O FUTURO!? – HISTÓRIA BASEADA EM FATOS REAIS - CAPÍTULO 01

Um conto erótico de David Raphael
Categoria: Homossexual
Contém 2053 palavras
Data: 07/03/2020 21:56:55
Última revisão: 08/03/2020 08:24:23

O FUTURO!? – HISTÓRIA BASEADA EM FATOS REAIS

CAPÍTULO 01 – QUEM SOU EU?

Muitas pessoas falam que você só terá no futuro o que você semeou no passado. Mas será que uma pessoa poderá colher o que ela nunca plantou? Será que temos controle sobre quem seremos e com quem conviveremos? Será que temos como decidirmos quem seremos no futuro?

Bem, estas são perguntas que sempre me assombraram. Sempre me perguntei se poderíamos escolher gostar de homens ou de mulheres, seríamos nós capazes de escolher ser hétero ou homossexual? Alguns dizem que sim, outros que não. Eu, como protagonista desta história que irei contar a partir de agora, hoje, digo e afirmo: nós somos donos de nossas decisões muitas das vezes, colhemos o que plantamos, mas também somos afetados por consequências de escolhas alheias. Não escolhi gostar de homem ou de mulher, eu nasci assim. Eu não escolhi nascer homem ou mulher, ser rico ou pobre, ser branco ou negro eu nasci como sou hoje. Apesar de não podermos escolher como queremos nascer, podemos sim escolher por qual caminho seguir, assim como podemos também manipular as escolhas de outras pessoas, assim como elas as nossas.

Meu nome é David Raphael, hoje tenho 30 anos, moro na segunda maior cidade de um dos estados do país, na região Nordeste mais precisamente, sou Administrador e Advogado, atualmente estou solteiro por escolha minha, pois estou dando um tempo para mim, tenho uma filha de quatro patas, Kyra, uma husky siberiano de cor branca, um olho azul e outro castanho dourado, amo minha família e hoje minha principal companhia é a Kyra.

Trabalho para uma empresa do setor privado como Coordenador Administrativo, mas não vem muito ao caso, tenho minha casa, meu carro e não tenho que dá satisfação da minha vida para ninguém. Mas nem sempre foi assim, e para vocês entenderem melhor vou contar a minha história voltando alguns anos.

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- VAMOS DAVID! – Gritou Carla, minha irmã mais velha. Ela é branca, cabelos pretos ondulados que pairam pouco acima de sua cintura, olhos castanhos claros e tem um porte médio das garotas daqui da região, tem 17 anos, sendo apenas um ano mais velha que eu.

Ela esperava dentro do carro com meus pais para irmos para a escola. Eu corri e entrei no carro, um astra 2.0, ano 2006, cor preta – pela porta do lado direito atrás do banco do carona. Meu pai estava no volante, Carlos, um cara não muito alto, 1,65 de altura, moreno, cabelos cortados na máquina nº 1, vestia uma camisa polo básica, uma calça jeans e tênis, e minha mãe, Rosie, uma mulher de estatura mais alta, 1,75 altura, magra, de pele branca, cabelos pretos lisos, cortados quase no designer da nuca – ela sempre gostou de cabelos curtos –, vestia um vestido azul marinho e ao meu lado a Carla vestia a farda do colégio com um tênis esportivo e um casaco por cima, me fitava com cara de brava.

- Da próxima vez que você se atrasar nós vamos deixar você ir a pé. – Falou ela quando entrei no carro e sentei ao seu lado.

- Não enche o saco menina. – Falei.

Antes que ela dissesse mais alguma coisa, minha mãe deu a sentença.

- Estamos dentro do horário, não quero ver discussão. – Falou ela e saímos em direção ao colégio.

Eu estava no 3º ano do ensino médio, nunca repeti de ano, ao contrário da Carla, que repetiu o 6º ano do fundamental. Nós não éramos ricos, meu pai trabalhava em uma indústria de madeira da cidade como encarregado geral e minha mãe era professora pelo Estado. Sempre tivemos uma condição de vida razoável e estudávamos em escolas da rede pública de ensino.

Nossos pais nos deixaram na escola e seguiram cada um para seus trabalhos. Como de costume, segui para a sala e lá encontrei minha melhor amiga, Julia, uma garota loira, olhos verdes, pele branca, magra e dois centímetros mais baixa que eu, 1,75 altura. Desde o primeiro ano do ensino médio, meus trabalhos eu fazia com ela, éramos sempre nós dois quando eram trabalhos em dupla, se fossem mais de duas pessoas a gente se reunia com outros.

Fazia um mês que as aulas haviam começado e ainda estávamos pegando o ritmo da coisa. Não demorou muito para a professora de matemática entrar na sala e junto dela um garoto muito bonito.

- Bom dia pessoal. – Falou a professora Cida, branca, cabelos castanhos ondulados, alta, porte físico atlético, olhos castanhos.

Todos na sala responderam por igual.

- Este aqui é o Lucas, ele irá estudar conosco este ano, é novo aqui no colégio, espero que possam ajuda-lo na adaptação. – Falou ela. - Sente-se na cadeira ao lado do Sr. Lima. – Falou indicando a cadeira vazia ao meu lado. Na cadeira da frente sentava a Julia.

Lucas era um garoto moreno claro, seus cabelos eram em um tom preto bem escuro, seus olhos não ficavam atrás, tinha os olhos tão escuros que não dava para diferenciar a cor da pupila da cor da íris, ele era um pouco forte, deveria malhar ou praticar algum tipo de esporte, sua estatura e seu rosto combinavam, ele era o tipo de cara que fazia sucesso onde passava, em alguns instantes ele estava sentado na cadeira ao meu lado.

A professora começou a aula de onde havia parado na aula passada, estávamos vendo geometria analítica. Enquanto a professora explicava o assunto, notei que algumas das meninas estavam paquerando o menino novato, o que já era de se esperar pois ele era muito bonito. Até eu que era cuidadoso com garotos para que ninguém percebesse me peguei algumas vezes admirando e encarando o garoto ao meu lado, acho que até ele ficou sem graça, pois ficou imóvel na cadeira a aula toda.

A professora Cida finalizou o assunto e nos liberou para o intervalo. Todos da sala saíram para lanchar e por último o Lucas veio, logo nos alcançou e nos cumprimentou.

- Oi. Meu nome é Lucas. – Falou ele e parou, acho que deduzindo que já sabíamos, pois a professora falou na sala.

- É já sabemos, - Falei no automático.

- David! – Advertiu a Julia. – Não ligue para ele, as vezes ele é meio idiota, mas não é sempre. Eu sou a Julia e ele é o David.

- Prazer.

Fomos para a cantina do colégio comprar lanche para comermos, pois enfrentar uma fila imensa no refeitório para lanchar não parecia ser o ideal, não naquele dia.

Lanchamos e o Lucas ficou com a gente o intervalo todo. Houve uma hora que ele saiu para ir beber água e a Julia, é claro, aproveitou para disparar.

- Que garoto lindo. – Falou ela quase em um sussurro. – Eu pegaria.

- Você pegaria metade dos garotos desse colégio se eles quisessem. – Adverti.

- Como você está tão engraçado hoje David.

- Você acha metade dos garotos daqui bonitos, lógico que você pegaria. Você mesma falou.

Ela assentiu.

- Mas você tem que concordar que ele é muito bonito.

Eu estava olhando meu facebook no celular quando ela falou, levantei a cabeça para ver o Lucas distante bebendo água no bebedouro, próximo a cantina.

Lógico que eu já tinha prestado atenção em cada detalhe daquele garoto, ele era realmente muito bonito. Mas como a Julia não sabia que eu gostava de homens eu tive que desdenhar.

- Ele é normal. – Me limitei a falar.

- Normal? – Falou ela como se não compreendesse o significado daquela palavra. – Se ele é normal eu não sei o que é um cara bonito.

- É questão de gosto. Ele é um cara de presença, nada muito exagerado.

- Nossa! A inveja é algo muito mesquinho mesmo.

- Inveja? – Dei um sorriso. Mas antes que eu pudesse dizer qualquer outra coisa o Lucas já estava de volta sentando-se ao meu lado, em frente a Julia.

- O que tem a inveja? – Perguntou ele curioso com o que estávamos conversando.

- Nada não. – Falei. – Estávamos apenas falando que as garotas desse colégio parecem se vestir como as outras por pura inveja. – Menti.

- Isso é em todos os lugares. – Falou ele como se conhecesse o mundo inteiro.

- Nossa! Você falou como se conhecesse o mundo inteiro. – Falou a Julia como se tivesse lido meus pensamentos.

- Não o mundo inteiro, mas alguns lugares. Meu pai está sempre mudando de emprego e com isso nós mudamos também. Só nos últimos cinco anos, mudamos 4 vezes, foram quase uma mudança por ano. – Ele falou como se estivesse cansado, como se estivesse implorando para que parassem.

- Nossa! – Exclamou Julia. – Deve ser bom viajar, conhecer outros lugares.

- E é, mas depois de um tempo perde a graça. E sem contar que você está sempre tendo que conhecer novas pessoas, fazer novos amigos e quando você está começando a se acostumar surge a mudança novamente. É chato.

Ele fitava o chão, encarava-o como se observasse e olhasse além dele.

A Julia olhou para mim e não falou mais nada.

Acabou o intervalo e voltamos para a sala. No final da aula a professora passou um trabalho em trio para que entregássemos na próxima aula. Eram 50 questões do livro.

- Posso fazer com vocês? – Perguntou o Lucas olhando para mim e para Julia.

Antes que eu pudesse pensar em responder a Julia já estava dando o veredicto.

- Claro que pode.

- Me dê seu número eu mando mensagem para a gente marcar de fazer o trabalho hoje a noite ou amanhã a gente combina. – Falou a Julia passando o celular para que o Lucas digitasse o número dele.

Ela salvou o número e fomos saindo da sala. Estávamos quase no portão de saída quando a Julia falou.

- Vai de que para casa David?

- Com a Carla. Nós vamos de ônibus, não vai dá para o pai vir nos buscar.

- Mas a Carla já foi. Esqueceu?

Era verdade, ela havia me falado quando estávamos comprando o lance na cantina, que iria sair depois do intervalo e que já ia para a casa das amigas dela fazer um trabalho da escola.

- Verdade. – Falei. – Vou só então.

- Onde você mora? – Perguntou o Lucas.

- Próximo ao Mercadão, na Rua Maria de Lurdes.

- Posso ir com você se quiser. Meus pais não estão em casa e vou para a casa de uma tia minha que mora lá perto.

- Tudo bem. Pelo menos não vamos só.

Julia morava duas ruas depois do colégio. Ela foi com a gente até a casa dela e logo seguimos.

No caminho o Lucas não deu uma palavra, foi com o fone no ouvido e ouvindo alguma música que eu podia ouvir de onde eu estava, de tão alto que o volume estava.

Vinte minutos depois estávamos em frente a minha casa, ele tirou os fones do ouvido e falou.

- Então é aqui que você mora? – Falou ele como se não esperasse a resposta.

- É. – Respondei mesmo assim.

Peguei minhas chaves no bolso e fui em direção ao portão da casa.

- Você quer entrar? – Perguntei.

Ele pareceu pensar por um longo período e depois respondeu.

- Em uma próxima quem sabe. – Falou ele e deu de ombros. – Tenho um compromisso a tarde, mas amanhã a gente se fala no colégio.

- Tranquilo. – Falei e estendi a mão para nos despedimos. – Até amanhã.

Ele olhou para a minha mão e olhou para mim como se não entendesse o porquê de eu estar com a mão estendida. Ele dei um sorriso meio sacana pegou na minha mão e me puxou para um abraço.

Era estranho ele me abraçar, a gente mal se conhecia. Meu cérebro parecia não ter processado o que estava acontecendo e quando percebi ele estava com os braços fortes dele envoltos um no meu pescoço e o outro no meio das minhas costas. Ficamos abraçados acho que questão de segundos, mas parecia uma eternidade. Acho que fiquei com vergonha pelo abraço em público e ele percebeu e falou me soltando.

- Se preocupe não. Foi só um abraço.

Fiquei sem resposta, ele logo começou a se afastar e quando dei por mim já estava dentro de casa entrando no meu quarto e caindo de costas na cama.

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Boa noite pessoal, espero que tenham gostado, vou ficar postando sempre uma vez na semana. Essa é a minha história, vou mudar alguns nomes e ocultar algumas coisas por questão de anonimato. É uma história baseado em fatos que vive e espero que gostem de verdade. Tem muito o que contar.

Abraços a todos.

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