Meu Loiro! - Capítulo 23 - Confissões

Um conto erótico de Léo Hanz
Categoria: Homossexual
Contém 4200 palavras
Data: 05/08/2019 09:08:09

Bom dia queridos, como estão? Como eu prometi, mais um capítulo pra vocês. Tenham uma boa semana.

Boa leitura.

********************

Domingo, 8h da manhã. Fred estava deitado em sua cama completamente apagado. O loiro foi dormir rezando para que no dia seguinte caísse um dilúvio pra não ter que sair de casa. Não estava com a menor vontade de ir. Não queria ver ninguém. Para seu azar, aquela manhã estava ensolarada e sem nenhuma nuvem no céu. O dia estava frio, típico de inverno. Não queria que sua presença causasse nenhuma situação desagradável à comemoração do aniversário dos tios. Foi acordado com seu celular tocando. Sem abrir os olhos atendeu a ligação.

- Hum…? - foi a única coisa que conseguiu dizer.

"-Bom dia, princesa! Vamos acordar?" - disse Ariel.

Fred sorriu.

- Bom dia, ruivíssimo.

"-Pelo jeito que sua voz está, acabei te acordando né? Mas eu acho isso ótimo. Vamos levantar, tomar um banho que o dia hoje está M A R A V I L H O S O."

-More, eu te amo muito. Mas eu tenho vontade de te enforcar com esse seu bom humor logo cedo. - sorriu o loiro. - Aliás, que horas são?

"-Oito horas em ponto. E pode me enforcar mais tarde, agora levanta, vai. Vai passar um café e fumar um cigarrinho que eu estou chegando aí daqui meia hora e tô louco pra tomar seu café. Não sei se você sabe, mas agora eu oficialmente faço parte da sua família!"

-Ah é? - perguntou o loiro. - Não me lembro do seu casamento com o Dante ou o Henrique. - disse o loiro gargalhando.

"-Maldita. - sorriu o ruivo. - Baby, seu tio me ligou na quinta a noite me convidando pro aniversário de casamento dele hoje."

-Ai que tudo, more! Nossa, nem acredito. Eu não estava querendo ir, mas agora eu vou só porque você também vai. Mas você não me contou nada?!

"- Pois é. Ia te ligar na sexta, depois no sábado, mas com a correria eu esqueci. Pois então, ele foi super fofo comigo, Fred. E realmente está preocupado com você! Seu tio é muito maravilhoso."

-Ele é sim! E realmente gostou muito de você viu. Sempre que a gente se fala ele pergunta de você. Já pensou se você fosse a próxima senhora Alighieri? - disse o loiro gargalhando de novo.

"-Eu não nego, baby. Ele é seu tio, pai do Beto e tudo mais, mas que H O M E M! É praticamente o Beto, só que mais velho. Não sei como ele foi se casar com a sua tia."

-Ele deve ter perdido alguma aposta. - sorriu Fred.

"-Só pode ser. Enfim, tô te ligando porque não consegui pensar em nada pra dar de presente pra eles. Sugere alguma coisa pra jararaca da sua tia?"

-Nem pensei nisso, Ari. Mas pro meu tio eu sugiro um vinho. Pra Pillar eu sugiro uma gaiola de ratos, assim ela vai ficar bem alimentada por muito tempo. - disse o loiro gargalhando, fazendo Ariel rir também.

"-Você não presta! Sabia que é tão bom te ouvir falando essas coisas que só você fala? Tô com saudades desse Fred... mas continuando, podemos dar um vinho pro Rogério, e pra sua tia, sei lá… Uma jóia?"

-Fechadíssimo. Eu dou a jóia pra ela e você o vinho pro meu tio. A gente vê se encontra uma cesta bem bonita, escolhemos alguns que eu sei que ele gosta. Ele vai amar.

"-Combinado. Passamos no shopping antes de ir pra lá."

-Arrasou. Vou levantar, fazer uma café, tomar um banho e avisar o Fabrício que você vai subir.

"-Ok. Chego aí já já."

- Estou te esperando. Beijo more.

"-Beijo."

E desligaram.

Fred levantou e foi na cozinha. Fez café e fumou um cigarro. Estava mais aliviado por Ariel ir junto. Seria bem mais tranquilo com ele lá junto com sua prima. Só que estava nervoso em ver seu primo com a esposa. Ver o dois juntos seria a constatação de que ele realmente estava casado. Foi tomar um banho. Como o dia estava um tanto frio, vestiu uma blusa branca de mangas compridas, uma calça preta e um mocassim laranja. Ficou conversando com Ariel na sala, enquanto faziam hora até as lojas do shopping abrirem. Chegando lá, olharam algumas lojas e Fred comprou um par de brincos lindos. Seu presente para a tia era nada mais que pura obrigação. Ariel comprou uma cesta de vinhos, com queijos e geleias para Rogério. Saíram de lá e seguiram para a casa de Rogério.

Na casa dos aniversariantes, o clima estava extremamente agradável. Já estavam presentes Humberto e Alessandra, junto com os pais dela. Samantha e Dante estavam na sala. Alessandra estava na cozinha com Marina e Pillar. Humberto estava preocupado se seu primo iria mesmo aparecer. Estava sentado do lado da piscina, tomando uma cerveja, perdido em pensamentos. Rogério estava conversando com Roberto, quando saiu para receber Thiago, Beatriz e Henrique. Notou um carro estacionando logo em seguida, trazendo Fred e Ariel. Rogério se surpreendeu. A força de Fred não tinha limites.

Fred desceu do carro já sendo abraçado por sua tia Beatriz. Nem lembrava quando tinha visto ela pela última vez, mas diferente de Pillar, ele adorava Beatriz. Ela se parecia muito com sua mãe. Ariel cumprimentou Beatriz logo em seguida e depois Henrique, seguido por Fred. Thiago puxou Fred para um abraço bastante apertado. Sentia falta do sobrinho. Não o via desde o casamento. Fred adorava Thiago. Ele era bastante divertido e debochado. Um misto de seu pai com seu tio Rogério. Ariel abraçou Rogério e depois em seguida foi a vez de Fred.

- Como você está, meu filho? - perguntou Rogério olhando para Fred.

- Estou bem. Com saudades! - disse o loiro. - E meus parabéns pelos 27 anos aguentando minha tia. O nervoso que você deve passar com ela pelo menos está deixando sua pele ótima! - disse fred passando a mão no rosto de Rogério, arrancando dele Uma risada.

-Aproveitando, esse é nosso presente pra você, Rogério! - disse Ariel entregando uma cesta de vime.

- Tenho certeza de que você vai adorar, tio. - disse o loiro.

-Obrigado, meninos. - disse Rogério pegando a cesta da mão de Ariel.

- Não vou dizer o que é, mas vai ser o suficiente pra poder aguentar sua esposa por mais vinte e sete anos. - sorriu Fred.

O mais velho gargalhou. Sentia falta desse humor pitoresco do sobrinho.

-Você ta bem mesmo? To achando você abatido e mais magro. Tá comendo direito?

-Estou, tio. E sim, estou comendo direito. Mas realmente emagreci mesmo. Estou fazendo yôga e esteira todos os dias.

-Tô vendo, Fred. - disse Thiago entrando na conversa. - Daqui a pouco vai sair de estilista para Top Model.

Fred sorriu.

-Thiago, ainda não terminei de falar com meu sobrinho! - disse Rogério puxando Fred para outro abraço.

-Problema seu, mano! Você ainda vê ele muito mais do que eu! - disse Thiago pegando Fred pelo braço.

-Mas é o meu aniversário de casamento hoje. E isso me dá mais crédito do que você! - disse Rogério cutucando o irmão.

-Nem parecem dois homens de 50 anos! Fred, dê um jeito nos seus tios! - disse Beatriz sorrindo.

-Gente, eu sei que eu sou uma delícia, mas tem pra todo mundo! - disse o loiro.

-Magro desse jeito? Obrigado, mas eu dispenso. - disse Thiago sorrindo.

-Tio, posso garantir que ele não mudou nada e continua cem por cento lindo, charmoso e em forma... como sempre. - disse Humberto chegando do nada e surpreendendo todos por ali. Fred perdeu a capacidade de falar quando viu Humberto chegando. Ele estava tão, mas tão lindo usando uma bermuda preta, uma camisa branca aberta até o terceiro botão com as mangas dobradas até os cotovelos e um sapatênis coincidentemente laranja

Humberto tinha ido até lá depois de ouvir a tão característica risada de Fred. Num primeiro momento resolveu ficar onde estava bem quieto esperando por todos, mas ouvir a voz do primo o deixou louco de saudades.

-E só pra deixar claro pra todos vocês, ele continua tendo dono. Então, tirem seus cavalinhos da chuva. - disse Humberto

- Meu querido, pode ir largando o osso! Você está casado. Perdeu sua vez. - disse Thiago fazendo todos ali rirem.

-Perdi a vez, Fred? - disse Humberto passando a língua nos lábios, fazendo com que Fred sentisse o coração bater forte.

-Desculpa mores, mas continuo tendo dono. - disse o loiro. Um silêncio se formou, fazendo com que Rogério, Ariel e Thiago olhassem discretamente um pro outro. Fred deu os ombros e consertou a situação. - Claro que agora ele é casado, então apesar de continuar a ser dele, tenho mais tempo livre pra vocês dois. - disse olhando para os tios.

Thiago e Rogério caíram na risada ao verem a cara de bravo que Humberto ficou, mas logo riu também e esticou seu braços para que Fred fosse até ele.

-Eu não gostei! - disse Humberto bem baixo no abraço. - Você é só meu.

-Possessividade não combina com você, Humberto. Relaxa que foi só um charme. - respondeu o loiro e entraram juntos abraçados.

Entraram todos, onde Fred foi cumprimentar sua tia com Ariel junto.

-Bom dia Pillar! E feliz aniversário de casamento! - disse o loiro abraçando a tia e entregando uma sacola dourada.

-Achei a sua cara, espero que você goste. Foi presente meu e do Ari.

Pillar pegou a sacola e abriu o embrulho, tirando de dentro um estojo de veludo com brincos de madrepérola.

-Que lindo, Frederico. Muito obrigada. Tenho que reconhecer seu bom gosto. Pelo menos ser gay te serviu para alguma coisa. - disse ela colocando o presente de volta da sacola.

Fred olhou pra cima.

-Eu realmente nao sei como eu tento lidar com você. Devia por os brincos, queridinha. Assim todo mundo vai olhar pra eles e esquecer sua cara de constipação. - disse Fred piscando para a tia e saindo da cozinha com Ariel atrás. O ruivo não queria mesmo ficar naquela cozinha. Fred e Ariel foram encontrar com Samantha, Dante e Henrique na sala.

Rogério entrou na cozinha colocando seu presente que ganhou na mesa. Abriu e amou o que viu. Uma cesta com os vinhos que ele mais gostava, alguns queijos e geleias de sabores variados. Sorriu bobo. Há tempos não ganhava um presente tão incrível e ao mesmo tempo tão "simples" como aquele.

- Eu não acredito que seu sobrinho trouxe aquele menino junto com ele. Eles são o que? Namorados? Aquele Ariel parece chaveiro do Frederico. Achei ridículo ele trazer aquela coisa sem avisar ninguém.

Rogério respirou fundo.

-Fui eu quem convidei o Ariel pra vir, Pillar.

Pillar olhou incrédula para o marido.

- Como assim? Ficou maluco? Não basta seu sobrinho, agora vou ter que aturar aquele clone dele?

-Qual é o seu problema? Eu chamei ele sim. Ele é amigo de longos anos dos nossos filhos, principalmente da Samantha!

- Claro! Aposto que foi sua filha que te convenceu. Que absurdo!

Rogério ia dizer que ligou pessoalmente para o ruivo para convidá-lo, mas achou melhor não.

-Quer saber? Não quero estragar nosso dia brigando com você. - disse Rogério, chegando próximo de Pillar para abraçá-la, quando ela se esquivou.

-Já estragou meu dia chamando aquelas duas aberrações pra vir aqui. - disse saindo da cozinha e indo para a sala até Marina.

Rogério respirou fundo. Estava cansado, muito cansado de sua esposa. Como ela podia ser tão amarga?

Fred estava encostado numa pilastra nos fundos da casa, fumando e bebendo uma garrafa de vodka, perdido em pensamentos. Estava com tanto medo daquele dia, mas estava se sentindo bastante leve, pois tudo corria bem. Estava usando um óculos de sol enorme e de lentes bastante escura pra poder disfarçar seus olhos inchados. Ele e Humberto continuavam bem sem ninguém forçar nenhuma situação. Seus tios sempre muito preocupados com ele. Beatriz o tempo todo tentava fazer Fred comer, alegando que ele estava muito magro, o que fazia o loiro sorrir. Sentia falta desse carinho de mãe. Em um momento estava conversando com Humberto na sala, e Alessandra veio e cumprimentou ele com um abraço, trazendo uma garrafa de vodka para ele e uma cerveja para seu marido. O loiro não suportava o toque dela, mas estava tentando ser cordial e não podia negar que ela aparentemente se mostrava uma boa esposa. Chegou a pensar em se desculpar pelo o que disse no casamento pra ela, mas achou melhor deixar tudo como estava. Foi tirado de seus pensamentos quando Rogério chegou.

- Fred? - disse Rogério acariciando o ombro do loiro.

Fred fechou os olhos para trancar seus pensamentos em sua mente.

-Desculpa tio. Estava pensando nos acontecimentos do dia.

-Você está bem mesmo? Tô te achando tão abatido. Quer conversar?

Fred tomou um gole de vodka e deu um trago no cigarro.

- Não é nada, tio. Só tava pensando no dia de hoje.

-Difícil?

-Melhor do que eu esperava. Estou gostando muito.

-Fico mais aliviado. - disse Rogério sorrindo. - Você nos deixou preocupados, principalmente a mim e o Thiago. - disse tomando um gole de sua cerveja. - Estávamos com medo de perder você.

Fred olhou confuso para o tio.

- Como assim?

- Fred, tem noção do que está acontecendo, não tem?

Fred analisou o tio por alguns segundos enquanto fumava.

- Tenho sim. E Humberto também tem.

- Você acha?

-Sim. Só que é mais complicado pra ele lidar com isso agora.

-E você?

-Eu tô bem, tio. Achei que não conseguiria, mas depois de quinta e hoje eu acho que consigo sim.

-Posso perguntar o que aconteceu na quinta? - Disse Rogério. Claro que sabia, mas não em detalhes.

-Ele apareceu lá no estacionamento do meu prédio. Me ligou e eu tive que mentir pra ele dizendo que eu não estava em casa, porque eu não tava pronto pra ver ele ainda, mas não deu certo - sorriu. Não aconteceu nada demais. Conversamos só.

- Meu filho, você vai suportar isso?

-E que escolha eu tenho, Tio? Me afastar? Perder ele? Eu não quero isso e ele me deixou claro que também não.

Rogério respirou fundo. Fred notou que ele parecia abatido. Sabia que era uma situação difícil pra ele, como pai.

-Me desculpe, tio.

- Pelo quê?

- Por toda essa situação. Você não merecia passar por isso. Já não bastasse meu pai…

-Eu não merecia passar por isso? - disse Rogério, cortando o sobrinho. - Frederico, vocês dois não mereciam passar por isso. E por favor não diga que você foi um fardo pro seu pai. Você foi o maior orgulho da vida dele e da sua mãe, Fred. Você sempre aceitou em ser quem é, e isso alegrava seu pai, pois era isso o que ele sempre quis, que você vivesse como você é.

Fred começou a chorar quando ouviu aquilo. Nunca pensou que iria se sentir inseguro sobre ele mesmo. Mas era o seu tio ali. Pai do seu primo. Porém, o loiro não tinha culpa sobre seus sentimentos.

- Fique tranquilo, tio. É uma ideia que existe, mas para a felicidade de todos não tem a mínima chance de acontecer… - disse o loiro e saiu andando.

Rogério ficou olhando o sobrinho sair quando entendeu o que ele dizia e foi atrás dele.

- Frederico Medeiros, volta já aqui. - falou fazendo o loiro parar de andar e olhar para o tio com um olhar frio assustador. - O que deu em você pra falar assim?

Fred ficou em silêncio.

- Você é tão meu filho quanto o Humberto. Amo vocês da mesma forma e não quero nem vou aguentar ver vocês sofrendo assim. Aguento tudo, menos isso. Você já sofreu demais a perda de seus pais e eu não pude fazer nada pra impedir. Eu quero que você seja feliz. Eu já te falei e vou repetir: eu estou do lado de vocês!

Fred se desarmou com o que ouviu do tio.

-Eu não culpo você. Não mesmo. Estou do seu lado. A Pillar jamais vai aceitar, mas eu, seu tio, sua tia e seus primos estaremos do seu lado!

- Eu agradeço! Mas falei sério. Não tem a menor chance de acontecer. Humberto não arriscaria quebrar a família e a imagem dele na empresa, embora eu acho que ele nunca tenha pensado dessa forma. Temos um ao outro, somos primos e isso basta!

-Só por que ele casou?

- Tio, o casamento é o menor dos nossos problemas. Sabe que o casamento não pesa pra ele. Mas o bebê pesa, a Pillar pesa. Não vou suportar causar uma briga entre ele e a mãe. Ainda tem a empresa. O que pesa pra ele, pesa pra mim também.

-E o que você vai fazer?

-Vou viver. Ambos vamos fazer isso. Infelizmente descobrimos tarde demais. Ou melhor, entendemos tarde de mais. Quando eu viajei pra Londres logo depois da morte dos meus pais, tentei por minha cabeça no lugar, mentindo pra mim mesmo sobre o que eu sentia pelo seu filho. E tem dado certo, até então. Mas no fundo, eu sempre amei o Humberto desse jeito, acho que eu só precisava entender. - disse o loiro dando os ombros. - É tarde demais, tio.

-Nunca é tarde demais para o amor, Fred. Ainda mais o amor que vocês sentem um pelo outro. Seu pai sempre dizia isso. - disse Thiago se aproximando dos dois com lágrimas nos olhos.

Fred queria morrer, explodir, qualquer coisa que fizesse ele sair dali.

- Que inferno! - disse o loiro escorregando na pilastra em que estava encostado. Estava perdendo a força.

-E muito obrigado pela consideração, Frederico. É bom saber que conta tanto assim comigo. - disse Thiago se sentando ao lado dele. - E antes que você entre em colapso, eu já sabia. Há muito tempo eu sabia. E só pra você saber, o seu pai também!

- Como assim? - perguntou Fred.

-Simplesmente sabíamos. Vocês sempre foram o mundo um do outro. A amizade, a união, o carinho e a cumplicidades que vocês sempre tiveram era motivo de orgulho para o Gian Carlo. Mas o medo que ele tinha de que você sofresse, assim como a Desirée, era enorme!

-Nossa, agora sou eu quem digo, obrigado pela consideração, Thiago! - disse Rogério.

-Eu e o Gian Carlo pretendíamos contar pra você depois que ele voltasse da viagem que o matou. Só que depois de tudo que o seu filho e o nosso sobrinho passaram juntos naquela fase, e nada mudou entre os dois, eu pensei que as preces do nosso irmão tinha sido ouvidas. Só que depois do que você me contou que aconteceu no casamento do Humberto, eu vi que tinha comemorado cedo demais. Aliás, eu sempre soube que a coisa toda viria à tona quando alguém realmente importante aparecesse na vida dos dois. Se eu soubesse de tudo isso antes, tinha trancado o Humberto dentro do porão da minha casa, mas ele não teria casado.

Fred e Rogério riram com a declaração de Thiago. Embora ele tivesse preocupado e triste pelos sobrinhos, também riu.

-Desculpa eu ter chego aqui do nada. Pillar mandou a Samantha vir atrás de você, mas quando eu ouvi ela dizendo que você tava conversando com o Fred, pedi pra ela deixar que eu viesse por conta do tempo que vocês dois estavam demorando. E Fred, nunca é tarde, ok? Talvez ainda não seja a hora. E eu, sua tia e o Henrique estamos do lado de vocês.

- Eu nunca achei que seria assim. Mas obrigado, meus tios. E tenho que agradecer meu pai também. - sorriu o loiro sem graça.

-Muito bonito os três aí enquanto eu tive que ficar com a minha mãe, minha irmã, minha esposa e minha sogra falando sobre bebês. Dante, Ari e Henrique sumiram de vista, meu sogro no celular… muito legal da parte de vocês, seus traidores. - disse Humberto puto da vida fazendo os três rirem chegando de repente.

-Ué, meu querido. Tem que ouvir sim. Afinal você vai ser pai. Eu e o Thiago já somos, e o Fred por enquanto não vai ser…- Disse Rogério dando risada.

Humberto encostou na parede e olhou feio para o pai.

-Está dizendo que sua irmã e sua mãe estão na mesma conversa e até agora não houve nenhuma explosão? - perguntou Thiago sorrindo.

- Pois é. - disse Humberto olhando para Fred que estava pensativo, fumando olhando por nada.

-Fred? - chamou preocupado. - o loiro estava distraído. - Odeio quando ele faz isso. - disse Humberto indo até o primo, sentando ao lado dele e cutucando ele com o pé.

- Humberto, vai sujar minha calça me cutucando com o pé. - falou Fred um pouco mais alto.

- Que foi? - perguntou Humberto.

-Nada. Tava aqui pensando nos meus pais.

Humberto ficou sério. Colocou a cerveja no chão e esticou os braços chamando o primo só com o olhar. Fred sorriu e se aconchegou nos braços do primo. Humberto deu um beijo na cabeça do loiro.

-Pense que ele e sua mãe estão orgulhosos do filho maravilhoso que eles criaram. - disse Humberto apertando os ombros do primo, sentindo ele relaxar com o toque.

Rogério e Thiago assistiam à cena e sorriam com a química gritante entre os dois. Fariam qualquer coisa pra proteger aqueles dois, custasse o que custasse.

- Por que estão rindo? - disse Humberto olhando a cara de bobo dos dois.

-Simplesmente é lindo ver vocês dois juntos. - falou Thiago pegando a garrafa de vodka do sobrinho pra dar um gole, mas estava fazia. - Caramba Fred, deixa de ser cachaceiro! Já bebeu quantas garrafinhas de vodka até agora? - disse Thiago olhando para o sobrinho.

-Acho que três, mas eu tô ótimo! - disse o loiro.

-Por que não bebe cerveja? - perguntou Thiago.

-Detesto cerveja, tio. É uma bebida muito hetero pra mim, eu deixo pra vocês! - disse o loiro sorrindo fazendo todos rirem também.

-Mas um golinho você podia ter deixado pra mim, né? - disse Thiago.

-Vocês dois querem o que depois de me deixar na maior saia justa? Precisava beber mesmo. - disse o loiro saindo de perto do primo e acendeu um cigarro.

Thiago e Rogério se olharam e fizeram uma careta. Fred notou que tinha dado bandeira e colocou a mão na boca.

- Que porra tá acontecendo, hein? - disse Humberto levantando. Se quiserem que eu saia, é só falar! - falou já ficando puto.

Devagar, Humberto! - disse Rogério para o filho. Seu filho era um amor, mas explodia com muita facilidade.

-Deavagar nada. Estamos falando do Frederico, pai!

-Que está bem aqui e sabe se defender, baby! - disse o loiro em tom de deboche. Jogou o cigarro fora e foi até Humberto, abraçando o primo.

Quando sentiu Fred lhe abraçando, se acalmou quase que instantaneamente. Sentou de novo e puxou Fred junto.

- Nós estávamos falando sobre sentimentos complexos e eu fiquei sem graça. Foi só isso. - disse o loiro se agarrando mais ao primo.

-E alguma coisa te deixa sem graça? - disse Humberto passando a língua nos lábios e erguendo as sobrancelhas.

- Por incrível que pareça, tem sim. E você teria aberto um buraco no chão se tivesse aqui.

Humberto olhou para o pai e depois para o tio.

-Quem dos dois vai falar?

O silêncio foi inevitável.

- Tio Thiago?

- Por que eu?

-Você é o mais debochado. Anda, fala logo!

- Tá bom! Estávamos falando de sentimentos, Beto. Precisamente os sentimentos de vocês dois.

- Tá, e o que tem? - perguntou Humberto fechando os olhos.

-Simplesmente achamos lindo o amor de vocês, e contei pro Fred que o Gian Carlo também admirava esse sentimento incrível que une vocês dois. - disse Thiago fazendo Fred e Rogério respeitarem aliviados.

Humberto ficou sem graça. Nas esperava por essa. Deu os ombros puxando mais Fred para si que se moldou perfeitamente com o corpo dele.

-Olha pra isso! Existe um encaixe perfeito entre vocês. Isso é raro de acontecer, Beto, além de ser muito especial.

-Eu sei! Estou sendo um egoísta cretino, tio. Mas eu não abro mão disso por nada nesse mundo. Casei, serei pai e estou tendo a minha vida, meio que privando o Fred de ter a dele. Mas não sei viver sem ele, sem isso o que temos. - disse Humberto encostando sua cabeça no ombro do primo e apertando ele mais nos seus braços.

-Quando eu falo que virei amante…

Todos sorriram pelo jeito dramático que Fred disse aquilo. Ouviram passos e Fred quis levantar achando que poderia ser Alessandra ou os pais dela, mas Humberto leu seus movimentos, cercando o loiro e puxando ele mais para si e balançando a cabeça negativamente como se quisesse dizer que ele não ia sair. Fred buscou os olhos do mais velho.

-Meus amores, não ficar o dia todo aí? - perguntou Samantha chegando e sorrindo.

- Não baby, já vamos entrar. - disse Fred levantando por fim e passando o braço direito pelo pescoço da prima.

O restante da tarde foi bastante agradável. Almoçaram, depois Fred subiu para o quarto de Samantha com Ariel e ficaram conversando, como nos velhos tempos. Alessandra passou mau, fazendo com que Humberto fosse embora sem ter tempo de conversar com seu primo. Os pais de Alessandra acompanharam eles. Thiago e Beatriz foram embora mais tarde e Henrique ficou com Dante, jogando baralho na mesa da sala.

Os sentimentos de Fred por Humberto e Humberto por Fred foram guardados à sete chaves por Rogério e Thiago a pedido do sobrinho. Prometeram ao loiro que nunca iria comentar com Humberto sobre a conversa que os três tiveram. Sabia que aquilo um dia teria de ser resolvido. Fred pediu para os tios para que aquele assunto morresse ali e teve seu desejo respeitado.

********************

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 6 estrelas.
Incentive LéoHanz a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

NOSSA. SÃO 23 CAPÍTULOS DE SOFRIMENTO PARA FRED. ACHO MESMO QUE ELE NASCEU PARA SOFRER E GOSTA MUITO DISSO. ACHO QUE Abduzeedo ESTÁ COBERTO DE RAZÃO. HUMBERTO NUNCA VAI DEIXAR DE SER ESTE BESTA BABACA EGOÍSTA. ELE MESMO JÁ DISSE ISSO AO FRED. E O IDIOTA DO FRED SEMPRE ACEITANDO AS MERDAS QUE HUMBERTO FAZ. ESTÁ OU PASSOU DA HORA DE UMA REVIRAVOLTA NESSA HISTÓRIA. OU FICA DIFÍCIL CONTINUAR LENDO. THIAGO E ROGÉRIO SÃO OUTROS DOIS HIPÓCRITAS QUE DIZEM AMAR FRED E NÃO FIZERAM NEM FAZEM NADA PRA MELHORAR AS COISAS. PILLAR CONTINUA A MESMA IDIOTA DE SEMPRE. MEU DEUS. FRED DISSE QUE IA MUDAR MAS DADA FAZ PARA SAIR DESSE MARASMO. ESTÁ FALTANDO COISAS NOVAS, DIFERENTES ACONTECER POIS DO AMOR DE FRED POR BETO JÁ SABEMOS E DA FALTA DE AMOR VERDADEIRO DE BETO POR FRED TB JÁ SABEMOS. MAS ISSO PRECISA MUDAR. O CONTO É MARAVILHOSO MAS ESTÁ PARADO NESSA RELAÇÃO DOENTIA. NESSE SOFRIMENTO MÓRBIDO DE FRED. A ÚNICA COISA QUE ME CHAMOU A ATENÇÃO FOI NA ATITUDE DE ROGÉRIO E ARIEL. RSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS SERIA ICÔNICO VER ALGO ENTRE ESSES DOIS. MAS PARACE QUE ROGÉRIO É MEIO PARADO TB. PREFERE SOFRER OS ATAQUES DE PILLAR SEM NADA FAZER PARA MUDAR. BETO MERECE A VIDINHA DE MERDA QUE VAI TER. FRED MERECE UMA VIDA SEM SOFRIMENTOS. BOLA PRA FRENTE QUE ATRÁS VEM GENTE.

0 0
Foto de perfil genérica

Perfeito to gostando muito do jeito que a história esta se desenvolvendo ja muito ansioso pro próximo.

0 0
Foto de perfil genérica

Vou ser honesto, esse drama eterno entre os dois ta deixando a história monótona! Capitulo após capitulo só se fala disso! É engraçado também como todos os personagens so giram em torno deles dois como se não tivessem vida propria. Pra mim o Fred deveria desistir do Humberto e começar a procurar outra pessoa. Isso passaria a mensagem certa de que mais do que um amor avassalador, as pessoas deveriam se preocupar mais com saude mental e relacionamentos saudáveis. Não existe nada mais agoniante do que ficar preso a sentimentos por alguém de forma obsessiva. Seria bem mais bonito ver o Fred superar os sentimentos pelo primo e ter uma vida amorosa com alguém. Esse chove e não molha dos dois já encheu! Outra questão, seria legal você dinamizar mais o conto. Tudo que acontece na história só tem a ver com Fred e Humberto. Você desperdiça um monte de personagens só pra ficar falando sobre os dois! Reparei que você esta montando algo entre o Rogério e Ariel. Acho legal adicionar tramas paralelas. Agora quando os dois ficarem sozinhos, faz eles conversarem sobre qualquer outro assunto que não seja Fred e Humberto, por favor.

0 0