Oi gente, voltei! Aqui é a Bia T, bora para o capítulo três!
Mamãe queria uma Filha || Capítulo 3 – Causa e Efeito
Quando vi aquela caixa de maquiagem ao lado do conjuntinho, minha vista escureceu e quase desmaiei. Minha mãe, assim que me viu, começou a jogar pano quente sobre o caso.
– Caaalma, não é nada disso que você está pensando! Essa caixa é minha, eu que vou usá-la! – Minha mãe foi logo se explicando.
– Haaa, bom... – Cara, senti um alívio na hora..
– Bom, mas também eu não poderia deixar minha filha linda sair assim, sem nada do rosto!
– Ha, mãe, para, a senhora está só brincando né?? – voltei a ficar nervoso.
– Não estou brincando não... você tem a mesma idade que a sua prima Sabrina, você já viu como ela se arruma para sair? Ela não usa maquiagem, é muito nova... mas a mãe dela passa um batom rosinha nela que fica um arraso! Garotas da sua idade já usam pelo menos um batonzinho...
– Garotas da minha idade? M-mãe, a senhora ficou louca?? Eu sou menino!!! – Eu já estava quase gritando.
– Olha a maneira que fala comigo, moleque!! Quem está louco aqui é você, gritando comigo! Ora, se você vai sair vestido de menina num sábado à noite, vai sair bem vestida sim, eu que não saio com você parecendo uma mulamba! – Minha mãe já perdia a paciência.
– Não vou passar batom coisa nenhuma! – Falei e cruzei os braços, desafiando minha mãe.
– Há, não vai? - SLAP! Não tive tempo de me esquivar do tapa que levei no rosto. O tapa foi forte o suficiente para me fazer perder o equilíbrio, e eu caí sentado na cama.
Comecei a chorar e minha mãe logo me repreendeu.
– E para de chorar! Onde já se viu, gritando e teimando comigo? Não sei por que que você está fazendo tanta questão de não usar batom! Você já até vestiu calcinha e shortinho! Usou até os brincos da sua prima!
– Usei, mãe, mas batom já é demais! É muito feminino... – Eu tentava parar de chorar.
– E o que faz você pensar que um batom é mais feminino que uma calcinha? E outra, nós já não tínhamos combinado que você deveria ficar parecida com uma menina para não ser zoado na rua? Se você não usar o maldito batom, droga, eu vou pintar suas unhas com esmalte e vou te chamar de Arthur, filho, na frente dos outros, é isso o que você quer? – Minha mãe me ameaçou de maneira muito séria, me causando calafrios.
– N-não, mãezinha, por favor! E-eu v-vou usar o batom sim, prometo!
Depois que parei de chorar e me troquei, fui no espelho pra ver o resultado. Minha nossa, eu parecia aquelas meninas que eu mesmo ficava desconcertado para conseguir conversar. É claro que minha mãe não se esqueceria de passar o batom rosa em mim, e ela fez questão de passá-lo bem devagarinho, e ainda me ensinou a usar os lábios para espalhá-lo totalmente na minha boca. Não bastasse tudo isto, mamãe ainda escovou e alisou meus cabelos.
– Pronto! Está prontinha! Que coisinha rica da mamãe, lindinha! – Minha mãe me encheu de beijos nesta hora. Não sei como ela mudava tão rápido de humor.
É óbvio que, quando saí do quarto, minhas primas riram muito e minha tia se segurava pra não cair na gargalhada também. Mais uma humilhação na conta da minha mãe, muito obrigado!
Quando saímos da fazenda da minha tia de carro, eu sentia um frio na barriga incontrolável. Sair vestido de menina em público, que foda! Contudo, conforme íamos andando pelas ruas da cidade, percebi que ninguém reparava nada de estranho em mim. Todos estava agindo normalmente, ou seja, realmente pensavam que eu era uma garota. Fiquei até feliz e mais tranquilo ao perceber aquilo. Minha mãe chegou a falar baixinho no meu ouvido: 'Tá vendo, eu te disse que ninguém iria reparar! Acredita na mamãe que não tem erro!'.
O resto da noite foi tranquilo, nós só fomos tomar sorvete e depois fomos para a praça da cidade. O único tormento que eu tinha que aguentar era minha prima Priscila, que fazia questão de me provocar me chamando de princesinha e me fazendo perguntas idiotas, como: 'Que tipo de garoto você gosta?'.
Durante todo o resto do final de semana e na Segunda-feira foi daquele jeito, eu tinha que me vestir de garota e até já estava ajudando minha tia a lavar louças, passar pano no chão...minha mãe estava adorando tudo aquilo.
Apesar de ter que me vestir de menina dentro de casa, quando íamos para a piscina era um alívio, eu só precisava vestir minha cuequinha para cair na água! Me deixavam usar roupa de menino na piscina, eu mal podia acreditar! Minha prima Priscila até perdia a graça de me zoar quando estávamos na água. Bom, naquela vez, minha mãe não me fez usar um biquini ou um maiô. Acho que ela e minha tia pensaram que seria demais me forçar àquilo, eu já tinha passado por muitas coisas naquele final de semana. Entretanto, quando eu estava na água e olhava para minha mãe, eu podia jurar que ela não estava feliz. Algo me dizia que aquela história de me vestir de mulher não tinha acabado...
O final de semana prolongado terminou e partimos para casa. Eu estava superfeliz, me deixaram usar minha roupinha masculina da viagem, ela já estava lavada e passada. Quando chegamos em casa, eu fui ao banheiro e, depois, quando fui para meu quarto, VI MINHA MALINHA DE ROUPAS, ELA ESTAVA NO CHÃO, PERTO DA MINHA CAMA. ENGRAÇADO QUE EU SEMPRE DEIXAVA MINHA MALA EM CIMA DA CAMA QUANDO ME PREPARAVA PARA VIAJAR, EU NÃO ME LEMBRAVA DE TE-LA DEIXADO NO CHÃO.
Bom, não adiantava chorar sobre o lei derramado. Eu me troquei e vesti um short de jogar futebol e uma regata, cara que máximo, eu estava no céu. No outro dia, meu pai chegou do trabalho e conversou comigo. Porém, eu não disse nada a respeito do que passei lá na fazenda, mamãe me fez jurar que não contaria nada, aquilo seria um segredinho entre nós. Apesar de ter ficado um pouco magoado com tudo aquilo, quem esqueceu minha própria mala fui eu. Eu não podia pôr toda a culpa sobre minha mãe. Além disso, qual garoto de nove anos contaria que se vestiu de menina para o pai? Meu pai era uma pessoa séria... era bondoso mas gostava das coisas certas. Seu eu tivesse contado o que aconteceu comigo, provavelmente duas coisas teriam acontecido: briga dos meus pais e eu iria apanhar ou talvez ser castigado. Ou seja, não havia vantagem nenhuma em contar a história toda pra ele...
Conforme o tempo foi passando, minha vida foi voltando ao normal. Escola, futebol (eu era goleiro do meu time na escolinha), pipa, escola, videogame... meu pai trabalhando muito e minha mãe fazendo os trabalhos domésticos. Não aconteceram maiores incidentes desde então, mas minha mãe às vezes me provocava, me mostrando cores de batons que ficariam bem em mim. Eu ficava todo nervosinho. Teve uma vez que eu e minha mãe estávamos indo para o mercado a pé quando vimos uma menina na rua usando shortinho jeans. Eu fiquei vermelho na hora e olhei para a minha mãe, ela estava me olhando com sorriso irônico, ela sabia o que tinha passado na minha cabeça.
Bastante tempo se passou e agora eu tinha uns doze anos e meio, quando tive uma grande decepção: meus pais iriam finalmente se separar. Apesar de o meu pai viver reclamando que aturar minha mãe era difícil, a separação dos dois foi, na minha opinião, principalmente culpa dele. Minha mãe descobriu que ele estava a traindo com uma mulher bem mais nova, e isso há anos. Eu nunca entendi isso, trocar minha mãe por uma mulher mais nova? Minha mãe ainda era bonitona, tinha o corpo firminho de academia, ela se cuidava muito bem. Os homens do bairro viviam loucos por ela mas ela nunca deu trela, ela era fiel ao meu pai, apesar de tudo. Claro que fiquei triste, quem não ficaria? Mas a separação dos meus pais tinha uma consequência que eu ainda não tinha percebido: EU IA FICAR TOTALMENTE SOZINHO COM MINHA MÃE. Perceberam o problema?
Mais algum tempo se passou e minha mãe foi ficando cada vez mais impaciente e puta da vida. Ela vivia reclamando, dizendo que a vida dela estava um lixo, que meu pai era um inútil e blá blá blá... ela dizia que as mulheres era superiores aos homens pois tinham que criar filhos sozinhas, trabalhar em casa e fora e coisa e tal. Fui percebendo um comportamento feminista por parte dela mas eu nunca disse nada. Ela também começou a me tratar de forma mais rígida e exigente. Eu tinha que ir cada vez melhor na escola e, não bastasse isto, ela começou a me obrigar a ajudá-la a fazer os trabalhos domésticos. Eu chegava da escola, almoçava e já ia lavar as louças, passar roupa, lavar banheiro. Bom, todo mundo deve ajudar em casa mas eu fui ficando mais isolado dos meus amigos, fui ficando cada vez mais sozinho com minha mãe.
Mamãe também não facilitava quando eu pedia alguma coisa. Ela sempre me fazia 'trabalhar' por aquilo, como passar o final de semana fazendo serviços domésticos extras... e havia algumas coisas que ela nunca me deixava fazer, como por exemplo CORTAR MEUS CABELOS. Meus cabelos já iam quase até o meio das minhas costas e, mesmo assim, ela dizia: 'Cortar o cabelo? Pra que filho, eles estão lindos assim! Aposto que as meninas adoram seus cabelos!'.
Apesar de tudo, eu tinha uma vida tranquila até alguns 'incidentes' acontecerem, deixando minha mãe irritadíssima. Na minha classe, na escola, eu fazia parte da turma dos 'bad boys'. Não que eu fosse mal educado ou problemático mas eu gostava de fazer parte daquela turma. Os rapazes não me tratavam mal, às vezes brincavam que eu era CDF (nerd) mas nada que me perturbasse. Aliás, meu apelido na turma era 'juba', um apelido bem legal.
Até que, num belo dia, eles resolveram roubar uma bola de futsal da escola. E adivinhem quem foi o escolhido para 'esconder' a bola dentro da mochila? Sim, eu mesmo! É claro que fomos pegos e o diretor chamou nossos pais. Eu me lembro direitinho da cara da minha mãe quando ela ficou sabendo o que fiz. Quando o diretor lhe contou o que eu tinha feito, ela abriu a boca, pasma, e arregalou os olhos. Parecia que ela havia levado um soco no rim e eu sabia que eu estava fudido. Neste dia, já quando estávamos em casa, ela começou.
– Pura que pariu!!! Moleque!! Agora você rouba coisas da escola?? Quando foi que te ensinei esse tipo de coisa?? Você já não tem o suficiente em casa!?!?
– N-não foi culpa minha mãe, juro! E-eu só...
SLAP! Tomei um tapa no rosto, me fazendo girar a cabeça. Comecei a chorar e já tomei outro tapão, desta vez mais forte. SLAP!!!
– Não mente pra mim!! E para de chorar!! Há, meu Deus, por que mereço isso!? Roubando?? Eu não te eduquei o suficiente?? – Minha mãe tremia e gritava.
– M-mãe, eu... por favor, me d-desculpa!
– Desculpa?? Há sim, claro! Como se só um pedido de desculpas fosse suficiente para fazer eu me esquecer da humilhação que você me fez passar lá com o diretor!
– P-Por favor, mãe é, sério!! Me desculpa mãe, nunca mais farei isso!!
– Não vai?? Não sei não, homens são todos iguais, vivem mentindo... você quer virar um mentiroso e safado como seu pai?? Que ódio! SE VOCÊ FOSSE UMA MENINA, COM CERTEZA NÃO...
Nesta hora, minha mãe parou seu discurso e me fez uma cara diabólica. A expressão que ela fez no rosto me deixou completamente assustado.
– Você não vai mais roubar né?? Tudo bem, acredito! Mas você não vai escapar fácil dessa, mocinho! Pode se preparar pra sua punição! Gosta de usar suas mãozinhas para roubar?? Pois bem! Você ficará duas semanas sem videogame! Vai sair da escola e vai vir direto pra casa, nada de futebol ou amigos por duas semanas!
Cara, eu mal podia acreditar! Na minha cabeça, a punição era branda demais, eu cheguei a pensar em coisa pior. Mas aí...
– E farei com que você NUNCA mais, sequer pense em roubar de novo! Arthur, vem cá! – minha mãe segurou minhas mãos e me puxou para o quarto dela.
Sem entender nada, só a acompanhei. Quando ela tirou uma caixa de madeira do armário e a abriu, eu pude ver uma coleção de esmaltes, de todas as cores. Fiquei em choque, meu estômago se embrulhou na hora. É isso mesmo que vocês estão pensando: ela queria pintar minhas unhas com esmalte! Vendo o meu estado de nervos, minha mãe abriu um largo sorriso e continuou.
– Não me faça essa cara... achou que a punição iria ser leve? Você nunca mais vai roubar, pode acreditar! – Mamãe já começava a cortar as pontas e a lixar minhas unhas.
Comecei a chorar e a tremer, enquanto ela continuava o trabalho. Primeiro, mamãe tirou um pouco das minhas cutículas e, conforme ia pintando minhas unhas, começou a me explicar todos os passos para se conseguir que ficassem sempre bem pintadas e como fazer para dar a manutenção correta, deixando-as sempre limpas e perfeitas. Ela passou um esmalte vermelho escarlate, destes que brilham até no escuro. Quando ela terminou de pintar minhas unhas, olhei para as minhas mãos e só pude fazer uma coisa: chorar.
– Há, e vou te chamar de 'Larissa' durante estas duas semanas! Vamos ver se a 'mocinha' vai roubar de novo! E nem pense em tirar o esmalte pra ir pra escola! Faltam dois dias para o próximo final de semana. Você vai pra escola com as unhas pintadas nestes dois dias e vai passar o final de semana aqui em casa, de unhas pintadas. No Domingo à noite, eu tiro seu esmalte. Se me desobedecer... bom.. nem quero imaginar o que farei com você!
Bom, não adiantava mais chorar, a cagada já havia sido feita. Eu estava totalmente ferrado, ir para a escola de unhas pintadas? Iriam me zoar horrores lá. E nem me arrisquei a implorar para minha mãe por outra punição, poderia ser MUITO pior.
No outro dia de manhã, enquanto me trocava para ir para a escola, eu não conseguia evitar de olhar para as minhas unhas, pintadas com aquele forte vermelho. Cheguei a pensar em comprar um vidro de acetona para tirar o esmalte mas pensei melhor e resolvi não arriscar. Se minha mãe descobrisse, eu estava frito. Pensei em comprar luvas mas também desisti, aquilo só aguçaria a curiosidade das pessoas na escola. Também pensei em falar com o meu pai sobre tudo. Bom, o meu pai não me ligava a meses, o que eu teria para falar? O jeito era encarar o problema de frente e falar a verdade para todos.
Chegando na escola, percebi que minha mãe tinha costurado os bolsos da minha calça e eu não podia nem tentar esconder minhas mãos. É claro que todo mundo que me via apontava para as minhas mãos e ria muito. Mais uma humilhaçãozinha básica. Eu escutava coisas dos garotos to tipo: 'Há, a bichinha saiu do armário?' ou 'Que isso Arthur, virou viadinho?'. Eu sempre tentava explicar tudo, que tinha tentado roubar uma bola e que aquilo era punição da minha mãe... bom, alguns engoliam a história, outros não. Fiquei sendo zoado por dois dias inteiros, até mesmo os professores riam na minha cara e eu resolvi que iria contar a história para a minha classe, para não ficar tão feio. Alguns colegas quase mijaram nas calças de tanto rir, enquanto outros disseram: 'bem feito pra você, vê se não rouba mais nada!'. O que era pior, ficar com fama de viadinho ou de ladrão?
O mais estranho é que fui isolado pelos meus amigos mas algumas meninas se aproximaram de mim, puxando conversa, pedindo para ver minhas mãos... uma garota até comentou: 'Nossa, que lindas suas mãos estão, Arthur!'. Eu senti que passei a ter mais chances com as meninas naquela situação... como eu era bobinho.
Depois dos dois dias de sofrimento, eu já me sentia melhor pois ficar com as unhas pintadas dentro de casa durante o final de semana não era tão ruim assim. Eu só me incomodava um pouco quando minha mãe me chamava por 'Larissa', aquilo era uma lembrança da minha precária situação. É óbvio que tive que contar para minha mãe como foram esses dois dias de unhas pintadas na escola. Ela me fez contar tudo nos mínimos detalhes, e mais de uma vez, para ver se eu não estava mentindo para ela. De repente, ela começou a desconfiar de tudo o que eu falava, ela tinha perdido a confiança em mim.
Na semana seguinte, um aluno foi pego usando drogas na escola. Como eu não estava mais usando esmalte, logo perderam o interessem em mim e começaram a falar sobre este novo bafão. Era um alívio não ser mais o alvo da fofoca, apesar de que alguns colegas não iriam deixar aquilo barato. Alguns ainda me zoavam e faziam comentários maldosos, do tipo: 'Hum, hoje a bibinha não está de esmalte.. então está de calcinha, não está?'. Eu tentava ignorar ao máximo as provocações, ficar nervoso ou brigar só iria piorar as coisas.
Algumas semanas se passaram e a maioria da escola já tinha se esquecido do que ocorrera comigo, com exceção de três alunos: Dois rapazes de outra classe, o João e o Léo e a Cíntia, uma menina ignorante que vivia batendo em outros alunos na escola. A Cíntia vivia me provocando, me chamando de bichinha, putinha... ela parecia um moleque, falava palavrões, só andava com outros meninos e metia medo em todo mundo.
Faltando uma semana para o fim do ano letivo, eu já havia tirado nota máxima em todas as disciplinas. Ou seja: faltava uma semana para as minhas férias, isso é que era felicidade! Eu tinha certeza de que, no próximo ano, ninguém se lembraria do que acontecera comigo.. nada que o tempo não cura!
Entretanto, a Cíntia continuava a me perturbar, ela me provocou na segunda-feira, na terça-feira... e eu não queria entrar no jogo dela pois o ano estava acabando e eu só precisava aguentar mais um pouco. Mas, como nada é perfeito, na quarta-feira ela me empurrou, fazendo o meu material escolar cair todo no chão, e ainda me chamou de 'bichinha travesti', na frente de um monte de alunos. Fiquei muito irritado com aquilo e os outros alunos começaram a gritar 'briga, briga, briga'. Com raiva, eu a empurrei, fazendo ela cair de costas no chão. Os alunos que viram a cena ficaram paralisados, com cara de assustados. Cíntia começou a chorar e eu logo percebi que tinha feito burrada.
Mais uma vez, minha mãe foi chamada na escola. Na sala do diretor, quando ele contou para minha mãe que eu havia agredido uma aluna, ela quase desmaiou e ficou pálida, tiveram até que buscar água com açúcar para ela. Quando ela se recuperou, ela olhou para mim, com lágrimas nos olhos, e fez uma cara que eu jamais esquecerei: minha mãe disseminava raiva e desgosto, ela estava enlouquecida, furiosa, como jamais estivera na vida. Tenho certeza de que ela me bateria ali mesmo, se o diretor não estivesse por perto.
Enquanto voltávamos para casa de carro, em silêncio, olhei para a minha mãe e percebi ela toda vermelha, parecendo uma panela de pressão prestes a explodir. Morrendo de medo, eu já me segurava para não cair em prantos só de pensar no tipo de punição que eu ia sofrer por bater em uma menina.
;-) ;-) ;-) ;-) ;-) ;-)
Imaginem só o próximo capítulo! Até lá, beijinhos! S2 S2 S2