O Garoto do Mercado - Parte 20

Um conto erótico de Dri_Al
Categoria: Homossexual
Contém 1544 palavras
Data: 01/12/2019 19:44:29
Última revisão: 01/12/2019 20:17:02

Bom, nem tem muito o que falar kkkk estou aqui prometendo retorno pela 3º vez... mas vou ser assíduo, visto que estou de férias!

Brasília, DF – 20 de março de dois mil e treze.

- Adriano, vamos! Você vai se atrasar de novo para escola. Não quero que a professora chame nossa atenção pela terceira vez. – A mulher falou calma. Eu sempre gostei da forma como minha mãe me acordava, nunca foi grossa. Sempre sorria e era paciente comigo. Até mesmo nos momentos mais difíceis ela conseguia contornar e dar sentido para o ruim.

Levantei e olhei no relógio, tinha aquela terrível apresentação de português hoje e o Gabriel não me passou nada. Disse apenas que eu seria responsável pela apresentação do trabalho. Valia nota máxima e eu já estava preocupado com as avaliações anteriores em que fui péssimo. Necessitava bastante que ficasse impecável.

Fui para o banheiro, procurei a escova, estava de novo embaixo da toalha. Meu humor não era dos melhores naquele dia, pois fiquei impaciente em procurá-la. Após me higienizar, vesti meu uniforme e corri para a cozinha. Já eram 07h05, saía em 15 minutos. Nosso café era na maioria das vezes um misto de presento e queijo com suco de alguma fruta aleatória que dona Márcia se prestava a fazer todas as manhãs. Por ser católica, ela insistia em orar antes das refeições. Eu nunca fui muito presente na igreja, mas nem ligava em fazer orações. Ela serviu meu copo com suco e começou uma conversa mansa:

- Você tem trabalho hoje, né? Português?

- Sim, infelizmente tenho... tô preocupado com a apresentação, o Gabriel pegou a parte escrita, disse que me ajudará caso precise me lembrar de algo.

- Mas você estudou alguma coisa, querido?

- Sim! Li uns tópicos e algumas fatos sobre a matéria. Se trata do período do Romantismo e os livros publicados na época... – Soltei sem graça, o tema era bem chato.

- Eh... tema um pouco chatinho né, logo para você que está no 1º ano... eu quase morria com esse tipo de trabalho, falar sobre coisas do passado... era sempre um caos hehehe – Ela tentava me descontrair, e conseguia com facilidade. Terminei de comer o pão, tomei o suco depressa e catei minha mochila. Dei um beijo nela e fui na direção da porta. Olhei, como sempre fazia todas as manhãs, direto para o céu, estava levemente nublado, março é uma época de chuva. Escutei o freio de uma bicicleta, era Gabriel parando lá fora. O som da sua voz se revelou, ele gritando, saí e avistei o cara alto e com o cabelo estiloso até demais para um garoto de 13 anos. Peguei a minha bicicleta e fomos para a escola. Nem sei porque ia de bike sendo que o colégio ficava há apenas quatro quarteirões, mas acho que gostava de acompanhar Gabriel no ritmo. A gente tinha uma amizade boa, fazíamos muitas coisas juntos, mas ele andava estranho ultimamente. Querendo ser diferente e chamar atenção das pessoas, mudou o cabelo, as roupas e até o jeito de andar. Estranho.

O sinal de entrada tocou, 07h30 em ponto e já devíamos estar na sala, mas eu terminava de trancar a bicicleta, apressei. Corri pelo pátio, passando entres os blocos, subi as escadas e pronto! Sala de aula. Os alunos faziam bagunça, não vi a professora sentada em sua cadeira, ou seja, ainda não tinha chegado. Olhei para trás e a alegria passou, a senhora que parecia ter 70 anos entrou pela porta, vestia uma calça bege e salto médio, o cabelo era grisalho e vivia preso, os colegas falavam que era coisa de velho, mas eu apenas achava uma questão de gosto.

Português e Adriano nunca tiveram um bom relacionamento e eu sabia que hoje essa história iria se repetir.

A apresentação acontecia por ordem de numeração das duplas, eram 15 no total e a minha seria a 11º. Apenas aguardava tenso enquanto assistia os outros alunos esquecendo as falas, se confundindo e falando besteira, nada demais, pois isso tudo iria acontecer comigo e Gabriel. Os desastres pareciam piorar a cada momento, chegou na dupla 10 e a minha seria a próxima, “apenas respire”, falava em voz baixa. Procurei Gabriel e ele estava lendo alguns papeis, concentrado, mas nada de vir até eu para a estudarmos juntos. Enfim, infelizmente, a dupla terminou. Depois de ouvir alguns sermões da senhora ali sentada, a mesma nos chama.

- Bom dia, pessoal! Nosso tema é Romantismo e Suas Obras Literárias, Gabriel e eu iremos explicar brevemente e mostrar algumas publicaç... – Fui interrompido pelo meu parceiro. Nem um olhar de “da licença” eu recebi, só fui afastado para o lado por estar na frente do quadro, escutava todo o conteúdo saindo da boca de Gabriel, algo começou a me tirar do sério, um ódio estranho e uma raiva absurda ascendeu em mim. Perdi o controle, corri do canto da sala direto para o pescoço do menino que se achava na frente de toda a turma. Fiquei um pouco bêbado, lembro de alguns socos e gritos, palavras e outras coisas idem. Parei. Respirei e cuspi na cara dele. Estava tudo turvo, mal via a cara na minha frente cheia de hematomas. Fui severamente retirado pelo zelador. O coordenador me colocou em uma cadeira. Se passaram 20 minutos e ouvi a voz da diretora. Era a primeira porta no corredor interno da secretaria. Bati e ouvi um “entre” extremamente severo. Gabriel estava lá, com alguns curativos, tinha voltado da enfermaria.

Enquanto me sentava, outra pessoa entrou na sala, me virei e lá estava ela. A mulher que me criou. Palavras e mais palavras, incentivos e conselhos. Tentativas de reconciliação. Avisos. Casa. Suspensão. Três dias. Mãe.

Após entrar, nem quis fazer cerimonia, fui para o quarto, já imaginava a reprovação e além de tudo, mais um pé no saco me incomodando. Gabriel sempre foi tranquilo com as coisas, a gente gostava de ficar assistindo pornô, coisa de adolescente. Nós ficávamos batendo punheta juntos enquanto apreciávamos aquelas mulheres em suas várias posições de prazer. Eu ficava observando e comparando o tamanho do nosso pau, o dele era maior e mais grosso, se gabava o tempo todo. Acho que a altura o ajudava com isso. Algumas vezes rolava uma mão amiga, mas não era nada demais. Diria que Gabriel foi quem despertou esse sentimento de gostar do mesmo sexo. Vivia ligando para ele e pedindo que dormisse na minha casa, pois sempre acontecia coisas legais e bem picantes. Até banho nós já tomamos junto. Maravilhoso observar a água descendo em seu corpo, os pelos ralos da virilha de um novinho, o pau meia bomba e a safadeza em seu rosto. Adorava tudo aquilo. Não sei dizer se gostei de Gabriel, mas procurava negar isso, não aceitava que podia gostar de um homem. Isso mudou, mas se trata de uma outra história.

Depois de passar uns 10 minutos na cama chorando e procurando entender os milhões de pensamentos, ouço três batidas na porta, ela já esperou e precisava entrar em ação. Sentou do meu lado e começou:

- Filho... o que houve? Você e o Gabriel não são amigos? Achei que vocês se gostavam... – Eu sei mãe, é difícil né?! O pior é que ele sacaneou legal. Ela continuou. – Nunca imaginei que pudesse agredir assim uma pessoa como você fez hoje... foi tão intenso... eu realmente estou preocupada com tudo isso. – Estava sentado olhando um fio de linha da colcha, sua mão levantou de leve o meu queixo, olhei em seus olhos. – Me diz filho, o que aconteceu?

- Ele... ele mentiu para mim, fingiu tudo... quis chamar atenção mais ainda... só isso mãe, o que ele ama fazer... – As lagrimas pediam retorno. Segurava. – Acho que reprovei... não tenho mais chances... – Fui interrompido.

- Não, mas é claro que não! Conversei com a professora, ela disse que você terá outra oportunidade, mas só porque ele te interrompeu para apresentar sozinho. Ela te entendeu nesse lado, mas no outro... estamos nós todos, digo, os alunos, a professora e a diretora, tentando entender. Até compreendo que você perdeu uma chance, que estava preocupado com as notas, tentando melhorar, mas agredir alguém não é motivo para nada. E não vai te evoluir, meu filho. Pense nisso. Sempre procurei te mostrar que agressão não leva ninguém a lugar algum. Seu valor está nas atitudes mais nobres e corretas. – Sua mão alisava meu rosto. Era bom. O carinho que nunca faltava. – Deita e descansa que eu vou fazer almoço. Macarronada que você gosta! – Eu sorri e falei:

- Obrigado mãe, te amo muitão assim! – Esticava os braços mostrando o tamanho do meu amor, fazia isso sempre. Ela me animou e entendeu meus motivos.

Almocei e o dia passou rápido. A tarde dona Márcia me levou para tomar um sorvete. Ela conversou mais um pouco sobre valores e moral, coisas de mãe e voltamos para casa. A noite o telefone tocou e a mãe de Gabriel conversou por alguns minutos com ela. Era apenas uma maneira de fazer a gente se entender e mesmo isso acontecendo, nunca mais nossa amizade foi igual.

Brasília, DF – Hoje.

- Mãe!!! – O som saiu tremendo. Eu não sabia o que falar, apenas olhei para sua cara de desgosto ainda amarrada naquela cadeira, foi uma ótima finalização, Thiago. Parabéns!

Continua...

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