Giovani estava livre. Hoje ele saia da cadeia, diferente de como tinha entrado.
Giovani: Liberdade.
EM BUSCA DO SUCESSO – CAPÍTULO 22
Anderson estava esperando o jovem do outro lado da rua. Ao se aproximar, Giovani ficou cada vez mais com raiva.
Giovani: Tá feliz caralho? Me fez passar tanto tempo nessa porra!
Anderson: Calma lá moleque, você devia estar feliz, está livre.
Giovani: A culpa foi sua.
Anderson: A escolha foi sua, se não tivesse pagado advogado pra você estaria lá ainda, entra no carro, temos muito o que conversar.
Marrento, Giovani entrou no carro do bandido.
UNIVERSIDADE
Renan e Paula estavam chegando a faculdade.
Paula: Preparado pra mais um semestre?
Renan: Preparado nunca estamos, mais né.
Paula: E quando você começa o trabalho no banco?
Renan: Próxima segunda, pelo menos posso curtir meus dias em casa, bem longe daquele telemarketing.
Paula: Como supervisora até que estou gostando, bem mais tranquilo, falando nisso, como será que tá o Lucas né?
Renan: Nem quero saber.
Na sala de aula, os dois encontraram Kauan conversando com Jéssica.
Kauan: Eae pessoal! – Ele foi dar um abraço em Renan.
Renan: Eae Kauan! Preparado?
Kauan: Sempre, tudo bem Paula? – Disse também dando um abraço.
Paula: Tudo certo, mas sua sala não é aqui né, já foi ver?
Kauan: Hoje nem tem aula, semana dos calouros.
Jéssica: Ah que moleza.
Guilherme foi falar com a irmã sobre Kauan.
Guilherme: Já viu quem está aqui?
Camila: Quem? Nossa. – Ela percebeu de longe no corredor.
Gustavo: De quem estão falando?
Guilherme: O irmão da Jéssica.
Camila: E o que tem também?
Guilherme: Esse guri tem uma cara de maloca, não sei como conseguiu entrar na faculdade.
Camila: Aí Guilherme, me poupe, é pra você ver que a universidade é para todos.
Gustavo: Deve ter entrado pelo sistema de cotas, então ele é filho da empregada de vocês né?
Camila: É sim.
Gustavo: Que gato! – Ele pensou.
Enzo e Valentina foram falar com os amigos.
Valentina: Como foram as férias pessoal?
Camila: Amiga, nem mude de assunto, quero saber como anda os detalhes do casamento.
Valentina: Está próximo e eu e Enzo precisamos falar uma coisa.
Gustavo: Aí meu Deus, o que?
Enzo: Vocês dois, aceitam ser nossos padrinhos?
Camila: O que? Lógico, nossa que honra!
Gustavo: Claro, claro que sim. – Ele disse num tom seco.
Guilherme: Presente de padrinhos é sempre mais caro hein!
Enzo: Bobão! Não vai triste né?
Guilherme: Óbvio que não, Gustavo tinha que ser mesmo, não se conhecem desde o ensino médio? Prepara o bolso cunhadinho!
Gustavo: Ata.
Valentina: Vai ser lindo esse casamento.
Gustavo: Eu imagino.
Paula e Renan passaram pelo corredor e ouviram o assunto.
Renan: O Enzo e a Valentina vão casar, é isso mesmo?
Paula: E a gente não foi convidado.
Renan: Nós só somos meros colegas de classe.
Paula: Guilherme nem comentou nada comigo.
Renan: Vocês estão juntos?
Paula: Não, Deus me livre, conversamos as vezes só.
Renan: Aham sei.
Paula: Pensa que eu não percebi o jeito que você olhava pro Kauan?
Renan: Que isso Paula? Eu hein.
Paula: Ele é um gatinho né, mas não faz meu tipo, nem gosto de cara novinho.
Renan: O Guilherme é mais novo que você.
Paula: Mas ele tem barba, parece mais velho, usa essas roupas mais sociais, fica gato, mas eu não gosto do Guilherme, muito metido pro meu gosto.
Renan: Eu nem me iludo com o Kauan, claro que ele é uma delícia, mas é hétero né.
Gustavo se afastou dos amigos para ir ao banheiro, ele estava ficando abalado com o casamento de Enzo.
Gustavo: Eu não devia ficar assim, ele sempre foi um idiota, eu devia ter raiva dele, mas casar? Tão novo, qual a necessidade?
2013
Estavam no primeiro ano do ensino médio, em uma das aulas de educação física, Enzo percebeu que o colega estava jogando vôlei com as meninas e nunca jogava futebol com os meninos.
Enzo: Mano, você é viado né? Vai ficar aí? Vem pra cá jogar porra!
Gustavo: Eu não quero.
Menina: Deixa ele aqui com a gente.
Menino: Qual é Enzo? Vamos formar o time aqui, deixa o viado pra lá.
Enzo: É um gayzão mesmo.
Menino: E você ainda dá atenção pra essa bicha.
“Viadão, viadão, viadão”. Gustavo ouvia isso dos garotos que riam. Ele saiu correndo pelo pátio da escola.
Gustavo: Desgraçados. – Ele chorava trancado no banheiro.
Um tempo depois Enzo apareceu.
Enzo: Vai ficar trancado aí? – Ele bateu na porta.
Gustavo: Me deixe em paz.
Enzo: Abre a porta porra, eu quero mijar.
Gustavo abriu e foi lavar o rosto. Enzo sem camisa suando, não tinha como não notar.
Enzo: Não venha olhar meu pau, sei que você gosta.
Gustavo: Eu não sou gay.
Enzo: Você é uma garota Gustavo, cala a boca.
A expressão de Gustavo parecia que ele ia surtar a qualquer momento. No espelho, ele e Enzo se olhavam. O adolescente com cara de deboche, abraçou o colega. Gustavo não demonstrou reação nenhuma.
Em um outro dia, Enzo ria no fundo da sala com outros garotos, vendo fotos de mulheres peladas no celular.
Enzo: Disso o Gustavo não gosta.
Menino: Ele gosta disso. – Ele fez um sinal com as mãos indicando o tamanho de um pênis.
Gustavo sofria calado e foi se tornando um garoto cada vez mais quieto na escola, aumentando o desejo de se tornar um homem hétero como qualquer outro.
2019
Gustavo recordava toda a humilhação.
Gustavo: Que raiva, que raiva. – A vontade era de gritar.
Ele saiu e encontrou Camila o esperando.
Camila: Você tá bem?
Gustavo: Me abraça, me abraça.
Camila: Estou aqui.
Gustavo: Vamos pra sala.
Camila: Não vai ter aula, a professora não veio, já foram avisar.
Gustavo: Ah sim, bom, então vamos pra casa né.
Paula, Renan e Jéssica estavam sentados na cantina.
Paula: Não vão embora não?
Jéssica: Tenho que esperar meu irmão, tá assistindo uma palestra, se vocês morassem na Vila Pinto ainda dava pra dar uma carona.
Renan: Nem sinto falta daquele lugar, gente vamos pro bar?
Jéssica: Que bar viado?
Renan: O que tem aqui perto, tomamos uma cerveja, chama o Kauan.
Jéssica: Vou mandar mensagem.
Kauan saiu no meio da palestra e os 4 foram até o bar.
Kauan: Bora conhecer esse lugar então.
Paula: A calourada toda aqui, eu não devia ter demorado tanto pra fazer uma faculdade.
Renan ouviu alguém chamando seu nome, quando ele olhou, reconheceu Ezequiel, o garoto que havia conhecido na balada.
Ezequiel: Mas olha só! Tudo bem?
Renan: Que tá fazendo pra cá? Não me diga que estuda na UFPR?
Ezequiel: Calouro de ADM.
Renan: Ah, o Kauan também é, esse aqui.
Ezequiel: Beleza cara?
Kauan: De boa, também saiu da palestra na metade?
Ezequiel: Nem fui, já vim pra cá direto.
Paula: Calouros.
Renan: Essa é minha irmã, Paula.
Ezequiel: Prazer, Ezequiel e essa quem é?
Kauan: Minha irmã, Jéssica.
Jéssica: Hello, então gente vamos sentar?
Ezequiel: Vou pegar uma cerveja.
Kauan: De onde se conhecem?
Renan: Da balada, já nos pegamos.
Jéssica: Arrasou, ele é bonitinho.
Paula: Confesso que não achei, muito novinho, não tem nem barba.
Renan: Mas ele é uma delícia viu.
Com cerveja indo e vindo, logo, Renan estava bêbado e foi dançar com Ezequiel.
Ezequiel: Pensei que nem ia te ver mais, não passou nenhum contato daquela vez.
Renan: Cara, eu tinha acabado de terminar um namoro acho, daí tava metendo o louco.
Ezequiel: Ahhh que safadinho, só aproveitando então.
Renan: Não gosto de perder tempo mais. – Ele tascou um beijão em Ezequiel.
As mãos de Renan percorriam o corpo saradinho de Ezequiel. Ali do lado, Kauan beijava uma garota na maior pegação. Jéssica e Paula estavam sentadas na mesa.
Paula: Depois da morte da Taís nunca mais encontrou ninguém?
Jéssica: Pior que não, eu gostava bastante dela.
Paula: Foda né, deve ter lésbicas aqui, não reparou em nenhuma?
Jéssica: Ah nenhuma me chamou atenção, não gosto das bofinho.
Paula: Entendi, Renan ta se atracando com o novato ali.
Jéssica: E meu irmão também, não perde tempo.
Paula: Ele sempre foi pegador né?
Jéssica: Ah ele fazia sucesso na escola, convenhamos que é bonito, as garotas gostam dessa cara de malandro dele.
Paula: Deve se achar o pegador.
Jéssica: Daí ele namorou uma garota meio sonsa, ficou um tempo com ela e agora ta aí aproveitando a vida de solteiro, tá interessada nele?
Paula: Claro que não, um bebê, tenho quase 25 já.
Jéssica: E o Guilherme Macoppi?
Paula: Foi uma diversão, muito filhinho de papai, se bem que queria ser rica.
Jéssica: Ah eles tem uma grana boa segundo minha mãe, os filhos sempre tiveram do bom e do melhor.
Paula: Me diga uma coisa, foi convidada pro casamento da Valentina?
Jéssica: Claro que não né baby, você acha que aquela lá vai convidar os pobres da sala?
Paula: Pois é né, aí queria ir.
Jéssica: Eu queria ir pra casa, acho que vou chamar o Kauan.
Paula: Chama lá.
Ezequiel foi até o bar e Renan aproveitou pra ir no banheiro. O mictório não possuía divisões e quando ele estava lá, Kauan também apareceu.
Kauan: Tá bêbado né viado?
Renan: Eu? Nem to. – Ele disse olhando o colega tirar a rola pra fora.
Kauan: Grande né? Duro fica maior.
Renan: Já vi maiores.
Kauan: Você nunca viu isso hein. – Ele disse balançando e guardando.
Renan saiu dali extasiado.
Ezequiel: Que foi que tá com essa cara aí?
Renan: Nada não, vamos pra minha casa?
Ezequiel: Tá querendo né.
Renan: E você não quer?
Ezequiel: Sempre.
CASA DE ANDERSON
Néia e Anderson estavam recepcionando Giovani.
Anderson: Pode ficar nesse quarto aí.
Giovani: Não é lá grande coisa, mas tá bom.
Néia: A cadeia tava muito boa né.
Giovani: Vocês dois deviam passar pelo que eu passei.
Anderson: Nós temos um trato, você sabe muita coisa da gente, mas a gente também sabe de você.
Néia: É bom você não ir atrás do Renan, quanto menos ele souber de você, melhor.
Giovani: Eu tava naquela prisão, mas eu sempre imaginava que ele fosse aparecer pra me visitar.
Néia: Desgraçado, ficou com metade dos bens do Juvenal.
Giovani: Você roubou o que pode.
Néia: A situação não está nada boa Giovani, já que você pretende ficar por aqui vai ter que contribuir.
Giovani: Eu vou arrumar um trabalho e já vazar daqui.
Anderson: Preciso de você nos negócios.
Giovani: Eu quero um trabalho honesto.
Néia: Ah me poupe, nem pagou pelo crime que cometeu e vem falar em honestidade.
Anderson: Você vai ganhar uma grana boa, você pode juntar e se mandar daqui, ir pra fora, sei lá.
Giovani: Não sei, preciso pensar, acabei de sair daquele lugar, tenho que colocar minha cabeça no lugar.
Néia: Bom, veja o que você vai fazer, se quiser trabalhar 44 horas semanais pra ganhar a merreca de um salário mínimo o problema é seu, vou indo porque a chata da Gilda me chamou pra jantar na casa dela, mas tenho que pegar a folgada na casa do patrão ainda.
Anderson: Não sei porque você continua essa amizade.
Néia: As vezes é bom ter alguém pra conversar.
Néia entrou no carro e viu a localização para buscar Gilda, ao chegar na frente da casa da família Macoppi ficou admirada.
Néia: Que casona hein!
Gilda: Pois é amiga, me viro nos 30 pra limpar toda, mas pagam bem, ah olha o meu patrão chegando ali, tchau César, até amanhã! – Ela fez sinal com a mão.
Néia: Que carrão, muito bonita a casa – Ela disse enquanto César entrava na garagem.
Gilda: Agora vamos lá pra Vila Pinto, nunca mais foi pra lá né?
Néia: Ah não né, muitas lembranças de Juvenal, sinto saudades.
Gilda: Eu imagino.
APARTAMENTO DE RENAN
Ezequiel deitou na cama de Renan.
Renan: Vou tomar um banho.
Renan se preparava para transar com Ezequiel, mas ainda vinha a imagem de Kauan na sua cabeça.
“Renan: Já vi maiores.
Kauan: Você nunca viu isso hein. – Ele disse balançando e guardando. ”
Renan saiu do banheiro e encontrou Ezequiel sem camisa na cama.
Renan: Você faz depilação ou não tem pelos mesmo?
Ezequiel: Não tenho, mal tenho barba, gosta de cara peludo?
Renan: Não, claro que não, gosto assim que nem você. – Ele disse passando a língua no mamilo de Ezequiel.
Ezequiel puxou Renan para a cama, ambos se punhetavam enquanto se beijavam.
Ezequiel: Senta na minha cara.
Assim Renan fez, enquanto mamava Ezequiel o mesmo chupava seu cu, e se contorciam de prazer, Ezequiel também usava os dedos abrindo os caminhos para quando fosse penetrá-lo.
Renan: Delícia de rola.
Ezequiel: Vou fuder essa boquinha. – Ele ficou em pé e Renan de 4 na cama.
O pênis de Ezequiel encostava na garganta de Renan.
Ezequiel: Caralho, quer leitinho?
Renan: Aham.
Ezequiel: Desse jeito eu vou gozar.
Ezequiel anunciou e logo em seguida encheu a boca de Renan que tomou tudo.
Ezequiel: Agora é minha vez. – Ele disse abocanhando o pau de Renan.
Renan se deliciava com a língua de Ezequiel chupando suas bolas e sua rola.
CASA DA FAMÍLIA MACOPPI
Estela: Amor, vou dormir já, espera as crianças chegarem?
César: Claro, crianças?
Estela: Não importa a idade que tenham, sempre serão meus bebês! – Ela deu um beijo no marido e foi se deitar.
César: Acho que vou na farmácia depois.
Estela: Algum problema?
César: Uma dor no estômago, nada demais, só preciso comprar um remédio.
Estela: Ah tudo bem então amor.
César foi mandar mensagem para Kauan.
César: Queria te ver.
Kauan: Agora?
César: Tem tempo pra 1 horinha?
Kauan: Tenho.
César: Quando eu sair daqui te aviso, te pego em algum lugar.
Guilherme chegou em casa e encontrou o pai no notebook.
Guilherme: Acordado coroa?
César: Acompanhando alguns investimentos, cadê sua irmã?
Guilherme: Foi pra casa do namorado né, eu vou deitar, tenho uma entrevista amanhã.
César: Mas olha só, que ótimo filho! Já estava na hora.
Guilherme: Já que o senhor ta cortando as mordomias, to procurando um estágio.
César: Está certo, boa noite.
César olhou o quarto e viu que Estela dormia profundamente.
César: Com esse sono de pedra, não vai acordar.
César pegou a chave do carro e foi atrás do amante.
CASA DE GILDA
Kauan estacionou o carro e desceu com Jéssica.
Gilda: Ah chegaram, Néia veio me visitar.
Jéssica: Olá, boa noite.
Kauan: Boa noite.
Néia: Acaba tarde a aula né? Renan também chegava esse horário.
Gilda: Um cheiro de cerveja, vocês não foram pra aula não?
Jéssica: Mãe, nem teve, estávamos no bar.
Kauan recebeu a mensagem de César: Me encontra daqui a pouco ali na esquina, estou saindo de casa.
Néia: Vou indo querida, a janta estava ótima, a gente precisa marcar mais vezes.
Gilda: Claro amiga, próxima vez a gente vai no bar, tomar uma cervejinha que acha?
Néia: Ótimo, combinamos, até mais então!
Néia deu partida no carro e parou no posto para abastecer.
Néia: Pode encher o tanque.
CASA DE GILDA
Gilda estava se preparando pra dormir quando viu Kauan saindo.
Gilda: Onde você vai garoto?
Kauan: Ah vou ali na casa do Ronoel jogar um game.
Gilda: Essas horas hein, tá.
Gilda foi deitar e Kauan saiu a pé de casa até a esquina que César combinou de pegar ele.
POSTO DE GASOLINA
Néia: Vamos embora então, pera aí, o filho da Gilda... esse carro? É o carro que tava na casa do patrão dela.
Néia viu Kauan entrando e resolveu seguir.
Néia: Sinto que tem alguma coisa estranha aí, essas horas da noite?
Néia viu claramente quando o carro entrou em um motel.
Néia: Não acredito. - Ela levou a mão a boca.
CONTINUA...
Peço desculpas por não ter postado semana passada. Obrigado pelos comentários anteriores, entramos em uma série de novos acontecimentos agora, importante vocês comentarem para eu saber como anda a história. Bom final de semana!