O filho do meu pai ㅡ Cap 01

Um conto erótico de LuCley.
Categoria: Homossexual
Contém 4371 palavras
Data: 22/02/2019 00:36:00
Assuntos: Gay, Homossexual

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Me chamo Leonardo e perdi meu pai quando ainda estava no ventre de minha mãe. Ela estava no quinto mês de gestação e, mesmo com a dor do luto, conseguiu estabilidade emocional pra continuar me mantendo vivo dentro de si.

Minha tia, Laura, sempre me disse que minha mãe era a menina dos olhos de meu pai, pois os dois começaram a namorar muito jovens. Ele a amava demais.

Quando um acidente de carro ceifou a vida de meu pai, minha avó materna achou melhor minha mãe sair da cidade por uns meses.

Decidiram que ela ficaria na casa da minha tia-avó, Marilza, uma mulher muito simpática e divertida.

A tia de minha mãe já estava acostumada a tê-la por perto e, como se davam muito bem, decidiu em comum acordo com minha mãe, que ela ficaria em Pontal do Sol até meu nascimento. Até porque, a cidade era maior e os hospitais eram melhores do que em Sapopema ㅡ uma cidadezinha com pouco mais de três mil habitantes, onde minha mãe morava.

O grande dia chegou e nasci em Pontal do Sol. Como a notícia havia chegado até Sapopema, meus avós paternos decidiram ir me ver e ajudar minha mãe com o processo de meu registro no cartório.

As famílias estavam todas reunidas.

Fui registrado como Leonardo Pontes Castilho ㅡ filho de Maria Eduarda Pontes e Estevan Dornelles Castilho.

Visto todas as circuntâncias e ainda muito abalada pela morte precoce de meu pai, minha mãe decidiu então ficar morando com tia Marilza, até que conseguisse um emprego.

Minha tia Marilza era a pessoa mais maravilhosa que já conheci.

Morávamos só nos três em sua casa e minha mãe sempre dizia que ela fazia de tudo pra me deixar o mais confortável possível.

Eu já estava com seis meses quando minha mãe decidiu que faria um concurso para professor na rede pública.

Minha mãe havia era formada em Letras e, graças seu esforço, conseguiu a aprovação no concurso e começou a lecionar no ano seguinte.

A creche onde eu ficava durante o dia, era no mesmo bairro onde minha mãe lecionava ㅡ há duas quadras de distância. Minha mãe saía da escola e passava pra me pegar todos os dias.

Quando fiz um ano de idade, as duas famílias se reuniram novamente em Pontal do Sol. Fizeram uma festa linda, com todos meus coleguinhas da creche e amigos do bairro. Minha mãe fez questão de registrar tudo em fotografias e sempre me mostrava na medida que eu ia crescendo.

Conforme dito pela minha mãe, duas semanas depois do meu aniversário, um professor iniciou trabalho na turma do terceiro ano na mesma escola que ela trabalhava.

Roberto e minha mãe sempre conversavam em horário de lanche e reuniões na sala dos professores e, com a convivência diária, estabeleceram um laço de amizade que acabou se tornando mais estreito conforme o passar do tempo.

Eu já estava com 1 ano e meio quando Roberto decidiu se declarar apaixonado pela minha mãe. Ela disse que ficou com medo na hora, pois sabia que ele tinha um filho de cinco anos. Roberto também era viúvo, perdeu a esposa quando seu filho, Henrique tinha apenas dois anos. Sua esposa foi vítima de um Avc ainda muito jovem e, como minha mãe, ele também havia passado pela mesma dor. A estória dos dois eram bem parecidas e isso fez com que eles se unissem mais ainda.

Decidida a tentar, minha mãe aceitou o pedido de namoro e antes de meu aniversário de dois anos, nos mudamos para a casa do Roberto e seu filho.

Aquele ano não fizeram festa no meu aniversário. Roberto e minha mãe levaram o Henrique e eu nesses parques com brinquedos infláveis e passaram o dio todo conosco.

Minha mãe disse que eu adorei, mas o Henrique passou mais tempo se preocupando se eu iria me machucar, do que se divertindo.

A partir daí, ela percebeu que eu havia ganhado um irmão mais velho super protetor.

Era comum o Henrique passar boa parte do tempo me cuidando, enquanto minha mãe fazia as refeições ou até mesmo o serviço de casa.

Henrique chamava minha mãe de tia. Ela nunca o corrigiu, pois sabia que ele a amava da mesma forma. Ele sempre a acordava com beijos e abraços todos os dias. Ele adorava a minha mãe e aprendeu a amá-la tanto quanto amava a sua.

Com Roberto era diferente. Desde que me conheço por gente, aprendi a chamá-lo de pai. Minha mãe disse que ele quem tomou a iniciativa de me ensinar, pois dizia que diferente do Henrique, eu não tinha lembranças igual as que ele tinha da mãe.

De certa forma ele estava certo. Henrique só não chamava minha mãe de mãe, por ter tido contato com a sua. Ele a conhecia e se lembrava dela ㅡ diferente de mim.

Cresci chamando o Roberto de pai, mas sempre soube que não era seu filho biológico. Jamais esconderam de mim a real paternidade que me pertencia.

Roberto fazia questão de dizer que eu era seu filho do coração e que isso era mais importante do que tudo nessa vida.

Ele sempre me tratava com muito amor e carinho. Nunca me deixava de lado, mesmo quando precisava fazer algo com o Henrique, até porque, meu irmão sempre fazia questão de me ter por perto.

Henrique e eu sermos tão próximos, foi um alívio para nossos pais. A preocupação de minha mãe, era que ele me rejeitasse, mas isso nunca aconteceu.

Sempre brincávamos juntos, tomávamos banho e passamos a dormir juntos desde meus quatro anos, quando o Henrique me apresentou ao vídeo-game.

Passávamos horas jogando. Ele já estava com nove anos e fazia de tudo pra me deixar feliz. Ele realmente era um irmãozão da porra!

Conforme fomos crescendo e nossa cumplicidade também, sempre que ele tinha a chance, se metia em confusões por minha causa.

Na infância eu era menor que meus colegas da minha idade e sempre fui zuado por conta de minha baixa estatura.

Eu odiava ser chamado de nanico e quando eu tinha oito anos, me embolei com um colega de sala por causa de um comentário feito por ele, que eu não gostei.

Henrique estava no pátio da escola e quando me viu no chão, partiu pra cima do meu colega o tirando de cima de mim. O moleque caiu e acabou fraturando o pulso, mas lembro que Henrique não havia feito absolutamente nada contra ele.

Foi o pior dia de nosssas vidas. Pois chamaram nossos pais na escola e Roberto ficou furioso.

ㅡ como teve coragem de bater em alguém menor que você? ㅡ Roberto disse e minha mãe tentava acalmar os ânimos.

ㅡ eu não bati nele! Foi um acidente. Só o tirei de cima do Leo, mas ele caiu. E ele não é menor que eu. Pode até ter oito anos, mas é da minha altura. Queria que ele machucasse o Leo? Olha como ele ta todo arranhado!

ㅡ Henrique, não quero você metido em brigas de novo. Está me ouvindo? O garoto poderia ter quebrado o braço, por Deus! Não quero ver meus filhos sendo chamados de selvagens. Homem não briga, no máximo discute em voz alta, mas mantém a civilidade.

ㅡ se eu ver o Leo apanhando de novo, vou defender meu irmão. Como o senhor pode dizer isso? E se fosse comigo? O senhor iria ficar parado me olhando apanhar?

Meu irmão era ótimo em argumentar e vi meu pai ficar sem palavras.

ㅡ pai, eu não bati no Thiago, ele apenas tropeçou e caiu quando tirei ele de cima do Leo. E não é a primeira vez que isso acontece. Eu já falei com a professora do Leo, mas ninguém faz nada...

ㅡ tudo bem! Amanhã eu volto na escola e terei uma conversa com a professora e pedir uma reunião com os pais desse tal Thiago. E respondendo a sua pergunta: eu não conseguiria te ver apanhando. Você fez bem em defender seu irmão, mas não quero você agindo igual aos outros, entendeu?

ㅡ entendi! Vem Leo, vou te dar banho...

Minha mãe me beijou e disse que estava tudo bem e que eu podia ir com meu irmão. Ele me pegou pelo braço e me arrastou até o banheiro.

Lá ele ligou a ducha e me botou sentando no chão. Pegou uma esponja e quando foi pegar o sabonete, pedi a ele que pegasse o shampoo.

ㅡ tua mãe vive reclamando que o shampoo acaba rápido. Se ela souber que você toma banho com shampoo, vai te por de castigo.

ㅡ é só você não contar!

ㅡ claro que não conto! Caralho, olha só o teu braço...ta todo arranhado.

ㅡ se o pai te ouve falando " caralho", vai te deixar sem vídeo-game por uma semana.

ㅡ é só você não contar! ㅡ nos olhamos e sorrimos feito doidos.

ㅡ Rick, acha que vamos presos?

ㅡ pelo quê?

ㅡ pelo Thiago ter machucado o braço.

ㅡ hahaha, claro que não. Fica tranquilo.

ㅡ ta! Eu to todo arranhado, mas ele também levou uns bons tapas dessa vez. Não deixei barato. Kkkkk

ㅡ kkkk, é justo! Ele sempre te incomoda e você nunca fez nada. Sabe? Vou te ensinar uns golpes que aprendi no jiu-jitsu. Não faço luta pra bonito e sim pra me defender. Você também precisa aprender. Não é pra arrumar confusão sem motivo, o pai está certo, não devemos ser selvagens, mas também não podemos deixar ninguém nos machucar. Quer aprender?

ㅡ quero!

ㅡ pronto, ja te dei banho. Vamos jantar e quando a comida baixar no estômago, eu te ensino.

ㅡ ta certo! Valeu, irmão!

Depois desse fatídico dia, Roberto e minha minha mãe decidiram que me colocaria na aula de jiu-jitsu com meu irmão.

Nunca me senti tão feliz como nesse dia. Ainda mais por estar ao lado do Rick, meu irmão e companheiro de todas as horas.

Roberto sempre dizia que nós dois éramos "cu e calça", pois sempre estávamos juntos. Independente da ocasião, se um estava, podia ter certeza que o outro viria logo atrás.

E assim os anos foram se passando...

Eu já estava com doze anos e meu irmão terminando o ensino médio.

Me senti deslocado quando me vi sem meu irmão maior em casa na maior parte do dia.

Henrique estava começando a se preparar para o vestibular e seu tempo era ocupado pelos estudos. Nem ao jiu-jitsu ele frequentava mais, pois estudava de manhã e fazia cursinho durante a tarde.

Nos víamos somente de manhã e depois das 18:hrs.

Confesso que fiquei completamente perdido sem o Rick em casa no período da tarde e ficaria pior ainda quando ele iniciasse sua vida universitária.

Em uma manhã de sábado, me vendo desanimado assim que acordamos, ele se deitou ao meu lado e passou o braço debaixo do meu pescoço.

Ficamos deitados e olhando pro teto por um bom tempo.

Ele sabia que eu estava chateado por conta de passarmos pouco tempo juntos e acho que minha mãe tambem andou percebendo, pois a ouvi conversando com ele antes de dorminos no dia anterior.

Eu me ajeitei na cama e ele me puxou até seu peito. Brinquei dizendo que ele estava ficando fortão e que as meninas ficavam cochichando entre elas todas as vezes que o via no intervalo.

ㅡ você ja tem namorada, Rick? ㅡ perguntei e ele começou a sorrir de um jeito bobo.

ㅡ namorada eu não tenho, mas já fiquei com algumas meninas.

ㅡ e como é isso? Você gostou?

ㅡ ah, é legal. A gente se beija bastante.

ㅡ na boca?

ㅡ kkkk sim! Beijo de língua também!

ㅡ meu Deus! Que coisa mais nojenta! Eu jamais faria isso com alguém.

ㅡ kkkkk! Ah Leo, você é muito engraçado.

ㅡ nem pensar que vou enfiar minha língua na boca de uma pessoa. Isso é nojento, credo.

ㅡ com o tempo você se acostuma.

ㅡ eu não quero!

ㅡ kkkkk, está bem! Leo, quer ir no shopping?

ㅡ você não precisa estudar?

ㅡ hum...preciso, mas depois eu estudo. Faz tempo que a gente não sai.

ㅡ só está fazendo isso porque a mãe andou falando contigo. ㅡ ele me sorriu e deu um beijo no meu rosto.

ㅡ sim, ela falou comigo, mas estou te convidando porque quero. Eu poderia ficar aqui estudando e deixar pra depois, mas quero te levar pra sair. Não pense que me esqueci de você. Te amo, brother! A gente sempre vai ficar juntos. Você é meu melhor amigo e irmão. Me desculpa por não estar te dando tanta atenção, mas prometo tirar um dia todo só pra gente. Também sinto sua falta.

ㅡ valeu, mesmo! E só vou se me pagar um sorvete monstro!

ㅡ kkkkk, eu pago!

Me levantei correndo e fui até a cozinha.

Roberto e minha mãe estavam preparando o café da manhã quando entrei todo feliz.

Perguntaram o motivo da minha alegria e com muito jeito, perguntei ao Roberto se ele não nos daria dinheiro pra irmos ao shopping.

Minha mãe disse que eu poderia pegar em sua bolsa e meu pai abriu a carteira me entregando mais um pouco.

Sai correndo e quando entrei no meu quarto, pulei sobre meu irmão e joguei o dinheiro em cima dele.

ㅡ seu pai me deu dinheiro pra você me levar pra sair.

ㅡ nosso pai, você quer dizer?!

ㅡ isso, nosso pai! Bobão! Vamos?

ㅡ vamos! Vou me vestir.

Depois desse dia, meu irmão sempre reservava os sábados pra me levar em algum lugar e, assim, passarmos um tempo junto só nós dois.

Na medida que eu ia crescendo a cumplicidade entre meu irmão, Roberto e eu, ia aumentando cada vez mais. Até minha mãe parecia mais nossa amiga, do que mãe, por assim dizer.

Esporadicamente, dependendo do momento, eu ouvia o Rick a chamando de mãe e, por mais que ele tentasse, era inevitável.

Eu via o sorriso de felicidade nos olhos de minha progenitora e sabia o quanto ela também o amava, mesmo não sendo seu filho biológico. Na verdade, ela deveria sentir o mesmo que o Roberto, quando eu o chamava de pai.

Recordando toda minha infância, posso dizer que éramos muito felizes e unidos. Não que nunca brigássemos, mas nada que fujisse do comum.

Minhas brigas com o Rick eram sempre por eu pegar suas coisas sem pedir, mas eu quase nunca o fazia.

Certo dia, tivemos uma discussão, por conta do meu esquecimento. Acho que foi a única vez que ficamos sem nos falar por uma semana toda.

Ele já estava na universidade e eu iniciara o preparatório para o vestibular.

Nossa discussão deu início logo pela manhã. Eu levantei pra me arrumar no mesmo horário que ele e havia me esquecido de lavar os tenis que peguei emprestado.

Eu ainda estava no banho quando o ouvi gritando meu nome.

Perguntei se estava tudo bem e quando abri a porta, ele estava com seus tênis na altura do meu rosto. Pensei: fudeu!

ㅡ é assim que você deixa minhas coisas quando pega emprestado? ㅡ ele disse e nunca o vi tão nervoso.

ㅡ eu ia lavar, mas acabei esquecendo. Fiquei ontem até tarde estudando.

ㅡ não é a primeira vez que você faz isso e eu já cansei de te falar pra me avisar quando for usar algo que é meu!

ㅡ me desculpa, eu lavo agora.

ㅡ eu iria usar agora, caralho!

ㅡ ei, calma aí brother. Também não é pra tanto.

ㅡ queria ver se fosse o contrário?! Eu não pego suas coisas! Pego?

ㅡ cara, só ta sujo. Se eu tivesse estragado...

ㅡ cala boca seu moleque! Não quero mais você usando minhas coisas!

O fato dele ter me mandado calar a boca, surtiu mais efeito do que ele poderia ter imaginado.

Nunca, em todos aqueles anos, ele havia falado comigo daquela forma. Ele nem parecia meu irmão de sempre.

Pedi desculpas com lágrimas nos olhos e prometi que não mais tocaria em nada que fosse dele.

Eu fiquei extremamente chateado. Por mais que elw tivesse razão, na minha cabeça, foi a coisa mais terrível que ele poderia ter me falado.

Pedi licença e fui me arrumar no meu quarto. Sim, até meus dezessete anos dormíamos juntos no mesmo quarto e na mesma cama, mesmo meu quarto estando ao lado.

Depois dessa discussão, ele e eu ficamos a semana toda de cara virada pro outro.

Roberto e minha mãe não se entrometiam, mas dava pra perceber o quanto estavam chateados por estarmos brigados.

Numa uma sexta-feira, quando passei pelo corredor, ouvi meu pai conversando com o Rick na sala. Parei no meio do caminho e fiquei ouvindo a conversa. Roberto dizia que ele havia estrapolado quando me mandou calar a boca e, que por mais errado que eu estivesse, não justificava o modo dele ter me tratado daquele jeito.

ㅡ não é a primeira vez que o Leo pega as minhas coisas e deixa tudo zuado. ㅡ ele disse e meu pai pediu que ele se sentasse.

ㅡ você falou com ele como se ele fosse qualquer pessoa. Até parece que não o conhece?! Além do mais, um tênis sujo não é motivo pra vocês ficarem uma semana sem se falarem. Agora quero que me responda uma coisa: quem lava suas roupas e mantém o quarto que você dorme sempre arrumado? Quem cuida das suas coisas e sempre da um jeito de te ajudar com seus trabalhos na faculdade? Quando você está sem tempo e precisa estagiar, quem arruma seu ateliê e faz suas refeições pra você não precisar parar de estudar? Quer saber? Não precisa me responder. Fica aí pensando se vale a pena brigar com o cara que sempre te ajuda, por causa da porcaria de um tênis sujo. Saiba que não existe pessoas perfeitas. Não existe o bom sem defeito e se somos uma família unida, é porque sempre soubemos dar valor um nos outros. Se entenda com seu irmão, não aguento mais olhar pra ele com aquela cara de cachorro que caiu da mudança. Brigar por causa de um tênis? Tenha santa paciência. Vocês parecem crianças!

Depois da bronca, ouvi os dois sorrindo e voltei pro meu quarto.

Aproveitei pra pegar minha mochila e guardei alguns livros que usaria naquele dia.

Eu estava de costas pra porta e mexenfo no celular, quando senti meu irmão me enredar em seu abraço.

Vi suas mãos apertando meu peito e a força com a qual me abraçou, me fez perder o fôlego.

ㅡ fui idiota, imbecil e um péssimo irmão. Me perdoa? ㅡ ele disse e relaxei meu corpo. Ele me beijou as bochechas e sorri me virando pra ele.

ㅡ claro que te perdoo! ㅡ soquei seu peito e nos abraçamos novamente.

ㅡ acabei de levar uma bronca do pai la na sala, mas foi bom. Me dei conta de como fui babaca e infantil. Você sempre me ajuda em tudo que preciso e nem é sua obrigação...

ㅡ deixa pra lá! Está acontecendo alguma coisa? Nunca te vi tão nervoso.

ㅡ ah, sei lá! Tem umas coisas se passando pela minha cabeça e ta me deixando meio distraído.

ㅡ quer conversar?

ㅡ rsrs, quem sabe um dia?! Pode ser que você consiga me ajudar, mas não se preocupe, okay? Não é nada de outro mundo.

ㅡ tudo bem! Se precisar desabafar, eu to aqui.

ㅡ rsrs, eu sei que está! Obrigado! Me perdoa mesmo?

ㅡ te perdoo, de verdade. Me desculpa ppr sempre pegar suas coisas?

ㅡ se você não pegasse, não seria mais você. Descontei uma frustração em você w isso não foi legal...

ㅡ esquece isso, mano. Ta tudo certo!

Depois desse dia, tudo voltou ao normal novamente.

Meu irmão se formaria no ano seguinte em Artes Plásticas e eu ingressaria na universidade.

Eu estava animado, feliz em iniciar uma nova etapa em minha vida.

Meu irmão me deixou no portão da faculdade. Antes de eu sair do carro, vimos uma moça passando e a mesma me olhou sorrindo.

Meu irmão disse que eu ja estava arrasando corações e nos lembramos de quando fiquei pela primeira vez com uma garota.

Eu não sabia o quê fazer na hora e liguei pro Rick. Perguntei o quê precisava ser feito e ele ria do outro lado da linha.

Rimos muito no carro e nos despedimos com um abraço.

ㅡ valeu por me trazer, mano. ㅡ disse e ele me olhou por instantes.

ㅡ Leo, consegui trabalho em uma galeria de arte aqui perto. Queria que você fosse o primeiro a saber. Acabaram de me ligar um pouco antes da gente sair.

ㅡ ta de brincadeira? ㅡ disse e pulei em seu colo o abraçando.

ㅡ hahaha! É sério!

ㅡ caramba, to tão feliz por você! O pai e a mãe vão ficar doidos quando souberem. Você vai poder expôr seus quadros também?

ㅡ vou! Amanhã vou levar aqueles que estão em casa. Levei imagens dos quatros e de algumas esculturas que fiz. Eles adoraram.

ㅡ que orgulho de você, brother! Sou teu fã número um. Você sabe disso. Vamos sair pra comemorar hoje a noite? Beber umas cevejas...

ㅡ hahaha, ta ficando saídinho heim?!

ㅡ sou maior de idade agora...

ㅡ mas continua o mesmo menino de sempre. Você ainda é aquele mesmo garoto que dorme com o irmão mais velho porque tem medo de assombração. Kkkkk

ㅡ kkkkk, é que você me protege! Mas se quiser, não durmo mais contigo. To grande mesmo pra isso, né?!

ㅡ ei, não estou reclamando. Pode ficar. Pelo menos a gente fica conversando até tarde e ficamos mais tempo juntos.

ㅡ a gente não se desgruda, né? Até parece que somos casados! Kkkkk

ㅡ kkkk, pelo menos você é gato!

ㅡ kkkk, que sorte a minha então, nunca vi alguém mais bonito que você por aí...

Ficamos como dois bobos nos elogiando, até que ele me expulsou do carro.

Percebi que estava atrasado e corri direto pra minha sala.

Quando entrei, dei de cara com a garota que havia passado por mim no lado de fora.

Dei uma boa olhada na sala e a única carteira sobrando era justamente atrás dela.

Me sentei e, rapidamente, o professor se apresentou e começou a passar o conteúdo.

Primeiro dia de aula foi tranquilo.

Assim que saí, vi meu irmão me esperando no portão. Me surpreendi com sua espera e corri até ele.

Entrei no carro e ele disse que o Roberto havia passado mal na escola.

Pedi que fóssemos imediatamente para o hospital e assim que chegamos, vimos minha mãe na recepção.

Acho que nunca vi meu irmão tão preocupado. Ele a abraçou e perguntou como nosso pai estava.

ㅡ calma...está tudo bem! Seu pai só está com a pressão alta. Teve um desmaio, mas já passou. ㅡ ela disse e abracei os dois.

ㅡ a senhora quer ir pra casa? Eu fico aqui com o Leo. ㅡ ele disse e ela achou melhor ir pra poder pegar roupas limpas pro meu pai.

ㅡ vou de carro. Vocês dois me esperem aqui. Ele ainda está domindo, mas não demora a acordar. Diz pra ele que eu já volto.

ㅡ pode deixar, mãe. ㅡ disse e o Rick entregou a ela as chaves do carro.

Ficamos aguardando na sala de espera e eu estava preocupado. Fiquei com medo de perder o homem a quem eu tinha tanto amor e respeito.

Roberto não era meu pai bilógico, mas nunca o tratei como se não fosse. Pra mim, ele era meu pai e isso me bastava.

Na minha cabeça, eu não poderia perdê-lo. Seria muita falta de sorte perder outro pai ainda tão jovem. Eu precisava dele comigo.

Me vendo inquieto, meu irmão segurou minha mão e pediu que eu me acalmasse.

ㅡ nosso coroa ta bem, se aquieta aí.

ㅡ eu sei Rick, mas da medo...

ㅡ eu sei, nem me fale. Quando minha mãe morreu, foi horrível. Acho que nunca chorei tanto. Isso aí de pressão alta é coisa de gente velha, é assim mesmo.

ㅡ rsrs, ele te mata se te ouvir o chamando de velho.

ㅡ ah, pelo menos você sorriu. Gosto de te ver assim, sorrindo. Relaxa, mano!

Vimos uma enfermeira se aproximando e disse que nosso pai estava acordando.

Fomos até a enfermaria e quando ele nos viu, abriu um sorriso do tamanho dele.

Senti o Rick segurando forte minha mão e foi aí que percebi que ainda estávamos de mãos dadas. Não sei porque, mas não o soltei. Era bom estar com ele e...sei lá, ele me acalmava.

Nos aproximamos da maca e nos sentamos ao lado do nosso pai.

ㅡ bom ver meus filhos sempre juntos... ㅡ ele disse e sorrimos felizes.

ㅡ ta tudo bem, pai? ㅡ perguntei e o Rick soltou minha mão devagar, mas assim que se ajeitou melhor, a segurou novamente.

ㅡ ta tudo bem, sim. Onde está sua mãe?

ㅡ foi em casa buscar uma roupa limpa pro senhor vestir. Ela ficou bem preocupada... ㅡ disse e me sentei mais perto do Rick.

ㅡ coitada! Só dou trabalho pra minha baixinha. Vocês estão bem?

ㅡ sim! ㅡ dissemos juntos e o Roberto me pediu um copo de água.

Me levantei, peguei a água que estava na mesinha e ele a bebeu em um único gole.

Minutos depois minha mãe chegou e a enfermeira disse que assim que o soro acabasse, meu pai já poderia ir pra casa.

Ficamos todos aliviados, claro!

Vi meu irmão mais aliviado em saber que nosso pai estava ótimo.

Não era justo com ele, além de já ter perdido a mãe, também perder o pai...

No final da tarde, Roberto foi liberado e fomos direto pra casa.

Assim que chegamos, vi uma mensagem no meu celular e fiquei surpreso quando retornei e era a garota da minha sala.

Perguntei como ela havia conseguido meu número e disse que conversou com nosso colega de classe assim que me viu entrar no carro com meu irmão...

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Continua...

Pessoal, continuo ou paro?

Muito obrigado pelos comentários e comprometimento de vcs em me seguirem. Fico de veras muito feliz. Incrível como Meu chefe, meu príncipe faz sucesso. Sempre que posto, tem o dobro de leitores.

Vocês são incríveis! Grande abraço! 😉

Happy Pride!! 🌈

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Comentários

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Comentei todos os caps pq ta mto divino, ate sonhei com esses meninos!!!! Maratonei de tao bom que é!

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Que conto maravilho, difícil ler coisas boas assim. Irei acompanhar

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Poxa pessoal, to muito feliz que vcs tenham gostado. Ja comecei a escrever o Cap 2. Nao sei ainda quando vou postar, to com pouco tem, mas sai ainda essa semana. Ah, to feliz também com o numero de leitores nesses dois dias. Foram mais de 1000, serio mesmo. Vocês são incríveis, de vdd. Obrigado pelo carinho! 😉👍

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Perfeitoooo!!!!!

Escrita muito contagiante, não consigo parar kkk!! Comprimento ideal e por favor continue.

Estou ansioso por mais.

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Conte-nos mais, por favor! Aguardando cenas do próximo capítulo.

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Claro que deve continuar, tá perfeito. Estou ansioso pela continuação. Adorei a forma como iniciou a cumplicidade deles para desenvolver o amor, parabéns.

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