Demorei em voltar a postar, por conta de outras histórias bem menos picantes, quem tiver interesse o link: https://www.wattpad.com/casamento-quase-perfeito-capítulo-1
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Suspensórios são para machos - PARTE UM
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O janelão da sala abria-se para a Praça de Ilhéus. Uma visão perfeita pensou Mano, seu pai fora esperto em adquirir aquele palacete, só não o fora ao dá-lo a uma mulher da vida. Pelo menos esse era um problema a menos. O ar na casa, porém, ainda cheirava a azedo e poeira, por isso mesmo seu lenço com um pouco de bom perfume francês não saia de seu nariz. Aquele deveria ser o odor da morta, Silvia afinal ficara na casa por dias antes de ser encontrada.
Mano não se apressou em vir da fazenda, onde muitas obrigações o aguardavam para avisar a uma mulher da vida, sobre a morte de seu pai. Morte só não. Suicídio. Foi com surpresa que recebeu de um caboclo enviado da cidade um pedido do prefeito “Favor vir com urgência à cidade” uma moeda comprou o segredo do mensageiro “Tem um fedor de morte lá na casa de vosso pai”. Mano havia acabado de enterrar o velho, não fazia uma semana. Entendeu pouco do recado, a casa afinal não estava fechada e sem moradores?
Disseram-lhe ao chegar a Ilhéus, o contrário “Vivia ai uma mulher dama, sustentada por vosso pai.” Mano nunca soubera disso. Cinco anos antes quando viera de mala e cuia para Ilhéus, depois da temporada de estudos e farra em Salvador e Rio de Janeiro, ficara naquele palacete. Depois se enfurnara nas coisas da fazenda e nunca mais.
Tirou chapéu, camisa, sapatos, a luz do dia ainda entrava pelas janelas, todas bem abertas para arejar. Um dia ou dois, e logo o pessoal da fazenda chegaria para dar um jeito em tudo.
No quarto de Silvia, as sedas e estofados de boa qualidade chamaram-lhe a atenção. Um espelho grande da sua altura mais ou menos deixava ver os detalhes do corpo branco. Olhou-se refletido no espelho e de si para si perguntou “Quem é esse?” havia mudado muito. O tom dourado dos braços, a serenidade no rosto. Como a vida no campo lhe transformara. Ergueu o braço para tocar no espelho, vacilou. Foi até a porta do quarto, mas percebeu não haver fechadura, nem coisa parecida.
Manteve-a encostada com a ajuda de um dos pequenos sofás.
Abriu a braguilha da calça, liberou os ombros dos suspensórios e da segunda camisa de dentro. Só manteve o calção. Sim, seu corpo mudara, era o espelho quem o dizia. Cinco anos antes, e pernas, braços, abdômen estariam douradinhos das praias de Salvador. Cinco anos antes, e a tensão debaixo dos seus olhos seria de serenidade. Plenitude. Dois anos antes e o Rio de Janeiro seria seu lar, mesmo com fogo subindo do chão.
A calça com os suspensórios destoava de todas as cores distintas no quarto. Em uma penteadeira, talvez de jacarandá outro espelho, este redondo, descansava ao lado da espaçosa cama de casal. Vermelhos, laranjas, rosas, roxos, brancos e pretos todos os tecidos se despunha ali. Na penteadeira, maquilagens, peças de camurça e peças de fina cerâmica branca.
Mano vestiu-se novamente ao estralo dos suspensórios fechou a porta às suas costas. E em tempo cronometrado um fulano erguia os braços para chamar oh de casa, Mano adiantou-se a ele:
- Boas tardes, quê que manda – perguntou sem se apoiar ao batente da porta.
- Mandaram chamar o senhor – disse o rapaz com algum tremor na voz – é o prefeito.
A resposta de Mano foi unir as duas bandas da janela. Conservando as demais abertas, vestiu o chapéu e saiu porta a fora. Na rua algumas senhoras olhavam intrigadas para ele como se nunca o tivesse visto antes. Fingiu-se superior, tirou para elas o chapéu em sinal de reverência.
Nada mudara na cidade, praça, banquinhos e bares pelo centro. Ou como preferiam os donos dos pequenos estabelecimentos, Restaurantes. Os mais importantes restaurantes da cidade, cidade onde um dia Cacau teve alguma importância digna.
Abriu o portão da residência do prefeito. As janelas da frente estavam abertas, e por elas um fio pesado de fumaça saia.
- Manoel Gastão de Nobrega Neto, grande nome para um rapaz tão franzino – a voz suja de charuto do prefeito, homem de porte truculento e olhos ágeis lhe passaram tênues como os olhares das senhoras na rua. Segurou os suspensórios e fitou o prefeito sem sinal de fragilidade.
- Para os amigos é só Mano – sorriu – esse nome todo é para os devedores, sempre se lembrarem de suas dívidas.
Viu nos olhos do homem algo ascender, mas logo desistiu de descobrir o porquê, devia ser do charuto em sua mão.
- Está servido, Mano? – perguntou o homem, oferecendo outro charuto – os melhores com toda a certeza. Das minhas fazendas.
Mano meneou a cabeça para o charuto, mas aceitou o aperto de mão firme e quente. As suas palmas eram tão grosas quanto às de qualquer peão da fazenda e o prefeito, pareceu notar isso. Mano sentou-se, impassível. Aprendera a muito na faculdade de direito, a controlar os ímpetos de jovem. E com o pai a manter sempre a serenidade. Não havia por que temer na companhia de um bom revolver.
- Qual o motivo do chamado prefeito? – indagou depois de alguns minutos em silêncio.
O prefeito coçou a cabeça, ainda com o charuto entre os dedos. Ele soprou um bocado de fumaça pela boca.
- Um telefonema da senhora sua mãe direto da Europa, por onde ela anda – apontou o charuto para Mano – como o coronelzinho pediu...
Mano ergueu-se súbito. Um calor lhe comeu o peito de um jeito tal que mesmo a cadeira caiu para trás.
- Respeite-me prefeito Brandão, não aceito ser chamado disso – cuspiu ali mesmo – meu pai foi um, meu avó com certeza, eu jamais! Espero lá fora, quando a linha estiver disponível.
Saiu para dar de cara com uma mulher toda despenteada, com olhos arregalados e histéricos, a mulher murmurava para ninguém em especial, continuamente:
- Não se mata uma santa.
Mano olhou-a pesaroso, sofria de loucura. Já havia ouvido o pai comentando. Ficara assim depois de o marido destruir uma gruta sagrada onde ela fazia horas de rezas, para construir no lugar uma espécie de desvio de uma ferrovia que desembocava direto em sua fazenda. Assim o escoamento de alguns produtos podia sair por ali sem precisar dos saveiros. Mano sorriu debochado para o prefeito e esperou junto ao portão.
O movimento dentro da casa durou pouco. Brandão surgiu na porta, ainda fumava o charuto. Uma mecha de seu cabelo coberto pelos fios prateados apareceu com mais clareza a luz do sol. Mano recostado ao portão resfolegou despeitado, o porte de Brandão impunha respeito e medo.
Ele se aproximou coberto pelo cheiro tóxico do fumo. Inclinava um pouco a cabeça para falar com Mano pela diferença de altura, não a de ego.
- Não sou de pedir desculpa não, Mano – tragou o charuto – inda mais... Eu e teu pai sempre fomos parceiros. Não quero que a morte dele mude isso, nem meu jeito meio rude.
Mano não percebeu até dar-se conta do quanto semicerra os olhos para as palavras de Brandão. E não teve tempo para analisar nada, lá de dentro a voz de algum empregado da casa avisou do telefone fazendo o maior barulho.
- Menos ainda eu, Brandão. No que depender de mim continuamos do mesmo lado... – disse sem qualquer deboche – Agora me dê licença.
A conversa com a mãe foi tranquila, até demais percebeu Mano assombrado. Celeste não se importara com a morte do próprio marido a quem não via fazia meses. Menos ainda dera importância ao fato de Silvia amante do velho ter sido sustentada durante anos por ele.
Ao fim da ligação, Mano teve a certeza, sua mãe não voltaria mais ao Brasil. Percebia na voz dela euforia de uma adolescente.
- Disponha sempre que precisar – disse-lhe Brandão ao deixa-lo na porta.
Mano voltou para casa e só dera-se conta do horário quando um rapazote, o mesmo do recado de mais cedo passou acendendo os postes de luz ainda a óleo. Mesmo em tempos tão modernos 1950, já era metade do século XX. Luz a óleo era o fim, pensava.
Solidão, não sentia. Principalmente entre seu pessoal na fazenda. Mas ali naquela casa tão grande e silenciosa, sim. O silencio parecia gritar. Passou pelos cômodos acionando os interruptores de energia, por sorte seu pai os tinha colocado ali. Despiu-se mais uma vez de todas as peças de roupa, não antes de garantir que a casa estivesse totalmente trancada. Um calor eufórico subiu por seu peito ao entrar no lavabo e encontrar todos os apetrechos de Silvia.
Perfumes de banho, sais, e mesmo uma banheira com agua encanada o que não era comum, o coronel seu pai devia gostar mesmo da tal mulher, atinou consigo. Passou a ponta dos dedos por todos os objetos, temperou a agua fria, entrou na banheira. Espuma, muita espuma, cobriu-se com o cheiro de rosas da espuma. Sua pele deslizava, fazia tempo não sentia assim.
Ergue-se da banheira, num dos banquinhos dentro do lavabo, encontrou uma navalha enrolada em um pedaço de seda. Desenrolou, e com ela foi limpando as pernas dos fios alourados, a navalha caminhou pelas coxas brancas, em volta do seu membro dormente. Sua barriga inexistente contraiu-se mais, os pequenos tufos de pelo louro caiam pelo porcelanato, pequenos e dourados. Limpou também as axilas pouco peludas, coisa feita especialmente por um tipo de mulher, sorriu ao sentir-se liso por completo.
Estar longe da fazenda, do trato com a criação com as atividades duras do mato lhe trazia de volta um Mano a muito deixado para trás nas noitadas cariocas.
Seco, livre dos pelos, e nu saiu do lavabo para o quarto de Silvia. Hesitou ao entrar n lugar, mas todas as cores lhe alegraram as ideias adormecidas. Saltitou pelo quarto buscando as sedas...
- Invertido! – A voz pesada e grave atingiu-lhe em cheio. – Oia pra isso um marmanjo pederasta...
Mano se virou para o homem e não o reconheceu se tratava de um peão teve certeza pelas roupas e jeito. Conhecia bem o tipo para se deixar enganar, mas não fazia parte de seu pessoal, com certeza não, teve medo. Seu revolver...
- Quem...
- Calado ou quer que eu te mate já? Quer? Então calado... Agora vai – disse com a arma gesticulando – continua ai sua brincadeira de maricona... Vai que tô mandando...
Mano engoliu em seco obedeceu, continuou a procurar por uma seda encontrou um tecido negro liso. Enrolou-se nele, e virou para o homem de novo que o observava.
- Escuta, posso pagar – o barulho do gatilho do homem calou-o.
- Mandei falar? Mandei? – o homem caminhou pelo quarto observando-o – veste uma combinação dessas ai... Veste mandei... Essa Silvinha gostava dessa, veste invertido!
- Me recuso passar por essa humilha... – um tapa na cara o acertou cortando sua fala mais uma vez.
- Da próxima dou-lhe um tiro para espalhar teus miolos.
Mano respirou fundo, sua pele transpirava. Sentiu o tecido fino pequeno, entrar sem dificuldade por entre suas pernas. Vestiu as meias ligadas a calcinha, e sentiu-se vigiado pelos grandes olhos negros do homem. O cheiro de suor do dia enchia o quarto, cobrindo o seu de rosas.
Continuou percebendo o quanto o homem parecia lhe comer com os olhos pidões. Era um cacho da amante de seu pai? Tudo indicava um homem tão rude? Sentiu suas entranhas embrulharem com a presença mais forte do homem, o cheiro. O metal do revolver se aproximou de sua pele, e uma mão correu por suas coxas apertando-lhe a bunda.
Através do espelho da penteadeira, viu o homem meter a cara na curva de seu pescoço, não teria outra chance, pensou. Mas já era tarde o homem o subjugou, torcendo-lhe o braço, seu braço mais forte com o qual lidava com a criação na fazenda. Mano vestia um dos vestidos de seda de Silvia, tentou argumentar:
- Sem violência...
A reação é imediata, Mano leva socos e empurrões, cai no chão com a arma apontada para, si, é o fim, ele pensa... O homem por outro lado está com os olhos lívidos, encarando-o no chão:
- Vem cá baitola, tira minha roupa vai... Com jeito de fêmea, fêmea no cio... – um volume protuberante crescia entre as pernas do homem. Sua pele negra brilhava pelo suor em bicas, na face.
Sem jeito Mano se aproxima do sujeito, abri-lhe a braguilha da calça simples de tecido grosso. O cheiro é repugnante. Cheiro de homem do mato. Cheiro azedo, forte, viçoso, os pelos negros como o homem saltam com uma tromba preta para fora. O prepúcio do pênis cobre a cabeça. Ainda está enrugada, não olha.
- Não me obrigue a isso... – diz entredentes – o que lhe fiz eu? Nem o conheço.
- Vai pagar pela covardia do coronel teu pai... Vai pagar a fêmea que aquele velho sacana me tirou... Continua a tirar tudo...
Mano obedece, abre botão a botão da camisa. O homem coça os pelos perto do pau. A tromba cresce Mano evita tocar a pele do sujeito, mas é difícil. Este segura a carne dura com uma das mãos. O homem o aperta por trás, Mano em desespero sente o membro viril do homem rijo em suas costas, este o laça por trás ainda com o revolver em mãos.
Com a mão livre o sujeito apalpa todo o corpo de Mano, por sobre o vestido, gane entre os dentes como se sentisse prazer em fazer aquilo.
- Dei... Deixa... – Mano arrisca, já sentindo a combinação por dentro do vestido ser rasgada – eu te dar um banho... um banho como só as fêmeas dão nos machos...
O homem dá um ganido alto, quase como um garanhão no cio:
- Então é mesmo um baitola não é? – sorri – Anda, vai na frente.
Nu o sujeito caminha as costas de Mano, este vestido com um vestido de seda verde e roupas íntimas vermelhas, é apalpado enquanto caminha. As pernas de Mano bambeiam, e isso parece motivar risos do homem. Eles entram no banheiro, despido o sujeito entra na banheira, Mano evita olhar para onde deixou a navalha, mas tem esperança que essa ainda esteja ali, por perto.
A água dá ao tom de pele do homem um tom diferente, Mano se vê embasbacado ao perceber as jorradas de água para fora da banheira pela entrada do sujeito. Uma poça se forma sob seus pés descalços.
Mano não espera ordem, pega uma puxa vai de encontro ao homem passa a bucha pelo corpo do sujeito, esse ainda está com o revolver em mãos. Mas não parece tão firme, ele manda:
- Tira esse vestido, só fica de combinação – Mano obedece – vamos vê, até onde vai tua boiolagem... Dança pra mim dança... – Humilhado Mano obedece mais uma vez de olho na navalha a um passo dela. – Teu pai aquele corno velho, não sabia que tinha uma boiola em casa hein? Aquele cachorro me matou a mulher...
Um furor novo pareceu subir pelo rosto do homem, ele se ergueu e a vara entre suas pernas dobrou de tamanho era quase o antebraço de Mano.
- Por favor não faça isso... Eu te peço não faça isso... Imploro.
- Cala a boca, vai ser minha fêmea sim, até eu dizer que tá bom... Vira... – Mano é empurrado para a banheira, se curva entre as duas extremidades. O homem não diz mais nada, a navalha está nas mãos de Mano. – Não, aqui não, na cama, aonde eu comia ela todas as noites...
Mano se retesa, mas obedientemente caminha para o quarto. A cama ainda está bagunçada da última farra. Mano sente o homem se lançar para suas costas, sua pele pela primeira vez arrepia pela firme pegada do homem em suas carnes. Deixa um risinho escapar pela boca.
- Se é para morrer – finge-se resignado – que pelo menos eu possa sorrir uma última vez... – diz, segurando o caralho pulsante do peão.
O revolver está apontado para a testa de Mano, a carne dura entre seus dedos, estremece ao toque. Pulsa por si só. Rija, babando. Mano a massageia, o homem abaixa a arma, e relaxa por um minuto o corpo, Mano então ergue a outra mão com a navalha. E em um corte rápido, sem pestanejar passa a navalha pela garganta do sujeito. O mesmo solta um engasgo, seus olhos vermelhos espicham, a arma é disparada e jatos e mais jatos de sangue se espalham por todos os lados.
LEU ATÉ AQUI? Então me diz o que achou nos comentários, por favor, ajuda muito.