Perfeitinha.
(*) Texto de Aparecido Raimundo de Souza.
COMEÇOU ASSIM. Ela entrou em minha suíte depois que o Leonardo, gerente do hotel aqui no centro de São Paulo veio até meu quarto cheio de mesuras e me mostrou um álbum com um monte de garotas que faziam programas a domicilio. As meninas variavam de dezesseis a vinte e cinco anos. Nesse aproveito, me segredou que ganhava uma percentagem por fora, uma merreca em cima de cada arranjado e me garantiu, por trás de um par de óculos esquisitos e de grau pesado, que se eu não gostasse de qualquer uma das pequenas escolhidas (caso optasse por alguma), me restituiria imediatamente o dinheiro que pagaria a conta da trepada.
Depois de muito olhar e reolhar, escolhi uma miúda de cabelos compridos até a cintura, os olhos verdes, os dentes perfeitos, a boquinha bem torneada e os lábios rosados e carnudos. Coisa de meia hora depois, a beldade chegou atiracolada com o gerente. De fato, assim que coloquei os olhos nela, boquiabertei, espantado, engolfado num rebuliço jamais sentido. Realmente, a putinha, apesar de inócua e casta para os serviços a que se dispunha, sem sombra de dúvidas, de tirar o fôlego, verdade seja dita. Reunia numa só sintonia, tudo o que um homem de sessenta anos sedento por sexo urgente precisava para se realizar interiormente.
A ninfeta se encaixava linda e estonteante, perfeita e imaculada, o corpo pecaminosamente escultural. Uma deusa inimaginável vinda diretamente das histórias que eu lia em romances medievais.
- Senhor Aparecido, está é Cíntia.
- Oi, Cintia, seja bem vinda.
- Obrigada. Farei de tudo para satisfazer seus desejos mais secretos.
A jovem agradeceu e saiu de perto do gerente se dirigindo para meu lado e me tomando a mão esquerda entre as suas.
Sorri um sorriso franco enquanto acertava o preço da mercadoria com o sujeito que mais parecia um gigolô assustado que responsável por um five star em plena Avenida Paulista. Ele sem muitas delongas, rapidamente retirou do bolso do paletó a maquininha com a bandeira do meu cartão de crédito e com um sorriso largo de canto a canto do rosto, entregou minha via da dívida depois que digitei a senha liberando a soma que me levaria aos píncaros do delírio. Sem mais conversa, virou as costas e me desejou uma boa noite. Antes de fechar a porta, observou que mandaria uma garrafa de vinho e duas taças.
A bebida não entraria na conta. Seria “cortesia da casa”. Finalmente a sós, ou melhor, enfim, sós, me senti um rei após seu casamento diante de uma súdita saída do altar literalmente envergonhada e ainda não preparada emocionalmente para entrar numa surra de pica. Enquanto observava o pedacinho de mal caminho, bem ali, submissada, como se vivesse uma prévia vagaba dos tempos de Sodoma, me imaginei com ela, engalfinhado naquela cama redonda e larga, a belezura sem nada, aos cuidados inteiramente dos meus assanhados mais pervertidos e imorais. Não esperei o próximo segundo, embora tivesse todo o tempo do mundo.
A gatinha só iria embora dia seguinte, depois do café da manhã, ou se, em contrario, eu assinalasse renovar seu passe. Nesse caso, bastaria passar a mão no telefone e avisar o Leonardo. Achei melhor parar de pensar nas trivialidades e começar logo o embate movido as sacanagens que me aporrinhavam a cabeça, sem levar em conta que o desejo da posse, numa sintonia antecipada me deixava vendo, lá fora, pelos desvãos das cortinas, um sol radioso entrando pela janela em plena vinte e duas horas de uma noite que apenas começava e prometia ser estupendamente inesquecível. Parti, pois, para o ataque.
Puxei a para mim numa manifestação súbita de agressividade interior e lhe apliquei, em afronto incontido, um beijo apaixonado. Desses que arregaça o coração e faz os batimentos cardíacos chegarem a mil. Cintia ao contrario do que eu pensava não se fez de rogada. Correspondeu. Caiu matando. Absorveu meus alores numa zurbada única. De imediato as nossas línguas se uniram numa troca de salivas com gosto de menta Halls. Na fortificação desse sabor ardente, repeti a dose uma, duas, três vezes. Emm seguidaa, aproveitei e virei a de costas. A retaguarda da prosti, colada no meu cacete, fez o bicho endurecer.
Lentamente a dedos sem pressa, me pus a arrancar seu vestidinho preto, desses modelos colantes que se amoldam ao corpo. Havia um fecho-éclair que descia da linha do pescoço à altura da cintura. Deixei a só de sutiã e calcinha. Virei-a para mim, de chofre. De frente, o rosto da diabinha se inundou num sorriso incopiável. Ao baixar as vistas, deparei com um sutiã vilão. Ele prendia uns peitinhos ovos fritos no ponto exato e temperado a gosto do freguês para serem sugados com desatinado desvaire. Enchi as mãos, segurando os em concha. Logo abaixo do umbigo, se destacava uma calcinha azul com um coração desenhado, encimado por uma frecha em vermelho e a frase “não ultrapasse”.
A pecinha se fazia tão pequena, tão minúscula, que malemá se dispunha a cobrir o recheio farto, o que deixava a visível a silhueta de uma bocetinha linda com a marquinha de uma abertura saliente pronta para engolir meus pendurados. Deitei-a na cama, desligeirado, como se a pousasse sobre o colchão em câmera lenta. Pedi que abrisse as pernas em diametral. Ela obedeceu, e, de repente, em meio delas, surgiu outro caminho. Um atalho que me levaria a uma gruta onde meus latejos e suspiros sucumbiriam e eu me explodiria num empenho explosivo que me deixaria com os colhões vazios e os quatro pneus arreados.
Meti, impensado e fora de mim, a boca ávida e, sem tirar a lingerie mordisquei o monte de vênus com sofreguidão açodada. Em contrapartida, introduzi a língua na bocetinha rosada, estimulei novamente toda a entrada do pecado enquanto Cintia, aos gemidos ternos de uma adolescente desatinada, se retorcia se encurvava, se vergava, ora de um lado, ora de outro, como se fosse desmaiar em estado de completo desespero descalculado. A voz embargada, ininteligível, implorou para que removesse a tanguinha, ou ela gozaria incontinenti. Obedeci. Porém, antes que a desnudasse completamente do acessório, ela explodiu em urros tonitruantes, quebrando com essa retumbância de fera sendo açoitada, a solidão maviosa do quarto silenciado.
Pertinaz, fora de mim, arranqueii as calças com sapatos e cueca e direcionei o ferro duramente enrijecido, comprido como um cabo de vassoura desarregaçado subindo do meio de um feixe de piaçavas. Entrei furioso, exasperado, alucinado, desvairado, vagina adentro fazendo com que o seu labirinto recebesse a minha verga em toda sua totalidade e extensão numa estocada sem dó nem piedade. Tal espadeirada a fez emitir clamores algraviados fundidos às lágrimas, como se fosse a sua prima vez. Depois de tudo acabado, me segredou que nunca gozara tanto e tantas vezes seguidas, até a exaustão sobernal, com um homem na minha faixa de idade.
Nossa diferença de janeiros contava uma porrada de anos. Se fossemos colocar a matemática dos números na ponta do lápis, eu poderia muito bem ser o avô da gostosa princesa. Não ficamos somente nessa noite auspiciosa. Cintia se fez minha amante e nas viagens seguintes à capital paulista, Leonardo, assim que me via chegar, sabia que a dose se repetiria, sem levar em conta que, além da merreca (uma graninha por fora) “extramente” pararia em seus bolsos. Cintia viajou comigo para muitas cidades brasileiras, foi minha mulher amante e companheira por quase seis anos. Por meu turno, senão o pródomo a lhe foder, me gabo com todo orgulho de ter sido o primeiro e único a rasgar o diploma de virgem de seu delicioso cuzinho. Ah, cuzinho maravilhoso! Bundinha, aliás, da qual me tornei um melíaco aferradamente exentrico.
(*) Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, do Rio de Janeiro.
PS: O presente texto faz parte do livro de crônicas “AMOR DE INCESTO”, de Aparecido Raimundo de Souza, publicado pela Editora AMC-GUEDES RIO DE JANEIROª EDIÇÃO 215 PÁGINAS.
MOMENTO MUSICAL:
https://www.youtube.com/watch?v=PedrOwqgp8s