Eu estava distraído, quando o amor me achou - CAPÍTULO 17

Um conto erótico de Lissan
Categoria: Homossexual
Contém 2138 palavras
Data: 30/05/2019 18:04:35
Assuntos: Gay, Homossexual

Olá amigos!! Tudo bem com vocês? Seus fofos!

MUITO OBRIGADO PELOS COMENTÁRIOS GENTE! Não me canso de repetir o quanto isso oferece combustível para a escrita. MUITO OBRIGADO MESMO!

MUITO OBRIGADO A TODOS OS LEITORES!!!

Olha galera, se tiver alguma coisa na história, que esteja obscuro, por favor, não se acanhem em me dizer, tá legal? Um beijo a todos e até amanhã!!!

******** UMA ÓTIMA LEITURA A TODOS VOCÊS************

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O vídeo tinha apenas três minutos. E em três minutos Marcos tinha feito com aqueles homens coisas das quais eu nem sonhava possível. Assistir às cenas, claro, mexeu com meus hormônios, ver tantos homens iguais aqueles... No estado de delírio em que pareciam estar... Mas tentei focar na pergunta de Robson, e não foi difícil, não mesmo, relembrar como entrei no banheiro da empresa, e os flagrei. Agora fazia sentido toda intimidade entre os dois Marcos e Fábio... Mas para Robson, pela sua expressão, era tudo recente, com os cotovelas apoiados às minhas coxas, e as mãos segurando minha cabeça, virei para ele ao meu lado.

Suas mãos seguravam o celular sem muita vontade. Até a voz de Fefito desapareceu com o gancho de direita daquele vídeo de difícil classificação...

- Vocês participavam dessas orgias...? – me repreendi depois de já ter perguntado. Ele ergueu as sobrancelhas como se não tivesse culpa. – Eu cheguei para trabalhar um belo dia, aquele dia, depois de vocês terem uma briguinha por causa da roupa, se lembra? E então, encontrei Fabio com a cara no pescoço deste... Marcos.

Ficamos em silencio por alguns minutos, Robson estremeceu, relaxou os ombros e caiu de costas no sofá, todo relaxado. Ele fixava os olhos no teto da casa, eu me concertei ao seu lado. Agora Fefito pressionava o celular no ouvido, e apontava o dedo para o fogão como se falasse com alguém temi pelo meu eletrodoméstico novinho... Robson colocou uma mão no meu ombro:

- Você não fez a besteira de transar com o capanga do meu irmão, fez? – Eu ergui as sobrancelhas, o que uma coisa tem haver com a outra? Não respondi, mas também me deixei relaxar ao lado dele. – Não me lembro dele. Na época que eu vivia lá, ele pertencia à outra família... Quer dizer a outra facção, eu acho... Mas a fama dele, não é nada boa amigo, acho que tenho o dever de te avisar ainda mais agora... Depois de você ter me avisado do Fabinho... Fábio.

Soltei o ar pelas narinas, e quem ali tinha a fama boa? Quero dizer, no morro, pensei comigo mesmo. Até Fefito, tinha cara de terrível. Aquela rosa na coxa os movimentos, apesar de mais feminino em algumas coisas uma “peia” como dizia meu pai, com ele não seria nada saudável. Então... Emerson não estava sozinho nessa de ficha suja. E na real, não falei nada, mas pensei com meus botões, minha família também tinha seus sujos. Obvio que um policial militar aposentado, como foi meu pai, não ia ter a grana que tinha me deixado.

Lembrar-me dele e de mamãe, fez meu coração sentir aquele calorzinho de conforto de segurança. Não é possível conviver com um traidor e não sentir o cheiro do outro, ou outra, a mesma coisa para os corruptos, e papai... Bem, não era tão diferente assim. Que horror pensar assim do pai... Condenei a mim mesmo.

- Eu estou cansado e com fome sabia? – digo deixando esses pensamentos de lado. – E amanhã, vou trabalhar... E apesar dos pesares seu Robson, espero encontrar Fabio vivo.

Ele me olha com os olhos arregalados e apavorados de ofensa, como se o que eu disse, dadas às circunstancias, fosse uma bobagem.

- Eu jamais... – disse, depois pareceu refletir um pouco – bem meu irmão... Mas não. Fabio está bem sim, claro que está...

Espero mesmo que esteja, pensei cá comigo, Fefito soltou um grito da cozinha e voltou a colocar o seu samba de escola. Daqueles com bateria e tudo, ele requebrava muito bem e não parecia nada preocupado.

- Ele é sempre assim? – perguntei para Robson me divertindo com o show, Robson deitou a cabeça no meu colo. – Que folga!

- Toda a vida, toda a vida – sorriu era bom vê-lo melhor.

Sem o mesmo animo e nem um pouco do seu gingado ficamos observando ele ensaiar seus passos de passista. Só até nos flagrar servindo de plateia para ele, Robson ainda sabia dançar bem, pensei... Já eu... Ele correu até a gente, e puxou Robson por uma mão e eu por outra. Muito desengonçado arrisquei uns passos e nos três rimos da minha tentativa falida, minha cintura não era tão mole quanto à deles. Fefito e Robson tentaram me ensinar como fazer direito, mas não tinha negócio. Definitivamente eu era um desastre em dança e conformado com isso me joguei no sofá.

Eles continuaram um requebrando profissionalmente e outro bem próximo a isso. Sorri pensando como Marcos conseguia ser tão flexível no vídeo. Fefito desceu até ao chão, e deu uma empinada igualzinha a do vídeo eu sorri e bati palmas.

- Muito bem uma dessa teria aleijado o sujeito – disse sorrindo, ele semicerrou os olhos.

- Depende do sujeito – gargalhou em resposta e Robson também se deixou cair no sofá. – Vocês estavam vendo o que no celular a alguns minutos atrás?

Eu sorri quase contando a ele, mas Robson desconversou. Não entendi nada, mas me mantive calado. O vídeo estava no celular dele, e o amante era também do marido dele. Mas traia meu chefe... Suspirei, Fefito voltou para a cozinha para olhar a comida que já cheirava a casa toda. Robson bufou pela boca, e eu me ergui para ir até o banheiro estava suado, lavei meu rosto e voltei para lá. Robson estava com o celular entre os dedos girando, como se pensasse no que fazer. O cheiro das panelas me atraiu, Fefito ouvia a música de forma mais branda.

Voltei a ser o intrometido das panelas, como fazia com minha mãe quando viva e abri panela a panela.

- Tenho quase certeza que esse fogão não verá dias melhores que os que você ficar aqui – sorri. Porque na cozinha também, meu talento não era lá muito eclético. – Hum o cheiro está uma delicia...

- Tá bom eu mostro! – gritou o doido sentado dando um pulo do sofá. – Mas prometa Fefis, prometa que não vai ficar enchendo meu saco para publicar porque não vou fazer isso de jeito nenhum...

- Quanto mistério, é o que assim de tão... – ele mesmo se interrompeu dando atenção ao vídeo que estava na mão de Robson. – Desgraçado! Como ele consegue... – continuou Fefito tão intrigado quanto eu estava antes.

- Pois é me perguntei a mesma coisa, como ele consegue... – voltei a olhar o vídeo, e vi a cara de Robson se transformar – calma amigo, é só que surpreende ninguém que olhe pra ele, sinceramente diz...

- Robinho cê tem uma bomba atômica na mão – disse Fefito sorrindo de modo malévolo. – Com o mesmo poder de destruição na vida desse cretino...

Franzi o cenho para aquela ideia. Não que Marcos não merecesse um bom castigo, mas isso, expor alguém assim dessa forma tão intima. Neguei com a cabeça na mesma hora quando Robson olhou para mim. Aquela nunca seria uma boa ideia. Quer dizer, contar para a irmã de Atila munido com aquele vídeo, bom não teria como negar. Mas não ia fazer isso de forma alguma, até porque ele não tinha me feito nada de grave. De modo muito orgulhoso de mim mesmo, por dar ouvido a minha consciência de lá do fundo do poço.

- Não vou defender esse cara, não mesmo... – se eu deixasse escapar da noiva, pronto ai tudo estaria perdido, me contive – mas acha justo fazer isso, expor assim na internet? E por outro lado a decisão não é minha, - concluir faminto. – Podemos comer e esquecer um pouco tudo isso gente? – propus, sem a certeza de que eu seria capaz de não pensar naquilo de vez em quando durante o dia.

- Se dependesse de mim já estava no site de pornografia mais baixaria da internet, - gesticulou com as mãos – o que essa mona faz não é da terra... – ele soltou uma risada alta e eu acompanhei.

Robson guardou o celular no bolso e não disse se faria ou não. Também não contou como tinha o vídeo. E eu não perguntei. A salada de maionese, frango assado e arroz colorido estavam de comer pedindo mais. Ainda assim, fiquei pensando em tudo acontecendo e como seria dali pra frente. Estava começando a pensar umas coisas, relacionado ao ponto ali perto. Talvez desse para fazer tudo com tranquilidade, mas para isso eu ia precisar continuar no meu trabalho pra economizar o máximo possível... Fiquei sonhando acordado, comendo ali em pé...

- Lá em casa eu tenho um pen drive cheio de filme bom – Robson falou – você não tem nada ai Inácio?

- Não. – Despertei do devaneio. – Podemos pegar um cinema que acham?

Um olhou para o outro, mas Fefito negou com a cabeça:

- Melhor não arriscar, o chefe não é brincadeira. – Disse deitado no sofá. Esse sofá vai ter vida curta, pensei comigo mesmo me aproximando. – Enquanto ele estiver assim é melhor a gente nem sair Robson, você Inácio acho que não tem problema... Ele não te conhece e você não participou da bagunça...

- Afinal de contas que coisa tão pavorosa foi essa? Deve ter sido uma noite de São Bartolomeu...

Eles voltaram a se olhar um para o outro cumplices. Fefito franziu o cenho, e cruzou os braços.

- Foi uma baixaria, e não faço ideia deste Bartolomeu ai... – soltou fechando os olhos.

Dormimos parte da tarde e todos os três dividimos uma vasilha de pipoca assistido um filme antigo chamado “O clube das desquitadas”. Meus pensamentos, porém, não deram trégua um minuto sequer durante o filme. Quando o filme terminou, eu já nem sabia distinguir entre sono, sonho e personagens. Cai na cama e apaguei, se Robson e Fefito fossem criminosos sanguinários teriam me destroçado, como meu sonho maluco sugeriu. Mas a realidade da manhã de segunda-feira foi outra, dois pés perto do meu rosto e a cara de Robson abraçado com um deles do outro lado, eu estava no canto oposto da cama.

Não entendi bem o que eu via ao meu lado. Semicerrei os olhos, e distinguir por causa da claridade que entrava pela porta aberta... Entendi quando parte da rosa na coxa de Fefito apareceu, ele estava entre mim e Robson na cama. Sentei na cama, e senti um frio na barriga por ter de ir para o trabalho tão cedo.

- Dois folgados, isso sim – disse passando por eles, Fefito dormia de boca aberta. Robson bem encolhido no seu canto. – Vocês que tem sorte...

A casa, estranhei, estava toda arrumadinha, me vesti depois do banho sem acordar os princiesos. Saí com o macacão na mochila e mais algumas coisas, para adiantar da faculdade nos intervalos do trabalho se tivesse chance. No caminho por milagre encontrei alguns dos meus vizinhos a primeira vez que os via, uma senhora com um cachorrinho e um moleque com uma bola de futebol debaixo do braço. Sem muita pressa fui para o ponto e aguardei pelo ônibus, não tardou a chegar um que ficava bem próximo ao trabalho, mas não parava direto no ponto.

Desci nesse caminho, e atravessei a avenida para a empresa. Aquilo me fez acordar de vez, ter que desviar dos carros. Os ônibus ainda não estavam na frente da empresa como de costume por causa da nova obra, sinal de que cheguei no horário, até um pouco antes. Corri para dentro me trocar.

Alguns rapazes já estavam ali, mas não os cumprimentei. Só tirei a roupa e coloquei a outra, eles saíram me deixando sozinho. Talvez desse tempo de olhar a resenha, e esboçar... Ia ter que digitar na faculdade.

- Olha o que me fez animal! - disse alguém, e a voz ecoou – Se estou assim é culpa sua!

Os dois olhos de Fábio estavam inchadíssimos, todo ele meio desengonçado. Mas me senti aliviado por vê-lo vivo, poderia ter sido bem pior. Qual a minha culpa nisso tudo? Não perguntei e só olhei para ele de esgueira. Foi ele, que forte como era veio em minha direção. Recuei o máximo possível estávamos sozinhos ali, inclusive um dos antebraços dele engessado.

Era só o que me faltava. Olhei para cima por alguns minutos, e isso foi distração suficiente para empurrar-se sobre mim com gesso com tudo. Alarmado o empurrei sem a intenção de machucar.

- Desculpe – pedi, mas sério, não foi de proposito quando vi que entre as pernas dele havia um bolo imenso, e imaginei as ataduras ali. Não consegui evitar um riso. Tampei a boca na hora. – Desculpe – repeti.

Ele respirou fundo, como se sentisse uma forte dor. Virou-se para mim, com aqueles dois olhos roxos e inchados, se contorceu todo. Temi que pudesse estar armado ou coisa do tipo, um frio subiu por minha espinha.

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Comentários

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isso sim é história pra prender a atenção e deixar com gostinho de quero mais e saber como será o final.

Nota mil

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A história está prendendo. Mas esse capítulo me preocupou um pouco. Me pareceu que estamos perdendo o foco na trama principal. Esse lance do Robson com o Fábio está meio que virando a história central. Eu sei que não é, e que essa narrativa deve ter um objetivo, mas estou passando aquilo que senti. Abraços.

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Kkkkk bem feito pro Fábio ele merecia coisa pior ,mas estou aliviada que o Robson viu isso que tarde e numa festa ainda . Estou cada dia fascina pelo seu conto esperando o próximo bjsssss

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