Verão em MC . Com os termômetros acusando quase 40º, todos só pensavam em se refrescar e uma boa forma de fazer isso era saboreando os deliciosos picolés e sorvetes da única sorveteria da cidade e que eram vendidos em carrinhos próprios nas ruas não só por garotos, mas devido a falta de empregos na época, também por muitos rapazes maiores de idade e até por pais de família que para aumentar suas rendas, os vendiam felizes e sorridentes. Esse era o caso do Sr. Miguel, ou Sr. “Migué”, como era popularmente conhecido, devido a sua malandragem, mentiras e do quanto gostava de tirar vantagem de tudo e em cima de todos. Em qualquer esquina podia se ouvir os comentários da Matildes, sobre ele:
- Você acredita, que o Sr. Miguel, ou melhor, nosso querido Migué, miguelou de novo Zenilda? E desta vez foi pra cima do chefe dele, o Sr. Abdul. Ligou pra ele e disse que estava no maior Piriri do mundo, só pra não ir trabalhar.
- É mesmo, Jacira? E como é que você soube disso, menina? Conta, conta, conta ...
- Porque pouco depois que encontrei a Joana ( esposa dele) por acaso na farmácia, comprando remédios pro safado, o vi bom que nem um coco, dando em cima do Geninho.
- Do Geniiinho? Aquele viadinho, filho do Sr. Gomes da padaria? Credo em cruz, amiga! O Migué não toma jeito mesmo, heim? Coitada da Joana! Acho que devemos contar tudo pra ela. Você não acha?
- E adianta? Aquela chifruda conformada, só pode ser santa viu? Nem perco mais meu tempo tentando “ajudá-la” e blá..., blá..., blá ...
Nunca gostei, muito menos acreditei em tudo que siai das bocas das fofoqueiras de MC, mas no caso do Sr. Miguel, infelizmente tudo que as víboras fuxicavam era a mais pura verdade e devido a beleza do macho, ele sempre era o maior alvo das boquirrotas. Principalmente das que eram loucas pra dar pra ele e eram por ele rejeitadas, pois além de malandro até dizer chega, Migué selecionava e muito suas parceiras e parceiros sexuais.
Como o coroa, era um colosso de macho, tinha a maior fama de garanhão e de ser ótimo de cama, sempre se dava bem em suas investidas, o que o deixava bastante confortável para dizer SIM ou Não pra quem, onde e quando ele quisesse.
Mesmo bem pobretão, mentiroso e malandrão, Sr. Miguel fazia bastante sucesso tanto com a mulherada, quanto com os gays de MC. No alto de seus quase dois metros de altura, o macho não só tinha um senhor corpão, como era bastante simpático, bem humorado e tinha uma lábia, mas uma lábia de dar medo. Isso sem contar no seu dote, que além de enorme era grosso que era uma beleza. Mas o que chamava mesmo a atenção de todos, eram suas belas e peludas coxas e seu maravilhoso peitoral, que vivia exposto, ou nu ou por camisas mal abotoadas propositadamente e foi num dos dias que para minha sorte o safado estava sem camisa e com ajuda do calorão que estava fazendo que me dei muitíssimo bem, se é que me entendem. Vamos aos fatos.
Como relatado no início deste, fazia tanto calor na cidade, que numa tarde qualquer, vestindo apenas minha famosa bermuda jeans apertadíssima (CONTO – SACANAGEM COM TIO ANTÔNIO), resolvi sair para chupar picolés e nem bem abri o portão de entrada da minha casa e já dei de cara com ninguém mais ninguém menos que com Migué, também sem camisa, embaixo de uma frondosa árvore, ao lado do seu carrinho de picolé, gritando: Aêêêhhh o piiiicolé ... ! Do leite da Muiê ! Aêêêêhhhh o piiiicolé... ! Do leite da Muiê !
Mas o que aconteceu em seguida é que me surpreendeu e deixou pra lá de feliz. Vejam se não tenho razão, queridos leitores?
Assim que ele me viu, além de acenar pra mim, me chamando com um belo e branquíssimo sorrisão nos lábios, ainda por cima deu a patolada do século, na maior cara dura desse mundo, o que me fez engolir seco, ficar de pau em riste e com o cu faiscando na mesma hora.
Não preciso nem dizer que num piscar de olhos eu já estava em pé na frente do macho, doido pra dar o cu pra ele, o que aconteceu naquele mesmo dia, tão logo escureceu, atrás da escadaria da igreja matriz.
- E aí, Migué? Beleza pura (gíria da época), cara? Você ainda vai acabar apanhando ou da sua mulher ou da mulherada de MC, ou do dono da sorveteria viu Migué? Isso lá é jeito de gritar pra vender picolé, homem de Deus? Aêêêhhh o piiiicolé ... ! Do leite da Muiê ... !
- Belezinha, Jorjão? Sabe que até gosto de tomar uns tapas de vez em quando, meu querido? Mas posso ficar “sussa”, que desse mal eu não morrerei, viu? Veja bem! Minha mulher é quase uma santa, a mulherada da cidade só pensa em dar as bucetas pra mim e o dono da sorveteria...? Esse então, não se fala, come bonitinho na mão do gostosão aqui. O negocio dele é só ficar chupando picolé mesmo. Ohh cabra que gosta de um picolé, viu?
- Se está dizendo, quem sou eu pra discordar, não é mesmo, Sr. Miguel? Mas por falar em chupar picolé, ainda tem algum ai no carrinho, ou já vendeu todos?
- Tem! Ainda tem bastante picolé pra você chupar, viu? Mesmo se não tivesse, com certeza você não ficaria sem picolé, de jeito nenhum, Jorjão. Imagina só, se eu ia deixar um cara que gosta tanto de “CHUPAR”, ficar sem um belo e gostoso picolé pra saborear?
Se eu tinha alguma dúvida, de que o tesudo estava me querendo, depois daquelas frases de duplo sentido eu não só tive certeza que sim, como fiquei “facinho, facinho” e facilitei bastante as coisas pro macho, que safado como era, não perdeu tempo para marcar um encontro comigo a noite na porta da igreja.
Depois de dar uma beliscadinha de leve num dos seus mamilos, amparei minha mão direita no ombro do gostosão e quase me jogando pra cima dele, todo serelepe, disse-lhe:
- Gosto mesmo! Adoro dar uma chupada, viu Migué? Se for num picolé de leite e bem grande então? Nem se fala, cara! Tem picolé de leite? E você? Também gosta de chupar picolé, amigão?
- Cê besta, Jorjão! Tô fora, de chupar, “rapá”. Gosto mesmo é de comer. Melhor dizendo, meu negócio é só comer mesmo e ponto final.
Depois dessa resposta, dei uma boa apertada no ombro do macho, uma boa passada de língua na boca e voltei a perguntar:
- E então? Você tem ou não tem picolé de leite?
- Infelizmente, os picolés de leite acabaram todos, viu Jorjão?
- Puxa vida! O senhor acredita que minha boca está até seca de tanta vontade que estou de dar umas belas lambidas e uma boa chupada num picolé de leite. Nem acredito que vou dormir hoje, sem lamber e chupar um bom picolé de leite, viu Migué?
- Mas é de jeito nenhum que vou deixar isso acontecer, Jorjão! Se você se encontrar comigo às 19:30, lá na porta da igreja, prometo que vai lamber e chupar picolé de leite até enjoar. O que me diz? Posso te esperar lá nesse horário? Se aceitar meu convite, garanto que vai saborear o melhor picolé de leite de sua vida.
- E você acha que sou algum idiota, de não aceitar esse convite, meu querido? Está mais do que marcado. Está marcadíssimo. Estarei na porta da igreja as 19:30 sem falta. Não vá me dar o migué não, heim?
- Tá me tirando, Jorjão? Esse negócio de dar migué, é pura invenção dessas fofoqueiras que não tem o que fazer, viu? Só se eu fosse louco pra fazer uma coisa dessas, garotão.
- SEEEIII...! Mas vamos esquecer as fofoqueiras, porque pela minha experiência, tenho certeza que irá ao nosso encontro. Se bobear, chegará até antes de mim. Estou certo?
- Certíssimo! Agora me deixe ir acertar as contas na sorveteria, passar em casa e fazer um lanche, porque como já são mais de 18:00 horas, se eu não me apressar, não conseguirei nem chegar antes de você e nem na hora marcada. Até mais, Jorjão!
Continua ...
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Boa leitura!