Negócio Arriscado 13 – Caçada na BR-116

Um conto erótico de Kamila Teles
Categoria: Heterossexual
Contém 1379 palavras
Data: 31/10/2019 20:04:56

Jessie e Pedro viajaram por quase toda a noite, pararam seis horas depois em um posto de conveniência, em Registro-SP, não só porque o tanque estava na reserva, mas o carro estava superaquecido, precisava ser resfriado e "descansar" um pouco. Ambos também estavam famintos e necessitando irem ao banheiro.

A moça pediu para ele esperar no interior do veículo, ela iria primeiro, não queria deixar o possante sozinho, posto que todos os seus pertences estavam dentro dele. Pedro abasteceu, colocou água no carro e estacionou na entrada da lanchonete como haviam combinado.

Depois do lanche e banheiro, ambos ficaram no veículo repousando alguns minutos. O momento de relaxamento, somado à sensação de liberdade e a iminente fortuna os aguardando no aeroporto de Guarulhos fez Jessie deixar rolar seus desejos contidos. Eles se pegaram aos beijos e carícias apimentadas. A mão masculina que tocava seu sexo continuamente por dentro do vestido, fez Jessie ronronar como uma gata no cio. A garota relaxou e entregou-se ao momento e a um gozo intenso como se aqueles dedos fossem o membro dele a levando aos céus.

— Seu danado, você me fez gozar gostoso.

Não havia ninguém à vista naquele local e naquela madrugada, ela agachou levando sua boca em direção ao membro que ela já havia exposto e acariciado com as mãos. Retribuiu o prazer o sugando até receber em sua boca uma quantidade absurda de sêmen.

Horas antes, naquela noite

Os homens enviados para capturarem o concierge, chegaram em Itapema quando a residência da mãe do Maciel já estava completamente queimada e os bombeiros faziam o trabalho de rescaldo. Um entregador de pizza disse que ao se aproximar da casa viu um carro pegando fogo no quintal e na sequência viu um Santana com placa de Bauru-SP, que estava defronte à residência, sair cantando pneus.

— Você viu quem conduzia o Santana? — questionou o chefe daquele grupo.

— Não vi, os vidros eram filmados.

— Consegue lembrar dos números da placa?

— Não, eu só reparei na cidade. Fiquei curioso porque é bem longe daqui. — Aí eu parei pra ligar pros bombeiros. O interior da casa também estava queimando.

Ele ainda disse que a cor do Santana era vinho e foram em direção ao centro.

O carro queimado no terreiro era um Corolla cinza. No interior da casa os bombeiros encontraram dois corpos carbonizados que só poderiam ser identificados com a chegada dos técnicos da polícia científica ou posteriormente no IML.

O chefe (Breno Glock) refletia e trabalhava com a hipótese dos cadáveres serem do Maciel e da Paola. “A stripper deu azar de estar ligada ao concierge, a usaram para localizá-lo e ambos foram silenciados”. Seu raciocínio o conduziu ao elemento que furou o bloqueio dirigindo o Honda Civic no dia do golpe: “deve ser um cara experiente e o cabeça do grupo” — pensava ele juntando as informações. — “Só um sujeito envolvido diretamente na segurança do patrão saberia de tantos detalhes para executar com êxito o roubo dos dólares.”

Breno era investigador da polícia civil de SP, ainda na ativa. Seus serviços extras eram solicitados não só por suas soluções rápidas e execuções sem deixar vestígios, mas principalmente por sua capacidade investigativa.

Ele focou sua atenção no Tenório depois que obteve a descrição na casa noturna: “O pedido atual de licença do segurança não era coincidência… Ele também não trabalhou no dia do roubo do Audi…” O investigador costurou todos os detalhes e concluiu seu raciocínio. Depois reuniu os seus comandados.

— Vamos voltar pra São Paulo, precisamos interrogar um safado.

***

A primeira claridade do dia se anunciava no horizonte, Jessie dormia no banco do passageiro com a cabeça recostada no ombro do Pedro, ele também dormia mantendo o corpo feminino colado ao seu e entre seus braços. Ela acordou assustada.

— Pedro, acorda! — Cacete, a gente dormiu, vamos embora!

Eles trocaram de lugar, ela deu ré saindo do posto, quase bateu em um carrão preto que estava entrando. A moça mudou a marcha, endireitou o volante e saiu estrada afora. Dois dos caras dentro do carrão (um Audi A4) gritaram ao mesmo tempo:

— É A PORRA DO SANTANA DE BAURU.

Houve alguns segundos de indecisão, pois o motorista disse que estavam quase sem combustível, mas depois de uma ordem seguiu cantando pneus atrás do casal. Jessie e Pedro ouviram o som da borracha deslizando em atrito com o asfalto. Ele virou a cabeça para olhar para trás e ela viu pelo retrovisor o carrão preto vindo a milhão em direção a eles. Jessie teve um mal pressentimento, visto que não havia mais ninguém na rodovia naquele instante.

— Caralho, será que estão atrás de nós? — questionou ela.

— Só tem a gente aqui, acelera essa porra — ordenou ele.

O Santana tinha uma boa dianteira por ter saído na frente, mas o Audi começou a levar vantagem naquela perseguição em alta velocidade; chegou bem perto após percorrerem uns vinte quilômetros. Jessie estava com o pé no fundo e a máxima concentração na estrada dirigindo a quase 200 km por hora, no entanto, não foi o suficiente para escapar. Quando ela viu o carro dos seus perseguidores crescendo em seu retrovisor, ela gritou:

— METE BALA NESSES FILHOS DAS PUTAS, PORRA!

O Pedro pegou a pistola que estava escondida sob o banco do passageiro, abriu o vidro, colocou o tronco pra fora e descarregou o pente atirando no para-brisa e pneus do Audi.

Os caras de repente diminuíram a velocidade, mas não foi por causa dos tiros, posto que o carro era à prova de balas e nenhum dos disparos danificou os pneus. O veículo dos perseguidores começou a falhar e teve uma pane seca, foi parando e ficou no acostamento. Jessie virou o rosto com expressão de felicidade e deu um selinho nos lábios do Pedro, ambos comemoraram e seguiram a milhão.

O casal chegou pouco antes das dez da manhã ao aeroporto de Cumbica. Meia hora depois eles retiraram as duas maletas dos Lockers. De volta ao estacionamento, no interior do carro, eles abriram as maletas e transferiram todo o dinheiro para uma bolsa de viagem comprada no aeroporto. Localizaram o Pen drive no forro de uma delas, como dissera o Nordestino.

— É roubada guardar essa grana com a gente, também não podemos ficar carregando isso pra lá e prá cá, seria o caos durante uma fuga ou uma blitz policial — disse Jessie.

— E qual é a ideia?

— Vamos deixar, por enquanto, em outro locker de aeroporto, só que no de Congonhas. Depois que resolvermos a parada do empresário, a gente decide pra onde ir e levamos essa bolada.

— Não acredito que você vai continuar com essa vingança depois de ter tanta grana nas mãos. Nós demos sorte com o Nordestino, depois com os caras do carro preto, poderíamos estar mortos, pois nem sabíamos que eles estavam tão perto de nós.

— Foi coincidência eles terem achado a gente, esses putos estavam atrás do Maciel. — Vamos ver o que tem no Pen drive, depois nós decidimos o que fazer.

No caminho para o aeroporto de Congonhas eles jogaram fora as maletas após destruí-las. Mais tarde verificaram os arquivos contidos no Pen drive. Os iniciais eram áudios e imagens que demonstravam a relação de amantes entre o Tenório e sua patroa. Provavelmente o Nordestino usaria o material para extorquir a madame, porém, surgiu o lance de um milhão de dólares que era muito mais lucrativo. Ele deve ter repensado seus planos. Os arquivos seguintes foderia geral o empresário e seus colegas, também políticos de renome e outros caras em cargos importantes do governo. Era uma bomba atômica, teríamos que manusear com cuidado extremo.

***

Notícia de um jornal online da localidade de Itajaí:

“Corpo de Stripper desaparecida é localizado

Uma mulher de nome Paola, stripper em uma casa noturna situada no Balneário de Camboriú e desaparecida há dois dias, foi localizada sem vida em Itapema, nas proximidades de uma casa na rua do Carmo, incendiada no último sábado, dia 24, em circunstâncias desconhecidas e vitimando duas pessoas. O corpo foi encontrado por um morador local enquanto levava seu cavalo para pastar em um matagal vizinho à residência. Segundo a polícia, a vítima apresentava marcas no pescoço similar a estrangulamento por um fio de aço. Não foi informado se a vítima sofreu abuso sexual ou se tem relação com a casa incendiada.”

Continua…

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Foto de perfil de KamilaTelesKamilaTelesContos: 174Seguidores: 111Seguindo: 0Mensagem É prazeroso ter você aqui, a sua presença é o mais importante e será sempre muito bem-vinda. Meu nome é Kamila, e para os mais próximos apenas Mila, 26 anos. Sobrevivi a uma relação complicada e vivo cada dia como se fosse o último e sem ficar pensando no futuro, apesar de ter alguns sonhos. Mais de duas décadas de emoções com recordações boas e ruins vividas em períodos de ebulição em quase sua totalidade, visto que pessoas passaram por minha vida causando estragos e tiveram papéis marcantes como antagonistas: meu pai e meu padrasto, por exemplo. Travei com eles batalhas de paixão e de ódio onde não houve vencedores e nem vencidos. Fiz coisas que hoje eu não faria e arrependo-me de algumas delas. Trago em minhas lembranças, primeiramente os momentos de curtição, já os dissabores serviram como aprendizado e de maneira alguma considero-me uma vítima, pois desde cedo tinha a consciência de que não era um anjo e entrei no jogo porque quis e já conhecendo as regras. Algumas outras pessoas estiveram envolvidas em minha vida nos últimos anos, e tiveram um maior ou menor grau de relevância ensinando-me as artimanhas de uma relação a dois e a portar-me como uma dama, contudo, sem exigirem que perdesse o meu lado moleca e a minha irreverência. Então gente, é isso aí, vivi anos agitados da puberdade até agora, não lembro de nenhum período de calmaria que possa ser considerado como significativo. Bola pra frente que ainda há muito que viver.

Comentários

Foto de perfil de KamilaTeles

É uma bolada boa, VIC. O casal bem que poderia doar um pouco pra nós, rs.

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