AVISO: A leitura ficará mais interessante se lerem o conto anterior, "À Espera". Este conto, assim como o outro, não possui cenas de sexo, elas virão no conto seguinte. A quem, mesmo sem sexo, se animar: boa leitura!
As voltas que a vida dá são realmente fascinantes. Eu, que havia prometido a mim mesmo abandonar essa vida virtual, estava aqui de novo, de volta. Eu tentei, mas foi mais forte que eu, admito. Claro que Helena também ajudou, e muito, no meu retorno à perversão.
Lembro do primeiro contato dela, um e-mail todo formal, elogiando um conto antigo meu. Começamos a trocar correspondência e logo eu já tinha traçado o perfil dela: mulher casada, respeitada pela sociedade. Professora, mãe e esposa. Perfil padrão da maioria das mulheres que acabo conhecendo. Mas ela tinha algo diferente. Pelo que eu consegui perceber ela vivia de uma forma infeliz, com alguns desejos que eram de certa forma sufocados pelo dia-a-dia. Pude comprovar que eu havia acertado, na medida em que ela foi se abrindo em nossas conversas quase diárias. Em poucos dias havíamos trocado o e-mail pelo hangout, meu app de conversas preferido.
As conversas se intensificaram e o elo aumentou de tal maneira que ela chegou a conversar com minha esposa por uns dias... O assunto? Talvez Helena um dia diga a vocês... Foi então que tudo se desfez. Tive problemas pessoais, minha vida ficou uma loucura e me afastei do virtual e a esqueci.
Até que um dia ela voltou. Não era mais a Helena que eu conheci, estava mudada, mais confiante, mais mulher. Traiu o marido, tomou gosto pela coisa e logo se separou. Estava plena, tinha parceiros e até mesmo uma parceira. E ainda assim, veio atrás de mim, que a havia abandonado. Se ela já tinha se transformado e assumido a mulher que era, o que lhe faltava?
A resposta estava clara como a luz do dia, lhe faltava um dono. E foi o que me propus a ser, sem que ela percebesse. Em nossas conversas fui induzindo gatilhos, palavras e logo eu já estava orientando-a ao que fazer. Ela adorava quando eu a mandava trabalhar sem calcinha, ou tirar a peça no meio do expediente, ou ir para o banheiro se masturbar. Em pouco tempo ela já era uma completa depravada, e em mais uns dias ela já estava em minhas mãos. Não foi a primeira e provavelmente não será a última, mas com certeza foi a mais deliciosa. Ver aquela mulher firme, autoconfiante e quase autoritária ir se dobrando aos meus caprichos e abraçando seus desejos mais profundos foi extremamente excitante. Certa feita ela me acusou de transformá-la em uma devassa, para depois perceber que a devassa sempre esteve ali, sufocada, esperando para ser liberta. E o que fiz foi mostrar que ela seria muito mais feliz se não se reprimisse mais. E foi o que ela fez.
E hoje irei encontrá-la. Hoje irei dar o que ela buscava quando voltou. Mas... Não será da maneira como ela espera, isso eu garanto, como garanto que será delicioso e inesquecível a ela. Ela já é minha, mas depois de hoje, pertencerá ainda mais. E não terá como voltar atrás.