Ai Mestre, com carinho - Parte 2

Um conto erótico de Professor
Categoria: Heterossexual
Contém 1118 palavras
Data: 01/10/2019 14:26:44

Respirei fundo, tomei coragem e entrei na sala. Luiza olhava para mim, com aquele sorriso lindo e malicioso. Tentei não pensar muito naquilo, mas a possibilidade de ser demitido começou a me atormentar, já que a faculdade tinha regras muito rígidas proibindo totalmente o relacionamento entre professores e alunos, desde quando, uns anos antes, um ex-professor respondeu processo por assédio. Embora eu a tenha conhecido antes de vê-la na faculdade, não podia correr o risco.

"Depois da aula, vou explicar a situação para ela e pedir que não comente com ninguém", comecei a planejar.

Embora tenha começado a aula de forma um tanto quanto confusa, retomei a tranquilidade e o restante daquele tempo foi normal. Luiza chegou a fazer uma ou duas perguntas, mas nada demais. Só então, percebi que Lívia não tinha aparecido até então. A confusão de pensamentos causada pela presença de minha companheira do fim de semana não me permitiu sequer sentir a falta da minha paixonite da faculdade. Não sei se isso era bom ou ruim.

Quando o relógio já marcava quase 20h30, liberei meus alunos para o intervalo, mas Luiza veio falar comigo.

- Que baita coincidência, não é, professor Bundinha? - ela disse, e deu uma risada gostosa.

- Não me chama assim, ou fala baixo pelo menos - tentei repreendê-la, mas também estava achando graça da situação - olha, a gente precisa conversar sobre isso.

- Tá, eu sei... Você é professor, e professor e aluna não podem se envolver, se não vai ser demitido. Já sei dessa história. Mas fica tranquilo, que eu não planejo contar pra ninguém. Apesar de que eu adoraria contar uma vantagem disso pras minhas amigas.

- É melhor que não conte - falei, de maneira amistosa.

- Juro, juradinho.

Nisso chegamos à sala dos professores e nos separamos. Sentei à mesa com alguns colegas e ficamos discutindo trivialidades, quando senti meu celular vibrar. Verifiquei que era um email de Luiza: "Esqueci de pedir seu telefone, hihihi"; logo me lembrei que os alunos tem acesso aos emails profissionais dos professores, mas não respondi, pelo menos não por enquanto.

Fiquei um bom tempo encarando a tela do celular, sabendo que a maneira como eu responderia aquela mensagem seria determinante para o futuro. Se por um lado eu não poderia me envolver com uma aluna, por outro, confesso que queria vê-la de novo. Eu deveria escondê-la, ocultar a relação, até que ela terminasse a faculdade. Mas me dei conta de que não havia nenhuma garantia de que ela quisesse ter uma relação comigo, eu podia ser apenas sexo casual para ela. Então, decidi que não passaria meu número e colocaria um fim naquilo. O mundo está cheio de outras mulheres que não me farão ser demitido. Fui resgatado dos meus pensamentos quando um colega me cutucou, perguntando em que mundo eu estava. Inventei que era uma questão de trabalho, mas que já estava resolvida. Guardei o celular no bolso, e voltei à conversa, dando minha opinião sobre o pênalti que não fora marcado no jogo de domingo à tarde.

O intervalo acabou, e estava indo para a próxima turma, repensando minha decisão, e convencido de que estava fazendo o certo pondo um fim a essa história. Toda certeza foi substituída por ciúmes, quando vi Luiza conversando com dois rapazes, provavelmente colegas de turma, que eu ainda não havia reparado. Ela olhou para mim e piscou, dando aquele sorriso perfeito. Eu sorri de volta, e, num gesto impensado, mostrei-lhe o celular, como quem diz "olha o que eu te mandei". Confesso que aquela cena me incomodou, e me dei conta que instintivamente quis trazê-la para mim, por isso mostrei o celular, como se já tivesse lhe respondido o email, pois linda como é, não seriam esses os únicos rapazes a disputando.

Eu sei o que você deve estar pensando, amigo que lê essas reminiscências, talvez esteja cansado do meu jeito irritantemente inconstante, mas se você pudesse ver o sorriso daquela mulher, entenderia minha situação.

Se o emprego de professor me era caro, o sorriso de Luiza não tinha preço.

Logo que sai de seu campo de visão, puxei o celular e respondi passando meu número.

A última aula correu tranquila, e não vi mais Luiza naquele dia, o que um pouco me frustou. Mas, quando cheguei a casa, vi uma mensagem dela:

LUIZA: "sabia que você disfarça muito mal? não pode olhar pra mim a aula toda, prof";

EU: "é só a preocupação de um professor, queria ver se você estava aprendendo direitinho";

LUIZA: "aprender eu até aprendo, mas que é difícil prestar atenção na aula, é";

EU: "Por quê?";

LUIZA: "Porque o professor é muito gatinho hahaha".

Assim era ela, amigo leitor, inocente e atrevida, meiga e insinuante; e, sobretudo, linda. Não se canse de me ouvir falar sobre sua beleza, pois creio que nunca falarei o suficiente, nem a descreverei tão bem; o que não me impede de continuar tentando.

A conversa continuou ao longo da noite, e descobri algumas coisas sobre ela: ela vinha de uma cidade do interior, morava com duas amigas, era orfã de pai; conseguiu uma bolsa na faculdade, portanto, manter um relacionamento comigo também era arriscado para ela.

Os dias se passaram, e nós fazíamos o possível para manter as aparências, nos encontrávamos aos fins de semana, e quase não nos falávamos na faculdade, ao que me consta, ninguém desconfia de nós, tanto que certa vez houve um comentários entre as amigas dela, que aqui transcrevo.

Certa vez, numa segunda-feira, quando entrei na sala, Luiza (que passou a se sentar na primeira cadeira) e as duas colegas estavam conversando sobre o cansaço dela, ai entrei na conversa, dizendo que acabava de passar o fim de semana, logo, não poderia estar cansada; a amiga retorquiu dizendo que Luiza trabalhara bastante sábado e domingo. Elas riram, e eu fiz que não entendi a piada. Mas, de fato, como ela trabalhou: na minha cama, no meu sofá, no chuveiro e até no chão, em cima do tapete.

A vida ia boa, os encontros aos fins de semana passaram a ela dormir na sexta e sábado no meu apartamento, alguns poucos passeios para cidades próximas onde não tínhamos conhecidos, e um pouco mais de contato na faculdade. Mas nada que pudesse levantar suspeitas.

Por culpa dessas coincidências que a vida insistir em nós lançar, ficamos dois finais de semana sem nos ver. Bendito seja o início do namoro, pois nele cada minuto de distância vira uma vida. Caso você já tenha passado por isso, saberá o que se sucede. Combinamos de nos encontrar no intervalo num lugar escondido, e trocar uns poucos beijos para apaziguar a saudade. Mal sabia eu que ali começaria nossa ruína.

Beijamo-nos, sussurramos palavras de amor, quando nos pegaram no flagra.

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