Negócio Arriscado 9 – Orgia na Masmorra

Um conto erótico de Kamila Teles
Categoria: Heterossexual
Contém 1989 palavras
Data: 24/10/2019 16:52:13
Última revisão: 24/10/2019 17:04:23

Jessie olhou no fundo dos olhos do Pedro que parecia processar os prós e os contras da pergunta feita segundos antes. Ela o questionou novamente.

— Então, você me acompanha nessa parada ou não?

— Esquece essa vingança, Jessie, os caras são bandidos e cheios da grana… Vamos pra longe antes que achem a gente.

— A única maneira de ficarmos livres dos filhos das putas é nos anteciparmos e acabarmos com a raça deles antes que nos peguem.

— Seria a solução, mas não dá pra brigar com essa gente só com a vontade, é preciso um plano e armas.

— Eu sei como conseguir armas e tenho um plano para pegar o Maciel, mas preciso da sua ajuda.

Pedro continuou pensativo, aquela garota o surpreendia a cada dia. Ele sentia-se impotente diante da determinação e estilo de vida dela, contudo, aquilo só o atraía mais. Ele não a deixaria ir sozinha, estava apaixonado e tencionava protegê-la, mas não queria demonstrar seus sentimentos amorosos, não, ainda. Entrou no clima de comparsa e demonstrou firmeza.

— Tá legal, e onde você conseguirá as armas?

— Vou falar com aquele cara de bigode e rabo de cavalo que não sai do boteco ali da esquina. Ele vende drogas, essa gente sabe quem negocia essas paradas.

— Como você sabe que ele vende drogas?

— Tá na cara né! — você não percebeu que ele não sai dali e muita gente fala com ele rapidão e sai fora?

— Não percebi, mas também não fiquei prestando atenção.

Jessie também não, mas o cara de bigode a abordou um dia em que ela estava sozinha comprando uma bebida, ele lhe ofereceu um baseado de graça dizendo que era uma cortesia para uma mina tão gata. Ela agradeceu e recusou dizendo: “Hoje não estou a fim, talvez outro dia”. Ela não havia contado isso para o Pedro, pois só o deixaria bolado.

— Talvez eu esteja enganada sobre o cara. Vou sondar com cuidado pra ver se rola.

— E você manja de armas? — perguntou o rapaz.

— Não, mas acho que não tem segredo, é só segurar firme, mirar e puxar o gatilho.

— Em tese é isso, mas eu perguntei se conhece tipos de armas, para poder comprar algo apropriado.

— Você manja? — quis saber Jessie.

— Quase nada.

— Então vamos fazer uma pesquisa na Internet pra ver tipos e preços, antes de eu ir atrás.

Uma hora e meia mais tarde, após alguma leitura e alguns vídeos assistidos no YouTube, nós já éramos quase especialistas em armas. Fiquei inclinada a comprar ou uma 9 milímetros ou poderia ser uma 'ponto'40.

Naquele final de tarde, Jessie foi sozinha procurar o cara no boteco. Depois de um papo rápido ela pediu quatro "balas" (porções de maconha), colocou na mesa o valor a ser pago pela droga, e uma nota de cem reais a mais. Pôs a mão em cima e disse:

— Preciso comprar uma arma, se souber me dizer onde e com quem, te dou mais duas dessas depois que fizer o negócio. Se não sabe, deixa quieto e pega só a grana das balas.

— Eu digo onde, é na "Masmorra", fica lá em cima na água dourada. — Manda mais cem que te digo com quem.

Tirei uma das duas notas que já havia deixado separada dentro do sutiã e a coloquei ainda dobrada perto de sua mão. Ele pegou, fechou a mão a escondendo e falou:

— Chega lá de noite e diz que quer trabalhar na casa, pede pra falar com o Salomé, ele é o cara; além de cafetão das meninas é também o dono do pedaço. Daí é com você, tem que trocar umas ideias. E Já vai com a grana.

— Quanto de grana?

— Uns três contos se quiser um cano de responsa. — Não vacila, se desconfiarem que você é cana ou X9, vai sair de lá em um saco de lixo e te desovam no mato. — E traz os meus outros duzentos depois que conseguir o ferro.

Passava um pouco das dez da noite, o som de um salto alto durante passadas lentas se sobressaiam naquele quarteirão ermo. O olhar de Jessie era o de uma águia à espreita, estava quase defronte à "Masmorra", um inferninho de quinta categoria com prostituição a preço econômico, drogas, jogos de cartas a dinheiro e bebidas, claro. A "festa" rolava todos os dias, até de manhã. Jessie estava caracterizada como uma das garotas que ganhava ou perdia a vida trabalhando naquele lugar: vestido tão curto quanto a jaquetinha jeans, salto alto e maquiagem exagerada. Adentrou o estabelecimento e pediu uma tequila pro balconista. Pagou ao ser servida e discretamente perguntou pelo Salomé.

O cara apontou o dedo para um grandalhão dizendo para falar com ele. Tomou sua bebida em um só gole e atravessou o pequeno salão passando ao lado de uma mesa de sinuca. Ouviu gracinhas e convites sem perder o bom humor e simpatia. Recusou a todos com um sorriso e chegou ao homem que literalmente bloqueava a passagem para uma escada que levava ao piso superior.

— É você o Salomé?

Ele deu um sorriso irônico, a seguir fechou a cara e aumentou o meu medo que já não era pouco. Começou um interrogatório sobre quem eu era, o que estava fazendo ali, quem me mandou, etc. Depois ele ligou do seu celular, comentou a meu respeito com o seu interlocutor, abraçou-me pela cintura virando o meu corpo em direção a uma câmera de vigilância em uma parede.

Por fim disse que o Salomé me receberia.

— Está lá em cima no poker — vem comigo!

Fui levada até uma sala, mal conseguia respirar de tanta fumaça de cigarro comum e de maconha. O odor misturado de homens necessitando de um banho com o cheiro de bebidas, também era cruel, porém já estava adaptada a estes odores, são os ossos do ofício.

— Salomé! Tá aqui a patricinha — berrou o fortão.

Uma mulher sentada à mesa com mais cinco homens, levantou. Era a mulher mais alta que já vi em minha vida, mas assim que ela falou:

— Chega aí safadinha!

Eita! Não era uma mulher, era um travesti de quase dois metros de altura e com cara de mau… ou má.

— E aí novinha, você quer fazer parte da família? — você é mesmo tipo patricinha, a gente poderia arrumar umas paradas VIP e faturar uns trocos a mais.

— Desculpe, mas, na verdade, eu queria falar sobre outra parada — poderia falar a sós com você?

Salomé deu uma gargalhada seguida pelos outros puxa sacos, disse que não tinha segredos entre irmãos, ou eu falava logo ou me mandava, pois estava atrapalhando o jogo deles.

Falei que necessitava comprar uma arma, fui jurada de morte e precisava ter algo para me defender.

— Tem muita gente atrás de um cano, vai ter que entrar na fila.

— Quanto tempo seria?

— Como eu não te conheço, uns três meses.

Novas gargalhadas dos cretinos.

— Mas eu posso colocar você como primeira da fila se topar participar de um jogo com a gente.

— Que tipo de jogo?

— De cartas, Blackjack 21, aqui nós chamamos de 21 Suruba. — Ganhando ou perdendo no jogo, você vai para o topo da lista e leva o seu berro.

— E vocês apostam muito alto?

— Não, seria só o que você carrega aí com você, nada mais.

Eu havia levado em torno de uns três mil para comprar a arma, se perdesse tudo, paciência, iria pra casa buscar mais grana, o importante era a arma.

— Tá dentro?

— Estou.

— Então senta aí que vou falar as regras.

Regras do 21 Suruba:

Ela e os seis caras da mesa jogariam o Blackjack 21 usando todas as cartas de apenas um baralho, sendo que o A (Ás) valia 1, todas as figuras valiam 10 e as outras cartas o número marcado.

Ela compraria primeiro e se fizesse 21 já ganharia e acabava a brincadeira, pois a vantagem do empate era dela. Se estourasse teria que transar com todos os seis caras, inclusive o traveco gigante. Era esse o valor apostado, o qual ela carregava… Seu corpo. Ela não ganharia nada na verdade, a não ser a oportunidade de comprar a arma de imediato. E teria que vencer a todos para não ser abusada pelos canalhas.

Ela viu que caíra em um golpe e quis sair do jogo nessa hora, mas foi lembrada que havia dito que estava dentro.

— A palavra aqui na Masmorra é a lei, e o bicho pega pra quem não cumpre o acordo — falou Salomé em tom ameaçador.

Ela lembrou do que o cara com bigode disse no bar, sobre o saco preto. Coube a ela resignar-se para sair inteira daquele antro.

Mais sobre as regras: se ela parasse com menos de 21, manteria suas duas cartas iniciais escondidas e os outros jogariam. Participaria da suruba quem fizesse mais pontos que ela, desde que não estourasse.

Salomé embaralhou, mandou ela cortar e ele deu duas cartas para cada. Ela pegou as suas com cuidado, uma sobre a outra, segurando com as duas mãos bem pertinho do rosto, afastou a de baixo o suficiente para ver… Fez cara de satisfeita, deu um sorriso e disse que não queria mais cartas. Houve um murmurinho entre a turma do mal e expressões de desânimo misturado com revolta, pelo visto teriam que fazer 21 para ganharem a entrada pro bacanal.

— O jogo é jogado gente, bora jogar — falou Salomé.

Os caras foram comprando cartas e tentando o 21. Um deles com cara de perturbado tipo usuário de coisas pesadas, saiu com 20 e ainda assim tentou um ás. Ficou muito puto quando veio um 2, era o quarto a estourar, mas ainda restavam dois jogadores, e o pior é que eram dois monstros.

O quinto cara, do tipo segurança de boate; um negão em torno de um metro e oitenta e pouco e uns 130 quilos de músculos com alguma banha, disse que não ia comprar, ia tentar a sorte. Alguns dos que já estavam fora fizeram piada dizendo que com o empate não teria disputa de pênaltis, ele tava fora e não ia cheirar aquela piriquita novinha. O fortão continuou tranquilo e sem expressar emoção.

O Salomé disse que ia comprar e até virou suas cartas; Q e A. Clamou pela torcida dos outros.

"Fodeu", pensei, e fiquei na torcida para não vir um 10 ou figura. Ele comprou um 7, fiquei aliviada, com 18 ele não ganhava de mim, ele deduziu isso e esfregou as mãos e se energizou para tirar outra carta. Veio um 2 e o alarido foi geral, segundo a maioria, com 20 ele empatava em pontos comigo, mas perdia a disputa, e tirar um ás seria difícil, já havia saído dois deles.

Ele olhou diretamente em meus olhos e disse:

— Parei, quero ver suas cartas.

Gelei grandão, acho que não consegui fazer "cara de poker". Com desânimo virei minhas cartas, ao mesmo tempo que o outro jogador. Eu tinha apenas um 10 e 8, o fortão peso-pesado parou com um J e 9. Ele deu uma gargalhada assustadora e disse que sabia que eu estava blefando. Um dos perdedores que havia saído com 20 e ainda assim tentou a sorte e estourou, ficou possesso, começou a me ofender e queria partir pra cima de mim. O cara fortão o segurou e o Salomé deu-lhe uma dura por ser um mal perdedor, falou firme impondo sua autoridade de líder e mandou o perturbado sair fora.

Só me restou aceitar a derrota e relaxar ao máximo para suportar o que viria. Fui levada a um quartinho onde encarei aqueles dois gigantes. Os seus membros eram tão desproporcionais quanto, felizmente foi um de cada vez. Contudo, os tarados se entupiram de energético e me deram bombadas por boa parte da noite.

Após a pegada punk eu ficaria novamente em recuperação por alguns dias à base de banhos de assento. Pelo menos consegui a arma, uma pistola (.40) com a numeração raspada, segundo o Salomé, e três carregadores. Daria para começar uma guerra.

Continua…

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Foto de perfil de KamilaTelesKamilaTelesContos: 174Seguidores: 111Seguindo: 0Mensagem É prazeroso ter você aqui, a sua presença é o mais importante e será sempre muito bem-vinda. Meu nome é Kamila, e para os mais próximos apenas Mila, 26 anos. Sobrevivi a uma relação complicada e vivo cada dia como se fosse o último e sem ficar pensando no futuro, apesar de ter alguns sonhos. Mais de duas décadas de emoções com recordações boas e ruins vividas em períodos de ebulição em quase sua totalidade, visto que pessoas passaram por minha vida causando estragos e tiveram papéis marcantes como antagonistas: meu pai e meu padrasto, por exemplo. Travei com eles batalhas de paixão e de ódio onde não houve vencedores e nem vencidos. Fiz coisas que hoje eu não faria e arrependo-me de algumas delas. Trago em minhas lembranças, primeiramente os momentos de curtição, já os dissabores serviram como aprendizado e de maneira alguma considero-me uma vítima, pois desde cedo tinha a consciência de que não era um anjo e entrei no jogo porque quis e já conhecendo as regras. Algumas outras pessoas estiveram envolvidas em minha vida nos últimos anos, e tiveram um maior ou menor grau de relevância ensinando-me as artimanhas de uma relação a dois e a portar-me como uma dama, contudo, sem exigirem que perdesse o meu lado moleca e a minha irreverência. Então gente, é isso aí, vivi anos agitados da puberdade até agora, não lembro de nenhum período de calmaria que possa ser considerado como significativo. Bola pra frente que ainda há muito que viver.

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