A Vida que Não Escolhi - 18: TUDO VOLTA PARA O SEU LUGAR

Um conto erótico de Escrevo Amor
Categoria: Homossexual
Contém 3627 palavras
Data: 15/02/2019 01:08:54

GENTE, ESTOU FICANDO LOUCO, O ÚLTIMO CAPÍTULO VAI SER POSTADO AMANHÃ, SEXTA-FEIRA. ESPERO QUE VOCÊS ESTEJAM CURTINDO ESSES ÚLTIMOS CAPÍTULOS:

O carro de João caiu na margem do Rio Tiete, com muita dificuldade, Jonathan desceu o barranco. O jovem encontrou Samuel desmaiado, cheio de machucados pelo corpo. Wal correu para o sentido contrário, em busca de ajuda. Depois de muito gritar, Jonathan, conseguiu chamar a atenção do amigo.

- Jo, Jonathan? O que houve? – perguntou Samuel.

- O carro capotou, eu preciso tirar você daqui. – explicou Jonathan olhando em volta.

- Eu preciso me livrar dessa corrente. – falou Samuel.

Samuel lembrou de um dorama antigo, onde o protagonista ficou preso com algemas e precisou usar toda sua elasticidade para se livrar da situação. Com muito esforço, Samuel, passou os braços pelas pernas, ele deitou novamente e usou os pés para tentar quebrar o vidro, sem sucesso. Do lado de fora, Jonathan, encontrou uma barra de ferro, tentou acertar a janela, mas estava muito fraco devido ao ferimento no ombro.

- Jonathan? – perguntou Samuel chorando. – Você está bem?

- Eu tô ótimo. – ele respondeu batendo várias vezes na janela. – Essa porra não quebra.

Por causa da violência do acidente, a frente do automóvel ficou amassada, não tinha como Samuel sair pelas portas dianteiras. João estava inconsciente, preso nas ferragens. A chuva não deu trégua, e a água começou a subir pouco a pouco para o desespero de Samuel. Ofegante, Jonathan, continuava batendo na janela do carro, ele queria ajudar o amigo, mas suas forças acabaram.

- Sai daqui. Você vai se afogar! – gritou Samuel chorando.

- Ei, Samuel. – disse Jonathan ficando de joelhos no chão alagado. – Ainda não acabou. – se aproximando e colocando a mão no vidro.

- Por favor! – falou Samuel chorando e gritando ao perceber que a água entrava no carro.

- Eu não vou te abandonar. Eu que devia estar nessa situação. – lembrou o rapaz andando ao lado do carro, enquanto o mesmo afundava nas escuras águas do Tiete.

Aos prantos, Samuel também tocava na mão de Jonathan, mesmo que fosse através do vidro, ele olhou para o lado e viu que João já estava submerso na água, e aos poucos, o carro descia ainda mais. Jonathan tremia por causa do ferimento, mas não deixaria Samuel sozinho naquela situação. Samuel se desesperou e começou a gritar.

- Ei, Samuel. – disse Jonathan com a voz baixa, quase sem forças. – Lembra do dia em que a gente trocou de corpos? -perguntou o jovem tentando distrair Samuel.

- Socorro!! Eu não quero morrer!!! – gritava Samuel.

- Eu, eu fiquei com tanta vergonha de ter ficado no corpo de alguém gordo. – falou Jonathan chorando. – E com o tempo, fui te conhecendo. Você é a pessoa mais incrível, generosa e corajosa que eu conheci. Eu te amo.

- Jonathan! Sai daqui.

- Samuel, por favor. – pediu novamente Jonathan olhando serenamente para o amigo. – Não tenha medo, eu vou com você. Olha para mim. Só pra mim. – pediu o jovem.

- Não faz isso. – soltou Samuel.

A água cobria praticamente todo o carro, Samuel, estava submerso, e Jonathan, também. Eles se olhavam de uma forma avassaladora, o medo de Samuel sumiu por um tempo, ele se sentiu protegido. As mãos dos dois eram separadas pelo vidro do veículo.

- Eu te amo, Jonathan. – disse Samuel sumindo dentro da água turva.

- Samu... – Jonathan mergulhou e segurou no carro como se sua vida dependesse disso.

Acabou, é isso? Pensou Samuel segurando o fôlego e se contentando com a morte. Ele sentiu o pulmão arder e perdeu a consciência. Samuel lembrou da infância, dos sorrisos, do carinho de Isabella, do orgulho que sentia da tia, Antonella, e a inocência no olhar dos irmãos, Silvio e Suellen. Ele também recordou das conversas que tinha com Lana, e das aventuras que viveu ao lado de Jonathan.

Quando Jonathan pensou em se entregar, ele foi puxado para o lado de fora, demorou um pouco para o jovem entender, mas o resumo da ópera foi, Wal conseguiu um guindaste para puxar o carro de João de dentro do Tiete. Jonathan saiu cambaleando da água, porém sua atenção se voltou para Samuel. Um homem de quase dois metros chegou com uma marreta e praticamente dilacerou o vidro do porta malas.

Uma água escura saiu do carro, o homem tirou Samuel que continuava inconsciente, alguns curiosos se aproximaram para ver o resgate. Jonathan se aproximou, e chorou quando viu o corpo de Samuel no chão. Ele lembrou das aulas de educação física, em um ato rápido, o filho de Gláucio começou a reanimação. Jonathan se ajoelhou ao lado de Samuel, esticou os braços e colocou as mãos no meio do tórax do amigo, mesmo tremendo e fraco, ele fez a massagem.

- Por favor, Samuel, não me deixa. – pediu Jonathan.

- Não para filhote! – falou Wal colocando as mãos no rosto por causa do vento forte.

Um forte vendaval soprou e assustou todos, de longe, a mulher acompanhava tudo e sorria, o céu ficou mais escuro e vários raios começaram a cair na Avenida, inclusive, Wal, quase foi acertada por um, mas conseguiu desviar a tempo, ela e outras pessoas encontraram ajuda debaixo de um caminhão. Jonathan ficou tão focado, que não percebeu nada, só sentiu um raio o acertando. Ele desmaiou ao lado de Samuel.

- Jonathan!!!! - gritou Wal.

Uma forte enxaqueca e dor no ombro, Samuel, acordou aos poucos e encontrou a família e Lana ao seu lado. Ele havia sido levado para o hospital, a primeira coisa que Samuel fez ao acordar foi perguntar por Jonathan. Lana o tranquilizou e garantiu que o rapaz estava bem.

- Meu filho, eu fiquei tão preocupada. – disse Isabella chorando.

- Isabella? Eu voltei. Eu voltei? - perguntou Samuel olhando para Lana.

- Sim, amigo. Graças a Deus. - assegurou a jovem.

- Voltou? - questionou Isabella. - Meu filho, você está bem?

- Eu estou bem, graças ao Jonathan, ele salvou a minha vida. – falou Samuel abraçando a mãe. – Quem está com o Silvio?

- A Antonella. Filho como o teu pai teve coragem de fazer isso? – perguntou Isabella chorando. – Aquele maldito. Teve o que merecia,

- O que houve com o João? – quis saber Samuel se emocionando.

- Ele não resistiu, meu amor. Caso contrário, eu mesma teria...

- Isabella, não. Ele mesmo procurou isso.

- Boa tarde. – soltou Wal entrando no quarto levando Jonathan que estava em uma cadeira de rodas. – Visita para o Samuel.

Wal chamou todo mundo para tomar um café, ela achou melhor dar privacidade para os dois. Emocionado, Samuel, beijou no rosto de Jonathan, que estava todo roxo devido ao acidente de carro. Jonathan levantou da cadeira e deitou ao lado do amigo. Eles ficaram se olhando durante um bom tempo, sem falar nada, lágrimas escorriam de seus olhos, claro, de felicidade.

- Você é lindo, sabia? Desculpa ter visto isso só agora. Tanto tempo eu perdi. – disse Jonathan se emocionado.

- Não preciso nem falar da sua beleza, né? Fica meio óbvio até.

- Bobo.

- Jonathan, você ia mesmo fazer aquilo por mim? – questionou Samuel,

- Você fez tanto por mim, Samuel. Você não tem noção. Você que salvou a minha vida, garoto.

- Muito bem, eu gosto é assim. – soltou a mulher misteriosa entrando no quarto. – Vocês conseguiram.

- O quê? – disse Samuel confuso.

- Mas que diabos, onde você estava quando a gente precisou? – perguntou Jonathan aparentemente chateado.

- Eu não pude interferir, meus queridos. Tem coisas nessa vida que a gente precisa aprender sozinho. Vocês dois nasceram para ficar juntos, mas tiveram que ter um empurrãozinho, né? – ela questionou. – Me chamo Adelina Pires de Assunção, vocês podem me encontrar no setor Norte do Cemitério Nova Cachoeirinha A minha família está enterrada no Cemitério dos Protestantes vocês poderiam me ajudar?

- Por que deveríamos? – soltou Jonathan.

- Jonathan. – repreendeu Samuel. – A senhora morreu, então, é fantasma?

- Chame como você quiser meu jovem. Vocês dois se encontraram, e agora, vão vivenciar esse amor. Eu cometi meus erros, e preciso voltar para a minha família. Essa é a minha última chance.

- Pode contar com a gente. – afirmou Samuel sorrindo.

- Tá, bom. – concordou Jonathan.

- Obrigada, meus jovens. Agora eu preciso ir. Foi um prazer acompanhar essa história tão linda. – revelou, Adelina, antes de sair do quarto.

- Essa mulher é louca.

- É sim. – disse Samuel enquanto escrevia as informações que Adelina falou. – Vamos resolver isso.

- Você é tão bonzinho, por isso me apaixonei, né? - soltou Jonathan fazendo uma voz de criança.

- Bobo.

Gláucio ficou aliviado ao ver o filho bem, e principalmente, vivo. Eles se abraçaram por um bom tempo, as últimas horas para o empresário foram angustiantes. Depois, ele seguiu para a delegacia, ainda precisava prestar queixa contra os bandidos que foram presos. Naquela noite, Jonathan, voltaria para casa, já Samuel, ficaria mais dois dias para se recuperar do tiro. Lana fez uma consulta, e recebeu uma má notícia, não poderia correr nas próximas semanas.

- Qual é, eu quebrei o braço, as pernas ainda funcionam. - reclamou a jovem para Samuel.

- Amiga, relaxa. Vamos aproveitar, eu estou bem. - disse Samuel animado. - Vou dormir no meu quartinho, eu nem acredito.

- Vocês passaram por cada uma, né? Ainda precisamos enfrentar a Lorena e os meninos.

- Verdade, ainda bem que destrocamos, assim não vou precisar ficar convivendo com eles.

- Você é um homem livre, Samuel.

- Com licença. - pediu Oliver entrando, em suas mãos um buquê de rosas.

- Oliver? - questionou Samuel.

Não existe lugar como nosso lar, Jonathan, passou parte de sua vida odiando sua casa, principalmente, por causa de Wal, mas muita coisa mudou nos últimos meses, até mesmo, a relação com a madrasta. Gláucio ajudou o filho a sentar no sofá, devido ao acidente, o corpo de Jonathan estava todo dolorido. Wal preparou uma sopa e chá verde, os preferidos do jovem. Ainda tocado, Jonathan, chamou os pais para uma conversa.

- Eu queria dizer que eu me arrependo muito de todas as basbaquices. Eu fui inconsequente e injusto, sobre tudo com você, Wal.

- Nossa filho, fico feliz pelas suas palavras. - garantiu Gláucio.

- Eu também, Jhonatan. - disse Wal abraçando o enteado.

- Você pode fazer um favor, Wal? - perguntou Jonathan chorando.

- Claro. - ela respondeu sem entender o motivo de tanta emoção.

- Posso te chamar de mãe? - ele perguntou novamente para a surpresa de Gláucio e Wal, que não conteve as lágrimas.

- Eu sempre sonhei com esse momento, meu filho. - garantiu Wal abraçando Jonathan.

- Finalmente, uma família feliz. - afirmou Gláucio abraçando a mulher e o filho.

Samuel ainda estava surpreso com a visita de Oliver, ele parecia feliz, entregou as flores e sentou ao lado do amigo. Eles conversaram sobre muitas coisas, incluindo, o sequestro de Jonathan. Oliver começou a fazer perguntas para Samuel, algumas inclusive, estranhas. Meio na defensiva, o jovem tentava se livrar de tantos questionamentos. Por fim, Oliver, se declarou, e garantiu que mesmo com os problemas, Samuel tinha um lugar especial em seu coração.

- Eu queria te fazer uma proposta. - disse Oliver pegando na mão de Samuel que ficou incomodado.

- Qual?

- Vai ter um concurso de cosplay no Rio de Janeiro, a Game XP.

- Sim, eu conheço. Você se interessa por isso? - perguntou Samuel.

- Confesso que não muito, mas sei que você gosta. Vai ser no próximo fim de semana, vamos?

- Er, Oliver, tipo, eu levei um tiro no braço e...

- Mas vamos de classe executiva, vou te dar todo conforto, prometo.

- Não é isso, é que eu tô...

- Se agarrando com o Jonathan, né? Se fez todo de santo, e agora, está pegando o cara bonitão. - falou Oliver mudando de tom.

- Como assim?

- Olha isso. - soltou Oliver mostrando o vídeo de Samuel e Jonathan dançando.

- Isso, você, como? - Samuel ficou sem palavras.

- Você sabe que o pai do Jonathan é um babaca, né? Aquele homofóbico desgraçado. E se esse vídeo cair nas mãos dele?

- Você está me ameaçando? - quis saber Samuel se afastando de Oliver.

- Eu? Claro que não, mas não quero que o nosso amigo Jonathan seja expulso de casa, você quer? Samuel, a gente tem um futuro, você sabe que só passa de uma fase na vida do Jonathan. Pensa com carinho na minha proposta, eu espero uma ligação sua.

Samuel ficou literalmente passado com as palavras de Oliver, ele pediu um tempo para pensar na proposta. Enquanto isso, Henrique e Antonalle, receberam uma visita surpresa, uma tia do jovem resolveu passear em São Paulo, e não pensou duas vezes ao pedir abrigo na casa do sobrinho. De início, a mulher tomou um choque quando Antonella atendeu a porta, afinal, ela nunca imaginou Henrique se relacionando com alguém mais velha.

- E vocês estão juntos a quanto tempo? - perguntou a mulher enquanto tomava chá.

- Uns três meses. - disse Henrique pegando na mão de Antonella.

- Entendi. É algo recente, né?

- Sim, mas eu gosto bastante do teu sobrinho. Estamos felizes. - afirmou Antonella.

- Antonella é demais, tia, pode ter certeza. - ressaltou Henrique sorrindo.

- Amor, eu preciso ir, a Isabella está me esperando no local do evento. Ela saiu só para assinar os contratos, mas eu que vou pagar o pato. - avisou Antonella se levantando. - Dona Edite, foi um prazer. - cumprimentando a tia de Henrique. - Até mais tarde. - ela desejou antes de sair.

- Você está ficando louco? Essa mulher tem o dobro da sua idade. - bradou Edite desaprovando o relacionamento de Henrique.

- Qual é, tia, a gente se gosta. - interveio Henrique.

- Eu não aprovo. Acho ridículo, o que ela quer com você? É o dinheiro do meu irmão? - ela questionou deixando Henrique bravo.

- Não tia, Antonella é uma mulher independente, eu a amo e nada vai mudar isso.

Infelizmente, Antonella, ouviu todas as palavras de Edite, por pouco, a tia de Samuel não entrou na sala e fez um barraco. Do outro lado da cidade, Lana, via os amigos treinando, uma competição aconteceria nos próximos dias, e a atleta queria disputar, claro, que Daniel foi contra a ideia, ele tentou tirar a ideia da cabeça da namorada, mas isso se tornou uma missão difícil.

- Amor, você não está em condições. Quem disso isso? - perguntou Lana entregando uma toalha para Daniel.

- Os médicos, especialistas. Você vai perder algumas corridas, nada demais. - disse Daniel tirando o suor do rosto.

- Fácil para você. Faltam menos de cinco meses para o Enem, e tenho certeza que o time de corrida vai me ajudar a entrar em uma universidade. - afirmou a moça se levantando com dificuldade.

- Amor, você vai entrar em uma ótima universidade. Eu ainda vou ter orgulho de ser o seu namorado. - ele avisou a abraçando.

- Sai, você está suado.

- Não gosta de mim suadinho? Acho que fico sexy. - brincou Daniel a beijando.

- Daniel! - gritou o treinador. - 30 voltas.

- Ótimo, deixa eu ir, princesa. Até depois. - falou Daniel antes de voltar para a pista de corrida.

Jonathan acordou disposto naquela segunda-feira, após uma semana longe da escola, ele e Samuel, voltariam a rotina, mas agora, em seus corpos originais. Ele acordou cedo, e com a ajuda da cozinheira, preparou um café da manhã especial para família, nos últimos meses, o jovem desenvolveu gosto pela gastronomia. Uma troca de corpos pode realmente mudar as pessoas, não é mesmo?

- Bom dia, família! - ele desejou abraçando o pai e entregando uma rosa para Wal.

- Que bom humor é esse? Esqueceu que volta às aulas hoje? - perguntou Gláucio desconfiado.

- Tem um motivo especial para essa alegria? - quis saber Wal que sentou e serviu café para o esposo.

- Claro, eu amo estudar.

- Qual é filho, nem você acredita nisso. - comentou Gláucio sentando ao lado de Wal. - Mas eu queria te pedir uma coisa, filhão.

- O que pai?

- Eu conversei direito com a polícia, e eles descobriram que o mandante do teu sequestro foi um grande bandido de São Paulo. E, como o pai do Samuel estava envolvido nessa história, eu acho melhor você se afastar, vai que a mãe dele…

- Gláucio Godoy. Eu não acredito. - repreendeu Wal quase derramando café fora da xicara.

- Eu não vou deixar de ser amigo do Samuel. Ele e a Isabella são ótimas pessoas.

- Não se preocupa, filho, o seu pai não quis dizer isso. - interveio Wal olhando com raiva para Gláucio.

- Quis sim, inclusive, a partir de hoje, você vai andar com um segurança. Você não sabe como foi para mim. - disse Gláucio se emocionando. - Ter a sensação de perder você. Senti isso há muitos anos, e vocês dois, são as coisas mais preciosas que eu tenho hoje.

- Amor, veja, eu te entendo, mas a amizade de Jonathan com Samuel acabou transformando ele. Quando você imaginou, o nosso filho servindo café?

- Eu sei amor, mas os seguranças acompanharão vocês. O martelo foi batido.

Jonathan ficou possesso com a situação. Ele saiu para o jardim e encontrou Antônio, mais conhecido como Maguila, o esperando no carro. Samuel acordou feliz da vida, quer dizer, por partes, ele ainda não sabia o que fazer após a ameaça de Oliver, mas voltou para o seu corpo e casa. O jovem preparou um café da manhã incrível para a família, especialmente, agora que Silvio havia retornado também.

- Filho, e o teu namorado? - perguntou Isabella.

- Bella, na frente das crianças não, por favor. - pediu Samuel ficando vermelho. - E não somos namorados.

- Para, eu soube que ele quase se jogou na água por sua causa. - soltou Antonella.

- Além de tudo, o teu namorado é fofoqueiro, é? Vou já contar para o conselho tutelar. - brincou Samuel ameaçando a tia.

- Ele é maior de idade, vacinado e dono do próprio nariz, apesar de ter uma tia horrível. - comentou Antonella.

- Nem todo mundo nasceu com a sorte que eu tive, né? Uma mãe rainha e uma tia maravilhosa. - afirmou Samuel. - Bem, queridos e queridas, preciso ir para a escola. - pegando a mochila e saindo.

- Esse menino quer alguma coisa. - disse Antonella.

- Espero que não seja dinheiro. - falou Isabella. - E você, bonitão, banho. - pegando no ombro de Silvio.

- Ah, não, mãe. - reclamou.

Na escola, Samuel havia se tornado um tipo de herói, todos souberam que ele havia salvado Jonathan da morte. Claro, que alguns, exageram na versão da história, mas aos poucos, o jovem ganhou o respeito dos colegas de classe, principalmente, de Lorena. Ela passou a andar com Lana, Samuel e Jonathan, durante os intervalos.

- Você está distante. Aconteceu alguma coisa? - perguntou Samuel para Jonathan.

- O Maguila aconteceu na minha vida. - ele respondeu chateado.

- Maguila, hum, preciso me preocupar?

- Não. Maguila é o motorista/segurança que meu pai contratou. Ele acha que eu corro perigo ao seu lado, mas Wal foi a favor da nossa amizade, eu resolvo isso. E, o senhor, está bem? O enterro do João é hoje, né?

- Sim, vai ser na cidade dele, Botucatu. A mamãe preferiu não ir, eu também não estava com vontade, mas mandamos flores. Mesmo, ele tendo atirado em mim. - soltou Samuel ficando com os olhos vermelhos.

- Ei, você sabe que tem uma família, linda, né? Tua mãe, ela é perfeita, a tua tia é demais, não vou nem falar dos teus irmãos. Não teve um minuto na tua casa, Samuel, em que eu me senti triste. Eles te dão tudo o que você precisa. E eu estou aqui também, assim como a Lana. - aconselhou Jonathan.

- Nossa, que coisa mais linda, Jonathan Godoy. O seu pai é bravo mesmo, né?

- Ele é cabeça dura. Desde sempre, meus piores embates foram com ele.

- Acha que se ele soubesse de nós, tipo, ele ia reagir bem?

- Não faço a mínima ideia. Mas se ele me expulsasse de casa, eu trabalharia, faço 18 anos em breve, então.

- É complicado, Jonathan.

Samuel ficou assustado com a possibilidade de arruinar a vida de Jonathan. Naquela tarde, Oliver, mandou mais uma mensagem para o jovem, ele quis saber se Samuel toparia a viagem, que mais uma vez, desconversou e pediu um tempo. Mesmo contra a vontade de Gláucio, Jonathan, levou Samuel para a sua casa, Wal, adorou a visita do rapaz.

- Fiquei tão preocupada, mas tudo acabou bem. - disse Wal abraçando e beijando Samuel. - Eu queria tanto um filho, ganhei dois.

- Você não existe, mãe. - soltou Jonathan que logo ficou vermelho.

- Mãe, é? - perguntou Samuel fazendo uma careta engraçada.

- Não enche, ela é a minha mãe, oras.

- Eu sou. - confirmou Wal sorrindo de um jeito apaixonado.

- Boa tarde, família. - disse Gláucio entrando na casa. - E, Samuel, que surpresa. Onde está o Maguila?

- Foi comprar meus remédios. - soltou Jonathan.

- Entendi. Trouxe um rapaz que estudou com você, filho. Ele vai nos auxiliar com umas questões tecnologicas na empresa. - avisou Gláucio.

- Mesmo, quem? - perguntou Jonathan.

- Com licença. - pediu Oliver entrando na sala.

- Oliver. - falaram Jonathan e Samuel ao mesmo tempo.

- Que sincronia, perfeita. - brincou Wal. - Bem, como temos visita vou pedir para a Gertrudes fazer um cházinho.

Samuel olhou para Oliver com temor, nas mãos, ele carregava o celular. O coração dele nunca bateu tão forte. Jonathan o levou para o seu quarto, e eles começaram a procurar a localização dos cemitérios que Adeina falou. Oliver enviou mais uma ameaça para Samuel.

- A gente precisa conversar. - disse Samuel fechando o notebook quase nos dedos de Jonathan.

- Calma, Samuca. Eu ainda preciso dos meus dedinhos. O que foi?

- Eu, eu, eu vi como você olhou para o Oliver. Você ainda sente algo por ele? - questionou Samuel.

- Eu não estou entendendo.

- Você, você tem sentimentos pelo Oliver ainda. Estava me usando esse tempo todo?

- Para com isso, eu amo você. - interveio Jonathan tentando abraçar Samuel que se afasta.

- Eu não sei o que sinto por você, tá legal.

- Não faz isso comigo. Não diz essas coisas, por favor. - pediu Jonathan.

- Preciso de um tempo para pensar, Jonathan. Eu não consigo. Me desculpa. - ele falou pegando a mochila e saindo do quarto.

Samuel passou correndo por Wal como uma bala, a madrasta de Jonathan não entendeu, mas se distraiu com uma solicitação de Gláucio. Jonathan ainda digeria tudo o que foi dito por Samuel, então, ele desceu para tentar alcançar o amigo. Na entrada da casa, Oliver, encontrou Samuel e ofereceu uma carona, quando o jovem viu Jonathan se aproximando entrou no carro sem pensar duas vezes.

- Samuel. - soltou Jonathan na entrada de sua casa.

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