As mensagem de Judas(Scotty) e de Gato chegavam de meia em meia hora.
- Dominik, se não me contar o que aconteceu eu não posso te....
- Eu acabei de ser estuprado.
Charlote ficou sem reação e uma voz saiu da porta de casa.
- Dominik. – a voz de Allan se fez presente.
- Allan?
O loiro correu, com passos largos e chegou na porta do banheiro. Olhando de Charlote para mim, pegando a garota pelo braço.
- O que aconteceu com ele? Quem é você? - Allan apertava o braço da garota.
-Me solta. – Charlote rosnou pegando o cabelo de Allan e o puxando.
- Sua vaca...
- Solta ela Allan. – eu me levanto e tento ficar em pé. – Apenas, deixe ela.
A casa estava silenciosa. Andei até chegar no meu quarto. Coloco apenas uma roupa simples.
- Para onde vai? O que aconteceu com você? DOMINIK?
Olhei bem em seus olhos.
- O que você quer? Que eu explique que fui Estuprado, pelo meu irmão. – Gritei em Cima de Allan, que estava usando apenas um calção.
- O que? – o grito dele fez Charlote aparecer no quarto. – Cade aquele filho da puta?
Eu vi os olhos dele ficarem raivosos, sua respiração era forte e as veias de seus músculos pulabvam.
- Nossa, meninos malvados sempre foram meu forte. – Charlote encarou Allan com olhos brilhantes. – Mas não estou por isso. Estou aqui para ajudar e entender o que aconteceu.
- Vamos para minha casa! Agora. – Allan me pegou pelo pulso e foi me arrastando. – Depois eu vou matar ele. Nunca mais deixarei ele tocar em você!
- Não, eu não quero. Sua esposa vai estar lá e não quero isso.
Allan me encarou, respirou fundo.
- Eu vou te levar e não me importo com a opinião de Julia. – ele foi ríspido.
Charlote me encarou soltando um risinho. Pegou meu celular e atendeu.
- Oi, telefone de Dominik! Ele esta... Calma, se você gritar de novo, eu vou enfiar o celular pela sua goela... Calma... ele esta indo para a casa do vizinho dele... Qual seu nome mesmo? Gato?... E isso é nome? Não... eu sou apenas uma amiga... fale baixo, não sou surda... Você pelo menos é namorado dele?... desde de quando?
Ele desligou o telefone.
- Allan, ele é...
- Não quero saber! – ele disse rispidamente. – Não temos mesmo nada.
A voz dele vacilou na palavra nada. E eu me senti culpado.
A casa de Allan era grande. Julia apareceu coberta por apenas o roupão rosa de seda, com seus óculos de grau e armação fina redondos.
- O que aconteceu? Amor, o que aconteceu? – a ruiva me olhava afoita.
- Dominik foi estuprado pelo irmão!
- Meu deus. – ela me olhou com pena, pegou pelo meus ombros numa tentativa de conforto, que foi uma falha e me fez sentar em seu sofá caro.
A casa dele era enorme, pelo menos duas vezes maior que a minha, tudo no local era caro e Julia fazia questão de demostra isso, como um lembrete que o marido ganhava bem e que ela poderia esbanjar dinheiro.
Um lustre descia do teto, como se tivesse caindo e derramando pedras no chão. Dois sofás cama grandes posto da frente de uma mesa de vidro. Paredes em tons pasteis, se msitruavam em fotos e quadros de fotos deles, se abraçando.
- Fique aqui Dominik, eu vou preparar alguma coisa para tomar. – Julia se afastou e Charlote chegou a sentar do meu lado.
Allan andava de um lado para o outro, resmungado e ficando com mais raiva ainda.
- Eu vou falar com alguns dos meus contatos. Ele vai pagar pelo que fez com você!
Charlote pegava minha mão. Ela tentava me passar força, coisa que eu não estava absorvendo. Allan nos deixou e subiu as escadas para o segundo andar.
- Então, a garota que você não gosta é esposa do Loiro, que provavelmente ele gosta de você! – a garota comentou baixinho. – Você é a outra.
- Calada Charlote, já entendi que é inteligente demais. – a garota sorri maldosa para mim.
- Que foi? Já fui a outra. E isso mostra que pelo menos tem bom gosto. Ele deve ser muito bom. – Charlote olha por cima do seu ombro. – Nossa, sua casa é linda Julia.
A garota sorri orgulhosa do comentário.
- Sim, eu tenho orgulho de minha casa!
A garota disse olhando orgulhosa para a gente com o elogio de Charlote.
- O que aconteceu? - A garota me encarou de uma forma piedosa.
- Ele foi...
- Estuprado.- falei, o que aconteceu com você, Guilherme? - Mas eu sei como resolver isso.
Os olhos curiosos de Charlote e Julia me encararam.
- Acha que realmente é precisa disso? Meu marido é militar ele tem contatos...
- Sim! – cortei a garota. Já era duro demais amar o esposo dela e agora depender de sua mulher seria meu fim.
- Eu sei o que posso fazer! Guilherme não esta bem!.
- Dominik.
- Obrigado por me recepciona. Mas eu vou resolver isso sozinho. Minha família. – Olho para Allan que voltou vestido com suas roupas de militar. Seus cabelos molhados e um olhar intrigante.
- Para onde esta indo Dominik? – a voz grossa de Allan me fez tremer.
- Estou indo resolver isso. – respondi firme, eu não poderia chorar agora, eu não poderia dizer o que eu queria dizer para ele. Allan me ajuda, eu preciso de você.
Dei alguns passos para a porta. E sinto algo me puxando para trás.
- Ei, eu vou resolver isso. Fiquei aqui com Julia e irei resolver isso. Seu pai nem sabe do que aconteceu. Deixa comigo.
Encara aqueles belos olhos azuis claros, me fez tremer. Eu queria chorar mais um pouco, queria abraçar meu Allan ali mesmo e sentir seu calor. Mas gentilmente tirei sua mão de meu pulso e olhei firme para ele.
Charlote queria ri, e fazia força para ficar seria, enquanto Julia me encarava de um jeito curioso.
- Eu preciso ir.
Sai andando a passos firmes e longos para longe de Allan, charlote estava ao meu encalço. E eu olho para trás por um instante e vejo ele me encarando, e logo em seguida dando um soco na parede de raiva. Julia toca no ombro de Allan que pega suas coisas e voa para cima da sua moto, saindo pelas ruas.
- Dominik, espera.
Me virei e comecei a chorar.
- Calma, nos vamos resolver tudo isso.
- Eu já estou providenciando tudo. – a voz de Gato se fez presente. Me driblando meus pensamentos e me fazendo o abraçar.
Charlote ficou de longe olhando a gente se abraçar.
- Podemos, ir para minha casa. Ela não e tão longe assim. – Charlote tentou chegar perto.
- Não, garota. – Gato encarou a garota dos pés as cabeça – Vamos para minha casa.
Charlote se calou e bufou algo. Seus olhos se tornaram nebulosos.
- Tudo bem. – disse por fim. – Tem meu numero. Qualquer coisa me avisa.
Charlote beijou minha testa e saiu para ir de encontro ao seu carro. Gato pegou minha mão e me levou para seu carro. Meu celular chegava varias e varias mensagens.
Gato ficou com raiva e discou de seu celular uma nova chamada.
- O que esta querendo com o Dominik?
Ele colocou no viva voz.
- Vai se lascar Gabriel. Eu quero saber como ele esta! Eu tenho direito de saber como anda meu amigo.
- Amigo de cu é rola. – rebateu Gabriel. – Judas fica na sua, da ultima vez que se intrometeu em uma amizade assim.
- Não relembre do passado Gabriel, não preciso que fique jogando na minha cara isso. – Eu ouvi a voz de Judas vacilar. – eu quero saber como esta Dominik. Sei que ele esta com você. Meu dono me disse o que pediu, em nome dos olhos azuis.
- O que você pediu para os olhos azuis?
Minha voz aumentou três décimos.
- Nada.
- Ele pediu...
- Cale a boca Judas. Ou seu dono vai ser ver comigo. Ele ainda é uns patamares abaixo que o meu. E eu sou um dos CEO da américa Latina. – Indagou Gato.
- Não vou prejudicar meu pai nesse jogo. Mas irei para a sua casa. Vou estar do lado de meu...
- Que saco! – exclamou Gato desligando a ligação.
O carro deslizava pelas ruas da cidade. Como uma perseguição. Eu sentia uma raiva que emanava de Gato. Seus olhos estavam nebulosos e suas mãos tremiam de raiva.
- O que você pediu para os olhos azuis? – perguntei dessa vez sendo mais firme e tentando obter a atenção de Gato. – Responde Gabriel.
- O que foi? - ele parou o carro bruscamente. – Eu pedi aos olhos azuis a cabeça de Guilherme. Pelo que ele fez contigo.
- O que?
- ESTOU TENTANDO AJUDAR.
- Não, você quer matar meu irmão. – rebato. – ele pode fazer isso, mas ele é meu irmão e quem vai cuidar disso sou eu. Eu irei colocar ele num sanatório.
- Você não vai. Eu não vou deixar que ele passe impune por isso. – Gato me encara sendo brusco.
- O irmão é meu. Ele me colocou nessa, me vendendo a você e ainda me estrupo, ele não está bem. – Respiro fundo. – Ache ele e quero meu irmão vivo. Quero ele sem um machucado e eu resolverei isso.
Meus olhos se tornaram sombrios e meu corpo nem ao menos tremia com o frio de dentro do carro. Estava passando confiança e também mostrando a ele que eu iria resolver. Minha família. Mesmo sendo problemática era minha família.
Meu pai teria mais uma decepção! Mas uma vez, a vida pregando uma peça nele.
Não permitira isso.
- Anda, estou esperando fazer o que pedi.
- Não é meu pai e muito menos meu esposo. Então não farei nada que você peça. – Gato rebateu dando de ombros.
- Está ficando louco ou o que?
- VOCÊ QUE ESTA FICANDO LOUCO, EM PROTEGER ALGUEM QUE TE VENDEU PARA UM ESTRANHO, ALGUÉM QUE FEZ TUDO O QUE PRECISAVA PARA PODER SE SAFAR, NÃO VOU COMETER ESSE MESMO ERRO DUAS VEZES.
- NÃO SOU O DANIEL. NÃO SOU NENHUM PROPOSITO EM SUA VIDA GABRIEL. SOU APENAS ALGUÉM QUE ENTROU E SAIRIA DA SUA VIDA TÃO RAPIDO QUANTO ENTROU. ENTÃO NÃO VEM COM ESSA DE MORALISMO PARA CIMA DE MIM.
- MORALISMO? FALOU O CARA QUE ESTA TENTANDO SALVAR ALGUÉM QUE TEM QUE SER PRESO.
- VOCÊ TAMBÉM DEVERIA SER, POR USAS AS PESSOAS COMO MASCOTE. NÃO SÓ VOCÊ, COMO TODOS DOS OLHOS AZUIS. TODOS VOCÊS SÃO FARINHAS DO MESMO SACO.
- EU TE AJUDEI. ESTOU AJUDANDO VOCÊ.
- NÃO PEDI SUA AJUDA, GATO NUNCA PEDI, EU ME OFERECI A AJUDAR E ESTOU LEVANDO AS CONSEQUENCIAS DE MEU ATO.
- COMO? DE SE APAIXONAR POR UM CARA CASADO?, QUE JAMAIS DEIXARIA A SUA ESPOSA PARA FICAR COM VOCÊ!
A raiva explodiu dentro de mim, poderia ser verdade que Allan jamais iria ficar comigo, que eu jamais teria meu final feliz com ele. E que quem era errado nessa historia toda seria eu. Mas ele não deveria saber disso, muito menos deveria jogar na minha cara tudo isso.
- PELO MENOS EU VIVO UMA VIDA, NÃO FICO PRESO NO PASSADO E MUITO MENOS FICO TRAMANDO VIGANÇAS QUE NÃO VÃO LEVAR A NADA. ACORDA GABRIEL, DANIEL MORREU, ELE NUNCA MAIS VOLTAR. ENTÃO CRESCE, SAI DESSA SUA BOLHA QUE CRIOU. DEIXEI ESSE SENTIMENTO MORRER, MAIS QUE INFERNO. VOCÊ BAGUNÇA TUDO O QUE TOCA.
- EU BAGUNÇO TUDO O QUE TOCA? VOCÊ QUE NÃO SABE O QUE QUER.
Olhei para o lado e comecei a derramar minhas lagrimas. Merda. Merda. Merda. Merda. Merda.
- Gato eu te odeio, eu quero que você vá para o inferno. Quero que o diabo te pegue. Quero que o raio te parta e que ninguém consiga mais entra nesse seu coração de gelo. Que jamais vai saber o que é amor de novo. Que que se...
E então senti suas mãos pegando meu rosto e selou um beijo singelo. Um beijo que se misturou em minhas lagrimas. Que me fez querer repetir, que me fez querer voar.
- Eu irei a todos esses lugares, se um pedaço de você estiver comigo.