Olá amigos, tudo bem com vocês? Comigo, cansado, e com raiva de mim mesmo, porque já era para ter saído o capítulo, mas eu, errei ao selecionar e copiar o texto para colar aqui. Não tinha salvado ainda então apaguei, e quando fiz isso logo em sequencia não consegui recuperar. Então perdi o que escrevi a primeira vez, duas mil palavras que é a média. PERDÃO! Tentei avisar mas não consegui aqui. Só nos comentários do capítulo anterior.
Tudo explicado, perdoado?! Espero que sim. MUITO OBRIGADO A TODOS PELAS LEITURAS E COMENTÁRIOS!!! DE <3 CORAÇÃO, OBRIGADO MESMO!!!!!
***********************
UMA ÓTIMA LEITURA A TODOS
***********************
Volto para o quarto e antes disso para duas vezes, pensando bem o que fazer. Entro no quarto e vejo Atila deitado no colchão virado para meu lado na cama, onde até poucos minutos eu estava. Abro o guarda roupa dele, e pego uma camisa social sua. Visto-a e dobro as mangas, visto a calça da noite anterior e me aproximo da sua cama. Beijo primeiro o queixo dele, e o percebo se mover com minha caricia. Aumento isso e vou beijando todo o seu rosto, Atilo sorri. E seu primeiro sorriso da manhã me enche de um calorzinho gostoso no peito. Ele semicerra as pálpebras, e sei que está me vendo. Beijo a ponta do seu nariz.
Ele se espreguiça todo, a coisa mais linda e não resisto volto a beija-lo, e apesar do gosto esquisito nas nossas bocas, ainda assim permanecemos grudadinhos.
- Acordado tão cedo – ele diz tentando manter os olhos abertos – vem fica aqui comigo...
Sorrio e fico meio envergonhado por empurra-lo de volta para o colchão. Atila se concerta na cama, apoiado nos cotovelos.
- Eles... – tremulo a voz – eles estão ai... Os policiais... - Atila deixa o sorriso morrer no rosto ao ouvir isso, ele entrelaça nossos dedos. Senta-se na beira da cama. E suspira. – Podemos ligar para o seu amigo advogado?
Ele suspira mais uma vez. E relaxa os ombros, Atila ainda consegue sorrir se levanta e vai até seu celular que havia tocado há alguns minutos. Sento melhor na cama, e ele olha para o aparelho.
- É acho que... A gente tem que fazer isso mesmo – ele se senta ao meu lado e coloca o celular entre nós – Vou colocar no viva voz... Você os deixou esperando lá fora...
Eu assinto e passo as palmas das mãos no jeans da calça. Atila contata o numero de Artur, e as chamadas começam seguidamente. Tum... Tum... Tum... Ficamos esperando alguém atender, e Atila aproveita isso para se vestir. Seguro meu queixo nas mãos, e observo ele se vestir, o celular faz um barulho característico de quando o atendemos. E logo a voz de Artur nos chega.
- Alô, Perna torta? – diz Artur, e com três policiais na porta, eu só consigo pensar nesse apelido. – Alô, Atila?
- Desculpe a hora Artuzinho, eu precisei ligar cara, os policiais estão aqui na porta de casa – diz Atila se adiantando. Fico pensando em Atila e no apelido, e como a pessoa se liga ao apelido, sorri pensando que a única perna torta de Atila era a terceira. – E então? – Ele interroga Artur.
Calado está e calado se mantém por algum tempo, parece caminhar para outra área de casa, ou de onde está. Ficamos ouvindo seus movimentos pelo lugar onde está, e eu fico ainda com o apelido. Não consigo não pensar no apelido, porque Atila é a minha prioridade nos pensamentos, com certeza, principalmente depois da correntinha no meu pescoço. Ele passou direto para o topo das prioridades. Ficamos esperando por uma resposta de Artur, até ela finalmente chegar.
- Na porta de vocês? – ele diz surpreso – isso é muito, muito atípico. Sinceramente, e quem são eles? Da policia militar? Federal? Qual a identificação? Vocês pediram?
- Não vi, - digo – mas não vieram fardados, acho que são de polícias distintas... – digo tremulo.
Seguimos mais uns minutos de hiato sem respostas nem perguntas vindas do telefone. Atila segura minha mão por cima, e a aperta. Mordo o lábio inferior, sem conseguir esquecer o apelido, mais tarde pergunto a ele sobre isso, penso comigo mesmo. Atila se adianta mais uma vez e interroga:
- O que você aconselha Arturzinho? – do outro lado ouvido folhas de papeis sendo remexidos.
- Pede as credenciais, confirmem se os carimbos nos documentos são mesmo do estado... Não tem como não reconhecer. Distintivos, e tudo o mais... Também me deixem na linha... Se confiarem, claro, assim eu posso ouvir tudo daqui... – ele fica em silencio – é a única coisa que me passa no momento. A não ser que vocês não queiram, recebê-los o que é um direito também, eles não têm mandato... Ontem mesmo eu fiz uma busca com alguns amigos, e realmente existe uma operação em curso, tudo muito sigiloso.
Olho para Atila e confirmo com a cabeça, ele também assente. Pegamos o celular ainda em chamada, Atila o coloca no bolso da roupa. Abrimos a porta do quarto e vamos até a dala sala. Eu engulo em seco, e seguro a maçaneta, giro e abro a porta. De costas para a porta, encontramos os três ainda ali. Adelmo em pé o primeiro a se virar de vez para nós.
- Precisamos das credenciais, - diz Atila – vocês entendem não é?
Os três se entreolham, coçam os bolsos e começam a tirar suas carteiras com o distintivo. Apenas o de Adelmo que é mais simples, mesmo assim, o carimbo do governo está ali. Respiro fundo, e tanto eu quanto Atila, se afasta para dentro abrindo espaço para que entrem em casa. Os três homens apertam as nossas mãos, polidos e educadíssimos. Adelmo é o único que parece um pouco nervoso, apertando as próprias mãos o tempo todo, tanto que falha voz quando começa a falar.
- Não temos, mas muito tempo... Então serei breve, o quanto possível, nosso caso precisa de você Inácio, para que não caia. Já temos provas, fatos, tudo bem amarrado, mas as testemunhas são essenciais, principalmente uma, o irmão de Evandro, Robson. Sem ele não tem caso... – ele engole em seco – uma vertente do processo cai por terra sem o depoimento de Robson...
- E ele está prestes a desistir do caso – atalha um dos homens – por isso viemos aqui, por isso precisamos que venha com a gente e converse com seu amigo o convença a não continuar com essa ideia de desistir.
Respiro sentindo meu coração palpitar. Encaro os três a minha frente. E apesar de um alivio abrasador tomar conta do meu peito, como aquela aguinha morda a se despejar em mim, sinto minha espinha esfriar. É na mão reconfortante de Atila no meu ombro que me refugio, engulo em seco ao ouvir e digerir tudo. Tanto melhor porque não me arrisco tanto, passa pela minha cabeça isso... Controlo meus pensamentos, e Atila aperta sua mão no meu ombro.
- E porque Inácio? – ele diz firme – Porque só Inácio vai conseguir demover da cabeça de Robson essa ideia... De deixar de ser testemunha no caso que com certeza vai agravar ainda mais o próprio irmão?
- Porque tem interesse que esses homens sejam presos, paguem pelos crimes – Adelmo volta a dizer – nos sabemos da violência sofrida por você Inácio, escuta você anda seguro na rua? Se sente seguro sabendo que o homem que fez tudo isso contra você é o mesmo que assumiu o poder em uma facção criminosa...
Meu ouvido dá um zum, zumbido forte a porta de eu ter de apoiar parte do meu peso na mão de Atila. Fico um pouco recostado nele, para ouvir tudo aquilo, eu entendo o que eles dizem, mas quero poder viver com Atila em paz. Não tenho mais qualquer pretensão de vingança nem nada do tipo, apesar de achar que eles todos merecem, inclusive meu tio. “Perna torta” disse Artur do outro lado da linha há alguns minutos, e eu sorri, porque esse homem agora tão próximo de mim me faz querer estar sempre aqui. E a ideia de embarcar de volta nessa história, parece um salto no escuro, seguro a correntinha no pescoço.
A aperto na palma da mão, eles começam a discutir entre si, e Atila no meio a voz de todos faladas ao mesmo tempo só faz eu ficar ainda mais arredio, é o rapaz do departamento de justiça, quem saca do bolso um celular enorme. Clica no play de um vídeo e o vira para mim.
Na tela não reconheço logo, está diferente, bochechas fundas, olhar cercado por duas grandes rolhas pretas de olheiras de noites perdidas. Mas é meu amigo, é Robson, ele parece estranho preso dentro de uma caixinha tão pequena quanto o celular.
- Já posso – ouço sua voz e reconheço de imediato, tiro o celular das mãos do homem - só pra registrar isso é bizarro... Já? Tá bom... – ele olha para alguma coisa em baixo, seus pés talvez – Inácio? Tudo bem amigo? Faz um tempinho desde a última vez que nos vimos hein? Sinto falta... Aqui eles não me deixam falar com ninguém da família, por causa do Evandro... Eu suponho... E ai você já resolveu tudo com o boy?... Aqui é bem solitário... Tenho até pensado se não seria melhor desistir, voltar ara minha vida normal, seguir em frente... – Robson ensaia um sorriso, desiste. – Quero te mandar um grande abraço, e que me mande novidades, de como estão as coisas por ai... Fefito me prometeu que você ficaria bem... Um beijo! – o vídeo para bem ai. Exatamente nesse ponto.
Fico com a tela na mão mesmo assim. Persisto e abro o vídeo novamente para cravar todas as imagens, todos seus gestos. Faz semanas, mas parecem anos. Eu nunca fui um alvo, uma testemunha em potencial, não poderia ser, se fosse Emerson jamais teria me libertado tão facilmente, nem meu tio permitiria... Ele, Robson sim, irmão de um chefe, quem gravou o vídeo, induzido por alguém... Ou não. Realizo tudo isso comigo mesmo sob os atentos olhos dos três desconhecidos.
- Se o problema é esse, posso gravar um vídeo igual – me prontifico – convenço ele a fazer isso, a continuar... Mesmo achando tudo uma grande loucura da nossa parte...
- Essa operação é a garantia de paz para a vida de todos – conclui o policial federal de olhar rígido – e principalmente, é de você que ele tem que ouvir tudo o que te aconteceu e ao irmão dele também.
Adelmo abre um pouco mais que o normal os olhos, e os três trocam olhares, demoro a captar o erro na mensagem. Mas então, o irmão de Robson? O que houve com ele? Foi preso? Não pergunto porque não preciso, o próprio Adelmo cheio de dedos começa a explicar.
- Hoje, nessa madrugada, o corpo de Evandro, foi encontrado em uma lagoa da região – diz – crivado de balas, e pela forma como tudo foi feito, o Emerson está evolvido nisso até o último fio do cabelo.
- Mais uma vez, eu não entendo – consigo finalmente dizer – o que dá a você a garantia de que ele vai se convencer com o que eu disser a ele?
- Tudo o que você sofreu – diz Adelmo – conte a ele, e a gente tem certeza que ele não vai pensar duas vezes, conte da morde do irmão dele... Diga que Emerson o matou como de fato fez mesmo... – Fez? Eu me pergunto e dou de ombros para eles. Meu coração volta a bater com força. Viro logo para encara-los.
- Preciso de alguns minutos – digo e pego na mão de Atila – esperem, por favor mais um tempo.
Atila não oferece qualquer resistência, me segue até o quarto. Entramos fechamos a porta, e já sozinhos. Ele pega o celular e coloca no ouvido, tirando o aparelho do viva voz, eu já tomei minha decisão. Mas espero que Atila termine de falar com Artur, que a todo esse tempo esteve ouvindo a conversa e com certeza o aconselha a algo. Ele desliga o celular e o devolve ao bolso.
- Arturzinho disse para você pensar bem porque... Independente do que ele disse Inácio, eu... Quero ir com você, não vou te deixar sozinho nessa... Não mesmo.
Vou até ele e o abraço, é incrível como não percebo qualquer gosto metálico na boca de Atila da noite anterior. Ele me abraça de volta ainda com a boca colada a minha, respiro um pouco do cheiro do seu pescoço e me volto para ele, com seu rosto em minhas mãos. O ar que saí das cavidades do nariz de Atila me acerta em cheio provocando cocegas no meu rosto.
- Eu te amo Atila, - digo a ele com convicção – e por isso não posso, te deixar fazer isso. Comprometer tanto da tua vida para embarcar em uma furada dessas, eu não sei o que isso vai dar... Preciso da tua ajuda, do teu apoio, mas preciso fazer isso sozinho... E eu acho que devo isso a Robson... – os olhos dele mareiam um pouco, e os vejo brilhar.
- Não entende que se acontecer algo a você eu nunca vou me perdoar por ter te deixado fazer isso? – ele diz, tudo aquilo que eu mesmo estou sentindo. Eu me meti nessa história. Seguro a mão dele mais uma vez e a aperto. – Não faz assim Inácio... – ele me pede enquanto voltamos para a sala.
- Eu... Aceito. Vou encontrar com Robson, só precisam me explicar como vai funcionar – digo e nem pisco ao falar cada coisa dessas. Os três de pé se viram para nos com sorrisos nos rostos. É o policial federal quem explica que mais de tardezinha eu devo me apresentar no departamento de justiça. Ainda nesse dia, para ser encaminhado até a testemunha.
Abro a porta para eles saírem, e quando cruzam o átrio, fecho a porta e mal tenho tempo de me virar. Atila me agarra e me tira do chão sua boca cobre a minha inteiramente. Ele me aperta para si, e sem se importar com os DVDs espalhados por todo lado, caminhamos assim para seu quarto, ele deita comigo na cama. Ele em cima de mim deixa nossas bocas livres.
- Não concordo. Acho absurdo. Quero espancar a mim mesmo por te deixar fazer isso. Mas eu apoio você na sua decisão. – Ele diz de forma pesarosa. – Sei que vai estar protegido de qualquer coisa ruim... – um frio sobe pela minha espinha, e ele beija a medalhinha no meu peito. Volta aos meus lábios e os sela com o seu.
***********************
PERDOEM OS ERROS DE REVISÃO
***********************