Sempre tive facilidade para fazer amizade com os caras com quem convivo e que considero atraentes. Até hoje não sei se isso é uma bênção ou uma maldição, porque é torturante. Não é simples ser íntimo de quem você deseja. Demorei a perceber isto e, muitas vezes, não soube responder a mim mesmo se isso acontecia de modo natural ou se eu buscava isso sem perceber. Hoje, acho que isto já estava no inconsciente. Pedro foi o primeiro amigo que me fez pensar sobre isto. Ele era cerca de cinco anos mais velho, mas vou preservar as idades. Trabalhava no curso de inglês onde estudei. Ele também estudava lá e estava alguns períodos à frente, tinha namorada e deixava claro sua preferência por mulheres mais jovens.
Pedro era branco, tinha 1,78m, cerca de 76kg. Malhava, não era magro, mas também não era definido. Cabelo curto, liso, bem peludo nos braços e nas pernas, algo que despertava minha atenção de quem ainda não tinha concluído as transformações corporais da chegada à vida adulta. Nos encontrávamos com frequência no laboratório e na biblioteca. Ele era bonito, espontâneo e popular. Fazia sucesso, mas provavelmente ninguém enxergava mais sensualidade neste conjunto de características do que eu.
O tempo nos tornou bem próximos. Falávamos sobre música, futebol, contávamos piadas e conversávamos sobre a vida. Chegou a frequentar minha casa algumas vezes. Me tirava do sério ao revelar partes corpo se espreguiçando, coçando a barriga ou ajeitando as calças. Vaidoso, gostava de mostrar que a academia estava fazendo efeito: estava crescendo. Eu sempre ficava excitado. Mas uma vez ele pediu para eu constatar o aumento da musculatura, apertando o braço. Hesitei.
- Vem, cara. É sério. Aperta aqui.
Acabei apertando. Um tesão fodido. Queria passar as mãos no peito, no abdome, nas axilas... explorar o corpo. Mas ficou nisto. Eu já tinha visto mais de seu corpo várias vezes no banheiro e manjava sua rôla no mictório, quando ia mijar. Exibicionista, ele já tinha percebido e pegava com a mão que a deixava mais ao alcance de meus olhos, com os pentelhos aparecendo, saindo para fora do zíper da calça jeans aberta ou pela bermuda de tactel. Até hoje me pego excitado lembrando do barulho da abertura do velcro dela. Quando me flagrava olhando, simulava estar se masturbando. Puxava o prepúcio, descobrindo a glande e a escondendo novamente. Eu, sem graça, fingia não olhar, lavando as mãos na pia e fixando olhar no espelho.
Aos poucos, o jogo foi ficando mais intenso. As brincadeiras e piadas de teor sexual aumentavam a cada contato. Um dia, apontou para a parede do laboratório, que ficava a poucos metros da porta e, sem qualquer assunto anterior, disse para poderíamos ir para lá, onde eu poderia chupá-lo que ninguém veria. Falei uma meia dúzia de palavrões e o mandei tomar no cu. Depois rimos e tudo passou. Mas a ideia ficou em minha mente e rendeu algumas punhetas em casa, com a imagem daquele pau que eu já tinha visto várias vezes.
Não sei explicar, nem é o meu time, mas eu ficava louco quando ele estava vestindo camisa do Flamengo, ou quando aparecia de camiseta, com as axilas peludas à mostra. Rolava uma tensão sexual que me deixava sem palavras. Sabe aquele desconforto de não saber como agir diante de quem você gosta? Era isso. As vezes, quando ninguém estava olhando, ele chegava por trás quando eu estava sentado, roçando o pau nas minhas costas ou no meu braço, de zoeira. Eu reclamava, mas sem conseguir ser convincente nem para mim mesmo.
Nossa relação era normal, de amigos. Marcada pela zoeira normal entre homens, mas essas brincadeiras mexiam comigo. Nesses momentos, ficava claro que, se eu permitisse, rolaria algo mais. Mas, muito novo e inexperiente com homens, me limitava a fechar qualquer porta durante o dia para, em casa, me acabar na punheta a noite imaginando como tudo seria.
Chegou o fim do ano e, com ele, uma confraternização em um clube afastado da cidade. Todos gostavam de mim e fui convidado. Chegando lá, passamos o dia jogando futebol, comendo churrasco e brincando com jogos de salão. Pedro estava de sungão preto e eu, de bermuda. Já consciente do efeito que provocava em mim, não perdia uma chance de me provocar. Ora se espreguiçando, ora puxando a sunga para baixo, para ajeitá-la, ou chegando muito perto para falar no meu ouvido, de lado, roçando a pica na minha perna ou no meu braço. Eu pirava. O bom de estar dentro da água é que dava para disfarçar a excitação, enquanto ele falava:
- Caralho, não é de hoje que a Letícia está me dando mole, mas hoje está demais com aquele biquíni. Está me deixando galudão, sente só - dizia, enquanto esfregava a rola dentro da sunga na minha perna. Eu desconversava, ria sem graça e me afastava. Claramente ele se divertia com o meu constrangimento, e a reação desse filho da puta me excitava muito.
Instantes depois, repetiu o gesto, no canto da piscina. Estava nublado, começava a chuviscar e ela estava vazia. Foi quando decidiu ousar mais:
- Tô cheio de tesão, sente só - disse, e puxou sua minha mão para cima da sua sunga, na altura da piroca, que estava pulsando. Fiz menção de tirar, mas ele a segurou, com a outra mão e eu a deixei ali, por alguns instantes.
- Sente essa parada.
Senti aquele pau pulsando pela primeira vez. Mesmo sem ver, sentia toda energia e um puta tesão. Devia ter uns 19 cm e me pareceu bem grosso, como qualquer primeiro pau. Levemente recostado na borda, alternava entre estar com os olhos fechados e semicerrados, com os quais olhava sobre seu ombro, para observar e alguém se aproximava.
Enquanto isto, me limitava a ouvir e seguir as instruções, com meu pau estourando a sunga branca. Provavelmente, ainda mais duro que o dele pelo ineditismo da situação.
- Isso, aperta. Pega mais perto da cabeça, assim, e desce. Pra quê relutar tanto? Sabia que você ia gostar, você está querendo isso há tempos, aproveita. Não é de hoje que você me deixa com esse tesão todo.
Coloquei a outra mão no peito dele. Desci por aqueles pelos lisos com os quais eu tanto havia sonhado tocar e desci até a sunga. Ele me imprensou contra a borda, colocou minha mão dentro dela e peguei naquele pau, na pele, pela primeira vez. Explorava aquele delicioso matagal de pentelhos, enquanto a mão dele entrava em minha sunga, pela parte de trás. As mãos apertavam minha bunda, e a dúvida me consumia: posso beijá-lo ou não?
Foi quando o puxei pela cintura e ficamos roçando os paus, um no outro, quando ouvimos uma voz ao longe:
- Vai começar a pelada e só faltam vocês dois. Venham logo, vai entrar um em cada time - gritou um colega de turma (porque amigo não faz isso, não) nos despertando do transe.
Foi a primeira vez que joguei movido pela força do ódio. Mas aquilo não terminaria assim.