O noivo da minha prima (parte 2)

Um conto erótico de Discreto
Categoria: Homossexual
Contém 2495 palavras
Data: 25/10/2019 15:07:49
Assuntos: Gay, Homossexual

Passaram-se seis meses desde o ocorrido.

No começo eu ainda não conseguia dormir direito em saber o que tinha feito. Depois que o tesão passou e a consciência voltou com força a culpa fez morada em mim. Cheguei a chorar de arrependimento e me perguntar se eu era digno de algum respeito que restasse.

Em uma noite sonhei que estava condenado ao inferno. Tudo era fogo e do meu lado Bernardo tentava me acalmar.

“Cala a boca seu imbecil, é tudo sua culpa!”, eu respondia irado.

E ele segurava minha mão.

“Me solta seu idiota!”

Um rio de lava seguia abaixo de nossos pés e um demônio perfurava um tridente em nossas costas. Nossos sangue escorria até o rio de lava e eu socava Bernardo com força.

“Apesar de tudo, valeu a pena”, ele confidencia, risonho.

Eu empurro Bernardo rumo ao rio de lava.

Na faculdade passei algum tempo distante e com dificuldade em me concentrar nas aulas. Minhas amigas perguntavam o que eu tinha, mas eu não tinha coragem de responder o motivo. Era baixo demais, cruel demais, o que eu tinha feito. Dificilmente me perdoariam e me olhariam com os mesmos olhos. Não, aquela era uma cruz que eu carregaria sozinho. O preço por saborear um dos pênis mais gostosos que eu já provei na vida.

Passados seis meses eu chego em casa com minha família super sorridente em casa.

Meu tio anunciava uma visita à família após anos morando no exterior. Chegaria dentro de algumas semanas e já organizava uma reunião com todos.

“Não é maravilhoso, filho?”, minha mãe sorriu em minha direção como se eu fosse saltitar de alegria pela vinda de um parente que eu não via desde que eu comecei a engatinhar.

“Credo, mas que cara é essa, Plínio?”

Minha mãe notou que minha mente começava a chegar em uma conclusão. Com a vinda de meu tio certamente uma reunião familiar se formaria, o que implicaria na presença dos recém casados e eu teria que presenciar o meu pecado mais sujo cara a cara. Meu estômago começou a embrulhar e logo me tranquei no quarto, retomando o estado de mal estar que eu tinha passado logo após o ocorrido.

Duas semanas se passaram e quando por um momento eu parei de pensar na situação constrangedora que me aguardava eis que meus pais pedem que eu me apresse em me aprontar.

Iríamos a um restaurante com toda a família. Reserva grande, quinhentos milhões de lugares na mesa. Amaldiçoei minha família, a mim mesmo e o desgraçado do Bernardo. Certamente ele estaria lá com sua cara de imbecil ao lado da esposa.

Me vesti sentindo as roupas pesarem, o perfume feder e tudo o mais me causar uma sensação ruim por dentro.

Chegamos ao lugar e fiquei algum tempo ouvindo meu tio distante tagarelar tendo que fingir interesse a animação, mesmo que não lembrasse da existência dele há sete dias atrás.

“O que diabos faz toda hora olhando para a entrada?”, minha mãe me repreendeu.

Era verdade. A todo instante eu ficava feito a cabeça de um passarinho a virar para os lados, para frente e para trás torcendo pra que os dois não pudessem comparecer, que a agenda na clínica estivesse cheia e acabassem não vindo. A tortura durou por algum tempo até que quase engasguei ao ouvirem mencionar o nome da minha prima.

“Infelizmente ela não vai poder vir", alguém disse.

E mal pude me conter em alívio. Pra comemorar comi feito um porco e finalizei com goladas de soda sentindo meu apetite ser agradado e a fome que finalmente ressurgia após o nervosismo ser saciada.

Não devia me preocupar. Não veria Bernardo tão cedo, pensei comigo mesmo.

Fazia um tempo que eu e minhas amigas não fazíamos um programa no fim de semana. Combinamos então de irmos ao cinema no domingo já que nossa agenda não era mais tão livre desde o ensino médio. Combinamos o dia em que todos estaríamos disponíveis e eu já me preparava pra sair de casa quando meu pai me interrompe ainda na porta:

“Aonde pensa que vai?”

“Vou ao cinema com as meninas.” Longe era o tempo em que eu dizia “meninos”, não precisava esconder mais nada da minha família.

“Sua mãe não te contou?”

“O quê?”

“Hoje vai ter churrasco na casa da sua prima. Vamos passar a tarde com seu tio, Plínio.”

Eu jogo minha bolsa no chão e fecho a porta com força.

“Mas eu faria tanta diferença assim nesse bendito churrasco?”, faço uma pergunta retórica com mais ira do que eu queria emitir.

“Olha eu não sei. Acho melhor falar com sua mãe.”

Eu invejava famílias onde os filhos eram liberados de cerimônias desnecessárias como aquela. Não era como se eu e esse tio fôssemos íntimos ou tivéssemos uma ligação fortíssima ao longo de todos esses anos em que esteve fora. Tudo não passava de uma formalidade desnecessária, uma cordialidade entre família que não fazia sentido e eu não fazia a mínima questão de obedecer tais protocolos.

Furioso, caminho até o quarto dos meus pais, onde flagro minha mãe de toalha encaixando brincos de pérola falsa nas orelhas.

“Plínio, não faça essa desfeita com seu tio, pelo amor.”

“Mas, mãe...”

“Garoto se você não for com a gente eu juro que vai me deixar extremamente chateada.”

“Mãe, por favor!”, minha voz começava a vacilar e remeter a quase um choro. “Não tem nada a ver. Eu já fui no maldito jantar naquele dia, não tem necessidade de eu ir nesse churrasco hoje.

“Plínio!”

“Além do mais, marquei com as meninas!”

Minha mãe faz uma pausa dramática e dá um suspiro tão profundo que por pouco não acaba me expirando pelo nariz.

“Faça o que achar melhor, Plínio.”

Reviro os olhos e dou meia volta para sair do quarto e chamar um Uber quando a voz de minha mãe retorna, meio embargada:

“Mas fique sabendo que vou ficar muito decepcionada com você e saiba que...”

O falatório procede e eu mando uma mensagem para as minhas amigas que não vou poder ir. Nada era mais torturante que uma mãe amargurada dentro de casa.

O condomínio da minha prima era majestoso. A entrada detinha portões negros sinuosos e vistosos. Árvores e flores diversas decoravam o lugar que mais parecia uma mini cidade. Estacionamos em uma vaga exclusiva e descemos do carro levando conosco uma garrafa de vinho e queijos.

“Segure direito", minha mãe reposiciona a cesta que eu carregava mesmo eu a segurando perfeitamente bem.

Adentramos até a área de lazer que fora reservada para o evento em questão.

Assim que chegamos minha prima vem nos recepcionar sorridente e simpática. O vento do fim da manhã esvoaça o cabelo e a barra do vestido de dondoca. Assim que ela me abraça sinto o aroma delicioso de perfume importado e ela me dá um sorriso que eu acho difícil demais de se encarar.

Meu coração acelera assim que vejo a figura ao seu lado.

O outro anfitrião se aproxima após cumprimentar meus pais e estende o palmo da mão a mim. De repente o tempo para e eu me atrevo a encará-lo nos olhos. E vejo: o mesmo de seis meses atrás, o mesmo semblante de tantos outros mauricinhos perfumados que usam camisa polo e relógio Rolex. Que ostentam uma barba bem cuidada, um sorriso perfeito e praticamente são tão iguais e sem originalidade quanto tantos outros.

E eu tinha chupado um deles.

Bernardo desvia o olhar, sem jeito, mas o desconforto dele não levantava suspeitas já que ele já apresentava um jeito retido por natureza. Não era tímido, porque socializava, mas não se podia chamá-lo de alma da festa. Eu desviei o olhar e rangi os dentes, sentindo cada poro do meu corpo se arrepiar em desgosto.

Lá estávamos nós, frente a frente. Dois sem vergonha, dois sacanas e sem um mínimo de consideração ou caráter. Que mereciam nada menos do que uma condenação, um corretivo, exílio. E mal as pessoas podiam crer que naquele almoço de domingo duas pessoas inescrupulosas tinham transado, cometendo um pecado imperdoável.

Sinto a mão de Bernardo, áspera e grossa como de todos os homens. A minha em contraste, sempre revestida em cremes e hidratantes, desliza feito seda e o que para os outros aparenta um cumprimento normal entre duas pessoas surte em cada um de nós uma vergonha e uma estranheza sobrecomuns.

“Meu filho não fique aí sozinho", uma tia se compadece ao me ver com os pés mergulhados na piscina, afastado da família indigna da minha presença.

“Não, tia”, esboço um sorriso educado, “estou bem aqui.”

“Mas o que é isso, de jeito nenhum.” Ela se aproxima e assim que ouço as chinelas dela se aproximarem fecho os olhos e os reviro por dentro. “Venha, me dê a mão.”

“Tia, não é precis...”

Mas ela me ignora e pega meu pulso com força. Me pergunto aonde ela quer me levar e mal posso acreditar quando ela se aproxima da mesa dos homens. A mesa que tios, primos e Bernardo se encontram. Minha testa umedece e sinto um ímpeto de puxar meu punho das garras de minha tia e sair correndo dali.

“Abram espaço para o primo de vocês, meninos".

Todos me olham como um alien. Minha visão vai até Bernardo que me encara por um milésimo de segundo e depois seu olhar baixa, como quando se olha uma ferida aberta. Uma mistura de curiosidade e nojo.

Mal sabia minha querida tia que não me ajudava a me enturmar ou acabar com alguma exclusão minha e sim me causava uma vergonha tamanha. Não era que os homens da família fossem uns escrotos eu apenas não tinha interesse em me aproximar deles.

“Senta aí, rapaz", um tio estende uma cadeira.

Obedeço e fico duro sem me mexer ouvindo o assunto deles. De onde estou enxergo os rapazes confortáveis em rir e contar causos, sem se preocupar. Com a exceção de um deles que olha para os lados e vez ou outra coça a nuca, incomodadíssimo.

Permaneço por alguns minutos até que aproveito a deixa para buscar a cerveja da galera e desapareço no banheiro da área de lazer.

É um lugar mal iluminado, úmido e abafado, mas seguro já que o pessoal preferia usar o banheiro do salão de festas que ficava mais perto da piscina. Com a barriga pesada de carne de churrasco e o tédio acabei trancando a porta e me deitando no chão de madeira. Fiquei pensando por algum tempo até sentir o sono se formando e meu corpo amolecendo. Não sei por quanto tempo cochilei, mas ao ouvi um surto de gargalhadas vindo do lado de fora me dei conta de que não poderia me esconder pra sempre. Com o corpo úmido de suor eu almejava por um mergulho e uma golada de cerveja gelada para me refrescar. Me ergui e quando abri a porta para sair do banheiro eu vejo Bernardo se aproximando.

Volto e fecho a porta.

Merda.

Desorientado, me dou conta de que esqueci de trancar a fechadura e vou com tudo fechá-la. O que eu não contava era que bem nesse momento Bernardo a abriu e a madeira pesada da porta rebateu em meu rosto com tudo, fazendo com que eu desse um passo pra trás em dor.

Ouvindo o baque do outro lado, Bernardo se aproximou e podia sentir sua presença mesmo que eu estivesse de olhos fechados, sentindo a cabeça rodopiar de dor.

“Machucou?”

A voz dele quase não saiu.

Ignorei ainda segurando o rosto com as duas mãos.

Respirei fundo e me perguntei até quando as coisas poderiam piorar. Odiava tudo e todos naquele momento e me perguntava se aquilo tudo não era castigo pelo o que eu tinha feito. Fiquei sentado por um bom tempo esperando que a dor se esvaísse e pelo silêncio podia jurar que Bernardo tinha entendido o recado e saído.

Assim que abri os olhos eu o vejo parado, me observando feito o idiota que ele era.

“Ficou vermelho", ele constata o óbvio.

“Deixa eu passar", me preparo pra sair do banheiro e ele se esquiva pra que eu passe.

Até que sinto ele pegar meu pulso.

E posicionar minha mão.

No volume dele.

“E aí? Quer mais?”

Eu o empurro com toda minha força e posso sentir que ele sorri à medida que me distancio e me encaminho até a área de lazer.

Como ele podia ser tão nojento, tão inescrupuloso, tão sujo?

Fiquei o resto do almoço todo bufando e sentindo o sangue esquentar. Senti vontade de contar tudo o que tinha acontecido a todos, pra que o infeliz aprendesse a não mexer mais comigo. Pouco me importava com o que dissessem ou que seria da mim e da família. Pouco me importava as consequências, tudo o que eu queria era substituir aquele semblante demoníaco da minha mente pela cara de tacho que ele faria quando fosse desmascarado.

Toda aquela pose de bom moço e cheio de feitos. Quem ele pensava que era?

Pra descontar minha frustração comi mais e podia sentir a gordura se formando na barriga e nos meus quadris. Fazia um tempo em que minhas calças não serviam direito e um garoto na faculdade perguntou se eu usava enchimento no bumbum. Gostava um pouco de alguns olhares para minha retaguarda, mas sentia falta da minha antiga barriga chapada e sem gordurinhas. Fiquei programando uma nova dieta quando finalmente o sol já se esvaía no horizonte e minha mãe suspendeu as cervejas de meu pai. Nos despedimos de todos e assim que eu me preparava para ir na frente me deparo com Bernardo trazendo consigo um pote de doce de leite caseiro.

“Sua prima mandou pra você e seus pais", ele não parecia nem um pouco inseguro como mais cedo ou envergonhado pelo encontro no banheiro.

Pasmo, fiquei atônito com a cara de pau do cafajeste. Sentindo os instintos tomarem conta arremessei o pote longe que era de vidro e se estatelou no chão.

Todos se voltaram a mim e a Bernardo em choque.

“Tudo bem", ele acenou justificando, “escorregou da mão.”

Era bizarro a tranquilidade que ele emanava.

Minha prima se aproximou com apetrechos para coletar os cacos no chão.

“Mil desculpas, prima.”

“Tudo bem, não foi culpa sua".

Ela tinha que ser tão gentil?

Bernardo continuava com seu sorriso dissimulado na cara.

Podia sentir meu íntimo borbulhando de ódio e arrependimento.

Entre tantos caras pra se fazer uma besteira eu tinha que escolher justo aquele imbecil, pensei comigo mesmo.

“Aqui. Levem outro pra vocês”, ela ergueu um pote novo em folha com o quitute bem embalado. “Cuidado dessa vez", ela sorriu educadamente.

No carro, sentado no banco traseiro eu observava o casal se afastar à medida que meu pai acelerava com o carro. A petulância de Bernardo não saía da minha cabeça, o mau-caratismo dele começava a me assombrar e aquele parecia ser só o começo do que eu imaginei já ter tido um fim naquele fim de festa, há seis meses atrás.

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Comentários

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Teu conto é muito, por favor não para de escrever!!! O Plínio ficar se sentir culpado só mostra que ele é comolexo e tem caráter. Não deixa esses falsos críticos, que só querem ganhar biscoito, te desanimarem!!! Conto com muito potencial!!

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OPA VAMOS LÁ. BERNARDO NÃO É TÃO MAU CARÁTER ASSIM SOZINHO NÃO. VC É TÃO MAU CARÁTER QUANTO ELE. NÃO FEZ NADA OBRIGADO, FEZ PORQUE QUIS E GOSTOU. AGORA AI DANDO XILIQUE. NÃO SEI A SUA IDADE, MAS NÃO TEM QUE IR EM TODAS AS FESTAS QUE SUA MÃE OU PAI QUER QUE VC VÁ. VC TINHA UM COMPROMISSO COM SUAS AMIGAS E NÃO FOI PORQUE NÃO QUIS. VEIO COM DESCULPA DE NÃO DESGRADAR A MÃE. PAPO FURADO ISSO. NÃO ENTENDI TB A RAZÃO DE VC E BERNARDO ESTAREM ENVERGONHADOS AO SE ENCONTRAREM APÓS 6 MESES DO OCORRIDO. NÃO GOSTO E NÃO PERDOO TRAIÇÕES NEM APÓS A MORTE E O QUE ESTÃO FAZENDO É PURA TRAIÇÃO COM SUA PRIMA E ESPOSA DE BERNARDO. ISSO NÃO VAI DAR BOA COISA. OU SE ASSUMEM OU ASSUMAM AS CONSEQUÊNCIAS. E POR FAVOR SEM DRAMAS DE CONSCIÊNCIA QUE NÃO COLA.

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Sofrida a senhora hein??? Chupou agora se arrepende e quer fazer a boa moça...se fosse eu tava eu cavalgando no marido da prima belíssima

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