O Sequestro - Cap. 4

Um conto erótico de GuiiDuque
Categoria: Homossexual
Contém 4335 palavras
Data: 16/11/2019 20:22:41

~ continuando ~

-

Acordo, vou ao banheiro e estou varado de fome, quando muito tempo depois, abrem a porta.

Vejo logo que não é ele, mas também não é o negro. Esse é mais baixo, parrudinho, quase gordo, branco como o leite.

- Onde está o outro que cuida de mim?

- Ocupado, coma, não quero conversa.

Sua voz é grossa, desagradável. Quando acabo, ele pega a latinha, segura meu rosto pelo queixo e fica olhando meu nariz inchado.

- Se comporte ou pode piorar muito isso aí - Ele diz ameaçadoramente e sai.

Nossa ele tem um hálito horrível, e fico esperando a próxima refeição e mais uma vez é o branquelo que a traz, me espera comer, recolhe os talheres e fico aquela tarde toda sozinho e começo a me preocupar com o Beija flor.

Teria acontecido alguma coisa? Estou louco por um banho, mas estava com medo de alguém entrar e fazer alguma coisa comigo. Andava no quarto, de um lado para o outro, até que batem na porta.

- Senta aí, seu pôrra, está me incomodando.

Sento na cama e nem sei dizer quanto tempo passou até que o branquelo entra e me dá outro marmitex e assim aquele dia passa, acordo com ele mexendo em meus cabelos.

- Está com fome? - Ele pergunta e posso ver seus olhos vermelhos.

- A farra ontem foi boa - Digo encarando seus olhos inchados.

- Acho que nunca peguei um fogo igual - Ele diz sentando em minha cama, enquanto me levanto e vou ao banheiro. - Acho que só quando enterrei o Lipe - Ele continua.

- Quem? - Pergunto urinando e olhando para ele.

- Meu irmão, foi baleado tem uns quatro anos isso.

- Deve ser difícil - Disse - Mas qual o motivo do fogo de ontem?

- Você! Acabei bêbado e sem decidir se tenho ou não direito de me meter na sua vida.

- Você é louco. - Digo completamente surpreso, lavando meu rosto

- Vai devagar, minha cabeça está oca, doendo, minha boca amarga - Ele diz deitando na cama.

- Você só pode ser louco - Digo chegando perto, pegando o suco com o pão e sentando na beirada da cama. - Se dá ao direito de me sequestrar, de tirar conclusões sobre a minha vida, sem nunca ter vivido um único minuto dela e não sabe se tem o direito de se meter!!!!!

- Toma seu café - Ele diz pegando uns papeis dentro do bolso do casaco.

- O que é isso? - Pergunto curioso.

Vejo que ele espera que eu coma.

- Como não consigo resolver, vou deixar para você decidir se quer saber o que tenho aqui - Ele diz mostrando os tais papeis.

- O que é isso? Vai tentar me dizer que sou adotado, por acaso?

- Sem chance, meu príncipe, com a fortuna que te espera, você é igual filho de cachorro ou cavalo premiado, seu pedigree foi checado de vários modos. Quando tiver acesso ao cofre da casa, com certeza vai encontrar seu teste de DNA.

Dou uma latida, rindo e termino o suco.

- Espero que continue de bom humor, quer saber o que é?!

Sinto algo diferente na sua voz, não é raiva, me pareceu tristeza, chego a sentir um arrepio estranho.

- O que você faria se estivesse no meu lugar? - Pergunto me encostando na parede e esticando as pernas na cama. Ele senta-se também.

- Aqui explica porque você tem essa merda de vida. Se houvesse alguma chance de você nunca ter tido tanta proteção, saber o porquê de tudo isso... Lhe interessa?

Fico realmente curioso e estendo meus braços pedindo os papeis. Vejo que ele fica em dúvida e não para de me encarar.

- Sabe o seu quase amigo? - Ele pergunta de repente

- Claro, o Alencar, o que tem ele? O tio já está solto?

- Nunca houve um tio preso e a sua namoradinha, também nunca houve uma tentativa de sequestro.

Me levanto como se tivesse sido picado por uma abelha e fico olhando atônito para ele.

- Ela estava envolvida com o irmão mais velho - Eu comecei a dizer e ele mostra várias folhas.

- Pode escolher, envolvida com o irmão, com o pai, um primo, podia ser um sequestro, um assalto, sua mãe preferiu o irmão, achou que daria maior credibilidade e sequestro sua família já tinha experiência.

- Para, porque está fazendo isso?

- Seu amigo foi logo depois que seu primo morreu de overdose e sua tia disse que foram os colegas de sala, que o influenciaram, seus pais acharam melhor te afastar deles até ter idade para saber escolher. E colocaram o segurança na porta da sala. Quando entrou no segundo grau e apareceu com a garota, sua mãe mandou preparar outro dossiê.

- Para - Digo assustado com o rumo daquela conversa. - Ela nunca faria isso, eles nunca fariam, porque você está inventando isso tudo? - Disse alterado.

- Um dos seus primos foi preso naquela semana e foi seu pai que interferiu e o mandaram para fora do país, arrumaram essa estória sobre a Tatiana e o segurança entrou para a sala de aula. Seu pai não queria, disse que você ia crescer fraco, sem pulso, que não seria bom para os negócios, mas sua mãe disse que você tinha que estar vivo primeiro, antes de comandar a Holding.

Nessa hora eu já estava assustado com a possibilidade de ser verdade.

- Você sabe que é verdade, eu não tenho porque inventar isso - Ele continua - Quando entrou na faculdade seu pai quis diminuir a segurança e mais uma vez sua mãe não deixou.

- Como você sabe disso? - Gritei já descontrolado.

- É melhor não saber tantos detalhes.

- Vai para o inferno, explica logo! Como sabe disso?

Ele fica um tempo me encarando e diz:

- Vamos dizer que somos também uma holding. Como a de vocês, temos vários braços. Pense, se precisamos de documentos, armas, drogas, ou pessoal usamos a nossa própria gente, ou correríamos o risco de sermos prejudicados pela concorrência. A cabeça sempre sabe o que os braços fazem e para quem. Fiz um semestre no mesmo curso que você, fomos colegas de sala por alguns meses. Foi logo que você entrou. Eu já estava quase jubilando, mas consegui me formar. Quando terminei o último semestre na faculdade particular e comentei com o Lipe sobre você ter o segurança na cadeira de trás e dois na porta. Ouvi então a conversa sobre os dossiês.

- Foi seu irmão, então?

- Não, não foi, ouvimos juntos. Nem concordamos, achamos uma sacanagem o que fizeram com você. Já sabíamos de você há alguns anos. Chegamos até a ficar com pena algumas vezes, mas quando ganhou a primeira Ferrari, presente de 15 anos, cheguei a achar que nem devia ser tão ruim assim. Não tinha amigos, mas tinha cada brinquedo!!!!! Vocês têm um helicóptero em casa, não é? E seu pai um avião particular.

- Não quero a sua piedade - Disse puto - Sai daqui.

- Por isso não conseguia decidir, não deve ser fácil entender que te fizeram de bobo.

- Toda minha vida foi norteada por esses dois fatos. Eu não podia confiar em ninguém, eu não tinha escolha, eu sou um idiota - Disse tremendo de raiva. - Meus pais devem me achar um idiota mesmo, por isso você me trata desse jeito, porque também me acha um imbecil.

- Não pegue tão duro, eles estavam tentando te proteger, e eu não acho isso de você, não.

- Sai daqui, saí daqui cara - Digo gritando com ele que ainda me olha, posso ver seus olhos, completamente negros.

Ele sai e deixa os dossiês na cama e fico olhando para eles. Leio a mesma estória contada de várias formas. Me deito e fico muitas horas pensando, minha cabeça parecia que ia explodir, não conseguia chorar tamanha a raiva que me corroía.

Lembro do Alencar, tão bonzinho, tão engraçado, tão amigo. Tinha um sorriso lindo. Era rico também, todos naquela escola eram e queria ser piloto de formula um.

- Que se dane a empresa do pai - Ele dizia - Minha irmã que tome conta, vou ser campeão do mundo e você vai estar lá levantando a taça comigo - Ele brincava.

Tatiane tão dengosa, tão linda, em sua boquinha rosada, foi meu primeiro beijo.

Percebo a porta abrindo, um marmitex sendo deixado na cama, mas não tenho fome, tenho ânsia de vômito, isso sim, cada vez que me lembro da mãe falando daqueles dossiês e de como eles tinham que me proteger. Das muitas vezes que tentei lutar e ela pedia minha compreensão: "- Só mais este ano filho.”, ela dizia a cada ano que começava. Lembro-me dos colegas que haviam passado, das garotas bonitas, gostosas, dos rapazes que eu olhava disfarçado, de tantas festas que nunca fui, dos acampamentos que eles passavam semanas comentando depois. Das apresentações em grupo, onde pareciam cúmplices de momentos divertidos; minhas notas eram as melhores, meus trabalhos muito melhores apresentados, mas eram como uma punheta solitária. Lembrei do barzinho ao lado da faculdade sempre cheio, sempre tão animado.

Ele estudou comigo?! Alguém do último período, fazendo poucas matérias, quem será? Depois que percebi que não iria mesmo me envolver, procurei me afastar deles todos, assim não criava expectativa. Provavelmente nem o vi.

Nem vejo quando a porta é novamente aberta, o marmitex retirado e deixado um Big Mac com coca que também não é mexido.

Durmo perturbado por pesadelos terríveis, onde via meus pais rindo, eu afogando em papeis que se convertiam em sangue quando tentava tirá-los de cima de mim. Outra hora estava sozinho em algum lugar cheio de gente, mas não podia ouvi-los, nem eles me viam, acordava assustado, me virava naquela cama gelada e pedia que tudo não passasse de um pesadelo.

Acordo apertado para ir ao banheiro e quase piso nele, sentado no chão, encostado na cama.

- Tem um sanduíche novinho, você deve estar com fome. - Ele diz

- Sai e pode levar o sanduiche também. - Digo indo para o banheiro

- Escuta, sei que deve ser difícil, mas é melhor saber, não acha?! Não tem como mudar o passado, seu presente é este, cárcere privado, mas o futuro você pode mudar. Não vou dizer que pode confiar em todo mundo. Você tem dinheiro pra caralho, mais do que qualquer um que eu conheça, sempre vai ter alguém de olho nele e em você, por causa dele. Não conheço ninguém com duas Ferraris na garagem, só por exemplo. - Ele tenta brincarDigo lavando meu rosto. - Ganhei mais uma semana passada, ou há duas atrás. Quanto tempo estou aqui?

Ele não responde.

- Eu e o Lipe sempre éramos convidados para tudo, claro que sabíamos que era por causa das garotas que levávamos, mas a gente aproveitava também. Tinha até fila para entrar nos nossos grupos. Nosso pai errou tanto quanto os seus. Só que pelo motivo oposto. Quando minha mãe entrou no quarto para me chamar para a escola e me viu na cama nu com meu namorado gritou o pai e disse que aquilo era pecado, que o padre não ia aceitar. O pai ficou puto com ela. Disse que aquele padre idiota não mandava na casa dele. Eu punha na minha cama quem eu quisesse, se ela não gostava, que saísse. Mulher ele arrumava quantas quisesse na esquina. Desde esse dia e até ser preso e morrer ele punha duas piranhas toda noite na cama dele. Dizia que não gostava da cama fria. Sempre se levantou cedo e quando saia deixava as garotas para nós três. "- Capricha com esse - Ele me apontava - Precisa aprender a gostar de mulher.". Piranha lá em casa era igual coca cola na geladeira, sempre tinha pelo menos uma. Nunca mais entrou leite lá em casa. "- Querem o que no café da manhã?" Ele nos perguntou logo que a mãe saiu. Imagina o que três garotos escolheram? Quer ficar sem banho, tudo bem, quer comer um saco de batata frita com coca no almoço, tudo bem. Não quer ir a aula, repetiu o ano, bateu no vizinho, matou o cachorro do outro, não interessa o que fosse, sempre estava tudo bem. Quando nosso irmão mais velho começou a se drogar - Ele continua - Todo mundo falava que ele estava exagerando, falei com o pai, ele disse para não me meter, a vida era dele. Quando ele teve uma overdose o pai disse que era a vida. Se ele era fraco, era melhor mesmo morrer. Um dia cheguei no quarto e o Lipe estava cheirando aquela merda. Dei tanto nele, batia e chorava ao mesmo tempo. O pai tentou interferir, eu o mandei sair, senão quem ia apanhar era ele. Disse para o Lipe que ele estava se matando igual o Nando fez e que não ligava para o que eu sentia. Só parei de bater quando perdi as forças. Ele sempre foi melhor de briga que eu, mesmo sendo mais novo, mas nesse dia ele apanhou calado, só chorando. Tem um bar ao lado de casa, fui para lá e depois de um tempo ele chegou, estava sangrando ainda e me abraçou, ficamos assim muito tempo, ele prometeu que nunca mais usava droga. O pai passou e viu, disse que era coisa de viado e saiu rindo. O Lipe morreu 14 anos depois, sem nunca mais ter usado nada.

Nessa hora eu estava sentado no chão na sua frente e podia ver seus olhos negros completamente molhados. Sabia que chorava por baixo do capuz.

- Quando matei a primeira vez, estava apavorado - Eu continuo ouvindo. - Dois caras cercaram o Lipe e eu, e tentaram nos estuprar. Ninguém ia tocar nele, ninguém, cara. Consegui tirar a arma de um e o outro fugiu, quando o pai entrou em casa, ele já sabia, me pediu a arma que usei e disse que iria sumir com ela. No dia seguinte ganhei outra, maior e ele disse que se precisasse trocar essa era só avisar e ainda disse que agora ele tinha um filho homem. Passei o dia esperando um raio me atingir, sabe? Como se Deus fosse me castigar. Fiquei assustado mesmo quando vi que não ia cair nenhum raio do céu, o pai ria de mim, não falei nada do raio, mas ele via que eu estava assustado: "- Filho fecha logo outro, que acaba logo essa bobagem", foi seu conselho. - Ele tirou a arma das costas e ficou olhando para ela. - Não é mais a arma que o pai me deu. Já tive que trocar aquela também. O pai tem um filho com uma outra mulher, ele tem a sua idade. Cada vez que mata um, ele dá um corte no braço para marcar. Da última vez que o vi, seu braço estava cortado quase até o cotovelo. O pai ainda estava vivo e ria. "- Finalmente tenho um filho macho", ele disse alto para todos ouvirem, como se eu gostar de um homem me fizesse mesmo macho, ou não gostar de matar diminuísse minha masculinidade. Para ele, seus filhos podiam tudo, para os seus, nada. Ele ria de você, "- Um fraco" ele dizia para nós, "- Vocês têm sorte comigo, qualquer hora a mãe dele inventa uma doença e põe ele numa bolha". Lipe olhava para mim e a gente se entendia. Um tomava conta do outro, via se estava comendo, se não estava bebendo demais, se dependesse do pai a gente já estava morto.

Ele se cala, guarda a arma nas costas e ficamos algum tempo em completo silêncio.

- Eu também não tenho como mudar meu passado - Ele continua - Nem trazer de volta meus dois irmãos, mas posso decidir sobre o meu presente, posso definir meu futuro, ou pelo menos tentar. Por isso quis fazer uma faculdade, aprender, procuro resolver meus problemas com a cabeça, não com a arma, mas não posso negar que saber usá-la e saber que posso usá-la me dá uma vantagem. Não concordo com meu pai, mas ainda sou seu filho, e sempre procurei me defender daquilo que não concordava nele.

Depois ele abre o sanduíche, sinto o cheiro e percebo que estou com fome.

- Você não come a mais de 24 horas - Ele diz - Resolvi que só comeria quando você comesse, já que fui eu que causei isso tudo. E eu estou com fome. - Ele diz me encarando.

- Eu também - Digo e ele me dá o sanduíche com a coca.

- Vamos dividir - Eu ofereço

- Não, pode comer, tenho um marmitex para mim lá fora, é ruim comer de capuz e depois, esse sanduíche é horrível.

- Então vai lá comer - Digo já mordendo o meu.

Ele volta algum tempo depois.

- Quer conversar? - Ele me pergunta.

- Me esclareça umas coisas - Peço. - A Tatiane foi expulsa da escola e seu irmão preso. Como fizeram isso?

- Ela nunca foi expulsa. - Ele me diz. - Naquele mesmo ano sua mãe deu um ginásio poliesportivo para a escola e ela foi convidada a se retirar de lá. O pai do Alencar recebeu uma proposta de trabalho irrecusável e saíram da cidade, isso que me contaram - Ele diz.

- Uma vez assistíamos a um filme em que o John Travolta era um garoto doente que vivia numa bolha, fui ao banheiro e quando voltei escutei uma discussão do pai com a mãe - Eu digo. - "- Nem pense nisso". Ouvi o pai dizer e a mãe riu, e disse que ainda não tinha pensado em nada. Agora entendo aquela conversa, seu pai nem estava tão errado assim. Sabe que se complicou me contando isso, não é?

- Sei.

- Vou ficar te devendo essa - Digo algum tempo depois, o encarando.

- Então paga não contando como descobriu, na verdade nem tem que dizer que descobriu. O sequestro te amadureceu, é o que eles vão pensar e procure ter certeza das informações que te passarem, certifique-se delas. - Você não tem só boas ideias - Ele continua - Tem conhecimento para aplicá-las, tem vontade de fazer, tem recursos para isto. Quando disse que estaria torcendo por você, é verdade e me lembrei que tinha uma arma poderosa para lhe dar: Tirar a venda de seus olhos. Só não tinha certeza se você queria ver. Não há nada mais poderoso que a verdade, ela te fortalece. Você tem uma batalha pesada pela frente, gostaria mesmo que a vencesse. Pode não acreditar, mas gosto desse país tanto quanto você. Sabe porque aquele negão de 2 por 2 me respeita? Não é porque eu tenho uma arma, é porque EU SEI que posso usá-la, mesmo sem gostar. Ele SABE disso quando me vê usá-la. A verdade é que VOCÊ SABE que eu não atiraria em você, de alguma forma você sabe disso, por isso não te assusto. É o conhecimento da verdade que nos dá força, sabe quantas pessoas olham nos meus olhos como você faz agora? O Lipe, e esse está morto. Logo que me encarou pela primeira vez eu percebi que você era diferente. Não se culpe por confiar neles, eles deveriam ser as pessoas mais confiáveis mesmo e foi sabendo disso que eles conseguiram te convencer.

- Você também não é só um sequestrador ignorante - Disse tentando rir. - Você é bem legal. Acha que estou com síndrome de Estocolmo? - Digo sério, algum tempo depois.

Ele dá uma risada gostosa

- Claro que não - Ele diz ainda rindo - Você não quer se identificar comigo, se apaixonou pela minha personalidade absolutamente irresistível, é diferente.

- Irresistível e modesta - Digo rindo também.

- Você mal começou a viver, aproveite para aprender e mude. A vida é um mudar constante. Seus pais te amam, como o meu, do jeito dele. Viva sem depender desse amor que pode sufocar. Viva a vida pelos seus olhos, de acordo com suas leis, mesmo que sejam um pouquinho diferentes - E posso ver seu olho brilhar, como se estivesse rindo.

Assim, ficamos conversando como nunca antes havia feito, ele trocando sua larga experiência pela minha quase nenhuma. Falou várias vezes no irmão, o Lipe. Parece que eram sócios também em um dos “braços” dessa holding deles. Perguntei em que área e ele falou outra coisa.

Uma hora batem na porta o chamando e ele sai, toda a angustia havia passado, como se realmente alguma coisa houvesse mudado dentro de mim. Ainda me sentia manipulado, mas entendia que sofrer era tolice, mudar era a única alternativa para quando voltasse para casa.

Meus pais, nem conseguia mais odiá-los, eu deixei, eles erraram sim, mas eu deixei, foi tão fácil para eles, meus primos fizeram tanta bobagem, eles deveriam estar tão assustados que erraram e muito, mas foi por amor, mas o maior erro foi meu. Como fui cego.

Algumas horas depois o branquelo volta com um marmitex, me espera comer e sai.

Passo aquela tarde deitado, durmo um pouco e a porta abrir e ele entra. Vejo que tem uma toalha nas mãos.

- Quer tomar um banho? Trouxe sabonete também.

- Quero muito, obrigado! - Vou para o banheiro e ele vem junto e senta-se no vaso. - Vai ficar aí?

- Claro, preciso te defender - Ele diz sério.

Tomo meu banho com cuidado, percebo seus olhos em meu corpo e tento fazer um pouco de charme, me lavando devagar, lavo bem meu pau, que pulsa duro na minha mão mas ele nem se mexe, passo o sabonete pelo meu corpo, sei que tenho um corpo bonito, trabalhado por aquele incansável personal, mas agora estava até agradecido pelas muitas horas de musculação e dos abdominais infindáveis que ele me fazia executar. Passo a mão em minha barriga durinha e vejo seus olhos apertando, acompanhando minhas mãos, sinto meu pau pulsando de tesão, a única hora que ele se mexeu foi quando fui lavar minha bunda, passei a mão com o sabonete e dou uma empinada para alcançar meu rabinho para lavar e ouço que ele suspira, baixinho e quase posso jurar que seu pau deu um pulo, mas ele não diz nada. Termino, passo por ele devagar e vou me secar no quarto e estou me secando quando ele me manda virar e se oferece para secar minhas costas e quando se aproxima, vejo seu pau duro, não consigo tirar meus olhos.

Ele passa a tolha em minhas costas devagar, descendo a toalha até o começo da minha bunda e fica com a mão parada nela e eu me esfrego na toalha com tesão, ele me vira, desce devagar na minha frente, fica olhando meu pau completamente duro e levantando o capuz até a boca, passa a pontinha de sua língua nele. Sinto um calafrio de tesão com aquela língua quente, seu toque suave muda quando ele simplesmente quase engole meu pau de uma vez e o tira de sua boca de repente, passando só a pontinha da língua de novo e começa um boquete fabuloso, nunca imaginei sentir nada semelhante, tenho que sentar na cama para não cair, mas ele não para, abre minhas pernas, chupa minhas bolas, morde minha virilha, dando uma chupada gostosa e quando dou um gemido mais forte ele rapidamente sobe e me beija.

- Chiiiiiiiiu quietinho, ou ele vai querer participar também, quer isso?

Balanço minha cabeça negando e ele me beija, sua boca é deliciosa, sua língua quente, gulosa e logo estou correspondendo aquele beijo fantástico, mas ele o interrompe e volta a me chupar, primeiro só na cabecinha, engolindo às vezes boa parte dele e depois voltando para a cabeça, enquanto isso com dois dedos me punhetava, mas não era depressa, sem parar, era mais como uma tortura deliciosa, quando vou gozar ele simplesmente para e morde minha virilha interrompendo meu gozo, chego a tampar a boca para não gritar ele chupa minhas bolas, uma depois as duas, chupa meu pau como um sorvete em pouco tempo sinto que vou explodir, e achando que pararia de me chupar como fazem as garotas, ele simplesmente me mama como um bezerrinho, chupando forte enquanto gozo em jatos que parecem não acabar nunca. Mas ele bebe tudo e ainda me deixa limpinho.

- Isso é do caraaaaaaaaaaaaaalho - Digo baixinho

- Meu príncipe, achei que não ia acabar nunca mais - Ele diz rindo, beijando minha boca. - Acho que nunca vi tanta gala, estou alimentado por dias - Ele brinca. Quando nos separamos, vejo sua calça toda gozada. - Viu o que você fez? Como você é gostoso, e como é cheiroso. Vou precisar usar seu banheiro - Ele diz e vejo sua boca carnuda, seus dentes clarinhos e toco em sua boca, ele tira minha mão e desce o capuz.

- Volta aqui - Peço - Por favor - Insisto.

- Não, meu príncipe, vamos deixar assim, essa fica de presente, pelo inconveniente que causei em sua vida, já estou negociando seu resgate, e depois, estava te devendo um boquete bem feito.

- Agora é minha vez, deixa - Eu digo tentando tocá-lo.

- Não, você ainda está em fase de aprendizagem, lembra? Não ter tudo que quer?

- Que maldade!!!!!!

- Uma hora você ia ter que acreditar que sou mesmo muito malvado.

- Não faz assim comigo - Digo tentando tocá-lo - Me deixa te tocar, sentir seu cheiro, seu gosto.

- Não - Ele diz, vai ao banheiro, se limpa e está saindo quando volta - Aprenda a lutar pelo que quer, cara. Esse monte de músculos aí serve para que?

- Você fala de quê? - Pergunto surpreso, nu e olhando para ele.

- Quer? - Ele pega em seu pau. - Esteve a centímetros de sua mão, porque não pegou? Nem tentou, cara. Simplesmente aceitou o meu não. Quer alguma coisa? Lute por ela. Agora perdeu a chance! - E ele sai do quarto, trancando a porta.

Vou deitar puto comigo. Ele está certo, estou tão acostumado a obedecer, a seguir as regras. Os seguranças decidem meus caminhos, onde vou, se vou, como vou, minha mãe a minha vida, meu pai escolhe até as putas com quem me deito, ele disse não e eu simplesmente obedeci, sou mesmo um carneirinho pronto para o abate.

Porra o que é aquilo que ele fez comigo????!!!!! Boquete é isso? Que coisa mais fabulosa. Que boquinha mais gulosa, que beijo delicioso. O que ele quis dizer com estava me devendo um? Será que falava das meninas para quem paguei e nunca recebi um. Será que elas trabalham mesmo para ele? Durmo e nem preciso dizer com quem sonhei.

-

~ alguém pediu um pouco de putaria?! alguém pediu pra postar mais e mais cedo?! aqui tem tudo isso!!!! hahahah. inclusive, a putaria só tá começando. :D

obrigado pelos comentários, gente, até mais tarde ou até amanhã <3 ~

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Comentários

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Adorei, o beija flor é muito sensual e misterioso. Amooo

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Muito, muito bom! Eu confesso que tava sentindo falta de um pouco de putaria, mas ta indo na medida certa. Parece nova, to doido pelo prox cap xD

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Gostei do capítulo. Foi bom esclarecer o pq da família super protegê-lo de todos e Tudo. Só de pensar que existe pais assim, dá até um medo, as vezes muito amor e superproteção machuca de mais. Espero que ele sai dessa bolha em que ele vive.

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Continua logo adorava ler dois capítulos por dia

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Olhaaaa meu pedido atendido... Confesso que já estou imaginando um final romântico para esses dois... Mas adoro esse jogo de sedução... Obrigado por atender o meu pedido ate o próximo espero que seja logo ;)

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Nota,10 um pouco de romance também é bom rs,continua rs

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