Olá, gente? Depois de muito ler contos aqui na casa resolvi contar um pouco a minha história. Não sei se vai ficar bem escrito, mas vou tentar da melhor forma possível. Até porque não sou muito boa em reda-ção. Mas também aprendi a usar o corretor ortográfico no computador. Tudo sai lindo e maravilhoso depois. Então vamos começar?
Eu nasci em 1983. Hoje estou com 35 anos agora no ano de 2018. Nasci em uma família de evangélicos fervorosos (mas não vou citar aqui qual o nome da igreja). Já nasci dentro dos preceitos rígidos da reli-gião onde tudo é pecado. Até entre quatro paredes é pecado. Eu comecei a namorar, dentro da própria igreja, meio que escondido, com um lindo rapaz também evangélico fervoroso. Nossa, eu o amei assim que o vi. Era lindo! Na verdade ainda hoje ele é lindo! Ficamos encantados um pelo o outro. Quando começamos a namorar escondidinho eu tinha 15 aninhos. Ele tinha 20. Eu não vou negar que os meus desejos sexuais eram muito aflorados, mas ao mesmo tempo tolhidos pelo medo de ir para o inferno; medo dos meus pais. Nessa idade eu mais parecia uma velha. Saias longas; nenhuma maquiagem por-que era assim que tinha que ser. Eu evitava pensar em sexo; evitava olhar para os homens; perdi inú-meros namoradinhos porque eles eram “do mundo”. Quando me olhava no espelho, morrendo de me-do que minha mãe me flagrasse olhando para meu próprio corpo, evitava me “tocar”. Eu sentia muita vontade de fazer sexo, mas sentia muito medo.
Meu namorado, apesar de ser homem, seguia na íntegra o regime da igreja na época (hoje esse regime mudou muito e para melhor porque eles estavam perdendo muitos fiéis) quando estávamos namoran-do mal dava-me um beijo nos lábios muito rapidamente. Enquanto eu estava um vulcão, ele estava trancado totalmente dentro dos preceitos religiosos. Enfim, namoramos 5 anos. Apesar de tudo eu nun-ca deixei de amá-lo. Gente, quando um dia eu passei a mão no pau dele, ele ficou bravo comigo. Che-gou a dizer que eu estava impura. Disse-me que desse jeito eu iria levar todos para o inferno! Na verda-de eu também tinha medo de ir para esse tal lugar.
Quando completei 18 anos nos casamos. Saí da casa da minha mãe e fui morar com ele. Agora eu era a esposa dele. Tive sorte e muito azar também. Os dois na mesma proporção. Perdi a virgindade na pri-meira noite com um homem maravilhoso. Ele era carinhoso, amável, cuidadoso. Eu fiquei com tanto medo que levou três dias para ele entrar todo dentro de mim. Doía muito; saía muito sangue. Fomos sempre na posição papai-e-mamãe. Nem uma outra posição ele queria. Perdi o cabaço e não tive pra-zer. Quando eu vi ele nu fiquei com um pouco de medo. Além de lindo ele tinha(e tem) um instrumento maravilhoso. O pau do meu marido é muito gostoso. É grande. Não é pequeno. Grosso. Depois da ter-ceira vez e quando eu fiquei pronta para ser penetrada sem dor, era maravilhoso fazer amor com ele, mesmo que eu não gozasse. Estava sempre faltando alguma coisa. Pelo menos sexo tinha todo dia. Uma vez por dia. Ou melhor por noite.
No primeiro mês engravidei. Puta que o pariu! Eu não estava preparada. Mas agora era seguir em fren-te. Como marido ele é excelente. Ele não reclama de nada. Super calmo. Nunca levantou a voz para mim. Mesmo quando eu estou de mau humor. E isso passou a ser frequente. Fazer amor com ele era como beber água sem ter sede. Tinha todo dia. Somente exceção de quando eu estava menstruada. Tinha muita coisa faltando. Seus beijos não tinham gosto. Eram frios. Seu sexo, apesar de demorado durante a penetração, não me satisfazia. Eu tinha o homem perfeito. O homem que nem sequer olhava para outra mulher. O homem que nunca saíra com uma prostituta. O homem que não tocava em álcool. O homem que me compreendia e me respeitava como mulher. Eu o amava e ainda amo, mas a situação estava horrível para mim. Ele fez cursos de teologia e chegou a pastor. Nossa... aí ficou pior ainda. Era lendo a bíblia dia e noite; era atendendo o irmão que estava necessitado...
Aí foi a minha desgraça. Eu também tinha que participar dos cultos na posição de mulher do pastor. Tive meu primeiro filho. Nossa, era a alegria de todos. Uma menina linda. Demorou apenas um aninho e eu engravidei de novo. Porra, mal parei de amamentar e já estava grávida. Mas eu não queria aquela vida para mim. Eu continuava amando meu marido. Excelente homem, pai e marido... mas meu corpo dese-java uma coisa que eu nunca tivera: prazer. Eu desejava meu marido todos os dias. O homem que me dava o céu na terra. O homem que beijava minha barriga e falava com o neném em meu ventre. Fazia todas as minhas vontades. Eu estava, na época, com 21 anos. Nasceu outra menina. Outra deusa.
Minha vida era cuidar do marido, cuidar das crianças, cuidar da igreja, fazer comida, lavar roupa e dormir. No outro dia começar tudo de novo. Eu já me sentia uma velha de 50 anos. A vida totalmente sem brilho algum.
Meu marido fazia amor comigo e depois ia dormir. E eu ficava acordada. Muitas vezes eu ficava beijando ele... dormíamos de conchinha todas as noites. Cuidávamos dos bebês os dois juntos. Ele me ajudava, mesmo cansado, dos afazeres domésticos. Fazíamos planos de um dia ter uma bela igreja toda revestida no mármore... com muitos fiéis de onde pudéssemos dali tirar o nosso sustento sem ter que trabalhar fora. Nossos rendimentos ainda eram bastantes precários. Meu marido também trabalhava fora. E eu também, logo que terminou a quarentena já que foi parto normal, comecei a trabalhar como diarista. Foi aí onde tudo desandou na minha vida. Na nossa vida. Aconteceu tudo de ruim por uma parte. Vivi períodos infernais. A nossa vida mudou completamente. Mas ao mesmo tempo surgiu uma nova vida. Depois de um inferno astral e físico.
A nossa família é bastante grande. Muitas mulheres e poucos homens. Somos muito unidos. Eu tenho a minha irmã e parceira. Um ano mais velha do que eu. A que teve coragem de enfrentar meus pais e não seguir os rigores da igreja da qual pertencemos. Ela sabe tudo o que acontece comigo e eu sei o que acontece com ela. Não temos segredos. Todas me ajudam a cuidar dos bebês. Todas adoram meu mari-do assim como meus pais também.
Por volta do quinto mês eu comecei a trabalhar como diarista para ajudar nas despesas de casa. Traba-lhava na casa de um casal de meia idade. Trabalhava três vezes por semana. Minhas irmãs ficavam com meus filhos. O casal gostava muito de mim. Eles saíam para trabalhar e eu ficava senhora de mim dentro da casa. Tinha acesso a todos os cômodos.
A senhora tinha seus quase 60 anos. E foi ela quem me alertou para que eu me cuidasse mais; para que eu ficasse mais feminina; para que eu ficasse jovem como eu realmente era.
- Minha filha, você é uma linda menina. 21 anos. Realmente uma menina. Precisa se maquiar. Precisa pôr para fora sua juventude. Minha filha eu sei que devemos ser temente a Deus, mas Deus não fica feliz que seus filhos se acabem ou fiquem mortos ainda vivos.
- Não sei... meu marido...
- Seu marido, no início, vai ter raiva... mas depois ele vai amar você mais do que ele já ama.
Minha irmã adorou a ideia. Disse que era isso que eu tinha que ter feito há muitos anos.
A senhora comprou roupas jovens para mim; vestidos, saias, shorts, calcinhas e maquiagem. Numa tar-de de sábado que estávamos só nós duas eu fui vestir as roupas. Gente, foi um luxo. Eu me vi num ves-tido preto justo na parte de cima e um pouco mais folgado na parte de baixo. Nossa, gente, fiquei linda! A senhora mesmo me maquiou. Uma maquiagem leve e jovial. Batom suave. Me apaixonei perdida-mente por mim mesma. Linda! Gostosa! Fiquei de perfil e olhei a silhueta. Minha bunda era bem gran-de. Barriguinha esbelta apesar de dois filhos. Meus peitos estavam enormes! Cheios de leite!
Pulei de alegria me vendo uma outra mulher.
Fui para casa com aquela roupa. Linda. Gostosa. Poderosa! Uma mulher jovem. De verdade. Aquela era eu. Até levei a minha primeira cantada no ônibus. Um cara me chamou de gostosa. Odiei. E amei. Atraí muitos olhares. Me senti eu mesma: uma deusa.
A primeira pessoa para quem eu fui mostrar a minha produção foi para a minha irmã. Ela ficou radiante.
- Meu Deus! Você é mais linda do que todas nós juntas!
Minha mãe odiou. Minhas outras irmãs ficaram em silêncio.
Quando cheguei a casa, entrei. Meu marido estava lendo a bíblia. Levantou os olhos. O sorriso se desfez em seus lábios. Me olhou de cima a baixo. Como ele nunca tinha levantado a voz para mim, disse, com o olhar fixo para todo o meu corpo:
- Não sei quem é você. Mas tire essas roupas.
- Você não gostou, meu amor? Tudo isso para você.
- Para mim? Eu nunca pedi isso. Você está horrível. Quem lhe deu isso está querendo acabar com a nos-sa vida. É o inimigo. Tire isso e queime. Se você não tirar isso eu vou dormir na casa do meu pai. Não vou dormir com uma mulher que se veste assim.
Eu comecei a chorar e corri para a cozinha. Eu tirei a roupa. Voltei a ser a pessoa que eu não era. Saí de casa e fui para a casa da mamãe. Ela ficou contra mim. Mas eu tinha a minha irmã. E as outras mesmo não concordando se solidarizaram e ficamos todas juntas. Foi a primeira noite sem meu amor. Parecia que estava faltando um pedaço de mim. Eu tinha as minhas irmãs e meus filhos, mas faltava o calor dele. Faltava meu marido. Passei a noite inteira sem dormir.
Na quarta noite ele foi me buscar. Me fingi de dura. Cara feia. Não sei ser atriz. Minhas irmãs paradas, olhando, em silêncio.
- Eu não quero mais usar essas roupas horríveis. Eu sou jovem. Você é jovem. Precisa se vestir como jovem.
- Está bem. Eu só vou aceitar porque eu te amo.
Fomos todos para um abraço coletivo. E eu voltei para casa. Voltei para o meu amor. O meu marido.
Na tarde de uma segunda-feira a minha patroa disse que ia viajar e me contratou para eu passar um mês inteiro indo todos os dias limpar a casa. Eu aceitei, claro. Podia levar minha irmã e meus bebês. Fi-quei feliz da vida. Ela me pagou adiantado. Era muito dinheiro. Paguei meu dízimo adiantado, dei uma parte para o meu marido e paguei um pouquinho para a minha irmã. Fiquei só com o dinheiro para pagar o ônibus. Por volta de uns cinco dias que eu já estava lá, a senhora me ligou e disse para eu preparar o quarto de hóspedes porque o filho dela ia chegar da França e ia ficar lá. Disse para eu não me preocupar porque ele cuidaria da própria estada, ou seja, eu não teria que cozinhar e nem lavar e nem passar para ele. Estava tudo bem.
No dia seguinte eu estava dando os últimos retoques no quarto de hóspedes quando a campainha to-cou. Eu fui atender. Gente do céu... ele se identificou. Nossa, que homem lindo! Um negro alto, muscu-loso, sorridente; traços finos; muito elegante. Gente, era um deus de ébano do antigo Egito, sei lá. Um monumento! Aquele homem devia ter força para levantar um trem.
Ele me cumprimentou e à minha irmã com a gentileza de um homem dos filmes. Beijou minha mão. Cheiroso.
- Sua esposa veio? – perguntei enquanto caminhávamos para dentro da casa.
- Não, não. Minha esposa ficou na França. Ela é advogada e não pode vir. Como você se chama?
Eu não vou dizer o meu nome verdadeiro aqui nesse conto. Por isso vou me chamar pelo nome que eu já vi nos filmes americanos. “Donna”. Vem de dona de casa. É o que eu sou.
- Donna, com dois “enes”- sorri.
- Donna, com dois “enes”. Um bonito nome. Igualmente a você.
- Obrigado.- me corrigi imediatamente. – Obrigada.
Desse momento em diante começou a minha desgraça. Sinto muito em ser tão ríspida para com os leitores. Mas eu fiquei loucamente apaixonada por aquele homem. Não era a minha intenção. Não foi por querer. Foi destino. E minha irmã percebeu. Sempre quem está de fora vê tudo. E quem está dentro pensa que quem está fora não está vendo nada.
Bem, gente, eu vou corrigir meu texto e postar. Tomara que ninguém leia. Se meu marido souber que eu contei isso ele me mata.
Meu nome fictício é Donna.
Já corrigi. Espero que tenha ficado bom. É meu primeiro conto. (Tem continuação).
como minha antiga conta de email foi bloqueada, agora tenho uma nova. vaninha.casada@outlook.com