Depois do início abrupto e inesperado, o namoro com Ninah começou a se desenvolver mais naturalmente. Seu nome verdadeiro era Valentina, mas ela odiava este nome pois tinha impressão de ser nome de velha, então era chamada de Menina, e depois só Ninah. Ela era filha única e sua mãe trabalhava em outra cidade, então ficava a semana inteira sozinha em casa, desde novinha.
- Eu até gosto, assim posso fazer o que quiser sem ninguém incomodar.
- Ela não fala nada sobre você namorar?
- Ela não precisa saber. – e sorriu maliciosamente. Cada vez mais estava gostando dela.
Durante o resto da semana passamos tempo juntos sempre que era possível, sem dar muito na vista. Ainda que nenhum de nós tivesse vergonha de assumir o namoro, era melhor evitar fofocas perto dos professores. Teríamos tempo depois que a viagem acabasse.
No último dia da nossa viagem, depois de muita insistência de Vanessa, Ninah resolveu tomar banho de mar junto com a galera. Ela se destacava muito no meio da turma, não só pelo cabelo vermelho, mas principalmente pela brancura da pele. Parecia impossível, mas ela era mais branca que eu! Usava um bikini preto simples, que destacava ainda mais o volume dos seus seios perfeitos, uma canga esverdeada meio transparente e um pequeno pingente da Santa Maria Madalena, que não havia notado antes, mas não prestei muita atenção. Mas uma coisa me incomodava e não demorei a descobrir o que era. Eu sentia ciúmes dos outros rapazes olhando para ela!
Depois de alguns mergulhos, fiquei sentado na areia na sombra, apenas olhando o movimento e para ela. Ela parecia desconfortável no sol, e logo veio sentar junto a mim.
- Porque essa cara? – disse ela enquanto se secava com uma toalha.
- Nada não. Só... sei lá.
Ela então coloca a toalha sobre os ombros, e ergue meu rosto delicadamente com a mão.
- Eu sou sua namorada – disse ficando vermelha – pode falar qualquer coisa comigo.
Caramba, que olhos lindos! Como nunca notei ela na escola antes?
- Já disse que você tem olhos lindos?
- Obrigado, mas não foge do assunto.
Suspiro – Não gostei de ficarem olhando você assim, pelada...
- Eu não estou pelada oras, estou de bikini!
- Dá no mesmo, aparece tudo!
- Pára de ser bobo Arthur. Aqui na praia todo mundo usa bikini, ninguém dá bola. – disse rindo.
- Para você é fácil falar isso, ninguém fica olhando pra mim. Só os meninos reparam nessas coisas.
- Você que pensa! Cansei de ouvir as meninas comentando sobre você. E meninos também, se quiser saber.
- Como assim?!
- Bom, as meninas reparam nos rapazes também oras. Seu nome surgiu várias vezes nas rodinhas de conversa.
- O que falam de mim? – ficando curioso, comecei a esquecer que estava amuado antes.
- Ah, um monte de besteiras. Sobre ter a pele bonita, a cor dos olhos, bundinha empinada...
- Quê?!
- É sério! Foi de tanto comentarem que fiquei curiosa pra te conhecer, mas não tinha coragem de puxar conversa. Mas fiz a besteira de comentar com a Vanessa. Aí ela abriu a boca pro Junior e aqui estamos.
- Mas nunca uma das garotas veio falar comigo antes! Se me achavam bonito, então porque?
- Ah... Frescura delas. Elas acham que por serem meninas, o rapaz é que tem que tomar iniciativa. Ou então que você parecia muito delicado. Eu não tenho paciência para esperar essas coisas.
- Mas você também não veio falar comigo. – disse provocando - E que papo é esse de delicado?
- Acham que você parece uma menina as vezes. Sabe, tímido, bonito, não gosta de esportes...
Essa conversa estava indo por um rumo estranho. Será que meu passado estava voltando para me assombrar?
- E você gosta de eu ser assim? – disse nervoso.
- Gosto sim! E fiquei feliz de saber que você gosta de meninas mesmo. Tinha até boatos que você e o Junior...
- Quê?!
- É sério! Por isso que elas só olhavam de longe. Se bem que...
- Se bem que... o que? – engoli em seco. Definitivamente, essa conversa estava indo por um rumo desconfortável.
Ela de repente ficou muito vermelha, e nada tinha a ver com o sol. Chegou a se abanar um pouco com a mão.
- Nada não! – e olhou para o mar.
- Começou agora termina!
- Ah... você sabe! Dois garotos, f-fazendo...
Arregalei os olhos olhando para ela, senti uma pedra de gelo se formar no meu estômago.
- Garotas gostam disso?!
- Não! Quer dizer, não sei! Algumas gostam. Eu só... tinha curiosidade...
- Como assim?
Ela respirou fundo e olhou ao redor, checando se ninguém estava ouvindo a conversa.
- Eu vi isso numa revista uma vez... sabe, dois homens... Um deles era bem delicadinho, parecia uma menina. Aí acabei imaginando... vocês...
- Sua pervertida! – tentei parecer ofendido, mas acabei rindo ao ver o rosto vermelho dela.
- Me deixa! E eu sei que vocês ficam imaginando garotas se pegando também!
- Eu não estava imaginando nada até você falar, muito obrigado!
- O que imaginou?! – disse rindo também.
- Você e a Vanessa juntas!
- Nem brinca com isso, não gosto de meninas.
- Ah sim, mas imaginar o Junior comigo pode então?!
- Por que não? Eu acho que você gosta mesmo!
Congelei no meio de uma risada, sentindo uma pedra cair na minha cabeça. Ela pareceu sentir que tinha ido longe demais, pois arregalou os olhos e cobriu a boca com a mão.
- Como assim? – perguntei sério. Todo traço de bom humor que estava antes sumiu num instante.
- D-desculpa, eu não queria...
- Não queria o que?
- Deixa pra lá!
- Agora fala! – senti meu coração doendo.
Ela então suspirou profundamente, se acalmando um pouco, depois continuou ainda em tom de desculpas.
- Eu senti Arthur... Quando estávamos juntos. Você estava gostando quando apertei sua bunda.
Não consegui falar nada, apenas olhava para ela sem conseguir piscar. Senti meu mundo desabar novamente, toda a felicidade que estava sumir como se nunca tivesse existido. Comecei a ver manchas pretas e ficar tonto.
- Estava bastante melada também... quase mais do que eu.
- Vou voltar pra pousada. Não tô me sentindo bem.
Levantei e fui embora sem olhar para trás, deixando Ninah sozinha na praia.
...
Passei o resto do dia deitado na cama sem conversar com ninguém. Como estávamos apenas eu e Junior dormindo naquele quarto, não foi difícil inventar uma desculpa para não sair. Disse apenas que estava com dor de cabeça por causa do sol e queria dormir um pouco. Quando anoiteceu, ele veio me acordar pra sair.
- É nossa última noite aqui, tem certeza que não quer sair com as meninas?
- Não tô a fim. – e coloquei o travesseiro por cima do rosto.
- Você que sabe. Mas a Ninah vai ficar chateada. – e saiu, me deixando sozinho no quarto. Acabei pegando no sono de novo.
...
Acordei sendo beijado delicadamente. Quando abri os olhos, vi um mar de cabelos vermelhos contra a parca luz da janela. Ninah estava sentada na cama perto de mim. Quando ela se afastou, tentei falar, mas fui silenciado por um dedo nos lábios.
- Deixa eu falar primeiro. Fiquei preocupada quando você saiu correndo daquele jeito, parecendo que queria vomitar. Mas o Junior disse que você estava bem, só com dor de cabeça. O que aconteceu?
- Eu... não tava me sentindo bem.
- Eu sei. Desculpa ter dito aquilo... não pensei que você fosse ficar tão sensível.
- Tudo bem... Desculpa ter te deixado sozinha também.
- Quer me contar o que houve?
Silêncio. Senti minha garganta apertar.
- Não posso... – disse finalmente.
Ela então sentou por cima da minha cintura. Estava usando uma camiseta cortada como no dia que nos conhecemos, e a canga verde que usara na praia. Inclinou-se sobre mim, deixando seu rosto muito próximo do meu e me olhou nos olhos. Pude ver que estavam sérios mesmo no escuro.
- Arthur... quanto tempo vai levar até sermos sinceros um com o outro?
- Eu... nunca contei isso pra ninguém. Nem pro Junior.
Ela então me beija novamente, e se ajeita melhor em cima de mim. Pude sentir que ela estava tremendo um pouco.
- Eu não sou seu amigo, sou sua namorada. Pode falar qualquer coisa pra mim. Eu também tenho segredos, sabia?
- Como assim?
- Promete que não vai falar pra ninguém? Nem a Vanessa sabe disso!
- Prometo!
Ela então me olha por alguns momentos, se certificando que eu estava sério. Então puxa o pequeno pingente que eu havia visto mais cedo na praia.
- Minha mãe me deu esse colar. É Maria Madalena.
- A da bíblia? O que tem ela?
- É a santa padroeira das prostitutas.
Ficou um silêncio absoluto no quarto. Até mesmo na rua parecia que o mundo havia parado para escutar melhor.
- Você...
- Minha mãe! – disse ela rápido.
Não consegui pensar em nada adequado para dizer, mas por sorte, não foi preciso. Depois de um longo suspiro, ela continuou a história.
- Desde pequena ela me contou isso, nunca teve vergonha do que fazia para nos sustentar. Eu não conheci meu pai, por isso somos apenas nós duas. Muitas vezes vinham homens à nossa casa... clientes dela, ou namorados, não sei, então ela me mandava ficar na cozinha, quietinha. Mas eu conseguia ouvir eles no quarto. Acabei sendo muito prematura em assuntos de sexo...
- Mas... pensei que você era...
- Não entenda errado. Você foi meu primeiro, e agradeço muito por isso. Mas não foi a primeira pessoa nua que eu vi na vida. Quando fiquei mais velha, as vezes espiava minha mãe no quarto... Comecei a me masturbar muito nova por causa disso. Mas isso começou a ficar perigoso.
- Como assim?
- Quando comecei a criar corpo de mulher, alguns homens começaram a insistir com minha mãe para fazer sexo comigo. Ela nunca aceitou, claro, mas eles pareciam mais interessados em mim do que nela. Então para evitar que eu acabasse seguindo o mesmo caminho que ela, ela alugou uma casa para mim em outra cidade, e passei a morar sozinha, longe daquele ambiente. Ela me deu esse pingente para eu nunca esquecer de onde vim, e para nunca ter vergonha disso.
Depois de ouvir aquela história, comecei a me sentir ridículo. O mundo era muito maior do que eu acreditava, e todo mundo devia ter algo no passado que não queria que ninguém soubesse.
- Desculpa... eu não sabia.
Ela então dá um sorriso triste, mas logo sacode a cabeça e volta ao normal.
- Ninguém sabe. Só você... – e se deita por cima de mim, aninhando seu rosto no meu pescoço. – E gostaria que continuasse assim.
- Ninah... – disse eu tomando coragem – preciso te contar uma coisa também.
Contei então tudo que eu havia passado, desde o incidente com Marcelo na infância, o que senti na época e as consequências daquilo. Falei também sobre o que eu fazia com meu primo, em como havia feito sexo pela primeira vez, e várias vezes desde então, sempre de modo passivo. Falei de todas as vezes que havia sentido seu gozo dentro de mim e que sempre desejava por mais depois.
Ela me olhava com olhos arregalados, primeiro espantada, e depois ofegante. Podia sentir seu corpo ficando quente em cima de mim.
- Por isso que eu... sinto isso... atrás. Não escolhi ser assim, mas depois de um tempo comecei a gostar. – suspiro – Desculpa ser tão estranho. Tudo bem se você não quiser mais namorar alguém que parece mais uma men-
Ela me beijou com força, desejo, parecia possuída. Começou a fazer movimentos de cavalgar por cima de mim.
- O que tá fazendo?!
Ela então agarra minha mão e coloca entre suas pernas, passando a esfregar sua bucetinha ensopada nela. Só então notei que ela estava sem nada por baixo da canga!
- Fica quietinho agora! – e me beijou com força novamente, sugando minha língua para dentro da sua boca.
Enquanto era devorado por sua boca, passei a movimentar meus dedos na sua rachinha melada. Sem muito esforço, penetrei um dedo nela e comecei movimentos circulares. Quando sentiu, ela congelou no meio do beijo por um momento, passando a apenas rebolar na minha mão. Logo estava tremendo e cravando as unhas no meu ombro, num orgasmo arrebatador. Chegou mesmo a molhar o colchão onde eu estava! Nem sabia que era possível sair tanto liquido assim. Depois desse orgasmo inesperado, ela teve um ataque de risos, e comecei a rir também.
- Caramba, não sabia que iria ficar tão excitada assim escutando minha história triste.
- Também não pensei. Mas quando você começou a descrever o que você e seu primo aprontavam... simplesmente não pude me controlar.
Levantei então de repente e deitei ela na cama, dessa vez comigo por cima. Passei a esfregar o pau entre suas pernas, tentando penetrar mas ainda de bermuda, fazendo a ponta da roupa ficar ainda mais molhada que já estava.
- Agora sou eu que não consigo mais me controlar!
- Então tira logo isso e vem! – disse já tirando meu calção e desamarrando a canga da cintura, ficando apenas de camiseta.
Mal me vi livre das roupas e senti ela me puxar para dentro dela. Meu pau deslizou com pouca resistência na sua bucetinha. Mesmo sendo apenas a segunda vez que fazíamos sexo, ela estava de tal modo excitada que sequer pensamos nisso.
- Isso... mete... AHHNN – gemia ela sem se importar com o barulho. Forcei ela a ficar quieta beijando enquanto continuava bombando. Sussurrei perto do seu ouvido.
- Shhh, não faz tanto barulho, senão algum professor vai vir aqui!
- Seu... malvado! – disse ela também sussurrando – Não tem como não fazer barulho assim!
- Tenta se segurar então – disse beijando novamente e bombando mais forte - Já já vou gozar...
- Deixa eu te ajudar então...
- O que voc-
Ela então agarrou minha bunda com ambas mãos, não apenas me puxando ainda mais para dentro dela mas também roçando os dedos no meu buraquinho. Tal como ela, eu estava tão excitado que além de melado estava relaxado lá atrás. Senti seu dedo me penetrando e fazendo movimentos circulares, como havia feito nela mais cedo.
- Não! Pára! – senti minha perna começar a tremer – Vou gozar dentro de você desse jeito!
- Pode gozar, é época segura... – e me puxou ainda mais forte enganchado no seu dedo – Quero sentir dentro de mim...
Sem conseguir controlar mais, comecei a jorrar meu gozo dentro dela. Cada espasmo me fazia tremer as pernas, e também piscar meu rabinho no seu dedo. Enquanto eu sentia minha alma ser sugada para dentro dela, ela apenas sorria me olhando.
- Encontrei um tesouro perdido. Não acredito que havia alguém tão perfeito para mim, tão perto!
- Ahnn... você é doida, sabia? – disse beijando novamente sua boca vermelha, dessa vez com mais calma – Por que perfeito?
- Não pensei que um dia iria poder fazer isso – e mexeu novamente seu dedo dentro de mim, me arrancando um gemido – Sempre tive curiosidade!
- É, mas não acostuma! – disse tirando seu dedo de dentro e levantando de cima dela – É para manter isso em segredo, lembra?
- Certo, certo... – ela então passa o dedo pela bucetinha e lambe um pouco do meu gozo – Que gosto estranho. Mas posso acabar gostando.
- Não devia ter me feito gozar em você, e se acabar grávida?!
- Estou numa época segura, só queria saber como era a sensação. Mas tem razão, é melhor não arriscar. Vamos começar a usar camisinha.
- Ou então...
- Então o que?
- Se eu gozasse na sua bunda, não teria perigo...
- Para! – e me deu um tapa, mas sorrindo – Nunca fiz nada assim, tenho vergonha!
- Ah sim, mas na minha tudo bem, né?
- Ora, você já tinha feito antes. E também gosta!
- Tá, depois falamos sobre isso... Agora vamos arrumar tudo aqui antes que aqueles dois voltem! Ah, mais uma coisa!
- Hmm? – disse ela se levantando da cama.
Puxei ela para perto de mim e beijei novamente, passando o dedo em sua bucetinha gozada, fazendo ela arregalar os olhos.
- Te amo, sua doida!
...
Durante a viagem de volta, sentamos separados para não dar muito na vista. Uma hora iríamos nos assumir publicamente, mas não hoje. Quando chegamos à nossa cidade, a acompanhei até a parada de ônibus e esperei com ela até que chegasse. Trocamos um rápido beijo antes dela embarcar.
- Até segunda.
- Até!
Minha cabeça estava nas nuvens, novamente feliz depois de todos os altos e baixos da viagem. Tudo havia acontecido muito rápido, mas tinha certeza que havia encontrado a garota certa para mim! Não só ela me aceitava como eu era, como ainda gostava disso. Até chegar em casa, não consegui tirar um sorriso bobo do rosto. Pelo menos até abrir a porta e ver um jovem de cabelos compridos confortavelmente sentado no sofá, assistindo televisão.
- Oi querido. – disse minha mãe, vindo me dar um abraço – Marcelo vai passar algumas semanas aqui em casa, tudo bem?