Descobre que se leva anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la...
E que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. [...]
William Shakespeare – O Menestrel
______________________________________________________
Capítulo 08
Eu entrei, a porta da frente estava trancada, então fui até a janela do quarto dele para pedir para ele abrir. A janela tinha uma parte de vidro então aproximei meu rosto do vidro e vi o Stefan e o Lucas deitados na mesma cama e estavam se beijando.
Eu não podia estar vendo aqui. Só podia ser brincadeira. Meu namorado e um dos meus melhores amigos?
Eu fiquei cego na hora. Fui em direção a porta e comecei a bater com tanta força que vi o instante do vidro quebrar. Depois de alguns segundos o Lucas abriu a porta, com a maior cara de sono.
- Sam? – Ele parecia surpreso – O que faz aqui?
- SEU DESGRAÇADO! – Gritei ao entrar empurrando-o para dentro, só ouvi a porta bater com tudo atrás de mim. – COMO VOCÊ PODE?
- Calma Santiago. – Ele tentou me segurar me abraçando, mas eu o empurrei novamente, fazendo-o cair no sofá.
- Com o Stefan Lucas? – Meu coração disparou mais forte, subiu uma adrenalina em mim, um sangue nos olhos, que quando ele levantou eu serrei o punho e acertei o rosto dele com um soco, partindo para cima dele.
O Stefan logo chegou e nos separou, me segurando.
- ME SOLTA SEU DESGRAÇADO! – Eu estava fora de mim. Gritava tanto e tentando me soltar.
- Santiago, calma. – Falou o Stefan.
O Lucas se levantou com a mão no rosto, sangue descia do seu nariz, acho que tinha quebrado com o murro, eu estava torcendo que tivesse quebrado.
Eu me soltei do Stefan e me afastei dos dois, fui até a porta com as duas mãos na cabeça e me virei para olhar para eles.
- Como vocês puderam fazer isso comigo? – Eu não estava acreditando. – Você tinha tantos ciúmes de mim e do Stefan que tinha que ficar com ele Lucas?
- Apenas aconteceu Santiago. – Foi o Stefan que falou dessa vez.
- Vai se lascar Stefan, eu quero que vocês dois vão se lascar juntos.
- Santiago, a gente não queria, mas nesses últimos meses... – Eu interrompi o Lucas.
- Últimos meses?
Eles se olharam.
- Meu Deus! Como eu pude ser tão cego. Esses finais de semana que você dizia que ia estudar, vocês estavam juntos.
Eu não podia mais olhar para a cara daqueles dois idiotas. Eu só queria sair dali e nunca mais ver a cara daqueles dois.
Eu olhei para os dois.
- Vocês se merecem.
Dizendo isso sair. Só ouvi o Lucas me chamar.
- Sam?
Eu apenas levantei a mão e mostrei o dedo.
***
Todo esse tempo eu estava sendo um idiota. Eu não podia ir para casa. Era quase 14:00 e eu estava no centro da cidade, andando para não enlouquecer. Fui então para uma praça bem conhecida da cidade, que as pessoas iam lá para correr e fazer caminhada, eu cheguei em baixo de um pé de árvore enorme, a mais afastada e cai no chão, não aguentei e comecei a chora. Meu celular tocou e era o Lucas, recusei a ligação, depois o Stefan ligou. Eles ficaram me ligando, até que eu desliguei o celular.
Meus olhos ardiam com as lágrimas. Coloquei a cabeça entre os joelhos e abracei meus joelhos, para ninguém perceber que eu estava chorando e não virem me perguntar o que era.
Fiquei ali um bom tempo, o dia começava a escurecer, iniciava-se o crepúsculo, quando alguém falou comigo.
- Santiago? – Falou o cara, que reconheci a voz na mesma hora.
Eu levantei a cabeça e o Rodrigo estava na minha frente em pé. Vestia uma bermuda vermelha só e estava com a camisa enrolada na mão.
Quando levantei a cabeça ele percebeu que eu tinha chorado, acho que pelos olhos vermelhos.
- O que houve? – Ele sentou-se ao meu lado.
- Nada. – Respondi seco.
- Ninguém chora por nada.
Eu não respondi. Então ele não falou mais nada. Apenas colocou a mão no meu ombro e eu encostei a cabeça em seu braço.
Ficamos ali no silêncio por um bom tempo até eu pegar o celular para ver a hora. Liguei o celular e já eram 17:30. Lembrei que tinha combinado com o Rodrigo de pegar um filme.
- Nosso filme! – Falei ficando de pé em um salto.
- A gente pode deixar para outro dia se preferir. – Falou ele se colocando de pé também.
- Não, só que vou atrasar um pouco. Estou do outro lado da cidade. Tenho que pegar um transporte para poder ir pra casa me arrumar.
Eu não ia deixar aqueles idiotas sair por cima. Eu ia sair para o cinema com o Rodrigo, sim.
- Vamos fazer assim. Vamos para a minha casa. Eu tomo banho me arrumo aí a gente desce para a sua casa espero você se arrumar a gente vai.
- Você mora onde?
- A uma quadra daqui.
- E o que faz aqui?
Ele abriu os braços como quem dizia ser obvio.
- Estava correndo, venho sempre aqui correr, durante a semana pela manhã antes do trabalho, fins de semana atardinha.
- Hum legal.
- Vamos então?
- Vamos.
Andamos um pouco e então chegamos em um prédio residencial, era de 15 andares.
- Você mora aqui?
- Sim. Alugado.
- Sei.
Subimos e logo estávamos no apartamento dele. Não era muito grande. Tinha uma sala conjugada com uma pequena cozinha americana, um quarto, um banheiro, a varanda e uma lavanderia.
- Quer algo para beber? Uma água, um refrigerante?
- Não obrigado.
- Certo. Vou tomar um banho, volto já. Fique a vontade.
Ele entrou no quarto e logo saiu com uma toalha na mão e foi direto para o banheiro.
Depois de alguns minutos eles saiu do banheiro apenas com uma toalha enrolada na cintura, e outra enxugando os cabelos, vi um pequeno volume, mas mudei a vista rápido para ele não perceber que eu olhei. Foi direto para o quarto.
O rodrigo tinha um corpo legal, bem definido, ele malhava com certeza. Ele se vestiu e fomos. Descemos até a garagem do prédio e ele pegou seu carro. Quando entramos no carro ele pegou um frasco de perfume, o Zaad, e colocou, o carro dele era puro perfume. Meu perfume preferido.
***
Enquanto eu me arrumava o Rodrigo ficou conversando com a minha mãe. Me arrumei e fomos.
- Tchau mãe. Não sei que horas chego viu?
- Leve a chave.
- Estou com ela.
Saímos e fomos para o cinema. Tinha colocado meu celular no silencioso para não ver ninguém me ligando. Assistimos o filme, depois fomos comer algo, pois não tínhamos jantado. Era quase 22:00 quando saímos do shopping.
Descemos por uma rua não muito movimentada e fomos em uma praça no centro da cidade. Ele estacionou o carro e falou ao se virar para me olhar.
- Desculpa.
- Pelo que?
- Por isso.
Dizendo isso ele me beijou, não tive tempo para reagir, só senti seus lábios tocando os meus, então me afastei.
- Rodrigo.
- Eu sei. Você vai dizer que não curte homens, mas eu sei...
- Não é isso.
Ele parou e esperou eu explicar.
- Quer saber?! Foda-se.
Então o beijei. Ele retribuiu o beijo.
- Vamos sair daqui. – Falei.
- E para onde vamos? – Ele perguntou.
Eu ergui a sobrancelha e ele entendeu.
___________________________________________________________
Boa noite galera. Como prometido está aí mais um capítulo. Espero que gostem.
É Marcos Costa, o tapa sempre vem de quem menos esperamos.
VALTERSÓ, hoje não me afeta mais, não mais.
Obrigado rapazes por sempre deixarem comentários. Abração a todos que leem o conto. Por favor, comentem 😉.