Eu me levantei, disse para eles saírem do quarto, o maior me deu um soco no queixo, cai no chão, ele subiu sobre mim, deu uma sequencia de socos depois o menor deles me chutou nas costelas e vi Giselle dando um soco no maior e jogando ele para o lado. Foi quando o menor me chutou a cabeça e eu desmaiei.
Os dois agora estão a sós com Giselle... e com muita raiva.
O maior levantou-se e deu um soco direto no meu nariz. Senti uma dor incontrolável, fiquei tonta e meio desacordada. Mesmo assim senti outros socos e socaram muito a minha boca.
Viraram-me de costas, me estupraram, eu chorava, mais nada falei, reclamei ou busquei clemência. Não queria aumentar a raiva ou por minhas palavras aumentar a tortura que estava recebendo, só me preocupei em chamar a atenção deles para que não lembrassem do Rodrigo ou voltassem a bater nele. Não importava como as coisas iriam terminar comigo, só me preocupava com o Rodrigo.
Eles me chingavam muito, me estapeavam, batiam na minha bunda, davam socos nos meus rins, não conseguia respirar de tanto soco, o meu martírio parecia não ter fim, quando parece que eles gozaram. Parte do gozo deles esfregaram no meu rosto e na minha boca, deu vontade de vomitar.
O menor sempre foi covarde, foi até a cozinha, trouxe uma faca de carne, e deu ideia de cortar o meu cabelo com a faca. Doía muito, chegaram a cortar o meu coro cabeludo.
Até que o menor disse que seria bom fazer minha cirurgia já que eu queria ser mulher. Viraram-me para cima, mas ouvi barulhos de porta. Meu livramento parecia estar chegando.
Ana e Leandro chegaram, correram para o quarto, se horrorizaram com que estavam vendo, Ana pulou em cima de mim para me proteger, chamou eles de animais, cachorros, mandou saírem de casa.
Leandro falou para eles saírem agora de casa e irem embora, finalmente eles caíram em si. Correram para o quarto e saíram. Não antes de gritar que Ana e Leandro eram amigos de viadinhos e que era para tomarem cuidado.
Leandro iniciou um telefonema para os bombeiros e para a polícia.
Eu muito atordoada, e com a voz embargada, pedi para ele parar.
- Leandro, por favor... nos ponha no carro, nos leve agora para Curitiba, o Pronto Socorro mais próximo é o Cajurú. Esqueça-se de mim, vamos olhar o Rodrigo que está desacordado ele apanhou muito na cabeça.
- E você Giselle, está toda cortada, ensanguentada, você precisa mais do que ele.
- Por favor, Leandro, me atenda!
Ana imediatamente buscou uma toalha, me amparou e levou para baixo do chuveiro, e começou a me lavar, ela chorava, e me lavava.
Pedi primeiro para ela tirar a porra do meu rosto, estava com nojo de ter aquilo na minha pele, em mim, no meu rosto.
Foi então que ela olhou o meu rosto.
- Giselle, teu nariz, tá quebrado, tá doendo muito?
- Meu Deus, teus dentes, .... (chorou), quebrando teus dentinhos, eles eram lindos (choro).
Ela foi me lavando e pedindo para eu ter calma, que tudo iria passar o pior já foi embora. Não é porque somos mulheres, é porque faltou disciplina nas crianças no tempo certo. Alguns meninos são mimados até hoje porque os pais foram incompetentes em mostrar o erro aos filhos enquanto era tempo.
Ana pediu para eu me virar de costas, para lavar a minha bunda, ela parou um tempo, de joelhos no box, e chorou novamente, eu estava com o ânus todo cortado e sangrava muito. Depois ela não chorou mais. Ela engolia soluços. Ela também estava ficando mais mulher... mais forte.
- O que fizeram com o teu cabelo, estava lindo Giselle.
- Eles cortaram com a faca da cozinha.
- Bandidos, animais, canalhas, eles não merecem ter uma mãe.
Amiga, você consegue se secar, vou ao meu quarto, buscar um absorvente, precisamos estancar o sangramento do seu ânus.
- Amiga, me alcança na minha mochila, o conjuntinho preto, se sujar de sangue, não irá marcar tanto na roupinha.
Enquanto isso Leandro consegue acordar o Rodrigo.
- Amigo, amigo, tudo bem, como você está?
- Cara me atropelaram, não consigo respirar de novo, estou com muita dor no peito.
- Rodrigo acho que quebraram tua costela, você tá engraçado, tá com o rosto redondo de inchado (risos).
- (risos), pois é, minha cabeça doi.
Então levei a mão na cabeça e no meu lado esquerdo acima da orelha tinha um grande hematoma, devido o chute.
Voltando a mim, lembrei-me da Giselle.
- Leandro a Giselle, onde ela está me ajude a levantar, quero ver ela!
- Amor! Amor! Cadê você?
- Rodrigo, calma, olhe para mim, olhe preste atenção!
- Machucaram muito ela, você tem que ser forte, engole o choro, agora você tem que ser o apoio dela entendeu? Diga que entendeu?
Quando o Rodrigo foi levantar desmaio novamente.
Leandro carregou o Rodrigo no colo, até o carro, o prendeu no cinto de segurança no banco traseiro e Ana auxiliou Giselle vestir seu conjuntinho preto, por cima uma camiseta preta, pois ainda sangrava pelo nariz e pelos cortes no couro cabeludo. Vesti o short dela, calçamos a Anabella nela e entramos no carro. Ela quis ir no fundo ao lado de Rodrigo, mais não deixamos, ela sangrava, e precisava estar no banco da frente, com o banco reclinado para estancar o sangramento do nariz. Enquanto isso eu iria amparando o Rodrigo, para não ficar mexendo com a cabeça até chegar ao Pronto Socorro Cajurú.
Leandro fechou a casa, nem limpamos aquela cena de sangue do quarto.
Fizemos em 65 minutos o trajeto da Praia de Leste Até o Pronto Socorro, tivemos sorte em não passar por nenhum fiscal da Polícia Rodoviária. A Ana procurou adiantar a documentação do Rodrigo, já estava em mãos a identidade e a carteira do convênio. A triagem foi rápida, foi fazer uma tomografia da cabeça, enquanto isso a Giselle negou ser atendida, ela queria ir na casa dos pais de Rodrigo para avisar do acontecido. Pediu para o Leandro se ele podia permanecer com o Leandro enquanto a Ana me levasse de carro até a casa dos pais dele. Eles aceitaram e fomos rapidamente para a casa dos meus “sogros”.
Ao chegar a Ana me segurava passada curta e lenta, doía muito o seu ânus, os cortes fisgavam até os seus rins. Tocamos a campainha. A Dona Luiza olhou pela lateral da janela, conheceu a Ana, mais se assustou comigo, não me conheceu.
Mesmo assim, relutou abrir a porta e pela fresta perguntou para Ana o que aconteceu.
- Dona Luiza, abra a porta, a Giselle está comigo, aconteceu algo com o Rodrigo.
- Meu Deus o que aconteceu com ele? Entrem minhas crianças, entrem, sentem aqui no sofá, minha menina o que aconteceu com você? O Rodrigo, o que aconteceu com o meu filho!
Ana responde:
Nisso chega o pai de Rodrigo, Sr Otávio, senta ao lado da Dona Luiza e presta atenção no que começo a falar.
- Dona Luiza, Sr Otávio, o Rodrigo está bem, está no hospital, ele apanhou um pouco, mais está bem, pior está a Giselle, ela não quis receber nenhuma atenção enquanto não viessemos contar para vocês que o Rodrigo está fora de perigo e está bem, só que em observação no quarto do Hospital Cajurú. Estávamos na praia, em nossa casa, sai com o Leandro e voltamos no final da tarde. Quando chegamos os “dois” estavam estuprando Giselle e iam matar ela com uma faca. Fizemo-los irem embora, e procuramos chegar o mais rápido possível aqui.
Dona Luiza falou chorando:
- Meninas, pelo que vocês estão passando?
- E você Giselle, meu Deus, eu não conheço você! Você não estava no grupo que saiu daqui de casa.
Foi quando Giselle se pronunciou.
- Dona Luiza, Sr Otávio, sou eu o Aurélio.
Sr Otávio levantou-se, pois a mão na cabeça e dona Luiza, levou sua mão até a boca e conteve-se no comentário.
- Incialmente Dona Luiza, (entre soluços, mal estar no falar pelas dores e gemidos), eu não tinha me definido quanto a minha orientação, mas sofri muito com isso, principalmente na minha adolescência e agora como adulto. Na praia passei muito tempo como o Rodrigo e nos envolvemos. Perdoe-me, me perdoe, não queria ser a causadora disto tudo, depois que eu me despedir de vocês aqui, sairei da vida de todos vocês, mas não podeira descançar e ter tranquilidade em minha consciência sem antes ter a certeza que o Aurélio está bem e que pude vir trazer a notícia da agressão para vocês.
Sr Otávio perguntou para mim, porque que eu achava que era responsável por tudo?
- Sé eu não tivesse me relacionado com o Rodrigo, nada disso teria acontecido, me desculpem, por favor, me perdoem, se algo acontecer com ele eu jamais me perdoarei. Ele é um homem maravilhoso, não vejo como ter outra pessoa igual a ele neste mundo. Mas os “dois” entraram em nosso quarto, não aceitaram em nos ver juntos e partiram para agressão. (chorando não consegui mais falar).
Ana continuou por mim (Giselle).
- Dona Luisa, Sr Otávio, Eles nos procuraram pela manhã no café. Estavam tão felizes, o Aurélio que vocês conheciam quando saímos daqui de casa para o passeio de praia deixou de existir hoje cedo. Nós estávamos tomando café, ela nos contou da sua vida. Como que ela e seu filho passaram o dia anterior na praia, como ele foi ficando apaixonado por ela e de que maneira maravilhosa eles se entenderam durante a noite a ponto de no café ele pedir Giselle em namoro.
Então procuramos escolher o nome dela e quem conseguiu o nome que ela aceitou foi o seu filho, ele que sugeriu o nome de Giselle.
Ai eu e Leandro passamos o dia fora e quando chegamos, vimos aquela sena de horror. Giselle me contou como tudo aconteceu. Dona Luisa, Sr Otávio, os “dois” entraram pelo quarto, e já começou a destratar eles, Rodrigo levantou-se para defender Giselle e já foi imobilizado pelos dois, levou um soco, caiu, o maior subiu nele e deu uma sequencia de socos no rosto dele, então a Giselle defendeu o Rodrigo jogando o maior para o lado, foi quando o menor chutou a cabeça do seu filho.
Eles quebraram os dentes da frente da Giselle, estupraram ela, ela está com hemorragia no ânus, acho que precisa de pontos, eles apanharam uma faca na cozinha e cortaram o cabelo dela com faca cega. Eles bateram muito no rosto dela, ela não consegue abrir mais os olhos de inchado. Ela está ainda com as feridas aberta na cabeça. Eles a lambuzaram com sêmen no seu rosto inteiro.
Estávamos todos chorando. Dona Luisa falou para Giselle.
- Oh minha criança, minha filha, deixa eu te abraçar, para que isso meu Deus. Pra que. Nós vamos cuidar de vocês dois você está em casa, obrigada por ter protegido nosso filho, você deve ser mesmo uma pessoa especial, se não ele não teria nos telefonado ontem para contar.
O Sr Otávio também se aproximou e abraçou as duas.
- Acho que agora precisamos voltar para o hospital, agora você é quem precisa de cuidados.
- E quanto a sumir das nossas vidas façamos assim se você concordar. Primeiro cuide de nosso filho. E mostre para nós se você é mesma a pessoa que ele nos disse ontem pelo telefone. E se for, acho que não nos deixará mais.
Giselle muito machucada e sem poder falar direito, perguntou, quando, que horas ele ligou para vocês?
Dona Luisa respondeu:
- Era umas nove horas da noite. Ele pediu para que ouvíssemos ele com atenção, calma e carinho. Ele contou que encontrou uma pessoa muito especial e que o final de semana iria mostrar se ele tinha acertado ou não.
- Pela maneira que você procurou proteger, veio em nossa casa preocupada para nos contar, deixou de se tratar no hospital, como que nós não iremos te amar minha criança?
- Deixa pegar meus documentos, amor, pegue suas coisas também. Vá com nosso carro para o Cajuru, eu vou com as meninas aqui.
Eu ouvi a Dona Luisa me chamando de menina, naquelas condições, daquele jeito. Estava fragilizada mais ouvir ela foi um balsamo para a minha alma, chorei mais um pouco.
Ao chegarmos ao Pronto Socorro fomos procurar Rodrigo, já estava no quarto. Leandro estava ao seu lado e passou as notícias, era só o trauma, sem nenhuma sequela. O rosto iria desinchar em alguns dias. Ele estava dormindo, tinha tomado analgésico para a dor e não iria acordar tão cedo.
Os pais do Rodrigo ficaram assustados com os machucados do filho mais estavam conformados. Então buscarão agora encaminhar para a emergência a Giselle.
Houve problemas para Dona Luisa e o Sr Otávio acompanharem ela, então a experiência dela fez com que ela usasse uma mentirinha para o serviço de enfermagem e para os médicos.
- Ela é minha nora. Eles moram na minha casa, Ela é minha filha, não vou ficar longe dela nem um momento!
Ai veio o médico plantonista, tirou raio x e determinou que ela fosse evacuada imediatamente para a sala de cirurgia para os procedimentos no nariz com um otorrino e acionaram o plantão para um cirurgião bucomaxilofacial para tratar dos dentes da Giselle. Também buscarão um proctologista para avaliar a extensão do dano causado no reto.
O médico de plantão não acreditava que ela ainda tivesse viva. Enquanto aguardavam a evacuação Giselle chama dona Elisa e conversa ao ouvido dela.
Então dona Elisa pediu para que o médico a ouvisse sentou-se e ela perguntou se era possível. Disse que não queria saber se seria difícil ou não seria a hora, simplesmente se era possível.
- É um pedido da Giselle, e podemos aproveitar o momento. O que acha?
- Deixe-me dar uns telefonemas, você tem um profissional já?
- Ela tem o numero dele, está no celular dela, vou lhe passar pode ser?
- Sim.
O médico retornou positivo. Então você acerta a burocracia com a portaria tudo bem, nós vamos cuidar muito bem da sua nora. Ela está entre amigos.
- Eu sei Doutor e ela também sabe, vá com Deus e que dê tudo certo.
Agora todos sentados no quarto de Rodrigo ele acorda. Todos estamos lá, é um quarto duplo. A outra cama está sendo preparada para o retorno da Giselle. Ela entrou as 00:30 da madrugada de domingo para segunda no centro cirúrgico.
- Mãe, você aqui, Pai? Ana, Leandro? Cadê a Giselle, Cadê ela?
Então contaram para ele tudo o que tinha acontecido e aonde neste momento ela estava.
Rodrigo chorou e nós choramos também. Mas agora era um choro de felicidade e compaixão. Pois estávamos seguros, entre amigos, entre família.
É a família e aos amigos que devemos recorrer em tempos difíceis.
O Sr Otávio agora pede para que Leandro o acompanhe, eles tinham que fazer o B.O. na polícia. Não iria ficar barato.
Eu passei por essa experiência um dia. Deixe sua avaliação e comentário, para que eu possa ter incentivo de continuar. Grata, Danyzinha.