Os Verões Roubados de Nós/CAPÍTULO 33

Um conto erótico de D. Marks
Categoria: Homossexual
Contém 2499 palavras
Data: 20/10/2018 21:27:47

Os Verões Roubados de Nós

Comentarios:

*Grilo falante* - Caraca! que teoria da conspiração, hein?! Antônio: ele é macaco velho, né? E também adoro essas tiradas dele... Vera e Olga: interessante esta sua visão, mas o buraco foi muito mais embaixo, Vera tem motivos de sobre para odiar a irmã; Francisco: A melhor atuação dele está neste capítulo. E pode me chamar de D., amigo! É D de Diego... Abraços.

*arrow* - quanto a estarem juntos no plano: no início sim, agora... Você irá entender no capítulo 35... Abraços, querido!

*M@yan* - Não vou dar spoiler, ok? kkkkkk... Capítulo 35 chegando... Abraços.

*VALTERSÓ* - Aguarde, amigo! Só te digo isso... Abraços.

*Lolito for ever* - Estou melhorando as postagens... Antes só conseguia aos finais de semana e agora já mudei o ritmo... Fico feliz porque acho que você está gostando... Abraços.

*Lebrunn* - nada fica solto na história como já citei antes... No devido temo e momento tudo se explica, até porque tem que ter o gancho para colocar as coisas senão fica como muito contos aqui da casa... Tudo solto pela história e nem dá vontade de terminar a leitura... Abraços.

Capítulo 33

Narrado apenas por Enzo

Estou aqui, como uma estátua refletindo sobre tudo o que está acontecendo nessas últimas horas. Apenas pensando em como nossa vida pode mudar drasticamente de uma hora para outra,

Relembro passo a passo de tudo.

A Premonição

Acordo sem Gabe na cama encontro na cozinha preparando o café. Meu coração está apertado e não quero que ele vá, porém são negócios e não posso ficar me metendo.

Após ele sair não consigo mais dormir e me apronto para a aula enviando mensagem a ele pra saber onde e como ele está. Durante o almoço conversamos por telefone e tento me tranquilizar sabendo que ele já estava voltando.

Mas a sensação não me deixa, este aperto no peito, então no momento em que estou voltando com nossos cafés e caio desmaiado.

Eu sei que aconteceu algo com ele, pois a dor em meu peito é intensa. Quero notícias e quando me exalto levo uma picada no braço desmaiando novamente.

A fuga

Acordo na casa dos meus pais tentando fugir da realidade. Na verdade, eu realmente quero fugir de tudo isso, pois parece que estou num pesadelo sem fim.

Desço as escadas e a reação da minha família me faz correr para o meu quarto novamente mesmo eu tentando disfarçar para não ter que encarar a realidade e então fujo de casa como um adolescente rebelde e vou para nossa casa para espera-lo até que caio no sono.

O Dia Seguinte

Sonho com meu amor dizendo que irá voltar para mim. Acredito tanto nisso que resolvo ficar sério e introspectivo de propósito para que não me façam muitas perguntas. Acordo com Tati em nossa cama me confortando e dizendo que irá cuidar de mim, o que ela faz com louvor.

Finalmente encontro-me com seu namorado. Diego. E devo dizer que quando minha suspeita se concretizou acabei culpando-o pelo acidente de Gabe. Ao ouvi-lo falar sobre suas suspeitas desejei-lhe sorte porque acredito piamente que Gabe não morreu. Estão todos enganados.

Voltamos para casa de meus pais e alguns parentes, amigos próximos assim como seus funcionários dele vem falar comigo. Aceito todas as condolências com carinho e respeito. Quero ficar só no eu mundo, pois nele não há morte, nem tristeza e nem dor. No meu mundo só há espaço para amar, ser feliz. Isso tudo é passageiro.

Estou só agora curtindo minha solidão momentânea deitado na minha cama olhando para o teto e esperando por notícias dele. Qualquer uma.

Ouço uma batida e não abro os olhos. Se alguém entrar verá que estou dormindo e sairá.

— Filho? – meu pai chama.

Abro meus olhos e o vejo em cima de mim. Seu semblante é sério.

— Seu tio ligou... – ele está procurando um modo melhor para falar – É... Ele ligou e...

Meu pai fecha os olhos.

— Disse o quê? – pergunto.

— Que... – ele exala o ar – Que o corpo foi liberado e a partir das 16h o velório terá início... Ah... Será velado no crematório...

Ficamos nos encarando.

— Então é assim? – pergunto calmo e meu pai chora – Não chora, papa!

Eu me levanto e nos abraçamos.

— Sinto muito, filho! – ele me abraça apertado e chora.

— Tudo bem, papa... – digo com suavidade – Eu vou me arrumar...

— Eno...

— Sim. – eu paro na porta do banheiro.

— Eu queria poder tirar sua dor, filho! – daí sim meus olhos lacrimejam.

— Mas não pode... – eu o olho – Ninguém pode...

E sigo para o banheiro. Tiro minha roupa e tomo um banho rápido. Eu não quero acreditar. Ainda não. Falta uma pequena coisa para eu crer realmente que é verdade. Visto minha roupa e olho para minha mão. Dou um pequeno sorriso. Ainda não. Desço e vejo meus pais e irmãos me esperando. Tati irá conosco, pois Diego está com meu tio.

Durante todo o trajeto ela segura minha mão enquanto eu olho para as ruas movimentadas de São Paulo.

Será que as pessoas lá fora sabem? Conseguem imaginar a minha dor? Quantas sofrem pela perda de alguém? Ou esperando pela volta de alguém como eu? Uma garoa fina e intensa recobre a cidade e as pessoas tentam se proteger como podem.

Meu pai leva um pouco mais de 40 minutos para chegar ao cemitério e só então percebo o silêncio que reina dentro do carro quando ele adentra o estacionamento. Reconheço alguns conhecidos, parentes e ela. Vera. Ela está sendo amparada por um casal de amigos da família. Faço um voto de silêncio íntimo prometendo que só vou rompe-lo se ela disser algo desegradável.

Saio do carro e amparo Tati. Observo minha prima e sua emoção ao chegarmos, pois Gabe é como se fosse um filho para ela. Sempre foi. Ela o protegia como podia e tenho certeza de que ela trocaria de lugar com ele. Porque ela é assim: sempre pensando mais nos outros do que nela mesma. Essa é outra promessa que faço a mim mesmo: ser menos egoísta, menos infantil e mais compreensivo.

Ao adentrarmos no recinto vejo o caixão totalmente fechado. Olho para o meu pai e ele vem rapidamente até mim...

— Por quê? – pergunto – Pai...

— Filho. – ele nega com a cabeça – Não há condições de deixar aberto... O corpo... Ficou muito machucado... Desculpa...

Eu o abraço.

— Tudo bem, paizinho. – digo triste – Eu entendo... Você o viu?

— Sim. – responde com voz sumida.

Vejo minha mãe se aproximar do caixão e tirar de dentro da bolsa uma foto dele. Meu coração se aperta.

— Enzo? – ouço sua voz e um arrepio percorre meu corpo.

— Sim? – eu não a olho.

— Eu sinto muito... – Dai sim eu me viro.

— Obrigado... – digo em voz baixa – sinto muito também.

De repente ela me abraça e chora compulsivamente.

— Eu não queria que acabasse assim... Eu juro...

Sinto o cheiro de álcool que exala dela.

— Tudo bem, Vera... – eu a abraço e sinto sua fragilidade – Acidentes acontecem...

— Você não entende... – ela me olha com desespero.

— Enzo! – é Ítalo. Como ainda estou abraçado a minha tia sinto seu corpo tremer.

Olho para meu irmão que vem ao meu auxílio tirando minha tia de perto de nós.

— Pois não, Ítalo. – ele me abraça.

— Desculpe por interromper... É a mãe do Gabriel, estou certo?

— Sim.

— Nossa, ela está arrasada. – ele fala com pesar

Eu me afasto alguns passos e estreito meu olhar sobre ele.

— É natural... – respondo com cautela – Eles podem ter tido suas diferenças, mas ela é mãe.

Ítalo apenas assenti concordando.

— Vou falar com Tatiana... – ele diz – Meus sentimentos, Enzo. Sentirei falta do meu chefe e amigo.

“Por que isso me soa falso?” penso enojado. Aceno em resposta e o observo se afastar e vou me sentar ao lado de minha mãe.

Olho a todo momento para a porta esperando por meu tio. A sensação de há algo errado está me incomodando.

As horas seguintes foram de pessoas entrando, me dando os pêsames e saindo. Anoitecia quando, meu tio, Diego e mais um senhor entram. Esperei ele conversar com algumas pessoas e quando ele se juntou ao meu pai fui até lá e o chamei.

— Tio?

Ele me olha com um semblante sério.

— Sim, Eno...

— Podemos conversar? – pergunto sério.

— Claro.

E saímos em direção a um escritório que há no crematório com meu pai e Diego nos seguindo. Meu tio pergunta ao encarregado se podemos usar a sala para conversar em particular. Permissão concedida seguimos para ela.

— Onde estão os objetos pessoais do Gabe? – pergunto direto.

Ele me olha confuso.

— Enzo...

— Não me trate como um retardado. – e mostro meu dedo – Quero a aliança, o celular e todos os outros objetos.

Meu tio gagueja – É... N-Não... Ah...

— Não sobrou muita coisa, Enzo. – Diego o interrompe – O corpo foi carbonizado.

Levanto minha mão para cala-lo.

— Diego... Para o metal derreter a temperatura tem que estar acima de 1000ºC... Por favor, não é? – falo com cinismo – Vou perguntar novamente, ok? Onde estão: a aliança, as chaves do apartamento, o celular e outros objetos? ONDE? – não aguento e grito.

— Enzo! – meu pai intervém quando grito.

— Estão em casa. – meu tio responde sem olhar para mim.

— Pois eu quero tudo comigo! – falo – Tio, olhe para mim!

Ele me olha sem jeito.

— Quem está no caixão? – pergunto me lembrando do que Diego disse mais cedo. Vejo seus olhos arregalarem.

— Enzo!

— Deixa, Pietro. – meu tio diz – Quem está lá é alguém que merecia estar vivo e curtindo tudo o que a vida nos proporciona. – ele chora – Eu sinto muito, Eno... Sinto tanto...

— Ok. – eu me viro e saio quando ouço meu tio.

— Enzo... Eu vou consertar isso. Eu prometo que tudo vai ficar bem.

— Não vai ficar bem. E sabe por quê? – digo sem me virar – Porque ele não está mais aqui. Ele se foi.

E saio dali me sentindo sufocado. O desespero começa a tomar conta de mim. Ao voltar vejo Roberto, Miguel, Suzana e Fernando conversando com minha mãe. Um a um eles me cumprimentam.

— Enzo, querido. – Suzana me abraça apertado – Meus sentimentos.

— Obrigado, Su...

Meu chefe vem até mim e me abraça também.

— Querido, eu o admirava tanto quanto você. É uma perda irreparável. – ele me abraça.

O próximo é Miguel.

— Enzo... – ele começa – Primeiro quero me desculpar e segundo dizer que sinto muito. Meus sentimentos...

Há lágrimas em seus olhos.

— Obrigado, Miguel. – nos abraçamos.

Ele me solta com um suspiro e eu me viro para ficar ao lado do caixão. Pego a foto de Gabe e sussurro:

— Amor... Eu prometo me cuidar e dar o melhor de mim em tudo. Prometo que quando essa dor passar eu vou ser feliz. Por você. Por mim. – lágrimas rolam – Prometo cuidar dos nossos pais, de Tati. Prometo conhecer cada um dos lugares que planejamos. Prometo ser o melhor arquiteto que esta cidade já viu... – sorrio – Mas, me perdoe por não ficar. Eu não consigo Não é justo conosco... – minha voz embarga – Eu te amo para sempre, Gabe. Te amo para toda a eternidade, ouviu? Um dia...

Choro e termino com um beijo na foto. Quando me viro para sair dou de cara com Fernando.

— Enzo...

— Fernando... – olho para todos no recinto – Socorro, me tira daqui, por favor...

Ele acena e saímos dali rapidamente. Ouço primeiro minha mãe e depois Tati me chamarem, mas não olho para trás em nenhum momento. Não posso. Não consigo. Fernando destrava a caminhonete e entramos.

— Para onde? – ele pergunta quando conduz o carro pela avenida.

— Para minha casa. – informo chorando – Preciso sair da cidade ou vou enlouquecer.

Fernando apenas concorda e continua dirigindo. Fecho os olhos e só percebo que chegamos quando ele me chama.

— Enzo?

Abro os olhos e vejo que estamos numa garagem.

— Vem comigo. – ele pede.

— Onde estamos? – pergunto curioso.

— No prédio em que moro. Vem. – ele desce e me espera.

Seguimos em silêncio até seu apartamento. Ele abre a porta e me dá passagem acendendo a luz em seguida. Devo dizer que o apartamento é a cara dele. Discreto, porém com cores suaves contrastando com os móveis escuros. Enquanto olho tudo em volta vejo um mural lotado de fotos. Eu me aproximo e na maioria há o rapaz baixinho que vi com ele. Ambos sorriem felizes em algumas e em outras há apenas o baixinho. Mas há uma foto no centro em que o baixinho está sozinho e sorri diretamente para a câmera e fico curioso para saber quem ele é.

— Vítor.

— Ele é lindo.

Fernando sorri triste.

— Eu sei.

Ficamos olhando as fotos por um tempo até que eu digo:

— Você pode me fazer um outro favor? – pergunto.

— Claro.

— Você pode me levar até o Terminal Tietê?

— Vai fugir? – ele pergunta.

— Não... – nego com um gesto – Vou me encontrar para seguir em frente. Prometi isso a ele.

— Ok, Enzo. – Fernando olha a hora – De quanto tempo precisa?

— Pelo menos 1 hora, tudo bem?

— Beleza! – ele responde – você tem 1 hora a partir do momento em que acender a luz do seu apê, ok? Eu te espero na rua.

— Obrigado, Fernando. – e saio rapidamente do seu apartamento.

Chego no apartamento e vou direto para o quarto retirando a mala do armário e separando rapidamente algumas roupas. Quando pego meu blusão uma pasta cai espalhando várias folhas pelo chão.

Analiso as folhas e percebo ser o contrato de posse do restaurante e fico surpreso ao descobrir que meu tio não é seu sócio, ou seja, ele apenas financiou e deixou Gabe como proprietário de tudo.

— Será que ele sabia? – eu me pergunto – Acho que não... Ele me diria, com certeza.

Resolvo analisar melhor o documento e o guardo na mala. Tomo um banho rápido me arrumando, separando meus documentos e dinheiro. Olho a hora e ainda tenho um tempo. Então escrevo uma carta para Tati, pois tenho certeza de que será ela a encontrar.

Feito isso levo minha mala até o corredor e aciono o elevador. Retorno ao apartamento olhando uma última vez. Não vou levar nenhuma foto. Nada. Tudo o que tenho de Gabe está na minha memória e meu coração. Ele está nos meus cinco sentidos.

Chego a calçada e minutos depois Fernando estaciona. Ele desce e coloca minha mala no banco traseiro e noto uma mochila e uma bolsa de viagem.

— De quem é? – pergunto curioso.

— Vou com você! – ele responde.

Olho para ele surpreso.

— Desde quando?

— Desde que avisei o nosso chefe e ele permitiu. – Fernando explica sorrindo – Vamos?

— Você nem sabe para onde eu vou, Fernando! – falo ao entrar no carro.

— Então, me diga agora! – ele coloca o cinto e dá a partida.

— É sério, Fernando... Deixe-me no Terminal Tietê que eu me viro, por favor.

— Para onde? – ele pergunta enquanto dirige. Nem me dá atenção.

— Que saco, Fernando! – resmungo.

— Qual o destino, Enzo? – ele nem me olha.

— Paraty. – respondo a contragosto – E quero saber direitinho desta história do nosso chefe ter permitido você viajar comigo.

— Depois. – ele me olha – Coloca o cinto, por favor?

Dou um suspiro e coloco o cinto. Seguimos viagem para meu refúgio predileto.

Boa note e boa leitura.

abraços

D.

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Comentários

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Li esse capítulo com um aperto no coração. Ansioso pra vê a máscara de Italo cair.

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Apesar de saber que Gabe não morreu esse capítulo foi muito pesado e me trouxe lágrimas. Realmente a atuação de Francisco foi muito boa e o melhor é que ele não mentiu mas será que ele vai conseguir manter apesar de ter conseguido passar pelo teste de fogo (Eno)? E Vera maligna???? Isso tudo foi atuação ou ela realmente não sabe da falsa morte?? Será que Italo enganou a ela também??? Eu tive a nítida impressão de que ela contaria alguma coisa a Eno e Italo cortou. Estou errado??? E esse contrato que Eno encontrou em que o único proprietário do restaurante é Gabe??? O que será que ele descobrirá? E pensando no restaurante, se Italo está com Gabe, será que ele não o obrigará a passar o restaurante para ele com uma anterior a da suposta morte? Adorei a atitude de Fernando ele realmente está se saindo um bom amigo apesar de se conhecerem pouco.

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SERÁ QUE HAVERÁ BRIGA PELO ESPÓLIO DE GABE? QUANDO A MÁSCARA DE ÍTALO VAI CAIR? ENZO NÃO É BOBO ELE ESTÁ DESCONFIADO DE QUE REALMENTE HÁ ALGO ERRADO NISSO TUDO.

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