Meu nome é Renato, estou com 37 anos. Sou publicitário de uma grande agência aqui em São Paulo. Tenho um bom trabalho, sou bem-sucedido e gosto do que eu faço. Já fui casado com a Márcia, que conheci na faculdade, ela noiva de outro, mas que se engraçou comigo. Namoro rápido, casamento que durou pouco e depois disso levo uma vida de solteiro. Nada de namoro mais. Alguns casos aqui e ali, sempre me divertindo. Como ganho relativamente bem, vivo bem. Viajo, curto, faço academia, tenho bons amigos. Enfim, estou satisfeito com a vida que levo.
Nas férias de meio de ano, com o friozinho de julho já começando, resolvi ficar uma semana no Nordeste. Calor, sol, praia e o descanso merecido, além da expectativa de conhecer novas mulheres. Só que não.
Cheguei no hotel, fiz o check-in, desfiz as malas, tomei um banho e um espumante para relaxar. Testei o colchão confortável e dormi pretendendo levantar cedo para caminhar, sentir a brisa atlântica. Cansado da viagem que fiz, dormi num sono só.
Acordo, me espreguiço, resolvo ficar mais alguns minutinhos na cama. Depois me levanto e aí que começa o que vou relatar. Reparo primeiro nas coisas, pijama largo, meus braços sem músculos. Minhas unhas pintadas. Uma mecha de cabelos compridos caindo no meu rosto. Levanto de súbito e corro ao banheiro, direto ao espelho. Olho e vejo a Márcia. Não a que estava casada comigo, mas sim mais novinha, do tempo que eu a conheci na faculdade. Abro a blusa do pijama. Seios no lugar do meu tórax, nenhum pelo. Puxo o elástico do calção, uma penugem castanha-clara, diferente dos meus pelos pretos e fartos. Estou dormindo, penso, só pode ser. Volto para a cama, pensando em dormir novamente e quando acordar... bem, tudo voltará ao de antes.
Nada de pegar no sono, os minutos passam. A todo momento minhas mãos vão até os seios na esperança de terem sumidos, mas nada, aqueles seios durinhos, médios, um tiquinho maiores que médios, de alvéolos claros, róseos, quase da cor da pele ainda estão lá. Minhas mãos também vão no vão das pernas, a penugem rente, diferente da minha, mais abaixo um clitóris pequeno que receio a todo momento tocar.
O tempo passando e nada de eu acordar. Começo a me desesperar. Nada do que está acontecendo pode ser verdade. Já são 10 horas, eu olho no relógio do celular. O sol já bem forte, eu me impacientando cada vez mais. Tenho ímpeto de pedir ajuda, ligar para a recepção do hotel. Mas, falar o que, de tão inverossímil o que está acontecendo comigo. Ligar para algum amigo meu. Mas minha voz não é mais a minha e sim a da Márcia. Só consigo abrir o celular com a senha numérica, já que a minha digital não é aceita – deve ser a da Márcia também. Um frio na barriga então me toma. Sem minha digital não tenho acesso a minha conta bancária que está no meu aplicativo. Vou no armário ver minhas roupas, nem sei bem o porquê. Nenhuma roupa, tudo vazio. É como se eu não tivesse chegado ainda, como se eu não estivesse lá.
As 11 horas meu celular toca. Número restrito. Atendo ou não? Claro que atendo, pelo menos um contato do mundo real.
- Márcia? Pergunta uma voz masculina que não identifico. Nada respondo.
- Márcia? A voz torna a perguntar e eu mudo no meu lado da linha.
- Márcia? Ou ainda prefere ser chamado de Renato a voz fala. Ouço isso como se tivesse levado um soco no estômago. Então alguém sabe, alguém sabe e se sabe, é o caminho para o pesadelo acabar.
- O que está acontecendo? Eu pergunto.
- Calma, tudo será esclarecido, logo logo, ele me diz. Tome um banho, tenha contato com o seu corpo, se familiarize com ele que daqui a pouco vou subir. Eu tento interrompe-lo, mas a voz se torna firme, me impede e ordena: tome um banho, já disse, me fala de forma ríspida.
Fico nu ou nua, já não sei mais, abro a ducha e deixo a agua escorrer. Aquele cabelo comprido é terrível, uma vez molhado começa a escorrer nos ombros. Não tenho o desejo de me tocar, com medo de a todo momento confirmar meu novo corpo. Mas, para me enxugar tenho que fazê-lo. Desajeitado, uso o secador de cabelos, que ficam, depois de secos, desalinhados. Como já vi inúmeras mulheres fazerem isso, jogo os cabelos para trás dos ombros, dando uma volta. Fico então aguardando a voz subir e por pudor instintivo, coloco novamente meu pijama folgado e ainda me envolvo com o lençol da cama.
Minutos intermináveis se passam. Até que percebo o barulho da porta se abrindo. Ouço os barulhos dos passos nada apressados na antessala da suíte. Até que a voz se mostra.
- Lembrado de mim, Márcia? Lembrado de mim, Renato?
- Não, respondo apenas.
- Mas eu sim, estou lembrado de você Renato, de você Márcia. Não esqueço um minuto sequer fala o homem, alto e forte, com a minha idade, com sotaque paulista.
- Quem é você? O que está acontecendo? Me diga, por favor! Eu imploro a ele.
Ele ri e pede calma. Tudo vai ser esclarecido! Sou o Marcelo, agora já estou mais velho, afinal já se passaram quase 15 anos. Você que ainda está novinha, com o mesmo corpinho de 21 anos quando éramos noivos.
- Marcelo, o noivo, o ex noivo da Márcia? Eu nunca te conheci, ela que me falou que já tinha sido noiva.
- Pois é, ela ainda era noiva quando resolveu me trair. Depois disso o Marcelo fica calado, olhando, testando minhas reações. Eu também fico e durante alguns segundos reina o silêncio. Eu rompo o silêncio e pergunto: mas, o que é isso, por favor, me dê uma explicação disso tudo.
Então o Marcelo começa a contar a sua história.
A Márcia terminou o noivado com ele depois de um certo tempo de já estar comigo. Não deu nenhuma explicação, nada. Não se preocupou com a compra do apartamento, com os móveis que já estavam instalados, com as famílias mobilizadas, nada. Apenas disse acabou, não me procure mais. Eu ainda tentei argumentar que não sabia nada disso ao que ele me contradisse dizendo que fui o pivô do rompimento e que, mesmo que soubesse, nada faria para impedir a atitude dela, o que era, não posso negar, verdade.
Ele ficou sem chão, sem rumo, se afundou nas drogas, perdeu emprego, pensou em suicídio e tudo o mais. Sumiu, desapareceu até que encontrou uma comunidade, ficou anos por lá, aprendeu muitas coisas. Quando se sentiu seguro voltou, soube da separação da Márcia, resolveu procura-la e um dia, a viu de longe. Não era mais sombra da moça que era, estava diferente, não era mais a Márcia que tinha conhecido. Nem se aproximou. E, olhando fixamente para mim disse: aquela Márcia não existia mais, você a roubou de mim. Por sua causa perdi meus melhores anos. Fui pro fundo do poço, emergi, aprendi muitas coisas, inclusive como transformar você na Márcia, na minha Márcia, naquela Márcia. É justo o que estou fazendo. Você me tomou a Márcia, você vai me devolve-la. Hoje estou recuperando o que me pertence. E acredite, não foi fácil, nunca é.
- Você, você então que fez isso? Você? Você que fez este feitiço?
- Dê o nome que quiser, está feito, assim como posso desfazê-lo. Fiz no momento certo e posso desfazer, mas isto quando eu quiser, quando eu resolver.
- Por favor, isto é loucura, eu falo
- Não, é justiça, ele retruca e manda eu ficar calado para prosseguir. Pergunta: quer voltar a ser o Renato, certo? Eu digo, claro que sim. Nas minhas condições, nas minhas condições, ele fala. Só aviso que nas suas férias você vai ser a Márcia, e se não aceitar isso só vai piorar as coisas. Eu posso ir embora e deixar você por aqui, deste jeito, para sempre. Sou a sua salvação, e, me olhando fixamente: melhor dizendo, ou faz tudo que eu quero ou acabou para você, Renato! Melhor dizendo, Márcia!
Imploro, argumento, me humilho e o Renato permanece inflexível, até que irritadiço se levanta e diz que vai dar uma volta, para eu pensar, refletir, que não vai ficar discutindo à toa comigo. Que me dá meia hora de prazo para eu tomar uma decisão e que, depois disso ele some e eu que me vire do jeito que estou. Em meia hora estarei de volta na recepção, se não tiver nenhum recado para mim, viro as costas e vou embora, você que se dane.
Ele sai e me deixa com um nó na garganta. Bate em mim um desespero. Entendo que ele é minha única tábua de salvação. Ligo para a recepção para que uma pessoa de nome Marcelo suba à minha suíte. Uma hora depois disso nada do Marcelo aparecer. Fico aflito, pensando: será que ele foi embora? Felizmente não, alguns minutos depois novamente a porta se abre e ele chega, carregado de sacolas.
- Pelo visto, concordou? Eu nada respondo. Sim ou não? Ele fala alto. Eu balanço a cabeça afirmativamente. Eu não ouvi! Sim ou não? E eu respondo sim.
Ele pega sacola e tira umas peças de roupa. Biquini, top, sandália. Vista, ele me diz. Eu nego e ele me informa que eu vou ter 3 chances de dizer não, que na quarta permanecerei neste corpo para sempre. Atemorizado eu pego as peças e ele fala que eu posso me trocar no banheiro, porque ele sabe que vou ficar com vergonha de ficar nua – ele frisa bem a palavra – na frente dele. Vestir o biquíni é uma tortura, é como se eu estivesse virando gay, homossexual, uma coisa assim. De qualquer forma não deixo de perceber as formas do corpo que estou. Seios perfeitos, os da Márcia mesmo, o triangulo com as penugens rentes, bem aparadas, bumbum cheinho, que recebe o biquíni branco, enfiadinho, dando a sensação de ser ainda maior do que já é. Em certo momento me dou conta de estar admirando este corpo, mas depois vem a raiva, até que escuto a voz do Marcelo. Vamos, está atrasada. Para não contrariar, saio do banheiro, mas, antes, me envolvo com uma canga, como se isso diminuísse minha vergonha.
Na praia o Marcelo me faz ficar de biquíni, sem a canga, manda eu tomar banho de mar, me fotografa sempre, fica passando protetor solar em mim, sempre me avisando antes para que não dissesse não, porque sofreria as consequências. No resto se comporta normal, me oferece agua de coco, sanduiche, porque até aquela hora nada comi e depois de um certo tempo fala que está na hora de voltarmos ao hotel.
Fico mais nervoso ainda porque não sei o que virá, mas, de qualquer forma me alivio porque na praia ele não foi exigente ou arrogante, ou seja, nutro uma esperançazinha que ele vai continuar assim, talvez já tenha consumado a sua vingança e ele vai desistir de prosseguir, de devolver meu corpo e tudo bem. Penso inclusive que, se isso acontecer, volto imediatamente para São Paulo e esqueço tudo.
Quando chegamos na suíte ele me parabeniza dizendo que eu fui boazinha na praia, sempre se referindo a mim no feminino. Menina esperta, ele fala, sabe que se gastar os Nãos a que tem direito, vai continuar sempre assim. Tome um banho, ele diz, rapidinho e volte aqui. Eu tomo o banho, tomando cuidado para não molhar desta vez os cabelos. Penso em ficar um tempo no banheiro, mas, que adianta, uma hora eu vou ter que sair e é melhor sair rapidinho como ele me mandou, é melhor eu não o irritar. Pelo sim pelo não resolvo colocar novamente o biquíni para não ficar sem roupa perto dele.
Na antessala ele me olha e fala: Você está esplêndida, Márcia, do mesmo jeitinho. Venha perto de mim. Dou dois passos, ficando a um metro dele. Ele chega, me toca os cabelos. Faço que vou recuar e ele, calmamente diz que isto também pode ser considerado um não. Não recuo então, as mãos dele tocam carinhosamente meus cabelos, dá para perceber nitidamente que ele está recordando da Márcia. As mãos se abaixam e tocam a alcinha do soutien do biquíni. Antes que eu fale não ele logo me avisa. Cuidado, você só tem 3 nãos. A alcinha cai e logo meu seio fica a mostra. Meu seio, que irônico, neste momento penso. A mão dele envolve meu seio, carinhosa e afirmativamente. Depois dois dedos apertam o alvéolo. Fica acariciando ele até perceber que ele está entumecendo. Ele sorri e fala: gozado, Márcia, mesmo você ainda (ainda?) com a cabeça de homem, o corpo reage. Olha só como está o biquinho. Ele chega a boca perto e abocanha o bico. Mama com volúpia. Depois me olha fala: parabéns, nenhum não, está se comportando perfeita. As mãos dele na minha cintura agora, ele me olhando nos olhos e dizendo: sei que é mais fácil para você deixar eu mamar do que beijar sua boca. Tudo tem seu tempo, eu entendo. As suas mãos agora nos lacinhos da calcinha do biquíni, puxando.
Eu agora somente com um soutien que me encobre apenas um seio e uma sandália. Sem roupa nenhuma. Ele segurando minha mão e me puxando pro quarto. Eu fazendo corpo duro e ele me avisando: não gaste nenhum não, no quarto ele me fazendo sentar na beirada da cama, passando a mão nas minhas coxas grossas – as coxas grossas da Márcia, eu penso nesta hora, como forma de proteção. As mãos dele tocando as penugens da Márcia, um joelho seu forçando minhas coxas se abrirem – as coxas da Márcia. Passando os dedos na xaninha da Márcia, vagarosamente e me olhando, diz: tá molhadinha, molhadinha. Sinto um choque elétrico quando o dedo dele entra em mim. Não sei descrever, mas era um arrepio, diferente ao que tinha sentido na vida. O dedo dele fica me circundando e com a outra mão ele me empurra, para que eu deite no colchão, escancarada, com as pernas para fora da cama, sempre me avisando para não gastar nenhum não, nenhum não.
A língua dele vai pra cima do meu clitóris. Mais um choque elétrico, uma bomba atômica. As mãos dele acariciando minhas coxas, meu bumbum. Eu mordendo meus lábios para não gritar. Eu querendo sumir dali, fugir, mas o corpo não me obedecendo. Eu me maldizendo, mas meu corpo não respondendo, se contorcendo pelos espasmos que estou sentindo. Mesmo que negue era o gozo chegando, chegando, explodindo. Um gozo diferente porque o homem goza e se queda, enfraquece, a mulher não, goza mas logo vem outro e depois outro. Por fim ele para de me lamber e eu fico largada, arfante na cama, tentando me recuperar. Só percebo que ele está nu quando sinto a ponta do seu pinto tocando a minha xaninha (minha?).
- Não, eu falo, tentando me esquivar.
-Já gastou um não, só tem mais dois, ele diz, pincelando a ponta em mim. Vai falar um segundo não agora? Fico sem falar nada, fecho os olhos e viro meu rosto, me preparando para o sacrifício.
Ele entra em mim e fala: apertadinha, sempre foi. Sinto ele entrando. Quero entender como um estupro, mas não é. Porque eu estou mordendo meus lábios para não gritar. Ele vai se afundando, afundando. Que estranha sensação. Sinto como se fosse uma bicha, um gay, dando para um homem, por outro lado estou no corpo de uma mulher, tendo as sensações de uma mulher. Um pensamento estranho vem na minha cabeça. Será eu não seria mais fácil se eu aceitasse a situação de ser mulher, somente naquele momento, poderia aproveitar o prazer e depois, depois que retornar ao meu verdadeiro corpo esquecer, e se não conseguir esquecer, sair mais fortalecido por saber como as mulheres curtem, como elas gostam? Fico pensando nisso no momento que o Marcelo fala, ou ordena – sei lá – mexe um pouquinho Márcia, mexe, amor e eu, como se fosse a Márcia dou umas mexidinhas, do jeito que eu gosto que as mulheres movimentem o quadril comigo.
Um novo gozo é inevitável. Não consigo evitar o gemido. O Marcelo gosta disso – todos os homens gostam de ver as mulheres gemendo, eu que sei – e fala: viu como foi bom, não doeu nada, não tirou pedaço, a única coisa é que você gastou um não a que tem direito à toa. E, ainda sem gozar sair de dentro de mim, deitando ao meu lado e dizendo: boba.
Deitado ao meu lado ele pede que eu segure o pinto dele. Fico imóvel e ele me lembra que só tenho direito a mais duas negativas. Sem alternativa pego aquele negócio quente, maior que o meu, na hora penso, como todos os homens que gostam de se comparar.
- Sabe, Márcia, estou pensando aqui se devo pedir para você me chupar. Eu me apavoro. Chupar me parece agora pior do que ele me penetrar. Porque quando ele enfiou em mim, eu estava apenas com as pernas abertas e pronto. Poderia inclusive estar dormindo. Mas, chupar, chupar, eu teria que tomar a iniciativa, fazer os movimentos... não, eu não conseguiria.
- Então, Márcia, posso pedir duas vezes para você me chupar, você me nega duas vezes e eu vou embora. Você fica aqui, desse jeito e pronto. Nem sei como vai ser da sua vida. Sem dinheiro, sem nada. Márcia, Márcia, não quero que isso aconteça com você. E eu quieto, quieto quando o Marcelo fala: Márcia, acho que você não me entendeu bem e isto já te custou um segundo não. Vai me chupar ou não?
Aproximo então meu corpo dele. Pego no Marcelo e mesmo que não queira fico olhando como ele é. Sem pele, cabeçudo, cabeça vermelha, todo cheio de veias. Maior e mais grosso que eu. O primeiro pensamento que me vem é como que ele conseguiu entrar em mim. Aproximo meu rosto e sinto o cheiro dele. O cheiro é igual ao meu, com certeza. Na hora penso assim. Fecho os olhos e vou fazer de conta que estou chupando uma xaninha. O Marcelo pede que eu tire os cabelos de lado, porque está atrapalhando ele ver. Na hora penso que eu também sou assim, sempre gostei de ver as mulheres me chupando. Penso também que posso fazer de conta que é a Márcia, que eu posso interpretá-la perfeitamente, já que sabia do jeito que ela fazia isso. Meus lábios tocam a ponta. Estranho, eu acho neste momento. As mãos do Marcelo na minha nuca dão um empurrãozinho e meus lábios se abrem, encaixando a cabeça. Ele me avisa para tomar cuidado com os dentes, o que eu também já fiz várias vezes com as mulheres. Novo empurrão e a cabeça entra na minha boca e ele solta um gemido. Gozado, eu penso, é diferente chupar pinto do que boceta. Aquilo duro na minha boca, pulsando, com vida. A língua passeia na cabeça e o gosto é diferente mesmo. Ele movimenta o quadril, o pinto entra e sai da minha boca, meus lábios se fecham no tronco dele. Percebo minha mão segurando as bolas peludas e grandes dele. Depois tocando nos seus pelos. Na hora penso se ele está pensando em gozar na minha boca. Não quero. Mas se não for na boca, ele vai querer na bocetinha. Ele vai querer de novo colocar na minha bocetinha. Eu também não quero. Mas não quero porquê? Eu gozei no pinto dele. Duvido que ele não queira comer de novo minha bocetinha. Minha bocetinha, então ele comeu minha bocetinha, então eu tenho bocetinha, então minha bocetinha gozou no pinto dele, no pinto dele não, no pau dele, no pauzão dele, e sei que ele vai querer comer de novo, porque ele gostou, porque ele gostou também. Também. Também, porque eu gozei também, o que significa que eu gostei também e que por isso que estou preferindo que ele goze na minha bocetinha, porque o pinto dele é mais gostoso na boceta. Mas logo em seguida eu me justifico e falo. Não, ele comeu a Márcia, é a Márcia que está chupando o pau dele, eu estou chupando igualzinho a ela para me passar por ela, é ela quem está chupando, não eu, o Renato.
O Marcelo me segura pelos cabelos e me puxa, tirando o pau da minha boca. Eu sabia, penso, ele quer gozar na bocetinha, eu sabia. Bem, continuo pensando, melhor mesmo, não queria ter que engolir o gozo dele. Ele coloca meu corpo de Márcia para cima do dele, olha para mim e fala: gastou outro não à toa. Agora na próxima vai continuar com este corpinho, sem bem que parece que está se familiarizando, né?
- Olha, não pode mais negar nada, senão vai ficar desse jeito. E eu ainda saio no lucro, deixo você assim, de mulher e ainda ganhei a sua boceta e uma bela chupada. Está me entendendo? Eu falo sim e no instante seguinte recebo o beijo na boca do Marcelo, sem reclamar e sem poder reclamar. Gastei todas as negativas e agora será do jeito dele, como sempre foi desde o início.
O Marcelo beija minha boca e ao mesmo tempo suas mãos acariciam todo o meu corpo. Meus ombros e minhas costas. Aperta meu corpo esmagando meus seios sobre seu tórax. Acaricia minhas coxas e depois meu bumbum. Gozado eu pensar assim, meu bumbum, quando eu, enquanto homem, me referia às mulheres como bunda, bundão, rabão. Suas mãos entram no vão do meu bumbum e eu levanto o rosto para dizer não. Ahhhh, ahhhh, não se atreva, Márcia, não se atreva, ele fala. Já não pode mais falar nenhum não. Então eu nada falo, a mão continua e ele toca nas minhas preguinhas.
Penso que ele vai enfiar o dedo, mas não, ele fica acariciando, acariciando e depois me diz: viu só como o corpo responde. Você está piscando no meu dedo, seu corpo está gostando. Eu viro o meu rosto de vergonha porque sei que ele está falando a verdade, mesmo sem querer eu percebi que ficava piscando, piscando a cada contato com a ponta do seu dedo. Ele continua mais um pouco, me provoca, quer que eu queira falar não mas tenha medo. Depois para, me coloca ao seu lado dizendo: reparou que não gozei? Fico em silencio, com medo do que está porvir. Claro que ele sabe disso. Porém me dissipa meus medos falando: bate umazinha pra mim.
De novo fico com o rosto perto do negócio dele. De novo minhas mãos pegam nele. Ele pede que eu passe um pouco de cuspe na cabeça para facilitar. Eu vou dar uma cuspida e ele fala para que eu passe a língua. Faço. Deixo úmida a cabeça. Começo a movimentar minha mão. Cada vez mais rápido para ele gozar logo. Ele goza, esguicha tanto leite. Tiro rapidamente a mão, mas meus olhos continuam olhando ele esguichar. Nunca tive tanto leite. Fico com certa inveja e ao mesmo tempo pensando que parte do volume de esperma foi fruto da minha ação. Depois disso ele pede uma comida, afinal ninguém é de ferro, ele diz. Tomamos banho, separados, antes da comida chegar à suíte e ele sugere que eu descanse. Eu fico na cama e ele se espreguiça no sofá da antessala.
Finzinho da tarde eu desperto. Antes de tudo eu me examino e nada. Continuo com o corpo da Márcia. O Marcelo está no banheiro, liga o barbeador e fala: viu só a sua sorte? Agora não precisa mais se barbear. E continua: ao menos por enquanto porque sei que você tem juízo, não vai me contrariar, senão vai continuar com este corpinho lindo.
Eu fico em silêncio, sem nada responder. Ele senta numa poltrona perto de mim e fala: não fique com esta carinha não, afinal não foi tão ruim, foi? Eu em silencio e ele continuando: não foi não, afinal você gozou duas vezes, duas vezes. Como homem quando foi que você conseguiu gozar duas vezes seguidas?
Ele chega mais perto. Sabe, ele diz, que eu não estou mais com tanta raiva de você. Você gastou dois nãos sem precisar, mas, no geral, foi tudo muito bom, tudo bem satisfatório. Sabe, ele continua falando, eu posso até fazer uma coisa para você que eu não queria. Se continuar assim, boazinha, depois que te transformar novamente no Renato, posso apagar tudo da sua memória, você não vai lembrar nadinha do que aconteceu. Somente eu vou sair e você não vai ter nenhum sentimento de culpa, de arrependimento, nada. Claro que me interesso pelo que ele falou. Mesmo? Você faria isso mesmo? Você pode fazer isso? Ele me responde: posso sim, estou me comprometendo com isso, desde que você também se comprometa comigo. Pergunto: como assim? É simples, diz ele, já que posso fazer você esquecer de tudo o que aconteceu aqui, de ter virado a Márcia, de tudo o que acontece aqui, você vai ter que fazer a sua parte. Que parte? Pergunto. Se quer esquecer que virou a Márcia, de agora por diante vai ter que agir como ela então, esquecendo neste tempo que foi ou é o Renato. Terá que ser a Márcia apenas. Depois disso você vira o Renato, se esquece de tudo e pronto. Temos um acordo? Que opção eu tinha senão concordar?
Ele vai na antessala, pega outra sacola e joga na cama. Vista e venha até aqui. E vê se arruma este seu cabelo, está muito desalinhado. Obedeço, ajeito meus cabelos na medida do possível e pego a lingerie que estava na sacola. Branca, meio transparente, pequena, menor que o biquíni que fui na praia. Visto e com vergonha me encaminho para a antessala. Ele está sentado no sofá, me chama e indica que devo sentar no colo dele. Novamente reafirma o nosso acordo, da perda mútua de memória que devo ter, agora me esquecendo de ser o Renato, para depois não me lembrar de ter sido a Márcia. Sento, ele envolve minha cintura com seus braços dizendo: você é muito linda, e está mais linda agora do que no tempo de éramos noivos. Beija meu ombro, cheira meu cabelo dizendo: pena que não temos muito tempo, senão levaria num cabelereiro para lavar, dar uma boa escovada. As mãos dele apertam meus seios e me afirma que, se comportar assim como estou ele vai até antecipar o meu retorno como Renato. Só depende de você, ele me fala, fazendo um carinho no meu rosto.
Seu dedo vai no meu umbigo, me fazendo cócegas. Eu até me contorço com isso. Depois começa a passar a mão no elástico da calcinha. Nada falo e procuro me concentrar para não sentir os carinhos que ele me faz, agora que está com a mão dentro da minha calcinha, tocando os meus pelinhos. Obedeço quando ele manda que eu abra um pouquinho as coxas. Atendo quando ele diz para eu levantar um tiquinho meus joelhos. Ele passa o dedo na minha rachinha e depois leva na boca. Depois ele me tira do seu colo e se levanta. Pega na minha mão e leva para trás do sofá. Coloca as minhas mãos no encosto do sofá, ordenando que eu empine bem. Vai descendo minha calcinha, dizendo que quer dar uma olhada no meu bumbum – no meu bundão, como ele diz. Ele se abaixa e começa a beija-lo. Abre bem e com a língua toca meu orifício. Pede para eu empinar mais, encostar meus seios no encosto do sofá. Fica em pé, vem por trás de mim e enfia seu pau novamente na boceta. Estala uns tapas no meu bumbum, pede para eu rebolar. Eu rebolo. Instantaneamente o gozo chega, um, mais um, depois outro, eu me escoro no encosto do sofá. Ele sai de dentro de mim, mas fala para eu continuar na mesma posição que estou. Abre uma gavetinha, pega um tubinho de creme e pede que eu coloque as mãos para trás e me abra bem. Antes de qualquer reação minha ele me alerta. Não posso falar mais um nãozinho sequer, se desejo novamente me transformar no Renato. E tenho que ser bem obediente se desejo esquecer tudo o que está acontecendo.
Abro meu bumbum e sinto ele me untando de creme, não economizando. Um dedo seu entra em mim para lubrificar o canal também. Deixo escapar um aiii. Ele manda que eu permaneça abrindo meu bumbum. Ele encosta a ponta. Eu me fecho, instintivamente. Ele ri e agarra meu bumbum sacudindo, me falando: relaxa. A pontinha entra, começando a afastar as minhas preguinhas, as preguinhas da Márcia.
- Aiiiiii, eu falo, mais por medo do que pela dor neste instante.
- Relaxa, eu sei fazer, não vou te machucar.
- Tenho medo, medo que doa.
- Vai doer só um pouquinho, depois acaba. O creme é anestésico.
- Medo, eu repito, e me surpreendo de estar falando assim, com voz de dengo.
Agora ele que fica quieto. Sem que eu espere dá um soquinho e parte, só parte da cabeça entra.
- Aiiiiii, eu falo, agora por dor mesmo, não somente pelo medo.
- Fica quieta, parada. Relaxa, assim a dor passa loguinho. Eu fico então parada, trancando os dentes. Depois de um tempo ele me pergunta: passou a dor. Está passando, eu respondo. Ele então continua quieto, parado, tomando cuidado para não me machucar. Depois torna a me inquirir: passou? Passou a dor? Respondo novamente passando, mesmo não tendo dor nenhuma naquele momento. Ele sabe disso. Suas mãos seguram minha cintura. Ele dá outro tranco. Eu solto agora um grito forte e ele acaricia meu bumbum dizendo: pronto, pronto, a cabeça entrou.
- Doeu, eu falo, mais uma vez dengosa. Ele acaricia o meu bumbum e diz que agora não vai doer mais.
- Devagar, Marcelo, eu peço a ele.
- Devagarinho, meu amor, devagarinho. Não vou machucar.
Ele vai colocando milímetro a milímetro, tomando o cuidado de não me machucar. Desce uma mão na minha bocetinha, acariciando, para que eu me relaxe bem. Sem pressa alguma ele vai entrando, entrando até que sinto seus pelos encostados no meu bumbum. Foi tudo, ele me informa. Está doendo? Ele pergunta. Respondo a verdade, que não está, mas que tenho medo que doa.
Ele tira um pouquinho e depois recoloca. Tira mais um tanto e novamente enfia. Está doendo assim? Não, Marcelo, não está, eu respondo.
- Apertadinho. Cu gostoso. Melhor do que o da Márcia original.
- É? Eu pergunto, depois me dando conta que recebi com orgulho a frase que o Marcelo falou. Ele começa a bombar mais forte. Eu ouvindo o barulho do quadril dele batendo no meu bumbum. Começo a murmurar: está me arrebentando, me arregaçando, me arrombando. Depois falo: está enfiando, me comendo... está me fodendo. O Marcelo aperta minha cintura com força. Sinto ele crescendo dentro. Bomba mais rapidamente, me aperta mais e me segura. Começa a esguichar, a gozar dentro de mim, um jato, outro e mais outro e por diante. Cansado, ele se escora sobre mim, ofegante. Aos pouquinhos sinto ele diminuindo, diminuindo até que escapa de dentro. O seu leite começa a sair de dentro do meu buraquinho, a molhar minhas pernas. Quando ele sai eu tento piscar mas percebo um vazio, além de uma dorzinha, por conta da invasão. Ele me fala: vamos pra cama descansar. E lá vamos nós dois, na cama, sem roupa alguma. Ele coloca a mão no meu pescoço, me puxando, fazendo me aninhar. Sem que ele me peça minha mão está segurando o pinto dele, todo molhado de esperma. Ele me olha contente e diz: menina, você está saindo melhor que a encomenda. Beija minha boca e eu não recuo, afinal vou esquecer de tudo isso. Dormimos merecidamente.
Acordo. Não tem ninguém na minha cama. Meus pelos estão no meu peito. Corro a mão para pegar no meu pinto e ele está lá. Foi tudo um sonho então. Que sonho mais estranho. Levanto, flexiono meus músculos. Toco no meu corpo. Nenhum vestígio do ocorrido. Esquece o sonho, esquece, eu falo para mim mesmo. Vou para o banheiro tomar uma ducha e aproveitar minha estadia no Nordeste. Ver gente, pessoas, mulheres. No banheiro estão o biquíni, a lingerie, a sandália e um bilhete: resolvi lhe dar um descanso. Aproveite suas férias. Só não se esqueça que me deve mais seis dias de Márcia.