Negócio Arriscado 12 – Lâmina da Vingança

Um conto erótico de Kamila Teles
Categoria: Heterossexual
Contém 1740 palavras
Data: 30/10/2019 17:39:53
Última revisão: 31/10/2019 19:51:21

— Guarda a arma, rapaz! — eu só quero conversar com meus amigos.

O Pedro constatou que era o Nordestino, devido a descrição que Jessie fizera dele anteriormente. Sabia que o cara estava blefando, era óbvio que veio com o propósito de eliminar os dois comparsas.

— Então baixa a sua primeiro e solta a moça que a gente conversa.

— Garoto, eu sou policial e já podia ter acertado você. Larga isso e vem pra cá!

Suavemente Jessie deslizou a mão por dentro de sua saia e alcançou um punhal preso em sua cinta liga. Enquanto o homem se ocupava em tentar convencer o Pedro a baixar a guarda, ela o surpreendeu golpeando o braço esticado que empunhava a pistola. A lâmina aguda penetrou o antebraço de baixo para cima atravessando a carne do homem. Com a mesma rapidez do movimento e, com requinte de crueldade, ela torceu o punhal arrancando um urro de dor do seu opressor. Involuntariamente ele deixou cair a arma ao sentir o dano causado em seu braço. De dominada Jessie passou a dominante e continuou atacando desferindo uma cotovelada nas partes baixas do Nordestino e conseguiu escapar dele antes que sofresse um revide. Pedro também foi ágil e correu em direção ao cara que agachou tentando recuperar o revólver, o rapaz o chutou violentamente no rosto.

— Não se mexe, cara! — falou Pedro com firmeza em tom de ameaça e apontando a pistola para a cabeça do Tenório que tombou no piso ficando em posição de inferioridade.

Jessie pegou a arma do chão, apontou para ele com frieza e disse:

— Poderia devolver o meu punhal, por favor?

O Nordestino conteve sua raiva, esperaria uma oportunidade para contra-atacar. Disse que precisava de um médico, pois ela cortou alguma artéria importante.

— Vamos conversar primeiro e resolver nossos negócios pendentes, a sua consulta fica pra depois.

Com um urro e expressão de muita dor ele tirou a lâmina do seu braço. Pediu um pano para estancar o sangue abundante. Jessie mandou ele continuar sentado e lhe jogou um pano de prato, porém antes limpou seu punhal com o tecido.

Após o Nordestino enrolar o pano no ferimento, ela mandou que ele sentasse encostado no outro pé da mesa e o prendeu passando voltas de fita em seu tronco, apesar dos queixumes do homem por conta do ferimento.

— Seja forte! — gracejou a moça.

O sujeito bruto espumava de ódio, mas sob a mira da arma do Pedro ele não tinha alternativa a não ser obedecer. Ela também imobilizou suas pernas.

Os dois homens dominados começaram com um joguinho de isentar-se da ideia de tirá-la da jogada. O Tenório disse que a ideia foi do Maciel, por ganância e receio de deixar uma testemunha que sabia muito sobre ele.

— Isso não é verdade — falou o Maciel se dirigindo à Jessie — a quanto tempo a gente aplica os golpes sem violência? — Você sabe que eu não sou um assassino, fui iludido e traído por esse cara.

A garota ouvia enquanto calculava quanto de dinheiro ela e o Pedro retiraram dos dois fundos falsos, algo em torno de oitenta mil reais em notas de dólar, euro e real. Colocou tudo em uma sacolinha plástica.

O Maciel continuou tentando sensibilizá-la, disse que jamais a mataria, reiterou que a deixou viva depois que bateu na árvore e pediu perdão por ter ajudado o Nordestino a dopá-la… Ele parou de falar e olhou assustado para Jessie caminhando em sua direção. Novamente ela empunhava aquela faca terrível.

— Pedir-me perdão pelo seu erro não me sensibiliza em nada e não reduz a sua sentença — disse a garota com uma ira demoníaca no olhar.

Com um movimento firme ela passou a lâmina afiada na garganta do concierge a cortando profundamente. Com os olhos esbugalhados pelo espanto e pavor, ele emitiu seu último som que se assemelhava a uma pessoa se engasgando.

O Pedro a olhou perplexo, não acreditava no que estava vendo. Ela por sua vez, deu de ombros e disse:

— Foi mal… Peguei meio pesado, né? Mas foi rápido e sem sofrimento. — Que ele descanse em paz!

O Pedro só balançou a cabeça negativamente e disse:

— Meu Deus do céu, você é muito doida.

O Nordestino, um homem bruto e frio que parecia zombar da morte, demonstrou medo pela primeira vez. Jessie se dirigiu a ele o testando.

— Agora o assunto é entre nós dois — vai querer com ou sem emoção?

Ele gritou quando viu a lâmina próxima ao seu pescoço.

— ESPERA, ESPERA!!! — Eu te dou o dinheiro que pegamos, um milhão de dólares.

— Me diz onde a grana está que pensarei em um acordo.

— Está em um local seguro em São Paulo, mas só eu poderei pegar.

— Então não temos um acordo — a garota falou em tom definitivo e ergueu o braço para esfaqueá-lo.

— ESPERA!!! Eu digo onde está e como você pode pegar — ela se deteve.

— Última chance, pois já cansei desse seu jogo. — Faremos assim: você fala como pegamos a grana que o meu amigo partirá no primeiro voo pra São Paulo. Nós dois ficaremos aqui. Quando ele ligar dizendo que está com os dólares, eu solto você. — São os meus termos, se temos um acordo comece a falar rápido.

Ela encostou a lâmina no pescoço do homem, ele rapidamente disse que tinham um acordo. Revelou que o dinheiro estava em dois guarda-volumes no aeroporto de Guarulhos.

Depois de estarem munidos e informados de tudo que precisavam para retirar o dinheiro, Jessie e Pedro pegaram as chaves do Tenório. A contragosto ele disse onde estava seu carro. O casal fez uma reunião rápida fora da casa e o Pedro foi buscar o Corolla do homem. Na volta ele o estacionou no terreiro, próximo à entrada da sala. Minutos depois eles voltaram para a cozinha, ele com um balde plástico nas mãos, ela ainda empunhando a faca de caça. O ex-policial sentiu o cheiro de gasolina proveniente do balde.

— O que vocês vão fazer? — perguntou o homem temendo pelo pior.

— Um churrasco — respondeu Jessie com sua frieza incomum.

O rapaz começou a espalhar a gasolina pela casa, Tenório quase em desespero disse que a garota estava louca, eles tinham um acordo, ela e o rapaz seriam donos de uma pequena fortuna e ainda poderiam ganhar mais.

— Dentro do forro de uma das maletas tem um Pen drive que é nitroglicerina pura, contém gravações, fotos e vídeos que incriminam meu patrão por lavagem de dinheiro, suborno, pagamento de propinas, entre outros. Também contém som e imagens de políticos graúdos em atos de corrupção, recebendo propinas, formação de quadrilha e todas essas merdas que vemos hoje em dia. Vocês ganharão duas vezes mais vendendo o conteúdo para uma rede de TV, por exemplo.

— Eu acho que se fizermos isso, mesmo anonimamente, seríamos mortos antes do escândalo ser noticiado, ou você já teria feito, né? — Chega de papo, chegou sua hora.

Tenório gritou que ela dissera que não o mataria.

— Você não entendeu, o acordo era que eu te soltaria.

Ela cortou lentamente o pescoço dele que ainda conseguiu pronunciar: "PUTA VAGABUNDA" em tom de ódio antes de tombar a cabeça sem vida.

Jessie cortou e tirou a fita que prendiam seu corpo ao pé da mesa e a dos tornozelos.

— Pronto, querido, está solto.

Ela fez o mesmo com o concierge e sem demora começou a tirar suas roupas manchadas de sangue, não queria levar o DNA de suas vítimas consigo. Tirou primeiro a saia e a jaqueta. O Pedro retornou para a cozinha, ia perguntar se ela já havia acabado com a sua chacina particular. A cena macabra do pescoço cortado do Nordestino e dos dois cadáveres banhados em sangue, não foi o que mais chamou a atenção do rapaz, ele parou para admirar sua parceira. Apesar de tê-la visto nua N vezes e da transa que tiveram por quase uma noite toda, a visão dela naqueles trajes íntimos e sensuais era algo novo e fenomenal. A jovem atraente estava divinamente vestida apenas com o corpete, calcinha, meias ⅞, cinta liga e sapatos; todos pretos. Ela deu um sorriso malicioso ao vê-lo quase babando, se despiu do corpete e começou a retirar a meia a enrolando em direção aos pés. Os seios nus suspensos em seu corpo curvado era um convite ao prazer.

— Não é hora disso, a gente pode fazer depois — ele disse fazendo graça.

— Seu bobo, a gente até teria tempo para uma rapidinha, mas eu só estou me livrando das evidências que poderiam foder com a gente.

Só de calcinha e sapatos ela caminhou até a janela sobre a pia e puxou uma cortina, enrolou o tecido colorido em seu corpo na altura dos seios como se fosse uma saída de praia.

A dupla terminou de encharcar tudo com gasolina, inclusive os corpos e roupas. Incendiaram a casa, também o carro do Tenório e se evadiram do local.

Vários quilômetros adiante eles pararam na rodovia quando estavam sobre um rio. Jogaram na água os calçados usados na ação e as duas armas do Tenório e Maciel. Tiraram a fita isolante que alterava a placa do Santana e depois partiram rumo a São Paulo.

Uma hora antes, na reunião que o casal tivera na casa para decidir sobre o que fariam com o Nordestino, a Jessie havia convencido o Pedro de que eles nunca estariam seguros enquanto os dois inimigos estivessem vivos. Ele concordou, pois com o pouco contato que teve com ambos, percebeu o quanto eles eram bandidos, perigosos e dissimulados.

Naquela mesma noite um carro chegou ao Balneário Camboriú trazendo quatro capangas do empresário. Os caras já haviam obtido inúmeras informações sobre o concierge ao seguirem sua pista desde Campinas até Itajaí. Adentraram a casa noturna à procura da Stripper; questionaram alguns funcionários e chegaram até a dona do Pálio. Ela disse que há pouco mais de uma hora a colega havia saído da casa de show na companhia de um estranho que se apresentou como policial. O chefe daquele grupo de busca pediu que ela descrevesse o indivíduo. Na sequência um dos seguranças da casa também confirmou os detalhes da fisionomia e seu ponto de vista: “jeitão nordestino, cabra macho”. Concluiu dizendo que o homem entrou com a Paola em um Corolla cinza e foram em direção ao sul.

Um dos profissionais havia feito a lição de casa, disse que ao sul ficava Itapema, era onde o concierge havia morado com a mãe, dona Inês. Olhou a localização nas suas anotações e saíram no gás.

Continua…

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Foto de perfil de KamilaTelesKamilaTelesContos: 174Seguidores: 111Seguindo: 0Mensagem É prazeroso ter você aqui, a sua presença é o mais importante e será sempre muito bem-vinda. Meu nome é Kamila, e para os mais próximos apenas Mila, 26 anos. Sobrevivi a uma relação complicada e vivo cada dia como se fosse o último e sem ficar pensando no futuro, apesar de ter alguns sonhos. Mais de duas décadas de emoções com recordações boas e ruins vividas em períodos de ebulição em quase sua totalidade, visto que pessoas passaram por minha vida causando estragos e tiveram papéis marcantes como antagonistas: meu pai e meu padrasto, por exemplo. Travei com eles batalhas de paixão e de ódio onde não houve vencedores e nem vencidos. Fiz coisas que hoje eu não faria e arrependo-me de algumas delas. Trago em minhas lembranças, primeiramente os momentos de curtição, já os dissabores serviram como aprendizado e de maneira alguma considero-me uma vítima, pois desde cedo tinha a consciência de que não era um anjo e entrei no jogo porque quis e já conhecendo as regras. Algumas outras pessoas estiveram envolvidas em minha vida nos últimos anos, e tiveram um maior ou menor grau de relevância ensinando-me as artimanhas de uma relação a dois e a portar-me como uma dama, contudo, sem exigirem que perdesse o meu lado moleca e a minha irreverência. Então gente, é isso aí, vivi anos agitados da puberdade até agora, não lembro de nenhum período de calmaria que possa ser considerado como significativo. Bola pra frente que ainda há muito que viver.

Comentários

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O RN é um estado lindo, VIC. Recomendo que conheça em uma de suas férias. São passeios inesquecíveis e nem é tão longe ou tão caro. Fica a dica!

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Com emoção é muito mais gostoso, né, VIC? Hahaha. E sendo a minha protagonista (Daisy) lá do Rio Grande do Norte, então ela usa um termo comum dos motoristas dos passeios de bug nas dunas de Genipabu: "Com ou sem emoção?" Eles perguntam para os turistas no interior do veículo. A maioria pede com emoção, mas se arrependem depois… O bagulho é punk e os caras são doidos, hahaha!

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