Bom dia!
Como prometido, a última parte do capitulo 19.
O próximo capítulo vai ser bombástico. Prometo postar logo!
Beijo.
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Humberto havia tirado o dia de folga pra passar com Fred, mas depois do que aconteceu no almoço, saiu da casa do primo e voltou para a empresa. Precisava trabalhar. Trabalhar para esquecer e afogar as mágoas de saber que ficaria dois meses sem ver ser primo. Entrou em seu escritório, sentou na sua mesa e ligou seu notebook.
Rogério saiu da casa de Fred tranquilo por ter tido aquela conversa com o sobrinho. Ter ele lá com eles seria maravilhoso. Seguiu para a empresa. Chegando no estacionamento, notou que o carro de Humberto estava ali. Estranhou, mas pensou que Humberto quis voltar ao trabalho, depois do almoço que tiveram.
Pegou o elevador, e antes de subir para o andar de sua sala, parou três andares antes. Quando chegou lá, viu Humberto trabalhando. Bateu na porta e Humberto estava no telefone, mas acenou para que se pai entrasse. Rogério sentou na cadeira, esperando a ligação terminar.
Humberto dispensou a ligação, dizendo que ligaria depois.
-E aí, Beto? Está mais calmo? Achei que tivesse ido pra casa.
Humberto estava com vergonha com o que tinha acontecido mais cedo.
-Estou sim, pai. E me desculpa pela explosão. Eu saí do sério! - disse ele, visivelmente envergonhado.
-Sim, eu percebi mesmo, Beto. Mas não é a mim que você tem que se desculpar, e sim com seu primo.
Humberto baixou a cabeça.
- Eu sei, pai! Estraguei nosso almoço. Mas se ele soubesse o que eu sinto quando eu tenho que ficar longe dele, ele não viajaria.
-Beto, não me venha falar isso como se eu não soubesse. Eu não sou cego! Vocês dois parecem que nasceram grudados um no outro, e mesmo sendo você e ele duas pessoas e a diferença de dois anos de idade, são tanto um do outro quanto possam pensar.
Humberto corou. Nunca tinha tido esse tipo de conversa com seu pai.
Rogério notou o rosto de seu filho ficar vermelho.
-Enfim, eu estava com ele até agora. Estávamos conversando sobre ele se mudar pra sala do Gian Carlo.
-E ele claro, não aceitou, não é?! - disse Humberto sem muita emoção.
-Muito pelo contrário, Beto. Ele disse que seria uma ótima ideia. Só disse que precisava conversar com a Michelle e o Gabriel sobre o assunto, mas ao que parece ele gostou da ideia. Principalmente depois que eu disse pra ele que ela foi sua!
Humberto então sentiu seu coração, que estava, entre aspas, parado, bater novamente. E um sorriso largo tomou seu rosto. Teria seu primo perto de si todo dia! Levantou da mesa e começou a andar pela sala.
Rogério percebeu a euforia do filho.
-Pai, você não podia me dar uma notícia mais MARAVILHOSA do que essa!
-Eu sei! Por isso eu quis te contar antes de ir pra minha sala.
-Eu preciso ir vê-lo. - disse Humberto, sorrindo.
No mesmo impulso que saiu da casa de seu primo mais cedo, pegou sua pasta E sua chave e foi saindo da sala, ouvindo um "Ok, te vejo mais tarde" de seu pai. Chegou no seu carro, ligou e dirigiu para a cobertura do primo.
***
Fred estava em seu quarto, no telefone com Gabriel falando sobre como ficaria a empresa nos próximos dois meses que o loiro estivesse fora. Enquanto conversavam, Fred sentiu um forte presença de Humberto, e foi saindo de seu quarto enquanto falava com o amigo. Quando foi chegando na sala, assustou com seu primo entrando. Não foi o susto de ele ter entrado, e sim o susto de seu sexto sentido ser tão forte em relação ao primo, que pôde sentir a presença de Humberto tão perto e tão longe ao mesmo tempo.
Fred se despediu de Gabriel o mais rápido que pode e desligou a ligação.
Humberto ficou parado na porta, olhando Fred e sorrindo com o susto que ele levou ao vê-lo. Foi se aproximando do primo e o abraçou.
Fred sentiu uma enorme paz invadir seu corpo.
-Me perdoe pelo susto.
Fred sorriu.
-Você não me assustou. É que eu estava no meu quarto falando com o Gabriel, e senti você chegando. Eu não sei explicar, mas na mesma hora que eu senti isso, saí do quarto e vim pra cá, e você entrou. Foi muito louco!
Humberto se afastou um pouco, o suficiente para olhar o rosto do primo sem soltar seu corpo.
-Mas você sempre sentiu isso, Fred. Eu não sei como consegue, mas eu nunca consegui te surpreender. Parece que você tem algum pacto comigo. Eu não sinto isso, mas você sente. E eu queria sentir o mesmo. Aliás, as vezes eu acho que você me ama mais do que eu amo você por você ter essa intuição.
Fred sorriu.
-Deixa de ser bobo, Beto. - disse o loiro deitando a cabeça no ombro do mais alto. Eu simplesmente não sei explicar. Foi a mesma coisa que eu senti no dia em que meus pais morreram, lembra?
Humberto respirou fundo.
-Eu lembro sim!
Ficaram os dois ali, abraçados por mais um tempo.
-Por que resolveu voltar, Beto? - disse o loiro se soltando do abraço.
-Eu queria te pedir desculpas por ter feito o que fiz hoje mais cedo. E também queria dizer que eu fiquei muito feliz em saber que você vai se mudar pra sala do seu pai.
-Caramba, as notícias correm rápido! O Seu pai já te contou? - disse o loiro, sorrindo.
-Sim! - disse o moreno. - Quando ele chegou na empresa, passou na minha sala antes de subir pra sala dele e me contou que tinha conversado com você.
-Pois é. Eu achei a ideia bem legal.
-E quanto à sua viagem, eu quero que você entenda que eu não quero te controlar, é que ficar sem você é horrível. Mas eu vou esperar você voltar. E quando você voltar, a gente faz a sua mudança pra empresa e deixamos tudo do jeito que você quiser!
Fred sorriu.
-Eu sei que a distância entre nós é uma coisa que nem eu e nem você sabemos lidar, mas é preciso. E quem sabe um dia você não viaje comigo, assim como eu posso fazer com você. É que é complicado por conta dos nossos trabalhos. Mas podemos tentar!
-Sim, nós podemos nos programar. Mas agora, só o que eu quero é não desgrudar de você. Vamos aproveitar esses dois dias e no sábado eu te levo pro aeroporto. - disse Humberto puxando Fred para um abraço.
Fred sorriu, de novo.
E assim, a quinta-feira foi passando. Os dois ficaram assistindo séries, filmes, conversando e comendo pipoca. Tarde da noite, foram para o quarto do loiro. Humberto deitou junto com Fred, que buscou o primo e deitou em seu peito. Na manhã seguinte, os dois levantaram e foram tomar café numa padaria perto do prédio de Fred. Humberto mandou uma mensagem para o pai, dizendo que não iria trabalhar pra poder curtir o primo, e pediu para que seu secretário cancelasse todos os compromisso que ele tinha. Os dois foram ao shopping, onde o loiro comprou um travesseiro para viagem e almoçaram por ali mesmo. Fred ligou para Ariel, convidando ele para ir na casa de seu tio, onde Rogério quis fazer uma despedida pra ele. Mais tarde, foram para casa dos pais de Humberto, onde todos estavam lá. Pediram pizza, e passaram o resto da noite batendo papo. Estava um clima agradável, e Fred contava para seu tio Thiago e seu primo Henrique detalhes do curso que faria. Dante, Samantha, Ariel e Humberto conversavam na Piscina, Pillar, Rogério e Beatriz estavam na sala. Pillar estava com o humor ótimo, pois teria dois meses de sossego do sobrinho. As horas foram passando, e aos poucos todos foram indo embora. Fred se despediu de todos, ouvindo um "Boa viagem, descanse, aproveite o curso" de todos. Entrou no carro junto com Humberto e Ariel, que passaria a noite na casa do loiro.
Na manhã de sábado, os três acordaram e tomaram café. Fred colocou suas malas no carro, com a ajuda do amigo e do primo. O vôo do loiro sairia 13h da tarde. Os Três seguiram para o aeroporto. Chegando lá, Fred pegou suas malas e seguiu para a sala de embarque, mas antes se despediu dos dois.
-Faça uma boa viagem, meu lindo! E aproveite o máximo que você puder. Quando voltar, eu estaria aqui pra te buscar junto com o Beto. - disse o ruivo, abraçando forte o amigo.
-Obrigado, baby! E que do eu voltar, passarei tudo o que aprender pra você! - disse o loiro sorrindo!
Quando olhou para Humberto, o mesmo estava segurando a vontade de chorar.
Ficaram ali, perdidos no momento, se despedindo sem palavras.
‐Vai com cuidado, tá bem? E juízo! Quero ter você inteiro daqui dois meses de novo, ok? - Disse Humberto chorando.
Sentir Humberto chorar fez com que a força que ele estava fazendo para segurar seu choro, sumisse.
-Eu vou voltar. Eu prometo. Vamos nos falar todo dia. O fuso horário entre nós é de quatro horas, mas vamos nos organizar. Eu te ligo assim que descer do avião, tá?! - disse o loiro abraçando o primo bem forte.
-Eu vou esperar, muito! - disse Humberto dando um beijo na testa do loiro. - Boa viagem!
-Obrigado! - disse o loiro, se soltando do abraço.
Fred pegou suas malas e seguiu para a sala de embarque, onde acenou um Tchau com a mão para seu primo e seu amigo, e então entrou na sala.
Humberto quando viu Fred entrar na sala e as portas fecharem, não aguentou as lágrimas e começou a chorar. Ariel, que estava do seu lado, passou de lado seu braço pelo de Humberto e deu um leve toque, querendo dizer que estava ali.
Seguiram para o carro, onde Ariel fez o possível para puxar papo com Humberto, fazendo ele esquecer um pouco seu primo. Do aeroporto, seguiram para casa de Humberto, onde ele insistiu que Ariel passasse o fim de semana com eles, apesar do ruivo relutar, mas cedeu.
No sábado a noite, Humberto, Ariel, Dante, Samantha e Henrique saíram para dançar. Por mais distraído que Humberto estava, inconscientemente seu pensamento estava no primo. Por volta das 2h da manhã, os cinco estavam sentados numa mesa, conversando e bebendo, quando Humberto pegou seu celular para ver a hora, quando instantaneamente uma chamada, com um número e uma foto bem conhecidas, apareceu no visor do seu celular.
-Oi meu Loiro! Você já chegou? - disse Humberto, se levantando, mas foi impedido por sua irmã, que disse também querer falar com ele.
"-Oi baby! Cheguei sim, acabei de descer do avião, na verdade!"
-E me ligou, como prometeu!
"-É claro. E pelo barulho, você está numa balada?"
-Sim. Não só eu, mas o Ari, a Sá, o Dante, e o Rique também. Viemos dançar um pouco. Vou te colocar no viva voz.
E então o loiro escutou um saudoso "OI FRED" de todos ali, misturado com o som da música alta e de várias outras pessoas conversando. Fred sorriu.
"- Que bom que estão se divertindo. Fico feliz. O Ari vai dormir na sua casa?"
-Vai sim. Amanhã vamos sair todos de novo pra passear. Preciso ocupar minha cabeça pra poder suprir a falta que você vai me fazer, primo. - disse Humberto, se arrependendo por um momento de ter dito aquilo.
Fred suspirou fundo.
Um silêncio cheio de significados, onde só se ouvia as vozes e a música da balada.
-Desculpa meu loiro.
"-Nao precisa. E saiba que você vai fazer falta também. Mas logo eu estarei de volta. Eu prometo." Agora eu preciso desligar e ir para o hotel. Mais tarde eu te ligo, depois de acordar."
-Eu vou esperar. Vai pro hotel, descanse e durma bem. Eu te Amo!
Como Fred amava ouvir isso.
"-Eu também te amo, Beto!"
E desligaram. Fred foi para o hotel, onde no trajeto, viu uma movimentada Londres. Amava aquela cidade e aquele país. Já tinha estado lá com Ariel a trabalho. Não via a hora de estar descansado pra poder conhecer mais a fundo a cidade.
Humberto suspirou aliviado em saber que o primo tinha chego bem. Morria de medo de avião, apesar de sempre viajar.
O domingo chegou e os cinco saíram, desta vez na companhia de Rogério. Foram fazer um piquenique num parque da cidade.
Fred acordou e foi fazer um tour pela cidade. No dia seguinte já começaria o curso. A noite Humberto ligou por vídeo para Fred, onde conversaram ambos contando seus respectivos dias.
A semana seguinte passou, os dois se falavam todos os dias, geralmente a noite. Quinze dias depois, Humberto viajou pro Rio de Janeiro, onde ficou fora por mais duas semanas, fazendo com que o mês passasse bem rápido. Fred estava adorando o curso. Viu que por mais experiência que tinha com o mundo da moda, tinha muito mais a aprender. Também aproveitou o tempo fora pra poder colocar seus sentimentos sobre Humberto em ordem. Ficou pensando em tudo o que passaram juntos, e viu que apesar de sentir um amor profundamente grande por ele, junto com uma atração física, resolveu deixar o tempo cuidar disso. O fato era que tinha ficado tão apegado a Humberto depois da morte de seus pais, que projetou a falta deles em seu primo. Confundiu seus sentimentos. Aquele tempo que ficariam afastados seria bom para ambos.
Em uma noite, falou com seus dois tios por vídeo, e estava animado pra voltar. A saudade que Fred e Humberto sentiam um do outro só foi suportada porque faltavam exatos quinze dias para o loiro voltar. Ele tinha feito amizade com dois estilistas, um francês e um brasileiro. Foram um dia num salão bastante badalado de Londres. Precisava ser loiro de novo, já que sua cor natural predominava quase todo o comprimento. Finalmente retocou a cor do cabelo, e fez algumas mechas bem marcadas, ficando mais loiro do que nunca. Olhou no espelho e pode se reconhecer novamente. Pensou em cortar, mas estava curtindo seu cabelo mais comprido, que já estava no ombro. Os três saíam sempre juntos depois das aulas. Trocaram contatos e combinaram de se encontrar no Brasil, perto do próximo fashion week. Humberto e Alessandra começaram a namorar sério, mas nada concreto. Ele tinha deixado seu barba crescer assim que Fred viajou, onde ela já tinha tomado todo o seu rosto. Alessandra começou a fazer parte da rotina da família e da casa de Humberto, para a felicidade de Pillar, e desespero de Rogério, que temia a volta do sobrinho. Numa terça-feira, ele e Humberto foram almoçar, onde conversaram sobre uma possível fusão de uma empresa do interior que passava por uma dificuldade financeira, mas que seria bom por conta da nova agenda de clientes. Rogério aproveitou pra perguntar sobre Alessandra, e seu filho disse que estava gostando bastante do seu namoro. Perguntou também sobre Fred, e Humberto disse que os dois estavam muito bem. Se falavam todos os dias, e disse que a saudade estava matando ele, mas Fred já estava voltando, felizmente.
Dois meses se passaram.
Fred embarcou numa quarta-feira de madrugada. Chegaria no mesmo dia a noite.
Humberto estava eufórico. Terminou tudo o que tinha em seu escritório mais cedo e foi pra casa. Ligou para Ariel e combinaram de se encontrar no aeroporto, já que o ruivo não conseguiria sair mais cedo do trabalho. Quando estava saindo de casa, trombou com seu pai que também quis ir junto, mas disse que precisava tomar um banho. Seguiram para o Aeroporto. Humberto não via a hora de ver seu primo. Parecia uma eternidade.
Quando chegaram no aeroporto, encontraram Ariel que esperava no desembarque. Humberto estava lindo, o que não era difícil.
Chegando em São Paulo, Fred desembarcou do avião, saiu pela sala de embarque. Quando foi chegando, viu três rostos familiares. Instintivamente, só conseguiu focar seu olhar em Humberto! E ele estava mais lindo do que nunca. Vestia uma camiseta branca, uma bermuda preta e um tênis azul. Notou que a barba do primo estava bem maior e com alguns fios brancos. Quando viu Humberto, Largou suas malas imediatamente e abraçou o primo com todas as forças que ele tinha.
- Que saudades de você, meu loiro. - disse Humberto.
- Nem me fale! - disse o loiro, com a cabeça no ombro do primo.
- Seu cabelo está lindo. E você está mais loiro do que nunca. Eu amei! - disse Humberto, passando a mão nos cabelos do primo.
- Ai que bom que você gostou. E você está lindo mais barbudo assim! - disse Fred, passando a mão na barba do primo.
Estavam ali, um acariciando o outro, até que Fred notou que tinha duas pessoas a mais para ele ver.
-Larga o osso um pouco, Humberto! - disse Rogério indo abraçar Fred.
- Que bom te ver, meu filho! - disse abraçando o loiro.
-É bom te ver também, tio. E que bom que você veio junto.
-Vos está muito bonito, Fred.
-Se obrigado, tio. - disse o loiro se soltando do abraço e indo abraçar Ariel.
-Olha, a Inglaterra te fez tão bem que você devia se mudar pra lá, baby! Você está tão maravilhoso! - disse o ruivo abraçando o loiro. - Seu cabelo está perfeito.
-Obrigado, baby! Quantas saudades eu senti de você. Londres é tão nossa cara, Ari. Precisamos voltar pra lá pra umas férias.
-Iremos! Mas algo me diz que um certo moreno não vai deixar você ficar fora por um bom tempo - disse o ruivo se soltando do abraço.
-Eu posso imaginar.
Os dois sorriram
Seguiram para a cobertura de Fred, onde toda sua família e seus amigos de trabalho o esperavam. Samantha Fez questão de armar toda a recepção. Até Pillar estava lá.
A noite seguiu muito tranquila. Fred estava feliz por estar de volta, mas estava incomodado com a presença de Alessandra ali. Ao que parece, os dois estavam muito bem juntos. Tentou não pensar muito nisso. Tinha muita coisa pra resolver.
A noite estava no fim, onde todos foram embora, ficando somente Fred e Humberto na cobertura. Fred precisava de um banho. Humberto estava deitado no sofá vendo tv, quando Fred saiu do banho e sentou no sofá do lado. Começaram a conversar, esticando a conversa até a cama no quarto do loiro, onde perderam a noção do tempo. Caíram no sono, onde por volta das cinco da manhã Fred acordou com frio. Pegou um edredom, cobrindo os dois.
Uma hora e meia depois, os dois acordaram. Humberto foi trabalhar e Fred aproveitou a manhã para lavar roupa e desfazer as malas.
Mais tarde, foi até seu escritório. Chegando lá, conversou sobre a mudança com Michelle e Gabriel, onde os dois aceitaram sem pestanejar. Fred estava feliz.
Um mês se passou e Fred já estava instalado na sala que era de seu pai. Decorou ela do seu jeito, deixando alguns detalhes da antiga decoração para sempre se lembrar dele. Ele adorava flores brancas, principalmente orquídeas. Aquele andar que antes tinha um toque sério, executivo, se tornou um pouco mais alegre e colorido com a presença do loiro. Rogério e Thiago, que trabalhavam nas salas em volta, hora ou outra passavam por lá e ficavam observando o sobrinho trabalhar. Sempre alegre, sorrindo. Fred era muito animado. Trouxe vida para a empresa.
Trouxe Gian Carlo de volta. Todos na empresa adoravam o loiro.
Vez ou outra, Humberto saia da sala dele e passava um tempo com Fred, onde, várias vezes o loiro interrompia seu trabalho, e ficavam conversando, junto com Michelle e Gabriel, que tornaram também amigos de Humberto.
Com os primos trabalhando juntos, Fred e Humberto almoçavam juntos todos os dias. E apesar do namoro, humberto dormia praticamente todas as noite na casa do primo. Ao finais de semana saiam juntos, sempre acompanhados dos primos. Fred engolia Alessandra pelo bem da felicidade de Humberto. Afinal, ele estava feliz.
Os meses foram passando.
Humberto e Alessandra continuavam juntos, mas apesar das investidas da loira para algo mais sério, Humberto se esquivava.
O aniversário de vinte e cinco anos de Humberto seria em dois dias, e Fred estava quebrando a cabeça tentando descobrir o que dar de presente pro primo.
Humberto era um homem simples. Não gostava de esbanjar nada. Pensou em várias coisas, mas não chegou em nenhum resultado. Inferno!
Conhecia tanto seu primo, mas não tinha idéia do que comprar.
Pensou e pensou, até que resolveu reservar um final de semana na praia, só os dois. Fez surpresa.
No dia, os dois foram pra lá. Humberto estava tão feliz com a surpresa do primo que seu sorriso mal cabia no rosto.
Aquele dia ficou registrado numa foto, onde Humberto pediu para um dos Salva vidas tirar. Estavam ele e Fred, ambos de óculos. Fred estava de chapéu e Humberto de boné. Humberto estava com o braço pelo pescoço do primo, e os dois sorriam. Era uma foto perfeita! Foi um final de semana perfeito. O melhor aniversário que Humberto já teve!
Fred estava cada vez mais crescendo em sua carreira. Como ele previu, sua agenda de trabalho dobrou nos últimos meses. Conseguiu várias parcerias com revistas para editoriais e novos contratos. Viajava bastante. A contragosto, por conta da correria que sua vida estava, se viu obrigado a ter que tirar habilitação e comprar um carro. Odiava dirigir. Mas um carro iria facilitar muito sua vida. Além de não ter que ficar mais dependendo de ninguém para levá-lo pra onde ele precisasse. Ariel e Fred voltaram a trabalhar juntos. O ruivo ia para a empresa 3 vezes por semana. Estavam desenvolvendo uma coleção juntos, onde os fundos arrecadados seria todo revertido para uma ONG que acolhia jovens LGBTQ's expulsos de casa.
Quem também estava começando a se destacar era Dante, que tinha começado a pouco tempo, mas com muita força de vontade, foi ganhando visibilidade na empresa. Começou inclusive a sair com Michelle.
Samantha e Henrique começaram a namorar, para o desespero de Pillar. Não achava certo dois primos namorarem, mas ela não teve muito o que fazer, porquê o apoio de Thiago e Beatriz foi o que bastou para os dois.
Humberto também estava se destacando como presidente da empresa, fazendo com que também viajasse bastante. Tinha recebido o prêmio de melhor presidente daquele mesmo ano.
Nesse dia, tinha levado Fred como seu acompanhante. Fred estava muito feliz pelo primo.
Um novo Frederico e um novo Humberto nasceram nesse ano que passou. Humberto estava mais maduro, mais sério, mas ainda sim mantinha aquele seu lado brincalhão de sempre, como era conhecido. Fred estava cada dia mais adulto. Estava sendo bastante reconhecido no mercado nacional. Começou a fazer yoga e terapia, o que ajudou ele bastante a superar a perda de seus pais.
Um dia, antes de uma viagem de Fred, que ficaria fora por mais dois meses, dessa vez, na Itália, Humberto tinha ido até a cobertura do primo para passar a noite com ele. Essas viagens estavam ficando cada dia mais comum na vida dos dois.
Estavam na cama. Fred encostado na cabeceira e Humberto deitado no seu colo. O loiro começou a pensar que o namoro do primo era mais fachada do que verdade, pois Humberto confessava a ele que não queria casar. O único desejo que ele tinha era de ser pai, mas Fred dizia que em pleno século 21, pra ter filhos não era necessário existir casamento.
Uma semana depois que Fred viajou, numa segunda-feira, ele estava com Humberto no telefone, dizendo que estava com saudades do primo, e que adoraria que ele estivesse ali, com ele.
Duas horas mais tarde, Fred acordou com alguém batendo na porta de seu quarto. Assustado, olhou pelo olho mágico e seu coração quase saiu de seu peito.
Era seu primo.
Humberto disse que enquanto se falavam no telefone, ele já estava chegando na Itália. Quis fazer uma surpresa para o primo. Humberto passou o restante da semana com ele, voltando pra casa no domingo.
***
Quase dois meses depois, à quinze dias restantes de viagem, Fred estava meio cabisbaixo. Em 17 dias faria um ano desde a morte de seus pais. Nunca quis tanto Humberto do seu lado como naqueles dias. Mas sabia também que quando voltasse pra casa, teria o apoio do primo, junto à ele.
Não vai a hora de voltar pra casa, pro seu trabalho e pros braços de Humberto. .
Mas uma coisa não estava certa.
Fred sentia que algo estaria para acontecer.
Sua maldita intuição.
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