Camioneiro gaúcho, 54 anos, separado e com os filhos criados, no mundo; a ex com uma nova família e feliz. Este sou eu. Novamente sozinho, por este mundão afora – somente eu e meu caminhão. E também feliz, que não tenho mais raiz.
Na quinta-feira da semana pré-carnavalesca, eu estava em Teresina, no Piauí, onde descarregara uma carga vinda de São Paulo. Estava me mexendo, para conseguir algum carreto que fosse, para não voltar “batendo”. No dia seguinte, consegui uma carga de colchões de espuma para Curitiba. Exultei. Produto leve, maior velocidade, e o destino era praticamente o meu lar. Melhor não havia.
Comecei a carregar, mas o expediente dos liberadores e dos carregadores acabou, e não houve promessa de hora extra, por mais generosa, que os convencesse a terminar a tarefa: o barulho da folia os inebriava e os chamava com força. Somente na quarta-feira completariam o carrego. Compreendi sua necessidade e não insisti mais. Resignei-me a descansar aqueles dias na cidade, o caminhão estacionado no pátio da fábrica. Tomei um banho, jantei, conversei um bocado com o porteiro – o bastante para virarmos verdadeiros amigos de infância – e fui dormir.
Acordei no sábado de zé-pereira, quase na hora do almoço. Depois da refeição, resolvi conhecer o desfile de bois-bumbás da cidade, que o porteiro me dissera ser o melhor da região. E a concentração era ali pertinho. Assim, por volta das quatro e meia da tarde, estava eu sob uma árvore, a certa distância do “bumbódromo”, numa posição que me dava visão privilegiada do ambiente, sem necessariamente estar no meio da folia.
Antes mesmo de os bois desfilarem, a passarela da rua se fazia palco para jovens mulheres de todas as idades apresentarem seus belos atributos físicos, enfiadas em minúsculos shorts, que lhes desenhavam com nitidez a buceta e se enfiavam pelo rego da bunda, cujas nádegas balançavam-se, convidativas, a cada movimento; criativas blusas decotadas emolduravam seios de todos os formatos e tamanhos, num delicioso jogo de mostra-esconde.
“Carnaval na avenida, bocas de ninguém”, me dissera o porteiro, referindo-se ao lance de os jovens saírem pelo meio da folia, beijando todo mundo na boca, em chupadas penduradas e mais ou menos demoradas, a depender do entrosamento que conseguiam. Logo após, partiam para a próxima boca, sem qualquer emoção, a não ser os hormônios fervendo nas veias. Eu mesmo presenciei vários desses beijaços descompromissados.
A cada tentação que passava, geralmente em grupos, sentia-me endurecer e aflorar a vontade de carnavalizar naqueles corpos. Meus cabelos brancos, entretanto, diziam-me para conter os impulsos e não me meter em encrencas. Contentei-me com o lamber dos meus olhos nos corpos.
Em grupo, três garotas e um garoto, que vinham numa algazarra própria de quem já tomara algumas cervejas e sabe lá o que mais, estacionaram a alguns metros de mim. Em segundos, escaneei as apetitosas formas das meninas, e até do rapaz que as acompanhava, nitidamente gay. De quando em vez, passava alguém sozinho, pedia permissão e tascava um daqueles beijos na garota escolhida; após o ósculo, ele continuava seu caminho, enquanto ela procurava se recompor, entre satisfeita e meio sem jeito, arrumava o cabelo, recompunha a rara roupa e caía na risada.
Após fartar-me do quadro, outras paisagens atraíram a minha atenção, e eles saíram do meu foco. Por isso não dei muita atenção ao fato de, vez em quando, ora uma ora outra olhar para mim, dizerem algo entre si e rirem...
Distraído com mais um beijaço, no meio da folia, surpreendi-me com o rapaz do grupo, falando comigo, com sua voz artificial: “Licença... Aquela menina está perguntando se pode dar um beijo no senhor!” E apontava para a mais espevitada das três, loirinha de seios pontudos e bunda perfeita, que sorria para as outras, disfarçando o sem-jeitismo. “Claro!” – respondi, já sentido algumas mexidas estranhas sob a bermuda.
O purpurinado então chamou a amiga, que veio, arrastando atrás de si as outras duas. Quando chegou ao meu alcance, rosto perto do meu, lábios vermelhos e carnudos entremeando um sorriso meio tímido, segurei delicadamente seu queixo e trouxe sua boca até minha boca. Ela circulou os braços no meu pescoço enquanto nossos lábios se encostavam e nossas línguas se devoravam; seu corpo estreitava-se ao meu; eu sentia seus seios amassarem-se contra meu peito, e ela decerto sentia meu pau endurecendo entre suas coxas.
Não sei exatamente quanto tempo durou o beijo. Quando a larguei, a amiga mais baixinha, mas não menos gostosa, murmurou, sensualmente: “Eu posso?!” Como resposta, abaixei-me um pouco e colei meus lábios nos dela. Sua língua invadiu minha boca, enquanto sua cabeça girava, fazendo nossos lábios se roçarem. “Eu também quero!” – ouvi da terceira garota, ao terminar a agarração com a segunda. Uma negra linda, corpo escultural, sorriso mais branco do mundo, aproximou-se e avançou sobre minha boca; foi o beijo mais delicioso das três, talvez por isso o que mais demorou, junto com o esfregado dos corpos... Eu estava com o membro completamente em riste.
Isso tudo acontecendo e o gayzinho acompanhando avidamente cada cena. Ao largar a negra, resolvi completar o furdunço: “E você, rapaz? Quer também?!” Ele tomou um susto – escandaloso, como deve ser. Mas logo se recuperou e seus olhos brilharam. Estrepou-se no meu corpo e colou sua boca à minha, começando um malabarismo de línguas como poucos que já vi. Senti-lhe o pau duro também, roçando no meu.
“Valeu, tio!” E saíram saracoteando os quatro, pelo meio do povo, aos empurrões e gargalhadas, enquanto eu procurava sentir todas as sensações deixadas em meus lábios por aquelas quatro bocas loucas e sem dono. Ao longo da noite, ainda rolaram dois ou três beijaços, mas os primeiros ficaram marcados para sempre em minha boca.
Por volta das nove da noite, o frio já estava torando (não sabia que fazia frio na noite piauiense...), resolvi voltar para o caminhão, depois de usar a minha boca para comer alguma coisa, como jantar. Lanche feito, quando me preparava para atravessar a rua, vejo o famoso grupinho, ainda na maior algazarra (energia dum caralho esses jovens têm!), também se retirando da festa. “E aí, tio?!” E me rodearam. Disseram que já estavam indo embora, que a noite estava ficando gelada, e no dia seguinte tinha mais.
O gayzinho trinou: “E aí, gente? Tá valendo um beijaço de despedida?” Enquanto as gurias gritavam e pulavam, veio vindo a ideia maligna, nascida na cabeça do meu pau, passada para a de cima e exteriorizada: “Que acham a gente se despedir de um jeito diferente?” Olharam meio desconfiados. Expliquei quem eu era, o que fazia, o que estava fazendo ali, e que meu caminhão estava do outro lado da rua, no estacionamento da fábrica de colchão. Foi ainda o carinha que tomou a iniciativa: “Ah, eu quero conhecer o caminhão dele! Vamos, rachas?!” Aceitação imediata: “Uh, demorou!”
Pedi que esperassem um pouco, enquanto eu falava com o porteiro. Ele me olhou com uma cara tipo “rapaaaaaazzz...”; mas usei dois ou três argumentos, envolvidos numa nota de vinte reais, e ele me deu o passaporte da sua permissão. Fiz sinal para o grupo, que atravessou a rua e entramos no estacionamento. As meninas meio que tremiam, não sei se de frio, de ansiedade, de medo ou de tesão – ou de tudo junto.
Abri o baú, todos entraram, tranquei a porta. Ficaram uns segundos parados, olhando metade da carga estocada na parte dianteira. Puxei alguns colchões, forrando o piso da carroceria, eles fizeram o mesmo, e em pouco tempo sentíamos sob os pés o macio da espuma.
A mais próxima de mim era a baixinha. Puxei-a para junto e nossas bocas se uniram. Senti seu corpo pequeno estremecer ao contato de nossas peles frias. O beijo durou bem mais e nossas mãos estavam muito mais livres, na privacidade do baú. Percorri seu corpo pequeno, pelas sus costas, entrando por baixo de seu minúsculo top e puxando-o para cima, libertando um belíssimo par de seios, enquanto ela retirava minha camiseta.
Novamente juntos, nossos corpos se roçavam, já quentes. Minha mão desceu até seu short, abrindo o botão e descendo o zíper; meus dedos se enfiaram por dentro da minúscula calcinha e encontrou uma xoxota ardente, derretendo-se em tesão líquido. Minha boca desceu para os mamilos durinhos, enquanto ela gemia; percorrendo o caminho para baixo, enquanto levava seu short aos pés, minha língua alcançou sua buceta, completamente alagada, e ao penetrá-la, arrancou novos suspiros e gemidos da gata.
Foi a vez dela se agachar e me presentear com o mais delicioso boquete que eu já havia recebido. Ela era brilhante, entendia bem do riscado. Enquanto isso, pelo canto do olho, notei certo embaraço dos outros: parados, meio sem jeito, assistindo à cena com o olhar faminto de quem vê um filme pornô. Flagrei a negra mordendo levemente os lábios. Fiz-lhe um sinal, chamando-a. Ela se aproximou e me apoderei daquela boca escura e deliciosa, enquanto promovia seu desnudamento, libertando seios de mamilos pequenos e uma buceta carnuda. Suguei seus lábios, seus seios e sua xoxota. Ela revirava os olhos e abafava o grito de tesão.
Senti, então, outra boca sobre meu pau. A loirinha sugava-o com a amiga. Como não havia muito cacete a ser dividido, suas bocas geralmente se tocavam e em pouco tempo largaram-me e se atracaram, nuas, por sobre os colchões, se beijando e se chupando. O gayzinho já estava também sem roupa, seu fino pau duro, observando a cena, imaginando como participar da suruba.
Enquanto a negra estava agarrada no meu cacete, punhetando-o e chupando-o deliciosamente, trouxe o carinha até minha boca e nos ferramos num beijo louco, enquanto minha mão acariciava sua pica. Em pouco tempo também estávamos deitados sobre os colchões e eu sugava com avidez o cacete dele, enquanto ele mexia os dedos no meu cu.
Amontoavam-se os corpos nus, uns por cima dos outros, todos chupando e sendo chupados, sendo penetrados, numa gemedeira louca. Senti a fina rola do gayzinho me penetrando, enquanto eu fodia uma das meninas e outras duas faziam um delicioso sessenta e nove. Logo as posições mudavam e o gay engolia minha pica, enquanto chupava uma buceta e eu outra: a da negra. Ao sentir os espasmos do gozo se aproximando, acelerei minhas lambidas, segurei suas ancas e ela gozou em gritos, na minha cara. Ouvi mais gozadas e gritos, enquanto sentia meu próprio gozo se aproximar e se derramar em jatos no cu de uma das garotas. Eu voltara a chupar e punhetar o gay, e ao sentir o líquido salgado molhar minha língua, retirei seu cacete de minha boca e fiz os esguichos atravessarem o espaço, enquanto o carinha se contorcia de prazer.
Logo estavam todos entregues ao cansaço do pós-orgasmo. Uns por cima dos outros, o forte e gostoso cheiro de sexo impregnando o ar. Minutos depois, todos recuperados, respirando normalmente, sentados ou deitados, falávamos coisas idiotas e ríamos feitos bobos. Parecíamos ter a mesma idade.