Lucas Bandito ainda estava deitado na cama. Procurava descansar mais da foda dada com a coroa. Gostara dela. Mas a namorada advogada, apesar de também coroa, era mais ajeitada do que Vilma. Ela estava viajando a trabalho e só voltaria dois dias depois. Ia tomar um banho demorado para depois repor o disfarce de velho quando ouviu uma algazarra. Apurou os ouvidos. Minutos depois, ouviu tiros.
Depressa, vestiu-se. Colocou apenas a barba postiça e a peruca de cabelos brancos, pois não daria tempo ajeitar a maquiagem. Pôs no rosto, também, um par de óculos escuros. Respirou fundo e saiu do quarto apoiando-se na bengala. Quando chegou perto da portaria, viu logo um senhor caído no chão. Apontando uma pistola para uma recepcionista estava um jovem, tendo junto de si uma companheira assaltante. Nenhum dos dois parecia drogado. Então, Lucas os classificou como meliantes que roubam pelo prazer de roubar. E esses matam pelo simples prazer de matar. Já haviam assassinado um funcionário do motel que tinha idade de ser pai deles. O ex policial disfarçado deveria ter cuidado redobrado. O cara gritou:
- Fique aí, velho. Logo iremos cuidar de você.
- O que está acontecendo? - Perguntou o ancião, sem parar de se aproximar do casal. A mulher sacou um revólver maior do que ela da cintura, guardado às suas costas. O parceiro disse:
- Pegue-o, amor. O cara é cego.
A mulher foi ao encontro do velhinho sem nenhuma cautela. Levou uma bengalada no meio da cabeça, de cima para baixo. O sangue lhe escorreu pela cara. Ela caiu ajoelhada, soltando a arma. Antes que o assaltante se recuperasse da surpresa, Lucas o atacou. O golpe num dos lados do pescoço era um dos seus favoritos. Só que dessa vez ele bateu com mais força. O cara quebrou o pescoço com a forte bengalada. Já caiu morto.
A recepcionista se abraçou a Lucas, chorando e se tremendo toda. Tentava explicar o assalto e o assassinato do gerente do motel, mas não dizia coisa com coisa. O "velho" tentou acalma-la em vão. Um dos clientes assomou à porta assustado. Lucas pediu que ele chamasse a Polícia. O cara entrou de volta ao quarto e fez uma ligação do próprio celular. Dessa vez, o jovem disfarçado de cego não esperou pelos policiais. Foi-se embora tocando no chão com a sua bengala, fingindo-se de cego. Se tivesse esperado, teria se encontrado novamente com a sargento morena que o tinha chamado para prestar depoimento sobre o assalto ao caixa eletrônico, dias antes.
Um velho cego. Foi a informação que deram a ela, quando perguntou quem tinha feito aquilo. Antes de perguntar, havia conferido que o casal estava morto. O gerente do motel, também. A recepcionista estava em estado de choque e ainda não dizia coisa com coisa. Um outro funcionário da casa arriscou-se a vir para a portaria, quando ouviu a sirene da Polícia. Nenhum hóspede deu as caras. A sargento perguntou ao funcionário:
- Existe câmeras de vigilância nesta casa?
- Não, senhora. Aliás, existe mas está sempre desligada. Alguns clientes reclamaram. Muitos são casados e não querem ser identificados.
- É vero. Quer dizer, então, que foram salvos por um velho cego?
- Eu não vi, senhora. Quando ouvi os tiros, tranquei-me no quarto que estava arrumando.
- Entendo. Vai ficar mais difícil de saber quem foi o benfeitor. Esse casal estava sendo procurado por nós já há um bom tempo. Costumavam matar suas vítimas quando praticavam o assalto. Não é possível que um velho cego os tenha reconhecido.
- Isso significa que o velho se fingiu de cego, sargento - disse um policial que estava perto.
- Tem razão, Otávio. Algo me diz que o velho cego também tem algo a nos dizer sobre o assalto ao caixa eletrônico, essa semana. Foi ele, e não outro cliente do caixa, quem derrubou a dupla de assaltantes de bicicletas. Aqueles ficaram vivos e nos deram depoimento. Disseram ter sido atacados por um velho de bengala. Esse casal foi morto por um objeto contundente. Uma bengala, conforme a recepcionista disse. Só que, dessa vez, o velho cometeu duplo homicídio. Devemos acha-lo e prende-lo.
- Eu não concordo. O cara tem nos feito um grande favor tirando essas escórias das ruas. Mas tem razão: Lei é Lei. Ele deve ser punido.
- Se o encontrarem, digam que o quero agradecer - disse a recepcionista do motel, agora quase recuperada do susto.
- Ele pediu táxi? - Perguntou a policial.
- Não.
- Então, ou ainda está por perto ou veio de carro, já que nessa área é difícil passar táxi.
A moça ia dizer que ele viera acompanhado de uma coroa, mas calou-se a tempo. Raciocinou que isso denunciaria o velho. E ela devia agradecimentos a ele. Quando o velho interviu, ela estava prestes a ser assassinada, também. A sargento, uma coroa bonita mas masculinizada de cerca de quarenta anos, disse para um dos seus comandados:
- Fiquem aqui e esperem a Perícia. Vou pegar a viatura e dar um rolê por aí. Talvez encontre o velhote por perto.
Não encontrou. Parou a viatura no único bar aberto que tinha nos arredores. Estava fechando. Tinha uns poucos clientes ainda bebendo. Um casal chamou a atenção da sargento. A mulher, mesmo acompanhada, não tirava o olho de um jovem que bebia em uma das mesas, munido de uma bengala. O sujeito não usava óculos escuros. Mesmo assim, a sargento se aproximou-se dele:
- Boa noite, rapaz. Posso sentar-me?
- Quem é a senhora, por gentileza? Gosto de saber com quem estou conversando.
- Eu sou a sargento de Polícia Nara Vecchi. Estou procurando um velho cego, como você.
- Está procurando por meu amigo? Ele ainda não voltou.
- Ele é teu amigo? E mora aonde?
- Não sei. Eu o conheci a caminho daqui. Estava acompanhado de uma coroa. Estivemos conversando, nós três, e ela o chamou para um motel aqui perto. Até agora não voltaram.
- Onde você mora?
- Num abrigo para cegos, perto daqui. Mas vou continuar esperando meu amigo. A senhora quer tomar uma cerveja?
- Estou fardada. Não posso. Mas acho que você vai demorar aqui, esperando o casal. Então, vou trocar de roupa e volto. Depois, te levo ao abrigo, está bem?
A sargento Nara voltou à viatura e deu partida no carro. No entanto, parou na próxima esquina. Tirou roupas civis da mala do veículo e trocou de vestimentas dentro do carro. Intencionava arrancar mais informação sobre o velho assassino daquele rapaz também cego. No entanto, quando voltou ao bar, o deficiente visual não estava mais lá. A sargento perguntou ao casal, que ainda estava lá, pelo ceguinho. A mulher disse:
- Foi-se embora. Acho que com uma mulher parecida com a senhora. Uma policial.
- Não. Ele foi-se embora com um velhinho de barbas brancas. - Disse um cara sentado perto dela.
- Tem certeza? - Quis saber a policial.
- Absoluta. Cedeu-me, inclusive, a mesa onde esteve bebendo.
Era um cara jovem e barbudo quem falava. Estava, realmente, sentado à mesa onde ela falara com o ceguinho. Nara perguntou se podia sentar-se à mesa dele. O barbudo respondeu:
- Claro, madame. Esteja à vontade. Mas acho que o garçom não vai mais querer te servir. Quase não traz uma saideira pra mim...
- Eu me resolvo com ele. Estou querendo umas informações. Você conhece o ceguinho que te cedeu a mesa?
- Não, senhora. Mas ele deve morar por perto: os dois foram juntos naquela direção...
- Em direção ao asilo de cegos?
- Que eu saiba, não há nenhum por perto.
- Porra, então fui enganada.
- Sinto muito. Quer que eu peça mais uma cerveja?
- Melhor não. Estou dirigindo. Na verdade, estou com uma viatura policial emprestada. Não posso me envolver em nenhum acidente, principalmente se estiver bêbada.
- Meu irmão está vindo me buscar de carro. Pode te dar uma carona.
- E abandonar a viatura aqui, nessa área deserta? Nem pensar. Mas gostaria mesmo de beber umas cervejas. O dia hoje foi puxado. Será que teu irmão me levaria em casa? Posso ligar para uns policiais que estão aqui perto e pedir que eles levem a viatura. Mas eles não podem me ver no bar. Ainda não larguei, entende? Se ele me levar, bebo umas cervejas com vocês.
- Deixa eu falar com meu irmão. Não saia daqui. Vou telefonar do banheiro, pois estou já me mijando. Você aproveita para ligar para alguém pegar a viatura.
Pouco depois, um táxi parou em frente ao bar. Desceu dele um sujeito loiro. Olhou em volta e perguntou à policial:
- Viu um cara barbudo por aqui? Ele me ligou, pedindo um táxi.
- Ah, ele foi ao sanitário e ainda não voltou.
- Obrigado. Então, vou atrás dele, lá.
O taxista se demorou no banheiro. E nada dos policiais virem buscar a viatura. Quando ela já se impacientava, viu o loiro sair sozinho do gabinete sanitário. Caminhou até ela. A morena perguntou:
- Cadê teu irmão?
- Está lá dentro, vomitando e se cagando. Pediu que eu te levasse a algum bar, pois disse que você estava afim de tomar umas.
- Vai deixá-lo tão ruim de saúde?
- Ele se vira. Se for o caso, ele liga para mim e nos encontra lá no bar. Ou, então, venho buscá-lo de novo aqui.
- Então, vamos.
A policial sentou-se ao lado do cara loiro. Percebeu que ele usava uma peruca, mas não disse nada. Apenas perguntou:
- Para onde vamos? Que eu saiba, não existe bares aberto a essa hora por perto.
- Se não encontrarmos, podemos ir a um motel. Lá, com certeza, terá cervejas. Algo contra?
Ela olhou cismada para ele. Achou que o loiro a estivesse confundindo com alguma prostituta, por estar num bar situado numa área tão deserta àquela hora da madrugada. Sorriu divertida. Estava mesmo afim de foder. Se ele se metesse a besta, levaria uns tapas dela. Por isso.respondeu:
- Prefiro um motel. Ficaremos menos expostos. Mas não que que tem aqui perto.
- Por quê?
- Motivos particulares - disse ela, sem querer que ele soubesse que encontraria os policiais seus comandados lá.
Ele não tomou banho, como ela esperava. Entraram no quarto, ele tirou toda a roupa, deixando a descoberto seu caralho enorme, e pegou duas cervejas no freezer. Deu uma garrafinha a ela e sentou-se num dos sofás que tinha no aposento. Ela perguntou:
- Não vai tomar banho?
- Não. A menos que esteja querendo foder. Achei que estava apenas afim de umas cervejas...
- Você perderia a oportunidade de transar comigo, nós dois já estando num quarto de motel?
- Não sou de tarar mulheres, por mais bonita que sejam. Sou passivo. Prefiro que elas me conquistem.
- Neste momento, gostaria de ser conquistado? - Disse a sargento, se aproximando dele. Alisou seus cabelos. Deu-lhe vontade de arrancar a sua peruca loira, mas isso talvez o deixasse chateado.
- Neste momento, sou todo teu. E você tem razão: eu uso peruca.
- Como sabe que estou pensando nisso? - Espantou-se ela.
- Sou motorista de táxi, madame. Tenho que ser observador. Percebi que havia desconfiado de que uso peruca desde que entrou no meu táxi.
- É verdade. Não quer tirá-la? Ficaríamos mais à vontade.
- Você é quem deveria estar mais à vontade. Estou nu e você nem tirou a calcinha ainda...
Ela riu. O cara era engraçado. Gostara dele. Ficou de costas para o loiro e tirou toda a roupa. Tinha o corpo musculoso, mas curvilíneo. Ele elogiou sua silheta. Ela perguntou:
- Gosta de mulheres violentas?
- Só se ela aguentar pancada também.
- Acha que me venceria numa luta?
- Claro. Mas deixaria você levar vantagem no começo.
Ela partiu pra cima dele. Quis dar-lhe um chute no peito. Mesmo sentado e de garrafinha de cervejas nas mãos, ele se livrou do golpe e lhe deu uma rasteira. ela caiu ao seus pés. Levantou-se ágil e lhe deu uma chave de braço. Ele desvencilhou-se dela com rapidez. Ela disse, espantada:
- Uau, você parece ter treinamento mili...
Não completou a frase. Ele lhe aplicou um golpe de judô, atirando-a sobre a cama. Ela caiu de pernas aberta. O loiro, imediatamente, pulou sobre ela. Dominou-a com certo esforço, enquanto apontava a cabeça da rola para a racha dela. Ela lutou bravamente, mas teve que se deixar ser penetrada. Ele lhe enfiou o enorme caralho de vez. Só então, soltou os braços dela. Ele lhe bateu com os punhos fechados nas costas. Ele continuou as estocadas na boceta da mulher. Logo, ela abria mais as pernas. Puxou-o mais de encontro a si. Lanhou suas costas com as unhas. Gemeu demoradamente com o primeiro orgasmo.
FIM DA TERCEIRA PARTE