Olá pessoas, aqui é a Bia! Até onde a mãe do Arthur é capaz de ir para minar a masculinidade dele? Sem mais delongas, vamos para o capítulo 4!
Mamãe queria uma Filha | Capítulo 4: O Plano
Quando voltamos da escola, eu já esperava o pior. Desta vez, eu tinha passado dos limites e minha mãe estava totalmente possessa, com olhos e rosto vermelhos. Eu fui o primeiro a entrar em casa e minha mãe entrou logo em seguida, trancando as portas e fechando todas as janelas, para abafar o escândalo que viria.
– Você!!! V-Você bateu em uma menina na escola!?! F-Ficou louco!? Agora você bate em mulheres?!? – Mamãe se aproximou de mim e começou a gritar.
– M-Mãe! Foi ela quem começou!! Ela... – Nem tive tempo de terminar minha frase.
SLAP!! Tomei o primeiro tapa e já cai sentado no sofá. SLAP!!!
– O que fiz para você!?!? Alguma vez você viu seu pai me batendo?? Homens não batem em mulheres, não importa o motivo, droga!! Está me ouvindo?? Não criei filho para ser covarde!!! – Meu Deus, ela gritava tanto que até doia meu ouvido.
Comecei a chorar e minha mãe me agarrou pela orelha, puxando-a com força. SLAP!! SLAP!!
A briga foi longa e eu apanhei muito, pode acreditar. Depois de uns trinta minutos, minha mãe se acalmou e a parte mais relevante da discussão ficou para o final.
– Então você acha que pode bater em mulheres? Não entende que elas são frágeis? Talvez eu tenha falhado em criar um homem de verdade nesta casa... tudo bem! VOU TE FAZER ENTENDER O QUE É SER MULHER, JÁ QUE VOCÊ NÃO ENTENDEU O QUE É SER HOMEM!
Fiquei meio que sem entender o que minha mãe quis dizer, mas preferi não dizer nada, era melhor ficar quieto do que arriscar apanhar de novo. O que realmente me confundiu foi o fato de a minha mãe ter saído de casa nesta hora, de ter trancado a porta pelo lado de fora e de ter saído com o carro.
Sozinho em casa, eu não tinha absolutamente nenhuma ideia de onde minha mãe fora. Já fazia cerca de quatro horas desde que ela tinha saído e eu começava a ficar preocupado de verdade. Apesar das recentes brigas, eu amava minha mãe e comecei a imaginar que ela pudesse ter se envolvido em algum tipo de acidente. Quando peguei o telefone para ligar para alguém para pedir ajuda, eu pude ouvir o carro de mamãe estacionando na garagem. Fui correndo de volta para a sala e me sentei no sofá, apreensivo.
De repente, minha mãe entrou na casa com um saco plástico preto enorme e começou a esvaziá-lo no tapete da sala. O que tinha dentro do saco? Calcinhas, saias, calças jeans, calças legs, vestidos, blusinhas de todos os tipos, meias-calças, SOUTIENS, baby-dolls. Minha mãe ainda voltou para o carro e pegou várias caixas de calçados femininos, como rasteirinhas, sapatilhas, sapatos de salto baixo, médio, alto... Algumas peças pareciam bem novas, enquanto outras pareciam usadas mas todas estavam em perfeito estado, sem rasgos, manchas, etc.
– M-Mãe? O-O que é isso tudo? – Eu já sentia meu estômago embrulhar. No fundo, eu sabia o que significava aquilo.
– É isso mesmo o que você está pensando! ATÉ SEGUNDA ORDEM, A PARTIR DE HOJE VOCÊ SERÁ UMA MENINA, VAI APRENDER O VALOR DE UMA MULHER! Enquanto você não tem suas próprias roupas, eu peguei estas emprestadas de filhas de amigas e de doações, aposto que servirão em você!
Cara... eu achei que fosse morrer, juro! O baque foi tão grande que minha cabeça começou a doer, minha vista se escureceu e eu fui correndo para o banheiro para vomitar. Minha mãe veio atrás de mim e esperou eu terminar.
– Já terminou o showzinho? Já que está no banheiro, vai tirando suas roupas!
– M-Mãe, por favor, e-eu..
– Cala a boca, se não quer apanhar de novo! – Minha mãe demonstrava uma frieza que eu nunca tinha visto – Tira as suas roupas! Eu quero te analisar primeiro!
Tirei minhas roupas e minha mãe olhou para o meu corpo. Ela pediu para eu dar um giro, enquanto me olhava, e voltou a falar.
– Você ainda não tem pelos! Ótimo! Agora levanta seus braços! – Fiz o que ela mandou – Hum... você já tem alguns pelinhos em baixo dos seus braços...
Dito isto, minha mãe saiu do banheiro e foi para o seu quarto. Logo ela já voltou com uma gillette nas mãos.
– Por enquanto, isto vai servir! – Minha mãe disse e já começou a raspar minhas axilas. – Foi aí que vi que o negócio era sério, ela não estava mentindo. Quando comecei a chorar, ela já me interrompeu.
– Se você começar a chorar ou ficar reclamando, vou te mandar para a escola vestido de menina! Você que escolhe! Já que você já passou de ano, pode ficar aqui em casa durante estes dois dias que faltam, ou posso te mandar para a escola. De qualquer jeito você estará vestido com roupas de mulher. E aí, o que você prefere? – Minha mãe realmente não estava para brincadeiras.
– T-Tudo bem, mãe.. não vou chorar...
Após depilar minhas axilas, minha mãe me puxou pelo braço até a sala e voltou a falar.
– Naquela vez, lá na fazenda, eu deixei você escolher as roupas. Só que a culpa não foi sua, nós nos esquecemos da sua mala, foi um acidente. – Mamãe parou para rir baixinho – Desta vez não, você é o culpado por isso tudo e eu escolherei o que você vai usar... até eu sentir que você já pode fazer suas próprias escolhas! Põe esta calcinha vermelha, com rendinhas! – Minha mãe já sorria aqui, apesar de demonstrar firmeza.
Eu tive que por a calcinha, o que eu podia fazer? Se não obedecesse minha mãe eu estava ferrado, imagina ir vestido de garota para a escola? Se fora difícil explicar para todo mundo sobre as minhas unhas pintadas, como seria para explicar se estivesse vestido com roupas de mulher?
– Isso, agora põe esta sainha jeans! Vai ficar linda em você!
Quando vesti a saia jeans, tive que engolir seco o desgosto. Era quase uma mini-saia que cobria só uma parte das minhas coxas e ficava agarrada, limitando os meus movimentos.
– Pronto! Agora põe esta blusinha rosa! – Mamãe jogou a blusinha de algodão para mim, mas a peça caiu no chão. Tive que me agachar como uma garota para conseguir pegá-la, com as perninhas coladas, graças à saia jeans agarrada.
– Isso mesmo, filha, assim que se agacha quando se usa uma saia! Para finalizar, veste esse chinelo rosinha para ficar em casa, não tem problema!
Para completar o look , mamãe resolveu pentear meus longos cabelos. Enquanto eu estava sentado no sofá, minha mãe veio por trás e começou a escová-los, de maneira gentil, me fazendo ficar mais calmo.
– Sabe filha, eu prefiro você assim. Você deveria ter nascido mulher, já reparou como você fica bem com estas roupas? Você não tem corpo de homem... você é magrinha mas tem coxas e bunda grandes, puxou à mamãe. Fora seu comportamento! Quando você está com roupas masculinas, você é um diabinho, não obedece a mamãe... mas quando está com roupas femininas, é perfeita, delicada, educada. Hoje, depois que você tomar banho, vou te ensinar a pôr um soutien, que tal? – mamãe parecia bem calma neste momento.
– M-mãe.. t-tudo bem, mas.. eu não tenho seios.. – Eu já estava em transe.
– AINDA! Você nem tem treze anos, é nova de mais para isso! – Achei muito estranha esta conclusão da mamãe.
– Mas eu sou menino... não vou ter seios.
– NUNCA SE SABE! Quem sabe a natureza admite que errou quando te fez?
Neste momento, eu já me comportava como uma menina adolescente, obediente e tímida, tudo graças a minha mudança drástica de comportamento, causada pela minha aparência. Eu realmente não sabia o que fazia eu mudar daquele jeito. Tudo o que sei é que eu passei a responder as perguntas malucas da minha mãe de modo passivo, entrando no jogo absurdo dela.
Depois da tensão pós-briga, ajudei minha mãe com a janta e com as louças. Eu procurava me comportar da melhor maneira possível, apesar de sentir a calcinha que eu usava cada vez mais enfiada na minha bunda. Após um momento de paz, mamãe já veio com mais cobranças.
– Larissa, olha o jeito que você está andando! Não foi assim que a mamãe te ensinou, você se lembra como foi lá na casa da tia Mariela?
– S-sim mãe, eu me lembro...
– Pois então! Se comporta daquele jeito, não se esqueça de mudar o jeito de falar e como mexer nos seus cabelos. Pequenas atitudes ajudam na aparência, sem falar na autoestima!
Autoestima? Cara, minha mãe havia enlouquecido de vez, ela falava coisas sem sentido, pelo menos para mim! Mas as surpresas da noite ainda não haviam terminado...
– Filha, vai pra sala e senta no sofá, enquanto eu tiro suas roupas e coisas de menino do seu quarto!
Minha mãe tirou todas as minhas coisas do meu quarto, deixando-o quase vazio. Até meu videogame e meu uniforme de goleiro, ela pegou tudo e guardou no mesmo saco plástico que trouxera com as roupas femininas. Depois, ela pegou todas as roupas e calçados que estavam no chão da sala e guardou tudo no meu guarda roupa e nas gavetas da minha cômoda.
Quando ela terminou, eu fui para o meu quarto e senti vontade de chorar. Até meus troféus e medalhas que ganhei em campeonatos de futebol haviam sumido. Tudo fora substituido por roupas, vasinhos com flores de plástico, bichinhos de pelúcia e outras coisas de menina. Bom, demorou para eu perceber mas eu concluí que eu ia ficar vestido de mulher por um longo tempo, por semanas, talvez meses. Mas eu ainda tinha esperanças de que talvez seriam só por alguns dias... como eu era bobinho.
Naquela noite, mamãe me ensinou como vestir um soutien preto com bojo. Sentada na minha cama, minha mãe fez eu me sentar no colo dela, de frente para um espelho, enquanto me ajudava a pôr a peça.
– Já que é a primeira vez que você usa, faz assim: Primeiro você põe ele sem as alças, com a parte de trás do soutien virada para frente. Depois, você encaixa a presilha da peça e vira o soutien para o lado certo... agora é só vestir as alças! Fácil, não é? – Mamãe falava baixinho ao meu ouvido.
Aquela cena no meu quarto me fez abrir a boca e arregalar meus olhos, eu estava MUITO feminino. Eu estava quase igual às meninas que eu via de vez em quando na internet. Não me entendam mal, não eram sites pornôs, eu AINDA só procurava na internet meninas vestindo calcinhas e soutiens. De repente, comecei a sentir uma sensação estranha subindo pelas minhas virilhas e aquela sensação chegou no meu pintinho. Mas eu ainda não sabia o que era aquilo... é claro que fiquei quieto, com vergonha.
Antes de dormir, minha mãe me fez usar um baby-doll branco com desenhos de ursinhos, agarradinho nas pernas e na bunda, e ainda me disse para eu dormir logo pois no outro dia íamos acordar cedo para fazermos algumas 'coisinhas'. Como alguém poderia dormir bem depois de um dia daquele?
Naquela noite, eu tive um sonho estranho. Sonhei que estava indo para a escola com um uniforme feminino e usando uma saia colegial preta, com listras brancas. No sonho, eu estava morrendo de medo de me zoarem mas, quando cheguei na escola, algumas meninas vieram me abraçar, elas conversavam comigo, sorriam... e alguns meninos me davam beijinhos no rosto, seguravam as minhas mãos, me chamavam de linda, princesa...
No outro dia de manhã eu acordei todo melado, com o baby-doll ensopado por uma substância estranha, pegajosa. Fiquei com medo e resolvi chamar minha mãe para perguntar por aquilo e ela agiu de maneira estranha, só sorriu e disse que aquilo não era nada, que era só coisa de adolescente e que eu não devia me preocupar. Bom! Tomei um banho e usei basicamente o mesmo conjuntinho que usara no dia anterior, com a diferença de que agora eu tinha que usar o soutien preto, e calcei uma sandália anabela de salto baixo, bege. Me olhei no espelho e vi uma menina linda, com seus quase treze anos, bem vestida e arrumada. Logo voltei a sentir aquela sensação estranha no meu pintinho.
'Cara, por que estou sentindo isso?' – Pensei. Não tive tempo de raciocinar direito pois minha mãe me chamou na porta, me mandando eu me apressar pois eu tinha uma visitinha. Fiquei morrendo de medo. Uma visita? Essa pessoa iria me ver vestido daquele jeito e iria rolar de rir, com certeza!
Quando saí do quarto e fui para a sala, no sofá estavam sentadas minha mãe e uma mulher que eu nunca tinha visto. Assim que cheguei na sala, notei que as duas conversavam baixinho mas elas pararam de falar na hora, quando me viram.
– Bom dia! – A mulher me disse, de um jeito bem simpático – Você deve ser a Larissa, não é?
– B-Bom dia! S-sim, sou eu! – Respondi de maneira tímida. Por um momento, pensei que a mulher pudesse mesmo estar me confundindo com uma garota e, por isso, tentei ser o mais feminino possível, para que ela não descobrisse nada.
– Você é uma menina linda, sabia? Bem que a sua mãe me falou! Bom, você deve estar se perguntando quem sou eu, certo? Eu sou a doutora Angélica, amiga de longa data da sua mãe... sua mãe me chamou aqui para eu te avaliar, para saber como está sua saúde...
Não entendi o motivo daquilo, eu não estava doente nem tinha dores nem nada, mas pensei: 'Esse é o menor dos meus problemas... não custa nada deixar ela me avaliar, não tem problema nenhum'. Bom, aquela mulher e a minha mãe são os principais motivos de eu ser o que sou hoje, mas eu só descobriria isto anos depois... Naquela época eu não sabia, mas a doutora Angélica é uma médica especializada NO TRATAMENTO HORMONAL PARA TRANSEXUAIS.
A elegante doutora, que vestia um bonito jaleco branco, avaliou minha altura e meu peso e recolheu amostras do meu sangue e da minha urina. Ela me fez várias perguntas sobre minha alimentação, se eu fazia exercícios físicos e coisa e tal. Achei aquilo desnecessário, mas foi tudo normal para uma consulta. Logo a doutora se despediu da gente e disse que informaria o resultado da consulta para a minha mãe, dias depois.
Quando fomos tomar café da manhã, minha mãe finalmente me revelou o motivo de termos acordado tão cedo.
– Termina logo de comer, Larissinha! – Minha mãe parecia eufórica – Hoje temos muitos lugares para ir, pessoas para ver!
– L-Lugares para ir?? P-Pessoas para ver?
– Sim! Hoje vamos no shopping e no salão de beleza.. você vai AMAR!
Amar? Cara, eu estava completamente FUDIDO.
;-) ;-) ;-) ;-) ;-) :-) :-0
Os personagens deste conto são todos fictícios, ok?
Até o próximo capítulo! Beijinhos!