mudo. Depois concordou:
- Você tem razão. Eu o mato e faço como se tivesse sido ela. Quando for presa e levar a culpa do crime, nós fuginmos para bem longe daqui.
- Isso, amor. Não devemos perder essa chance. Como pretende fazer?
- Primeiro, preciso sequestra-lo. Em seguida, eu o transporto para o barco dela. Depois, levo-o para alto-mar e dou cabo dele. Deixo o corpo na lancha e volto de barco.
- Não o mate a tiros. Dê-lhe uma punhalada, que é uma arma mais feminina. E pelas costas, para dar a entender à Polícia que o crime foi praticado por mãos femininas. Eu planto umas provas na lancha, antes de levar a Polícia lá, amor.
- Você é ótima. É isso que farei. Mas deixe-me ir embora. Quero pegar o cara antes dele chegar ao hospital. No cemitério, onde deve enterrar a irmã, vai ser mais difícil. Muitas testemunhas.
Mas Ângelo não foi direto para o hospital, como disse a Luara. Antes, passou em casa. Sabia que o pai guardava um velho revólver, do tempo em que trabalhou como vigilante de uma empresa. Lembrou-se de que vira guardada e bem acondicionada, numa gaveta, uma caixa de balas. Deviam servir. Pegou a arma, guardou-a às costas e saiu com a caixa de balas dentro de um saco plástico, na mão. Agora, sim, se achava preparado para enfrentar o coroa traficante. Quando ia pegar um ônibus, um carro parou perto dele. Uma voz feminina o chamou. Era a jornalista. Pediu que ele entrasse no veículo. Ele o fez.
- Vai para onde eu penso?
- Vou para o hospital onde minha mãe está internada. Lá, pego meu pai e vamos pro velório da minha mana. Meu pai já deixou tudo preparado, enquanto eu resolvia outras coisas.
- Que horas é o sepultamento?
- As onze da manhã.
- Então, temos tempo. É que eu queria um favor teu. Tenho uma amiga que me chamou para um motel. Acha que sou sapatão, mas eu não gosto de mulher. Gosto de rola. Mas confesso que tenho curiosidade de ver um casal fodendo ao vivo. Pode fazer isso por mim?
- Acha que é uma boa hora para me propor isso? Estou indo enterrar minha irmã... como é mesmo teu nome?
- Patrícia. É que essa vai ser a minha primeira grande reportagem. Só em pensar nisso, fico excitada. Doida pra foder, entende? Aí, escolhi você. Mas tem que ser hoje. Na hora em que todos estiverem no enterro da tua irmã.
- Por que isso?
- Porque é quando a minha amiga vai poder estar conosco. Ela é virgem. Vai aproveitar que todos vão deixa-la sozinha em casa, para ir ao velório, e ir comigo para um motel.
- Que coisa mórbida, Patrícia. Posso saber quem é essa tua amiga?
- Eu estava indo à casa dela, agora. Vamos comigo?
- Okay. Só para conhece-la. Mas marcaremos outro dia para essa foda num motel, entendido?
Ângelo percebeu a jornalista muito nervosa, mas achou que era natural pra quem estava doida pra trepar. Queria saber quem era a tal amiga dela. Se fosse bonitinha, ele marcaria, sim, uma noitada num motel, depois que resolvesse as coisas. Estranhou quando a jovem estacionou o carro numa rua erma, cheia de lixo, perto de um terreno baldio. Ela estava mais nervosa ainda. De repente, o rapaz levou uma pancada na nuca. As vistas escureceram. Antes de desmaiar, no entanto, viu Henrique sentado no banco de trás do carro dela. Caíra numa armadilha. O cara estivera escondido o tempo todo, agachado no assoalho do carro. Ângelo perdeu, finalmente, os sentidos.
Quando acordou, estava amarrado por cordas de nailon. Olhou em volta e reconheceu o barco onde estivera com a negra e o coroa Henrique, no dia em que viera se encontrar com Brigite na lancha. Só então, viu que tinha companhia. A jornalista também estava toda atada num canto. A lancha se movimentava sob o sol de quase meio-dia. Viu o coroa dirigindo a embarcação, de costas para ele. A jornalista disse:
- Desculpe, Ângelo. Fui obrigada a fazer aquilo. Ele tinha uma arma apontada para o banco traseiro, bem nas minhas costas. Disse que atiraria e eu acreditei.
- E a história da amiga? Era mentira?
- Claro -, ouviu-se uma voz masculina - mas foi baseada na tara da irmã da tua ex-noiva. Ela me pediu para leva-la a um motel, sabia? Disse que tinha pedido a você e você se negou. A bichinha está doida para dar o cabaço. Vou droga-la, como fiz com a irmã.
- Você é nojento. - gritou Ângelo - O que pretende fazer conosco?
- Matá-los, claro, e jogá-los aos tubarões. Nas praias do Recife tem muitos, já ouviu falar? Depois, faço as coisas de um jeito que a culpa do assassinato de vocês recaia sobre Brigite.
- Por que isso? Ela é inocente nessa história toda?
- Ela te ama. Queria me abandonar por você. Nós temos mais de dez anos casados. Agora, aquela puta quer me deixar por um fedelho pobretão, como tu. Mas vai ficar sem mim e sem você. Eu já tenho uma nova namorada.
- Está falando de Mônica?
- Aquela puta drogada? Não. A minha nova namorada não se droga. Detesto mulheres que se drogam. E você caiu na minha armadilha como um patinho, naquele dia.
- Que dia? Do que está falando?
- De quando foi atrás de Luara, minha namorada. Ela, sim, é o meu amor. Eu liguei para ela alertando que você iria pro bar. Pedi que ela te levasse para a casa da irmã dela e fizesse um filminho com você e Luana. Não o viu na Internet?
- Não sei do que está falando. Pra que fazer um filme?
- Não apenas um filme: um belo filme pornô. Quando Brigite o viu, disse-me que ia matar você, e eu acredito. Mas eu vou te matar e botar a culpa nela. Depois, fujo com minha amada Luara.
Um tiro foi ouvido na lancha. Henrique envergou-se, depois caiu no chão, perto do leme, atingido pelas costas. Já caiu morto. Ângelo e a jornalista olharam em direção de onde tinha partido o tiro. Viram Brigite, de rosto crispado e de arma na mão. Atrás dela, a negra Luara filmava tudo com uma pequena câmera. Brigite ordenou:
- Desligue isso. Agora, já temos a confissão dele gravada, de como pretendia matar meu amor e incriminar a mim. Solte os dois.
Luara fez o que ela pediu imediatamente. O jovem estava sem entender nada. Brigite o beijou na boca, ardentemente. Depois, disse:
- Agora, estamos quites, Luara. Obrigada por ter ligado para mim, antes de fazer o vídeo. Pena que descobri que meu amor é traiçoeiro. Mas, depois, ele me paga. No entanto, teu trabalho ainda não acabou, negra. Vou querer que você grave minha confissão, onde pretendo declarar todos os meus crimes e os de Henrique, além da cumplicidade do delegado. Porém, não pretendo me entregar à Justiça. Vou fugir com o meu amor - disse olhando apaixonada para Ângelo.
- Quer dizer que sabia que eu tinha te traído?
- Sim. Mas você estava carente de sexo, não foi? E eu não quis fazer amor contigo naquela noite. Mereci a traição. Mas nem pense em fazer isso de novo. Vamos embora? O bote afixado á lancha dá para nós quatro. Você rema. Mas jogue a arma que peguei de Henrique em algum lugar no mar. Ela não pode ser encontrada.
- É a arma do meu pai. Eu a peguei, antes de sair de casa.
- Agora é que tem que jogá-la fora, mesmo - disse Luara. - Pode comprometê-los, se for achada.
Ele jogou o revólver no mar, assim que se afastaram de bote. Foram embora, deixando o cadáver de Hentique na lancha. Luara contaria uma história crível para a Polícia, inocentando Brigite do assassinato e entregando a fita com a confissão do ex-namorado. Fingira estar apaixonada pelo coroa traficante para pegá-lo, como prometera ao policial cunhado de Brigite. Só depois que ela desaparecesse no mundo é que entregaria o vídeo com a confissão de Brigite. Fez isso em troca da grana que a morena prometeu a ela: todo o dinheiro que Henrique tinha guardado durante seus anos de crime. A negra não aguentava mais viver do salário mixuruca recebido da Polícia. Este tinha sido seu objetivo, desde o começo, já que Brigite não gostava mais do cara e queria mudar de vida. Pretendia encontrar um amor e ser feliz com ele. As palavras do moribundo, que morreu nos seus braços profetizando que ela encontraria um amor no dia seguinte à sua morte, a tinha incentivado. Sabia que Luara era uma policial corrupta. Oferecera a ela a fortuna do marido traficante. Em troca, ela a livraria da cadeia. Mas estava cansada, mesmo, daquela vida de vigarista. Apaixonara-se pelo jovem logo a primeira vista. Queria viver o resto dos seus dias com ele.
- Tenho que ir agora, gente. Vou passar pelo hospital e depois enterrar a minha irmã. - Disse o jovem.
- Posso ir com você, amor? - Perguntou Brigite.
Ele demorou a responder. Depois, disse:
- Olha, Brigite, estou muito chateado com essa história toda. Minha irmã morreu por causa de vocês. Isso, para mim, é imperdoável. Então, vou querer distãncia de você por um tempo.
Ela abaixou a cabeça, triste. Mas não o rebateu. Haviam voltado no bote, todos calados. Ele foi ao hospital, mas o pai já tinha ido para o velório. Foi para lá, encontrando-o desolado. Teve pena do velho, mas não podia fazer nada. Não diria que a morena havia sido uma das culpadas pela morte de Lelinha, pois sabia que o pai gostava da morena Brigite. Sua mãe também. Estava num dilema, mas pensava seriamente em deixar-lhe. Aí, viu a negra Luana se aproximar dele. Ela o saudou e o beijou na boca. Seu pai ficou cismado. Perguntou:
- Quem é essa, filho?
- Uma amiga, pai.
- Beijando-o assim, na boca? Que intimidade é essa?
- Eu gosto dele, senhor. Somos amantes. Uma única vez, mas o fato é que já fizemos amor.
- Meu filho é um sem-vergonha. Vive trocando de mulher. Primeiro a noiva, depois uma morena e agora você.
- Ela deu um beijinho no rosto do velho. Ele amansou imediatamente. Ela voltou sua atenção para o jovem. Disse;
- Minha irmã me contou do sepultamento. Vim ver se precisa de mim.
- Obrigado, mas estou bem.
- Vai querer ir lá pra casa, depois do enterro?
- Eu gostaria. Estou precisando de alguém para desabafar.
Mas, nem bem chegaram na casa da negra psicóloga, ela o atacou de beijos de língua. Nem passou a chave na porta, deixando-a apenas encostada. Tirou as roupas dele com urgência. Ele também a despiu. Ela o derrubou no tapete da sala. Veio por cima. Cavalgou-o até gozar uma vez. Aí ele veio por sobre ela. Ia penetrar-lhe a vulva de novo, quando ela disse:
- Não, por aí não. Quero no cuzinho.
Ele a girou sobre si e apontou-lhe a rola para o cu. Ela empinou a bunda para recebê-lo. Fodiam como se não fossem ter nova oportunidade para isso. Aí, a negra ouviu a porta ser escancarada por um pontapé. Brigite apareceu de punhal na mão. Estava furiosa.
- Seus traidores! Vou matar os dois.
FIM DA SÉTIMA PARTE