Como será amanhã? - Prólogo (Baseado em fatos reais)
[...] um dia de cada vez.
É engraçado quando olhamos para trás e vemos tudo o que passamos. A gente vive sempre pensando como será o nosso dia de amanhã. Será que amanhã vou estar triste, vou estar feliz, cansado, entediado, será que amanhã vou estar vivo?
São questionamentos que fazemos constantemente que deixamos de aproveitar cada segundo, cada momento, momentos esses que nunca voltarão. Por isso devemos buscar viver um dia de cada vez.
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PRÓLOGO
- Sério?! Marc? – Perguntei incrédulo com o que aquele garoto estava me falando. Depois de tudo que a gente passamos juntos, depois de tudo o que eu estava passando nos últimos dias.
Ele me olhou com uma expressão vazia, como eu jamais tinha visto em seu rosto nos últimos anos. Aquela sala tão grande passou a ser tão pequena, o ar que preenchia o ambiente pareceu sumir. Era como se o ar em meus pulmões fossem acabar.
- Olha Santiago – começou ele dando um passo em minha direção ficando a alguns centímetros de mim – eu não estou dizendo que deixei de gostar de você. Eu apenas estou dizendo que agora eu tenho outras prioridades. No momento eu não posso deixar um relacionamento me tirar do foco. Como eu lhe falei, hoje eu preciso de dedicação exclusiva e buscar o que eu quero para a minha vida. – Nesse momento ele pegou minha mão e colocou em seu peito fazendo eu sentir os batimentos de seu coração, batimentos constantes e em um ritmo calmo.
- É engraçado Marcelo. – Falei baixando a cabeça e olhando para o chão.
- O que é engraçado? – Perguntou ele.
- Apesar de tudo que a gente passou. Que eu passei. Eu achei que com você ao meu lado seria mais fácil de lidar. Eu pensei não. Eu sabia que com você ao meu lado eu poderia levar, enfrentar tudo e todos. – Eu levantei a cabeça e olhei no fundo de seus olhos.
Dizem que os olhos é a porta da alma. Que se você olha no fundo dos olhos de uma pessoa, você está olhando a alma daquela pessoa. Eu nunca precisei olhar no fundo dos olhos do Marcelo para ver o que ele estava sentindo ou pensando. Muitas vezes sua voz já me dizia tudo. Naquele momento eu não consegui saber o que estava se passando com ele, então eu olhei no fundo de seus olhos. E pela primeira vez eu só vi o vazio.
- Santiago. – Falou ele colocando uma de suas mãos em meu pescoço e com a outra pressionando a minha mão contra seu peito.
- Não. – Interrompi me afastando dele. – Eu não lhe culpo, nem lhe responsabilizo. – Falei e uma lágrima desceu em meu rosto. – Não são as pessoas que nos decepcionam, Marcelo. Somos nós que nos decepcionamos com as pessoas, somos nós que criamos expectativas com relação as outras pessoas.
Dizendo isso eu peguei meu celular que estava em cima do centro e sai caminhando em direção a porta. Eu só conseguia sentir seu olhar em minhas costas. Quando abrir a porta eu o ouvi sussurrando.
- Desculpa.
Eu abri a porta e parei por um segundo. Um filme passou em minha cabeça. Respirei fundo e pensei por um segundo se deveria olhar para trás. Então dei dois passos para fora da casa e deixei a porta fechar entre nós. Eu sabia que dali para a frente seria difícil para mim, eu teria que enfrentar uma barra, mas eu nunca pensei que seria tão grande como foi.
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Bom dia, pessoal. Essa história é baseada em fatos reais, fatos esses que aconteceram comigo a um tempo atrás e que hoje resolvi contar para vocês. Uma maneira que achei de desabafar. Por questões pessoais os nomes aqui serão apenas personagens, mantendo os dados pessoais anônimos.
Tentarei postar um capítulo todas as sextas. Qualquer eventual mudança eu avisarei. Um forte abraço a todos. Espero que gostem da história.