Desse ponto em diante , os personagens serão chamados de Leon e Luan. Abílio Prestes também saíra do nada e subira na vida com muito esforço e uma boa dose de sorte. Em sua juventude , fora tão pobre quanto Leon e Luan , por isso , se identificava profundamente com eles , e avaliava a confusão de sentimentos pela qual passavam naquele momento. Mesmo o espanto de ambos , quando viram pela primeira vez a capital , foi igual ao dele , quando se viu , pela primeira vez , em uma metrópole.
Outro carro com motorista os aguardava no aeroporto. Leon e Luan , de olhos arregalados , contemplavam a multidão de gente nas ruas , os viadutos , os edifícios , coisas que eles , que nunca tinham saído do mato , jamais tinham visto .
- Óia mano , que desparrame de povo ...
- Óia que trem mais alto , mano ! Vixe , tô ficando zonzo ...
O empresário os ouvia , e se divertia muito.
- Isso é apenas uma amostra do mundo , meninos ! Aguardem , que verão muito mais ...
O carro parou na frente de um edifício luxuoso , todo revestido em mármore , com sacadas floridas. Abílio , Leon e Luan subiram pelo elevador. Ele tirou uma chave do bolso e abriu a porta de um apartamento .
- Rapazes , por enquanto vocês vão morar aqui , - falou.- O apartamento é pequeno , mas bem confortável ...
Leon e Luan entraram e ficaram de boca aberta.
Era um apartamento pequeno sim , mas ainda assim maior que a humilde casa onde eles cresceram , era muito aconchegante e todo mobiliado. Sala com televisão , VHS , telefone fixo - era nos anos 80 - e estofados muito macios. Um cheiro bom de cera e Lustra móveis. As janelas tinham persianas. Cozinha com fogão , geladeira já abastecida , armários , mesa , cadeiras. Área de serviço com máquina de lavar. Banheiro com azulejos até o teto e algo que eles ainda não haviam experimentado na vida , um chuveiro de água quente.
O quarto tinha um armário bem grande ,uma televisão sobre uma mesinha e sobre um tapete felpudo , uma cama de casal com lençóis cheirando a amaciante e cobertas de veludo.
- Espero que não se importem em dormir juntos nessa cama , meninos , disse o empresário , Posso mandar trocar se quiserem ...
Leon e Luan se entreolharam e quase tiveram um acesso de riso.
- Nhô não , disse o mais velho. A gente dormiu junto desde que nasceu. A gente nunca viu coisa mais linda ! Nunca vamo podê lhe agradecê ...
Abílio fez um gesto de pouco caso.
- Meninos , agora eu tenho alguns compromissos na cidade. Aproveitem o resto do dia para descansar e se divertir. Amanhã por volta das oito horas estarei de volta , e vamos ao cabeleireiro , comprar roupas , etc. O visual é algo muito importante no mundo do show business !
Os olhos de Luan brilharam. Vestiam as únicas roupas decentes que tinham , camisas xadrez , calças jeans e tênis já surrados.
- A gente vai comprar roupa nova ?
- Sim , filho , vocês precisam muito ... - tirou do bolso um cartão e o entregou a Leon. Aqui estão todos os meus números de telefone. Se precisarem de alguma coisa , a qualquer hora do dia ou da noite , basta ligar , que um de meus assessores estará pronto a ajudar vocês ! Mais tarde eu ligo para ver se está tudo bem ... Até amanhã , meninos , e aproveitem bora relaxar ! Sei que tudo isso é uma reviravolta muito brusca na vida de vocês ...Mas vão se acostumar mais depressa do que imaginam !
E assim dizendo , Abílio pegou seu chapéu de vaqueiro e foi embora.
Assim que ficaram a sós , os garotos descobriram que estavam com fome. Fizeram alguns sanduíches com o que havia na geladeira , e beberam suco que havia numa jarra.Também havia um pavê de chocolate , que eles nunca haviam provado antes , e devoraram deliciados.
- Diacho de coisa boa , mano ! - dizia Luan raspando a tigela com a colher.
- É mesmo , mano ... Bora vê televisão ?
- Bora !
Os dois ligaram a TV da sala e se esparramaram no sofá , curtindo muito aquele momento. Passava um filme do Sylvester Stallone , eles assistiram com muito interesse. Depois que o filme acabou , Leon convidou o irmão mais novo para tomar banho.
- Bora lá experimentar aquele trem ... Será melhor que tomar banho na cachoeira ?
Tiraram a roupa e foram nus para o banheiro. Ligaram o chuveiro e se ensaboaram , deliciados , com o sabonete cremoso e perfumado que havia no box. Era melhor que a cachoeira , porque a água era quente.
- Mano , diz que isso não é um sonho ... Que coisa boa um banho assim !
- Né não , mano ...nóis saímo mesmo do mato ... E vamo ficá famoso !
Luan abraçou o irmão , sentindo o cheiro bom da pele dele. Os cabelos de ambos escorriam água.
- Mano ... Hoje não é dia de ocê comê minha bunda ?
Leon sorriu e o pegou pela cintura.
- Hoje não é domingo , safado ... Mas se ocê quisé...
- Eu quero ... Naquela cama.
E Luan provocava o irmão , se roçando nele e procurando sua boca. Logo sentiu a resposta no corpo do outro.
Agora Leon tinha pressa. Se enxugaram e foram para o quarto.
A cama era macia e perfumada , um ninho confortável que convidava a um momento de amor. Leon se deitou por entre as pernas abertas de Luan , beijando sua boca , seu pescoço , mamando seus peitinhos. Luan gemia e sentia a ereção do irmão contra a sua. Inverteu a posição e tomou o pênis já duro de Leon em sua boca , lambendo bem devagar , como se fosse um pirulito ...
O mais velho apertava os dentes pra não gritar.
- Oxe , mano , disse de repente , Aqui num tem folha de babosa ...
Luan sorriu docemente.
- Tem cuspe ... respondeu. - Me come , mano , me come ...
E se deitou de costas , as pernas abertas.
Leon juntou um pouco de saliva na palma da mão e passou no buraquinho de Luan. Já não era virgem , não precisava ter tanto medo. Foi metendo com muito carinho , com aquele cuidado que ele sempre tinha com seu irmão , como se ele fosse a coisa mais preciosa do mundo ... Luan o empurrava para dentro de si , segurando sua bunda. Ficaram engatados assim por um bom tempo , se acariciando , sentindo seus corpos unidos , por entre carícias e gemidos , até que Leon explodiu em gozo dentro daquele caminho apertado. Ao mesmo tempo , sentiu um jorro quente na barriga , mostrando que Luan também havia atingido o orgasmo . Ele pegou a toalha e limpou a pele , pois não queria sujar a cama.
- Eu te amo , mano ...
- Também te amo , mano ... Demais da conta.
Então adormeceram nos braços um do outro , sob as cobertas macias...
Um amor puro não sabe a força que tem.
