Antiherói - Capítulo Dois

Um conto erótico de _alguemsolitario
Categoria: Homossexual
Contém 1576 palavras
Data: 09/12/2019 16:12:52

Mas é claro que nós não iríamos transar, ele é meu amigo! Além do mais, nunca demonstrou interesse por homens. Essa beijo não passa de uma das suas brincadeiras idiotas. Após encerrarmos com um selo, ele me olha sorrindo, a Júlia só nos observava boquiaberta, até tomar a palavra.

— Ok, isso foi estranho! - Diz minha amiga

— Demais! Você beija mal para caralho! - Digo tentando deixar tudo mais leve, o que não precisou muito, pois qualquer coisa que acontecia entre a gente, sempre acabava em risadas, e nada era levado a sério. E lá, estávamos de novo, rindo igual a hienas.

— Dúvido! Aposto que foi o melhor beijo que você já ganhou! - Diz Pedro convencido.

— Vai sonhando! - Digo em tom de deboche. Para falar a verdade o beijo realmente tinha sido bom.

— Agora vamos andar rápido! Já são onze e meia, e o último ônibus vai passar de onze e quarenta! - Alerta Júlia.

— Vocês sabem que vão pagar para mim, não é? - Respondo para eles dois.

— Mas é claro, que não! - Rebateu Júlia.

— Endoidou? - Emendou Pedro. Estávamos a poucos metros da parada de ônibus.

— É claro que vão pagar! Vocês me tiraram do meu sono, e quem chama, paga! E senão pagarem eu volto daqui mesmo! - Falo ameaçando, a cara que eles faziam eram muito engraçada!

— Você é um puta de um chantagista! - Conclui minha amiga.

Após alguns minutos esperando, nosso transporte chegou. Cumprimentamos o motorista e forma para a parte traseira do ônibus. Fomos o percurso inteiro ouvindo música e cantando. Em 15 minutos estávamos no nosso destino. A boate ficava no centro da cidade, e era frequentada por diversos tipos de públicos. Antes de entrarmos, passamos em uma conveniência para nós embebedar-mos, pois a bebida de vendida lá dentro era mais cara.

— Vocês ainda tem mais marijoana? - Pergunto interessado! Não era de fumar frequentemente, porém as vezes fazia para relaxar. E sempre que eu consumia, era o produto natural. Não que eu gostasse muito da ideia da fumaça entrando por entre meus pulmões, na verdade, sempre prefiria em chás ou em receitas. Pois, não enxergava a cannabis como uma droga, e sim como uma planta, que tem seus benefícios, mas também malefícios, como tudo na vida. Da mesma forma que ingerir muito açúcar pode levar a insuficiência dos seus órgãos.

— Tenho um aqui ainda, mas é em cigarro! - Diz Júlia puxando um enroladinho do bolso — Vai querer assim mesmo?

— Sim! - Pego-o da mão dela junto com um isqueiro, e acendo, dando dois tragos profundos e depois passando para eles. — Vou querer mais não! Podem ficar! - Concluo

— Como estão as coisas com o Marcos? - Pergunta Pedro, puxando assunto.

— Não estão! A gente acabou! - Digo. Meus amigos já sabiam da minha sexualidade, e isso não foi um problema para eles. Na verdade, eu nunca havia dito "Eu sou gay", pois eu apenas nunca entendia o que eu era de verdade. Pois me sentia atraído por todo tipo de pessoa, bastavam eles serem atraentes para mim. E o fato de eu começar a também, namorar meninos, nunca interferiu em nada a nossa relação.

O Marcos com quem eu estava saindo, estudava comigo na faculdade. Nós nos conhecemos em uma aula em comum e ele se aproximou de mim. Foi o meu segundo namoro. Não chegamos a viver nada intenso, apenas o sexo. E após quatro meses juntos, nós dois decidimos não continuarmos mais o nosso lance. Foi uma decisão mútua da gente, mas não sei ao certo o porque do rompimento. Mas isso não me abalou, pois minha vida amorosa sempre foi assim, desastrosa. Antes dele, eu havia tido um relacionamento hétero com uma antiga amiga do ensino médio, durou dois anos, e era quase que escondido. E após nossas vidas irem tomando rumos diferentes, terminamos. Desde então, não me envolvi com mais ninguém até o Marcos, e agora, mais uma vez eu estava sozinho.

— Que pena! Torcia muito por vocês dois! - Diz o Pedro pegando o cigarro da Júlia e tragando!

— Deixa de ser sínico, Pedro! Você odiava ele! - Diz Júlia dando uma tapa em seu ombro e logo depois sorrindo.

— Odiava mesmo, não vou mentir! - Responde — "Aí, amor, quero te levar pra conhecer a casa dos meus pais em Angra! Quem sabe eu não te levo para um passeio de lancha e te mostro minha coleção de bourbon..." - Diz meu amigo em uma imitação esdrúxula do meu ex-namorado, fazendo eu e Júlia caírmos em risadas!

— Realmente, ele era bem materialista! Mas era um homem bom. Principalmente na cama!

— Argh... Não queria ter que imaginar essa cena. Vou ter pesadelos! - Diz Pedro fingindo repulsa.

— Eu gostava dele! Ele tinha uma cara de quem tem um rolão! - Completa Júlia. Olho para a minha amiga com cumplidade, e com um sorrisinho de lado, respondo — Não só a cara! - Enquanto rolávamos de rir, vejo o Pedro se levantar.

— Chega vocês dois! Vamos logo entrar na boate! — Diz jogando o cigarro fora e dando o último gole na garrafa de vodka.

— Ui, está nevorsinha ela! - Provocamos eu e Júlia. — Vamos!

A boate estava completamente lotada, pois haveria um show de um dj bastante conhecido na cidade. Fomos para a pista de dança, o dj tinha acabado de começar a tocar. O setlist estava espetacular, as pessoas estavam gostando, todos felizes e amimados, mas eu resolvo dar uma circulada. Aviso aos meus amigos, mas só a Júlia pareceu me ouvir, caminho em direção a uns sofás que estavam vazios e me permito deitar. Fecho os olhos tentando descansar meu corpo. A minha semana tinha sido muito agitada por conta do final do semestre, e eu tive que me dedicar para evitar a reprovação. Mas graças aos céus em breve eu tiraria férias.

— Oliver? - Abro os olhos e me assusto com que vejo.

— Marcos? Que coincidência te encontrar aqui. - Digo sorrindo e me sentando no sofá — Como você está?

— Estou, cara! E você? Eu ia te ligar por esses dias, pois nem te vi mais nas aulas complementares... - Pergunta se sentando ao meu lado.

— Pois é... Eu... Eu estava me preparando para as provas do final do semestre! - Digo desconcertado, o cheiro do seu perfume me fez relembrar os momentos que nós dois vivemos juntos. Ele estava mais gostoso do que a última vez que o tinha visto, e não podia negar que aquele homem ainda me atraia. — Eu achava que era impossível você ficar ainda mais bonito! - Digo na qual ele responde com um sorriso. Um puta sorriso lindo de cafajeste que ele tinha.

— Você também continua gostoso! - Responde mordendo levemente o lábio inferior — Sabe, foi muito bom o que houve entre a gente. Principalmente o lance carnal. E mesmo nós não estando mais em um relacionamento, eu estava pensando, se... Sei lá... De repente... a gente podia ficar de vez em quando? - Ele diz me fazendo sentir um frio na barriga. Dou um sorriso sem graça, na tentativa de ganhar tempo, para formular o que eu ia dizer.

— Bem... - Começo, era um fato que ele era um pedaço de mal caminho, e além do mais o que podia perder? Penso mais um pouco e respondo — Eu penso o mesmo!

Só observo seu sorriso abrir ainda mais e ele avançar em minha direção para um ardente beijo. Lentamente fomos deitando no sofá daquele boate lotada, que naquele momento parecia tão silenciosa, pois meu corpo começava a fever, por cima de mim, nós dois deitados ali, pude sentir seu membro tão duro quanto o meu, o que fez minha pele queimar e meu desejo aumentar. Trocávamos mais beijos e mais beijos até ele me convidar para o seu apartamento, na qual eu já conhecia tão bem, até sermos surpreendidos pela Júlia.

— Oli? - Gritava — Oli? Me ajuda! - Dizia

— O quê aconteceu? - Pergunto em uma pausa com o Marcos.

— O Pedro, dando pt... - Quando ela disse isso eu já sabia. Era comum quando bebíamos, o Pedro encher a cara, mas isso só acontecia quando estávamos em casa, não em festas ou baladas. De repente comecei a me preocupar com o meu amigo. O Marcos me acompanhou junto a Júlia e fomos até onde o Pedro estava. Ao chegar lá o encontro completamente louco, jogado em no chão da boate encostado em uma parede, algumas pessoas tentavam ajudá-lo batendo em seu rosto para que acordasse.

— Puta que pariu! - Me agacho em sua frente — Pedro, acorda!

— Vocês querem que eu chame um Uber? - Pergunta uma moça tentando nos ajudar

— Sim, eu agradeceria muito! - Responde Júlia. Do mesmo modo que eu estava preocupado, a Júlia também estava, pois nós dois nunca havíamos visto assim!

— Temos que levá-lo ao hospital! Eu ajudo vocês! - Se oferece Marcos.

— Não precisa! Vamos levá-lo pra casa! Um bom banho e álcool vai fazê-lo melhorar! Além do mais em casa tem glicose, justamente para essas coisas! - Respondo.

— Às vezes me esqueço que sua mãe é médica! - Responde ele.

— Tinha um motorista circulando aqui perto e já está aqui na frente! - Diz a mesma moça de minutos atrás.

— Muito obrigado! - Agradecemos. Enquanto o Marcos me ajudava a carregar o Pedro até o carro, ouvimos ele dá sinal de vida e resmungar coisas inteligíveis. A Júlia sentou no banco de trás e colocamos ele deitado no colo dela.

— Muito obrigado, Marcos! - Digo.

— Então... Até a próxima? - Pergunta ele, me dando um selo.

— Até! - Sorrio, entrando logo depois no carro, e sentando no banco da frente. A noite teria sido melhor, se não fosse o Pedro ter caído bêbado no meio de um salão cheio de pessoas.

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Comentários

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curtindo essa ligação de amizade e desejos secreto

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CLARO QUE PEDRO DEVE SER APAIXONADO POR VC. ESTÁ COM CIÚMES DO MARCO.

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