No capítulo anterior...
Meu nome: Bruno
Profissão: Bicos como prostituto
Após anos amando o homem que me ensinou a amar e a lidar com minha sexualidade me pagando, ele reaparece depois de 5 anos como namorado da minha irmã.
Menino de Rua... 1x02 “Você quer me fazer gozar?”
Abri os olhos lentamente, não é possível que eu tivesse bebido tanto e acabasse dormindo. Olhei meu pé enfaixado e aquele homem lindo em pé do outro lado do sofá me observando. Enrique estava agora com o cabelo cortado, mais forte, a camisa social marcava toda a musculatura dos seus braços e coxas... Aquelas coxas. Lia, minha irmã, levou um salgado na boca dele e o beijou.
- Seu irmão acordou – Ouvi de relance ele dizer e soltar um sorriso para mim. Quem eu quero enganar? Essa não é a porra de uma comédia romântica. Ele me olhou e ignorou minha presença.
- O Bruno acordou – Lia dissera e todos vieram ver se eu estava melhor.
- Não foi nada, foi só uma condição chamada síncope neurocardiovascular ou síncope vasovagal – Eu disse e todos já sabiam disso. Traduzido dessa linguagem chata da medicina: eu desmaio ao ver sangue.
- Venha irmão, conheça o Enrique, meu namorado – Lia disse me abraçando feliz da vida. Ela disse o nome dele. Deus, como eu queria está enganado dessa situação. Levantei lentamente. Enrique veio até mim e sentou-se entre mim e Lia. Deu um tapa em minha coxa.
- Melhor, cara? – Ele ainda falava daquele jeito.
- Um pouco – Eu disse – Quanto tempo, Enrique.
- Vocês se conhecem? – Meu pai perguntou observando nossa conversa.
- Fomos colegas de sala – Eu falei.
- Fomos? Não lembro de você – Enrique falou e olhou profundamente para mim. Desgraçado! Você fodeu meu cu e meu coração e agora se fazendo de idiota? Isso é sério? Mais uma vez?
*
2011
No dia seguinte que Enrique tirou minha virgindade, eu acordei com o cu dolorido. Mas era uma dor gostosa, era dor de alguém que sentiu o homem que era apaixonado pela primeira vez. E sem culpa de ter ido para cama com outro homem, a final, com o dinheiro que ele me deu eu ajudei a mãe a apagar a luz. Disse que vendi uns DVDs antigos. Naquela manhã eu comi rápido, a ansiedade de vê-lo novamente era maior que tudo.
Cheguei na escola o mais cedo possível para que eu visse ele entrando na sala e sorrisse para mim. O perfume dele denunciava sua chegada. Ele entrou, mas não olhou para mim e nem falou comigo quando sentou na minha frente. Uma angústia me tomou o resto da aula, o resto da semana.
*
2018
Depois do discurso de Natal da minha mãe, celebrando o nascimento de Cristo, a mesa foi liberada para jantarmos. Meus pais estavam caindo de amores pelo Enrique, finalmente havia se tornado um arquiteto, seguindo a profissão da família.
- Um arquiteto, e se formou junto com o Bruno – Meu pai soltou na mesa.
- Papai, não comece. Deixe o bruninho em paz – Lia falou e deu um sorriso para mim. Retribui, mas meus olhos não saiam do olhar do Enrique que estava sentado defronte a mim.
- Me conte, prima. Como se conheceram? E onde posso arranjar um assim? – Amanda perguntou.
- O que é isso, filha? – Repreendeu minha tia Geisa. Conta Lia, conta como você conheceu o homem por quem me apaixonei na escola. Eu queria saber.
- Lia é a veterinária do meu cachorro – Enrique começou falando. – Ele gostou dela primeiro, depois foi a minha vez.
- O Bolha é nosso xodozinho em comum – Disse Lia. Como ela estava feliz.
“O Bolha é nosso xodozinho em comum” não pude de perceber que foi um dos poucos momentos que Enrique pareceu olhar para mim. Bolha, bolha.
- Bolha? Como bolhas de sabão? – Perguntei. Enrique riu, mas não respondeu. Então não foi um sonho, aquele momento aconteceu na primeira vez que ficamos juntos. Deve ter se perdido nos momentos que nos tratávamos somente como carne humana um para o outro e o sentimento passava longe.
- Como bolhas de sabão – Lia respondeu em seu lugar. O quê você está fazendo Enrique? Dando nome do seu cachorro a algo que remete a nós dois? Como diabos você some por 5 anos e volta namorando a minha irmã? Ainda por cima gostoso do jeito que está. Droga! Droga!Droga! Deixei meu pé encostar nele por debaixo da mesa. Ele não tirou do lugar.
- A empresa do meu pai... – Ele estava em alguma conversa aleatória com o meu pai, enquanto deixava minha perna encostada na dele. Meu pau dava sinal de vida e de culpa, ele estava com minha irmã. Ainda com nossos pés se tocando, ele passou o dedo nos lábios para limpar o vinho que escorria. Você quer me fazer gozar?
Ele me olhou.
*
2011
Ele me olhou. Depois de semanas ele me olhou. Eu estava sentado comendo meu lanche distante de todo mundo. Minhas amigas: Débora e Jéssica estavam no banheiro. Eu estava sozinho quando ele me olhou. Fiquei encarando ele também, não desviei o meu olhar. Era uma briga para saber quem era mais homem entre nós dois? Eu perdi. Não consegui encarar por muito tempo sem o desejar, quando desviei o olhar para baixo ele veio até mim.
- E ai, cara?
- Enrique! – Ele sentou do meu lado. Ahh aquele perfume. Sua coxa encostou na minha. Minha vontade era de tocá-lo ali mesmo.
- Eu soube que a professora de história passou um trabalho em dupla na turma B ontem, se passar lá, quer fazer comigo? – Ele perguntou. Minha vontade era dizer não, o que ele estava pensando?
- Sim – Eu disse contrariando o que a razão estava pedindo.
- Bruno, Bruno – Ele falou sorrindo antes de ir embora. Fiquei sentando só com o perfume dele no ar.
*
2018
Já estava bem tarde. Quase todos já haviam ido embora após a ceia, Lia e Enrique eram os únicos ainda presente. Lia havia guardado um presente para ser entregue a mim ainda.
- Eu e o Enri estávamos nesses eventos de cultura japonesa, ele é igual a você e gosta dessas coisas. Foi fácil descobrir o que você gostaria, Enrique disse que todo mundo gosta de Naruto – Lia disse, me dando uma coleção completa. Ela não teria como ter percebido? Ele já esteve no meu quarto muitas e muitas vezes nessa casa conhecia minha coleção e sabia que estava incompleta.
- Obrigado irmã, amei. Obrigado Enrique – Eu agradeci.
- Vou ao banheiro – Ele disse e se levantou. Idiota, pergunte onde fica o banheiro primeiro. Para eles você nunca esteve nessa casa.
- Bru, que achou dele? – Lia aproveitou para me perguntar.
- É boa pinta.
- Não, acha que é o cara certo para mim? Ele me trata tão bem, me sinto tão protegida ao lado dele. Quero mesmo que dessa vez tudo dê certo, cansei de trocar de namorado – Eu sabia que ela estava cansada e queria alguém para casar. Meus pais apareceram na hora e me salvaram de responder. Eu não tinha resposta.
Enrique estava voltando, eu era o único que o viu entrando na sala, estava ainda fechando abotoando a calça, sua mão tão perto do pau. Virei os olhos.
- Vamos, amor? Já está tarde – Ele falou bocejando.
- Vamos – Ela concordou.
Primeiro se despediram dos meus pais por um bom tempo, acompanhei eles até a porta. Lia me deu um super abraço e um beijo no rosto. Seria a vez dele se despedir de mim. Ele não me abraçou, mas apertou minhas mãos. Meu corpo entrou em choque em segurar naquelas mãos mais uma vez.
*
2011
Eu estava no banho quando Lia chegou da faculdade gritando meu nome por toda a casa em alvoroço. Saí rapidamente do banho, peguei meu celular e mandei um SMS urgente para Enrique que deveria está a caminho. “Minha irmã chegou cedo, não venha”. Olhei pela janela, ele já estava na porta de casa de bicicleta. Estava de cabelo molhado, camiseta e bermuda. Estava lindo. Ele parou e olhou para mim e deu de ombros. Meu celular apitou com o SMS dele “ Aff, que empata foda. Fica para outro dia. Bjs” E foi embora.
- Bruno? – Lia entrou no quarto eufórica
- Que foi menina? Acabei de sair do banho – Reclamei
- Preciso que você guarde um segredo para mim – Ela disse
- O que foi?
- Estou namorando, mas o papai não pode saber. Ele não aceita que eu namore antes de me formar na faculdade – Lia falou sorrateiramente.
- Huum, qual o nome dele?
- Samuel – Ela disse – Estou apaixonada.
“Eu também estou” pensei olhando o bjs que ele mandou no SMS. “Bjs” eu digitei e mandei de coração feliz, mesmo sabendo que havia acabado de perder 60 reais.
2018
Enrique apertou minha mão por tempo demais antes de me puxar para um abraço, ele me apertou forte. Eu o apertei forte. Depois de anos eu estava sentindo aquele coração que agora pertencia a minha irmã. E aquele perfume que agora aquecia ela na cama.
- Vá para o seu quarto – Ele disse e partiu
Meu coração gelou. Assim que o carro sumiu de vista eu corri para o meu quarto. O que ele fez? Entrei correndo. Minha cama estava bagunçada, ele havia deitado nela? Ele entrou no meu quarto que estava fedendo desse jeito? Putz.
Sobre a cama o celular dele estava ligado.
“ Esqueci meu celular. Pode devolver? Eu pago”
MERDA!
Continua...
Gente, muito obrigado pelos comentários de vocês. Nossa, estou muito feliz que tenham gostado. Espero que continuem a gostar.
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Nayarah -Espero esquentar ainda mais kkkk
Geomatheus - Tô contando haha
Lebrun - Que bom que gostou, espero conseguir manter a atenção em cada capítulo.
Augusto Treppi - Obrigado pelo elogio e pelo conselho. Enquanto vocês quiserem ler, estarei escrevendo. E sei parar antes que a história fique chata.
MarCR7 - O que não vai faltar é treta.
Tiopassivo - Sequência postada, espero que goste.
69pervertida - grito com seu nick kkkkk. Que bom que gostou da história. Não precisa mais ficar ansiosa.
Obrigado a todos. Bjs e abraços