Tenda armada. Tambores rufando e berrantes soando. Todos na roda cobertos. Uma flauta doce é tocada. Era o sinal. Celeste apareceu nuazinha rumando para o centro da roda. Os tambores que estavam num compasso lento começaram a acelerar as batidas. Os decibéis dos berrantes ecoaram. Quando a sonzeira ganhou corpo, entraram cinco homens, todos nus. Um negro enorme, quase dois metros; um loiro barbudo, parecendo um gladiador; um com feições indígenas e careca; um oriental com corpo de lutador de sumô; e Jonas, o hipster que organizou aquilo tudo e havia salvado Celeste uma primeira vez e com quem ela já havia trepado.
Os homens se aproximaram. Celeste sentiu que a coisa não seria fácil. O negro a pegou como uma pena e atacou o seio direito; o indígena, o esquerdo. O oriental atacou sua buceta e o hipster o seu cuzinho. Quatro línguas devorando seu corpo. Ela não estava lubrificada, estava com medo. A percussão tinha um toque hipnotizante. Quanto mais ela sentia as línguas em seu corpo, mas o som entrava na sua cabeça. Quando o som parecia estar na sua mente. Sentiu uma pressão na boca. O pau do gladiador pedia passagem. Ela demorou a abrir e quando passou a glande, aquele aríete penetrou sua cavidade bucal. Com o pau a martelar sua boca, sentia o corpo formigar, até sacudir em um forte orgasmo.
- hummmmmmmm...hummmmmmmm
A pica socava em sua boca atingindo a garganta. Ela sentia a violência dos impactos internos. Ela foi bruscamente virada e o negro inicia a penetração. Ela estava molhada, mas não tanto pra receber aquele coqueiro. Ela espremeu os olhos de dor ao sentir aquela tora ir alargando sua xota de tal forma que parecia que ia explodir lasca de buceta pra tudo que é canto.
Dois homens se acabando de mordiscar e lamber seus mamilos, um torando sua boca e outro arregaçando sua buceta, ventre, útero e o que mais encontrasse pela frente. Os dois que sobraram pegaram sua mão e pediram pra ela apertar.
- Bata bronha em nossos paus! Anda!
Ela estava totalmente sumindo com tanto homem ao seu redor. O gladiador deu um tempo, seu rosto com saliva em todo canto e agora três paus surravam sua cara. Parecia que era agredida por socos de tão pesados que eram aqueles membros.
Com duas línguas no cuzinho e mamando uma rola, ela começava a se acostumar. Dedos abriam seu anel. Algum deles fodia sua buceta. Passavam uma rola nas suas costas. Pobre Celeste...
Quando uma rola avançou sobre seu cuzinho, o esfíncter não aguentou muito tempo e ela sentiu uma ardência enorme ao sentir suas pregas irem embora.
- hummmmmmm...hummmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm
Uma dor de cabeça era sentida por ela de tanto sacolejo. Tentavam foder sua boca, sua buceta era bombada e seu cu dilacerado. Celeste achou que ia desmaiar, mas veio um milagre: um gozo demorado e pleno.
- hummmmmmmmmmmmmm...ohhhhhhhhhhhhhhhhhh
Um gozo salvador. Ao invés de se render a um possível desmaio de tanta pica que passeava sobre ela, despertou. Seu olhar ficou firme, seu rebolado cadenciado. Agora ela mamava pra valer, sentia prazer com os paus que lhe penetravam
- Oh, que prazer... que pintões deliciosos!!
Não havia energia do coração. Era a naturalidade de sua libido que se manifestava ali. Minutos passavam, tambores ressoavam, berrantes pareciam trombetas do apocalipse. No centro daquela roda, Celeste chupava um pau, recebia um na xota e outro no cu e punhetava dois cacetes. Ela vencia todos os obstáculos, de forma natural, impostos ao sexo feminino pra que não se desfrute de maneira extrema os prazeres da pura putaria. Era uma vitoriosa. A naturalidade de seus gozos implodia as energias de todos os corações ali.
E foi assim, martelada e martelando que Celeste venceu a guerra. Os tambores e berrantes pararam e os cinco homens gozaram ao mesmo tempo. O primeiro na cara, o segundo no cu, o terceiro atingiu os seios e os punhetados ejacularam em todo seu cabelo, ombro e lateral do rosto. Suada como nunca, ela deitou exaurida. Só se ouvia um som, o de sua respiração pesada. Estava tudo consumado. Qualquer energia que existisse, a partir daquele dia teria que ser renovada. Mas ela estaria longe dali. E salva.
A porta foi aberta. Daiane viu a mãe entrar, parecia que tinha tomado todas.
- Mãe! Mãe! Você tá bem???
-...você tá salva, meu anjo... aquelas putas não estão mais em nós...acabou...a energia que resta...é pra vivermos nossa vidinha simples...
E apagou nos braços da filha. Sua voz estava fraquíssima.
- Eu te amo, mãe! Você é tudo, prometo não lhe decepcionar jamais!!
Cinco anos se passaram. Celeste estava cansada de dar autógrafos. Isso mesmo. Estava lançando um livro naquela noite. Aos 40 anos, se sentia realizada. Sua infância vomitando sem saber por que, sua adolescência com dificuldade de respirar, sua juventude comprometida, seus 30 anos de um futuro incerto. Tudo isso estava lá. E também sua recuperação, sua experiencias pós-operatórias e sua luta política a frente da Associação Nacional dos Transplantados, órgão que estava presidindo a três anos. Porém, “As Torrentes do Coração” ocultava todas as fodas, prazeres, orgasmos, e amantes de quase um ano. Óbvio!! E também sua batalha para vencer a energia que fluía de seu corpo e a lançou para a putaria. Nem a família de Jana – a doadora – sabia de sua participação naquele grupo secreto, que também se dissolveu. Cada um que descubra e use sua energia da forma que lhe convier.
Certa vez, estava com Daiane em um parque num domingo ensolarado. Daiane já estava morando junto com Lucas. De repente apareceu dois homens.
- Dois gatinhos ali, filha
- Mãe!!! Não me diga que a energia...
- Não, sua boba! Estou apenas lhe mostrando dois rapazes bonitos, só isso.
- Dona Celeste, dona Celeste...A senhora tá muito assanhadinha pro meu gosto!
- Deixa de bobagem! A energia não flui mais, mas flui um pouquinho daquela Celeste em mim... Só que finalmente,ao invés do coração,é o cérebro quem manda.
- Hum...vou confessar que tenho saudade daquela loucura na cozinha. Mas a senhora sabe, né? Só pensamentos...
- Eles estão se aproximando...
- Vão sentar ao nosso lado...
Os rapazes sentaram e olharam pra elas. As duas acenaram. Uma rápida troca de olhares de vez em quando sugeria um flerte. A energia não mais irradia. Entretanto, todos sabem que o órgão que tem capacidade de ter desejos é o coração. E aquelas duas sabiam mais que ninguém.
FIM