Preâmbulo
Encontrara numa noite em um barzinho onde, por nada o que fazer na sexta feira, resolveu tomar uma cerveja e comer uma porção de camarão. Passando pela avenida no bairro badalado pelos bares, hambúrgueres, espetinhos e semelhantes, por ser tão perto da rua e com um ar de rústico, acabou entrando nesse buscando ao lado da rua uma mesa para dois, acomodando-se. Não havia pedido nada ainda quando juntou um pouco a frente um grupo e nesse uma mulher em torno dos quarenta e cinco anos, cabelos lisos e longos, não teria mais que um metro e setenta de altura contando com o salto da sandália, trajando um vestido de alças largas e sem decote. Sorriso fácil tomado de euforia. Acima do peso poderia definir seu manequim, com curvas mais acentuadas mesmo não tendo uma cintura definida. Possuidora de um rosto jovial e ao todo, em seu conjunto, tomada de certa sensualidade ambígua. Observou entre lampejos da claridade fraca do ambiente, pelas características do grupo, das mulheres, serem de uma só família comemorando pela efusiva alegria o aniversário de uma delas. Por muitos anos ser um Caçador da Noite foi um gostoso passatempo que o divertia nas noites de sexta, sábado e trazia muitas lembranças das conquistas, das mulheres, das situações vividas. Com a experiência adquiriu o dom de não mais aventurar por simplesmente provar a si e a Alma do Mundo o seu Poder de sedução, de domínio sobre as mulheres. Lembrou-se de algo sobre os Hare Krishna em sua filosofia quanto ao relacionamento: Monogâmico e após as fases de vida já formado a família voltarem-se para adorar Krishna. Com a idade entendeu não ter mais essa necessidade de buscar o prazer do sexo qual fizera por anos, menos ainda um relacionamento, contudo dentro desse mosaico de doutrinas e filosofias, um pouco de Krishna, de maturidade, do amor platônico e do Egocentrismo Solitário dos Magos, bem como uma variada derivação de ensinamentos, o despertar do interesse não traduzia na busca por esse, menos ainda no inicio de uma caçada.
Acenou ao garçom para fazer seu pedido, fazer sua refeição, tomar sua cerveja e voltar ao hotel onde estava hospedado. Simples e objetivo. Contudo, quando ocorre uma conspiração do Universo, onde a Senhora Destino resolve brincar criando o Caos tudo foge dos devidos controles humanos e tão bem fixados por nós. Entre que veio a porção, bebericando o copo de Heineken, olhares cruzaram entre ambos. Misteriosamente uma conversa muda tomado por uma telepatia entre um homem e uma mulher que querem algo em comum ou um desejo carnal de unir-se numa aventura. Uma das regras da noite é nunca interpelar uma mulher envolta num grupo, por nunca saber quem são realmente os demais, bem como se essa está disponível, como também o risco de enveredar por caminhos obscuros. Existe forças e sinais nessas horas que auxiliam o momento. Esse foi uma garçonete trazendo uma bandeja com um balde de cervejas e um prato de porção, colocando tudo na mesa defronte a dele. Houve murmúrios e risos e uma fala toda imponente seguida do barulho da cadeira sendo afastada. Tomando a frente da garçonete a mulher pegou o prato de porção e a trouxe para a mesa dele em um claro sorriso de amizade e algo mais.
“-Desculpe, mas essa porção é sua!”
“-Sim...” Afirmou retribuindo a jovialidade. “-Servida?” Retrucou.
“-Obrigada... Estou com minha família...”
“-Sim, quem sabe outro dia...” Murmurou olhando-a em seus olhos castanhos claros.
“-Pode ser.”
Pegou do bolso a caneta escrevendo no guardanapo seu nome e o número de telefone, entregando-o à mulher.
“-Qual teu nome?”
“-Selma.”
Naquela noite em teu quarto no hotel escreveu no diário instalado no notebook: ”Por algo estranho sei que encontraremos mais uma vez, para um momento nosso, pois a Busca é solitária e constante, sempre paralela à matéria podre da carne, que enraíza nos prazeres terreno, no capitalismo e ao fulgor do sexo. Selma tem algo que preciso e a ela darei o que ela precisa, apenas tão somente a isso resume nossa vida!”.
Algum tempo depois
Conforme combinado esperava por Selma junto à entrada da plataforma do ônibus que chegava à cidade. Aos poucos os passageiros foram descendo e já uma das últimas desceu a tão esperada visita. Um longo sorriso trocado de longe se aproximando lentamente até um abraço carinhoso e um cumprimento de beijos no rosto como dois amigos. Nas últimas semanas a troca de mensagem e telefones entre ambos foram intensas e rodeadas de promessas e sonhos, de confidências e mistérios. Obstante não estarem distantes, algo em torno de 140 quilômetros, não ocorreu em nenhuma das partes o real interesse de encontro. Mesmo na química surgida do sexo ocorreu o desejo de estarem juntos, algo estranhamente absurdo.
Selma trouxe uma pequena bolsa com alguns pertences, roupas, o suficiente para um final de semana junto a ele. Embarcaram no veículo estacionado defronte a rodoviária partiram em direção ao refúgio em meio da vegetação da reserva florestal, onde mantinha seu esconderijo nessa vida. Foram mais de 80 quilômetros rodados de maneira tranquila e numa conversa amena entre eles. O convite de vir visita-lo ocorreu justamente durante uma conversa como essa que entrou numa discussão de pontos de vista filosóficos e doutrinários, caindo para um misticismo. “-Onde fica Deus, Cristo, a religião, as doutrinas, a espiritualidade tão objetivada pelo homem? Você realmente crê que se desprendeu da matéria e voltou para discutir como é o lado de lá... Infelizmente, é real saber adentrando na água irá molhar conquanto que ao fogo queimar-se-á. Não há caminhos curtos, fáceis, nem fórmula mágica, menos ainda um Mentor, um Mestre, um Guia, que possa te levar a Verdade de nossa Existência!” Recordava de ter sido taxativo ao que Selma argumentou sobre aparições e visões, dando como exemplo duas circunstâncias que julgara ter visto o falecido marido.
Naquela conversa após dissertar um ponto de vista, ao qual a água com uma temperatura baixa congela e sob uma alta transforma-se em vapor, entretanto, continua sendo água. Salientando que a nossa vida é a água que com a morte do corpo congela liberando-se com a alta temperatura do Universo a Energia Vital que nos guiou até então e viramos vapor. Uma pedra de gelo podemos manusear mantendo-a sob condições por uma eternidade ao nosso lado, contudo, o vapor, a Energia Vital dissipa unindo-se a todas outras há milhares de anos perdidas no mundo afora. Concluíra que após a morte da matéria não mais existira um corpo com feições ou forma, apenas uma “fumaça” de Energia Vital.
“-Gostaria que viesse passar um fim de semana no meu chalé nas montanhas, em meio do nada, a uma densa mata de pinheiros, num recanto perdido do tempo, onde vivo já tem mais de dez anos!” Finalizou junto a Selma naquele dia.
“-Gostaria de ir...” Respondeu aliviada.
Saindo da rodovia uma placa indicativa da Reserva Estadual do Parque da Serra do Mar em trecho cascalhado, por onde se andou por mais ou menos vinte quilômetros acessando uma estrada em meio de pinheiros, de onde serpenteava uma delineada estrada ladeada por uma vegetação alta e densa, até alcançar uma porteira de onde avistava cerca de trezentos metros num terreno plano uma casa de alvenaria e madeira, uma mescla de chalé e casa sede de fazenda. Várias árvores em volta e uma quase junto a uma rampa de acesso de onde observava uma vidraça por inteiro na parede. Ao longe o barulho do água corrente. O som da vento nas folhas também faziam presente. Quando desceram Selma parou em estado de hipnose admirando tudo á sua volta. Não acreditava que existisse um lugar desse, menos ainda estar lá.
“-Tudo isso é real? Você mora aqui mesmo?”
”-Sim, é o meu esconderijo”
Aproximando-se dela abraçou-a e seus olhos fixaram-se qual naquela noite no bar. Os lábios tocaram afetuosamente largando ambos a um desejo de sentir-se unidos. As mãos dela percorreram as costas dele e as dele os cabelos entrelaçando os dedos neles. Um beijo longo e excitante. Selma não pode conter os estremecimentos em sua região pubiana e uma vontade de sentir tocada de maneira pecaminosa em seu corpo, dos pés aos cabelos. Controlou-se para não pedir que a levasse para cama e fizesse o que bem entendesse em seu corpo.
Naquela noite
Transcorreu o dia banal onde visitou cada pedaço daquele universo e conheceu as maravilhas perdida no meio do nada, onde encontrou tudo. Almoçaram trivialidade e já ao entardecer sentiu arrepios de frio. A temperatura estranhamente baixava abruptamente. Selma arregalou os olhos mostrando um estremecimento. Foi devidamente aninhada nos braços e caminharam para dentro do chalé. Acomodou-a no sofá que ficava formando uma sala de estar e adentrou a um corredor voltando com uma toalha de banho entregando-a.
“-Vai tomar teu banho... Sem pressa... Tem no fundo daquele corredor uma pequena saleta e nessa o banheiro com hidromassagem, com direito ao que desejar, de musicas à clips musicais ou mesmo um filme ou seriado, até mesmo um cana aberto de televisão!”
Selma colocou-se em pé e mais uma vez aquele beijo longo, molhado, ardente com um que de pecado. Sentiu sua boca sendo penetrada pela boca dele e mais uma vez teu sexo estremecer pela necessidade de ser tocado. Pensou em entregar-se ali mesmo, buscar o corpo dele, expor-se no próprio desejo...
“-Vai preparar-se... Lá tem um armário com roupões bem quentes e confortáveis. Enquanto isso acendo e aqueço a sala para nós... “
Quando retornou a sala já estendia do lado de fora uma densa escuridão de uma noite sem estrelas e nublada e apenas o brilho das achas de madeiras crepitando em uma luz tênue e avermelhada. Realmente a sala estava quente e muito agradável. Defronte a lareira um enorme acolchoado marrom com várias almofadas e travesseiros brancos e alguns cobertores sobre o sofá que ficava de lado. Observar-se-ia quase defronte a vidraça uma pequena mesa com pratos postos, duas taças, talheres e dois castiçais de vela. Um balde junto a uma meseta ao lado e dentro uma garrafa de vinho. Aproximou-se a ela buscando suas mãos macias e quentes notando pelo decote do roupão o colo dos seios nus. Com certeza pusera uma blusinha com decote generoso. Puxou-a contra si e beijou com carinho e paixão.
“-Quero que seja minha hoje qual fosse a primeira vez nossa nesse Universo para nunca mais ser apagado da Lenda de nossos seres!”
Largando-se em um beijo deixando os dedos descer dos ombros às costas largas da Selma, deslizando pelos flancos, tudo por cima do tecido felpudo e maliciosamente levou as mãos às polpas da bunda agarrando-as invadindo por baixo da barra do roupão, desvendando mais um mistério dela, que apenas vestia as peças intimas, nada mais, apenas aquele agasalho cobrindo-a da nudez.
“-Sim, o que quiser comigo...”
Beijou-a delicadamente. Foi à mesa enchendo as duas taças de vinho e entregou uma a ela.
“-Um brinde a nós nessa noite inesquecível!”
Ambos tomaram um gole longo de vinho, sentindo o gostoso momento e uma leveza no corpo. Deu-lhe um beijo na testa e despediu-se para banhar-se para poderem jantar. Em um sorriso apenas murmurou a singeleza da ceia numa simples pizza caseira, feita por ele no dia anterior especialmente para essa ocasião.
Misticismo
Durante a noite Selma nas conversas tornada mais pessoais e secretas revelou-se ter praticado por um curto tempo a Religião Wiccaniana, porém, pela abstenção de bebidas alcoólicas acabou deixando de lado. Confessou que a morte do marido afetou deverasmente sua vida, ao ponto de entregar-se aos porres homéricos e sem sentido, muitas vezes misturando com remédios. Talvez querendo morrer, confidenciou ao final. Não acreditava apenas nessa linha de um Deus é responsável por tudo e esse fôra o Criador do Universo, dando seu Filho para redimir os pecados do mundo. Compreendera que há um Deus e uma Deusa na Wicca e a força humana veria da Natureza. Não aceitava a morte como fim mesmo não entendo o que seria um após vida. Já tinham tomado uma garrafa de vinho quando resolveram deitar-se defronte a lareira curtindo o crepitar do fogo e a dança sinuosa das labaredas. Muniram de outra garrafa e acomodaram-se com as costas no sofá. Selma percebia a nudez dele por baixo do roupão preto. Ele também sabia que apenas usava calcinha e soutien embaixo do roupão rosa. Sem palavras suas bocas colaram voluptuosamente e as mãos foram descobrindo o roupão. Ambos viram seus roupões atirados sobre o acolchoado e lentamente desnudaram-se. Selma retorceu-se com os lábios dele tocando em seus pés, com as mãos em suas pernas e o avanço progressivo com os lábios até suas coxas e finalmente em seu sexo peludo, molhado, carente. Não suportou quando a língua invadiu seus lábios vaginais tocando-lhe no clitóris. Gemeu alto, rouca, solta, com vontade. Entregou-se de corpo e alma ao instante deixando ser manuseada sem pudor nas costas, na sua bunda, nos dedos que abriam seu vão buscando o orifício anal. Nunca, nem mesmo o marido, ousara violar teu recôndito buraco. Contudo não possuía forças para resistir a esse estranho homem, que se mostrava cavalheiro e educado ao que também era dominador e ousado. Quando sua boca foi colada a dele o beijo foi selvagem e violento. O corpo quente de macho a cobriu e ela entregou-se a cobrir o corpo dele até sentir que o membro foi levado á sua entranha e carinhosamente, à principio, colocado na entrada, penetrando-a lentamente. Selma grudou os dedos nas costa do amante e urrou sentindo o pau dentro de si, entrando e soltou num berro no momento que foi totalmente empalada. O tanto que sua entranha recebia o másculo membro foi as unhadas grudando nas costas do seu homem. Com as duas mãos uma em cada polpa prendeu forte e insanamente o corpo da Selma forçando com violência a penetração. Acelerou as metidas e num movimento translouco enfiou a língua na boca dela e ambos passaram a se chuparem. Selma ofegava com as tremendas penetrações que sofria pela fúria que teu homem a tomava. Quando menos esperava sentiu-se tomada por um frenesi entorpecente e viu-se flutuando na sala olhando-a embaixo de um homem que a violava com masculinidade e poder. Em lampejos observou suas pernas cruzando às costas dele, com os pés grudando um ao outro, as mãos nas costas enfiando as unhas na carne e seus olhos esbugalhados mostrando um extremo orgasmo. Surreal vendo-a gozar num lascivo grito mesclado de gemido. Observou sentindo em si mesmo fora do corpo numa espécie de viagem astral, um estranho sentimento de amor, de realização, de êxtase. Aos poucos tomada pelo arrepio e procurando o controle da respiração pode ver sendo virada de bunda para cima e colocada de joelhos com as mãos abrindo de maneira impura o seu vão e a boca grudando no seu orifício anal. A ponta da língua investiu contra seu buraco conquanto os dedos acariciassem sua vagina massageando-a deliciosamente, provocando sensações indeléveis. Não relutou contra o dedo que insistia em enfiar-se no seu cú porquanto na bucetinha o prazer era demais. Não refugou o dedo dentro do seu rabo tocando nas paredes da vagina pois as sensações estavam a levando a um estado de dormência de prazer. Selma nunca imaginava uma noite como aquela, não de ser vítima de um orgasmo insano, menos ainda de ser violada no teu rabo virgem, mas se sentir-se fora do próprio corpo vendo-a fazer sexo e ser violada animalescamente.
Quando sentiu o membro infringindo castigo ao seu orifício forçando a entrada desceu ao corpo num grito de dor, não de prazer. Arqueou a bunda para frente para fugir, mas foi puxada para trás sentindo a penetração. Soltou-se num grito.
“-Sim, vai doer um pouco, mas já passa e terá o prazer que nunca teve em sua vida!”
“-Doiii.... Doiii...” Resmungou Selma.
Um alívio foi sentido quando o pau afastou-se de dentro de seu canal e voltou devagar. Selma relaxou o corpo e realmente aquela dor foi desaparecendo transformando numa coceira, numa sensação de alívio. Mais uma vez viu-se flutuar na sala observando a si mesma de joelhos com teu homem por trás penetrando na sua bunda. Sentia os dedos dele em sua bucetinha molhada, mexendo carinhosamente obstante a força que impunha no ato de penetrar seu cú. Mais uma vez uma estranha sensação tomou seu corpo, sua alma, sua Energia e apercebeu num novo orgasmo, indefinido se pelas mãos na frente ou pelo pau dentro de seu cú. Não importava, pois tudo naquele momento semelhava a uma total inconsciência da vida, dos sentimentos, dos sentidos reais e imaginários. Á medida que voltar a ter controle sobre o corpo foi sendo libertada por ele. Quedou-se em decúbito ventral auscultando ele erguer-se saindo da sala. Voltou minutos depois com um novo roupão, agora branco. Notou que fôra tomar um banho.
Serviram-se de vinho por mais uma garrafa. Toda empolgação inicial agora estava calma e romântica. Deixou-se ser acariciado nos seios, nos mamilos, no ventre e a receber beijos pelo rosto, boca, colo dos seios, nos seios e mais uma vez em seu sexo. Não pode resistir abrir as pernas com as mãos dele em seus tornozelos descendo a boca pelos flancos internos até sua gruta ladeada de pêlos. Não ousou resistir ao ver o pau mais uma vez entrando em sua buceta levando-a a ter arrepios pelas costas, pela espinha. Sua boca foi preenchida pelos lábios dele no mesmo momento que sua buceta foi totalmente preenchida pelo pau. Ambos em cadência passaram a remexer buscando o máximo do prazer. Os dedos dos dois entrelaçaram prendendo forte e com carinho. Os pés buscavam um ao outro. Os dois corpos premiam juntar-se em um só.
O orgasmo foi mútuo. Selma sentiu toda a energia do teu homem dentro de si. Ele sentiu o quanto sua mulher o desejava como homem. No gozo um beijo e na leveza dos dois seres, deixaram ficar aconchegando-se para adormecer levemente e assim permaneceram por vários minutos ouvindo o estalar das toras no fogo, do vento nas copas das árvores, dos pios de corujas, do silêncio misterioso da noite.
Retorno
Alguns dias após Selma chegou a sua casa com um ar de felicidade e estampada na alegria de viver. Não definia o que realmente ocorreu apenas que fizera um estranho passeio. Compreendeu que a Vida é de momentos e quando esses são verdadeiros vale por toda uma vida.