Cantar era uma das coisas que eu mais adorava da minha vida.
Eu trabalhava a noite numa boate, onde eu era garçom e cantavam para poder ganhar uns trocados e ajudar em casa. Morava com minha mãe, já que era apenas eu e ela. E ela trabalhava como serviço gerais dentro de um hospital.
Eu sou um rapaz alto e magro, dos cabelos negros cortados como militar, meus olhos claros e sorriso gentil. Meu rosto era quadrado e já crescia alguns pelos na cara. Tinha algumas espinhas passando no rosto e longos dedos e pernas finas. Eu era um vara pau, apenas usando roupas. Eu me chamo Daniel Valerio, e tenho 17 anos, deixa eu te contar uma historinha.
Trabalha a noite sempre foi algo de divertido as vezes, eu conhecia muitas pessoas e fazia também muitos contatos. Não sou feio, como sempre digo, sou bastante raro. Naquela noite eu estava cantando uma musica que pediram muito. Lanterna dos Afogados, do barão vermelho.
O clube estava lotado. Eu precisava daquele dinheiro para desafogar das dividas e ter comida em casa. Já que minha mãe trabalhava e poderia correr o risco que era perder o emprego.
Eu gostava do que fazia e isso era o mais divertido.
Assim que eu terminava de cantar eu descia do palco e ia para pista de dança, me desafogar as magoas. Mesmo que eu sendo um jovem, eu realmente precisava, e precisava mesmo me de estressar.
Beyonce tocava sem cessar, sobre todos da músicas eu conhecia muito bem.
Eu ria e dançava. Ate meus olhos pararem num cara, que estava num canto da boate, ele chorava e bebia. Eu realmente não poderia deixar alguém daquele jeito. Peguei uma bebida e tentei sentar perto dele.
O garoto estava fumando e bebendo whisky devido a esta chorando.
Eu percebi o quanto ele era bonito, de cabelos castanhos e estilo degrader, os olhos verdes e uma pele branca, ele era alto, porem ele era magro, mais o braço esquerdo do mesmo estava cheio de tatuagens, ele usava uma camisa preta de gola V e uma calça jeans azul, com uma bota creme. Ele não tinha barba, mesmo seus rosto sendo triangular e ele ter uma marca na bochecha que mais parecia uma cicatriz do que marca. Ele me encarou e limpo o rosto.
- Não esta vendo que quero ficar sozinho? – sua voz era meio rouca, devido fumar. Ele não parecia ter mais de 19 anos. – Então vai ficar ai?
- Desculpas, eu vi você chorando. Não gosto de ver ninguém chorando. – respondi passando a dose para ele. – o que aconteceu?
Agora de perto eu tinha visto algumas flores que ele tinha ao lado dele, uma caixinha. Ele pisou no cigarro e tomou tudo de uma vez, o que estava no seu copo.
- Eu fui deixado em pleno dia do nosso aniversario
- Nossa, isso deve ser uma barra. – Eu empurrei o pequeno copo para ele. – Ela deve ser muito idiota.
Ele fez um hum com a cabeça.
- Deve ser difícil. Eu já fui traído e deixado, e olha que tenho apenas 17 anos.
Ele novamente estava chorando.
- Para com isso, por favor. Esta me deixando triste.
- E porque se importa? Eu falar que meu noivo me deixou, por um cara idiota que ele conheceu no exterior? Você tem uma maquina do tempo? Alguma coisa?
Sua voz era angustiada. Eu me senti do seu lado.
- Sabe, eu vou te contar uma coisa. – Ele me encarou, deixando as flores em cima da mesa - Minha progenitora nunca foi alguém que poderia confiar, já que não gostava de mim e sempre me disse que eu era um peso em sua vida, por causa da fama que ela queria ter, pelo cara que ela não conseguiu ter em vida e pelo dinheiro que perdeu. Minha progenitora era gananciosa, e eu sabia muito bem como ela era. E os maltrato que tinha recebido, era horrível. E ainda são.
Tomei meu gole, virando de uma vez e fazendo careta pelo gole.
- Minha progenitora, me teve muito nova, quando ela tinha praticamente seus 19 anos, e meu pai fugiu da responsabilidade, devido a tudo isso. Ela ficou um pouco mais paranoica a isso. Um salve a senhora Marina. Por ter feito isso. – Ele agora estava me encarando de uma forma curiosa, arqueando as sobrancelhas – Ela me bate, mais não posso ainda sair de casa. Não tenho maior idade e tenho que conviver até o ano que vem. Até lá, eu tenho que sobreviver.
O garoto com o nome desconhecido me encarou de uma forma agora empática.
- Uma barra, e eu aqui murmurando sobre términos.
- Todos os sofrimentos são validos. – Encarei o mesmo, que sorriu, de uma forma tímida. – Eles nos fazem ser quem nos somos, para um futuro. Sem sofrimento não existe alegria, que não existe nada, porque se não seriamos apáticos demais.
Ele pediu mais duas doses, do garçom que passava.
- Eu preciso ir cantar, mais vou cantar algo que cure seu coração. – Eu disse me levantando. – Se quiser, pode esperar que meu turno acaba em algumas horas.
Ele se ajeitou na cadeira e logo em seguida pediu para o garçom, leva fora as flores e a caixinha.
- Toque algo que eu goste.
- Deve gostar dessa. Nunca cantei.
Andei ate o palco e peguei o microfone.
- Vamos desacelera um pouco e cantar para todos aqueles que teve o coração partido e querem se liberta disso. – Respirei fundo e comecei a cantar Best Thing I Never Had da Beyonce.
Toda vez que eu cantava certas partes eu olhava para ele.
¬- Graças a Deus que você estragou tudo
Graças a Deus eu me desviei da bala
Já superei você
Então, amor, é melhor cair fora
Eu queria tanto ficar com você
Mas não sinto mais isso
Porque, sério, você acabou sendo a melhor coisa que eu nunca tive
Você acabou sendo a melhor coisa que eu nunca tive
E eu sempre serei a melhor coisa que você nunca teve
Aposto que é uma droga estar no seu lugar agora
Ele sorriu com a musica, e comecei a cantar varia delas. Too Litlle Too Late, foi a próxima, amor de que.
Ele estava gostando. Eu o via do palco que ele estava batendo seu pé no chão, no ritmo da musica. Ele sorria para mim, e eu estava fazendo o meu trabalho. Aquilo estava sendo pago para aquilo, entreter a todos. O expediente tinha acabado e ele estava ali olhando algo no celular.
- Esta vendo a foto dele?
A pergunta que eu fiz, o fez desligar o telefone, e andar ao meu lado.
- Vamos, eu posso pelo menos te levar em casa. Já que me ajudou hoje?
Seus cabelos castanhos acobreados estavam bagunçados, e o vento frio que bateu fez com que eles se bagunçasse mais, porem de um jeito bonito.
- Eu aceito, já economizo minha vida.
Ele me levou para a garagem e foi em direção ao e logo apareceu o carro azul marinho, de tão brilhosos que ele era, parecia que ele tinha brilho na sua tintura era um Jeep Grand Cherokee.
- Uau, eu acho que tenho que andar coberto, podem me roubar ou me sequestrar pesando que sou rico.
- Para de graça seu bobo. – Ele sorriu para mim.
- Não tenho cara de gente rica. – Disse em minha defesa. – Vão roubar meu celular, e eu não to com dinheiro para ter outro. E se pedirem resgate minha mãe que iria cobra dos bandidos. Esse não tivesse, eles me matariam que amanha seria a missa de sétimo dia.
Ele sorriu de um jeito engraçado mostrando o aparelho em seus dentes. Ele andava mancando, com uma bengala ao seu lado, o que eu achava muito lindo.
- Não olhe para a bengala. – ele me encarou de uma forma defensiva
- Desculpas, eu apenas nunca tinha visto um rapaz novo usando bengala. – Dessa vez encarei a bengala, ela era preta, com alça em prata e uma caveira logo no punho da mesma. – Eu achei ela bem bonita.
Antes dele entra no carro, ele pegou o celular, um lindo iphone 11 enorme verde e jogou fora. E eu quase tivesse um ataque cardíaco.
- Você é louco ou o que? – a pergunta o fez me encarar como se eu fosse louco. – Acabou de jogar o celular.
- Não vale a pena lembrar dele, e se muda-se de chip, eu acabarei lembrando o numero dele. Ele me acharia. Melhor assim, amanha eu comprarei um outro.
Fiquei calado, e isso que os ricos faziam. Entrei naquele carro e fui deixado na porta de casa.
- Vamos se ver?
Eu não tive uma resposta concreta. A não ser um beijo roubado por ele. Que me fez ficar confuso e ele também.
- Desculpas, eu não queria...
- Não, tudo bem. Eu, não...
- Desculpas.
- Tudo bem, sem nome. – Ele me encarou e me abraçou. – Me Chamo Rocco Sathler. Me de seu celular, numa folha de papel, que amanha quando eu comprar um celular, eu falo com você. Gostei de você Daniel.
Anotei num pedaço de papel meu numero e telefone. Desci do carro e entrei em casa.
Minha casa sempre foi simples, nunca fomos pobres, mais também, não fomos as coisas mais grandiosas, era apenas um quadrado, que se dividia, em dois compartimentos, com um fogão com as bocas quebradas branco, um armário conversado com as louças de prestionista. Duas camas box, no quarto, com um ar condicionado asmático. Um sofá, que tínhamos ganhado de minha avó, como herança e ainda por cima uma sala que teríamos que se espremer para caber a cozinha.
Minha mãe estava trabalhando e isso era bom. Não queria ela enchendo o meu saco, ou querendo me vender para o próximo cara que ela encontra-se.
A segunda chegou bem rápido e eu passei todo o final de semana conversando com Rocco, ele me disse que tinha seus 25 anos, disse que dava aulas porque gostava e que estava querendo um novo rumo de sua vida, ele ainda não tinha um filho, por opção e que seu pai não gostava da ideia dele trabalhar dando aula. Ele não importava de ser gay. O que era algo bem estranho num pais super preconceituoso.
Ele foi me ver no domingo cantar e tiramos umas boas conversas, e la estava ele com outro iphone. Eu vi um Rocco mais feliz, e diferente do que eu estava vendo a primeira impressão. Rocco era calmo, ainda mais para um aquariano. Seu lado cômico era um dos melhores que tinha. Sua família era muito bem estruturada, mais ele odiava viver do luxo, e sua mãe o criou para ser um cara independente.
A segunda feira chegou com o porre que seria, o primeiro dia de aula. O colégio mais requisitado para entrar, se chamava Djalma batista. Ele era integral, meu melhor amigo se chamava Kris Wu, um chinês de cabelos negros e ondulados, ele era mais o tipo badboy, sempre cheio de marra, com um alargador na orelha, seus cabelos negros, era como seus olhos redondos. Seus lábios era carnudos e bonitos, Kris era alto, branco e com um corpo bonito, para um magro. Seu rosto triangular e seu sorriso meio torto, como um cara que sempre esta querendo aprontar.
Ele era filho de uma modelo chinesa e um empresário Chinês, que estava vendo as ações da moto Honda, no pais. Ele assim que me viu, pegou seu braço e colocou enroscado no meu pescoço.
- Quer dizer que não pode sair comigo, porque descobriu alguém mais interessante?
- Cala a boca, não foi isso. Sabe que as vezes não tenho tempo, senhor Modelo. – Ele odiava ser chamado assim, por causa da fama que ele tinha na china, desde de criança.
- Se falar isso de novo, eu te bato.
- Vamos entrar.
A escola era enorme. Fomos direto para a nossa sala, nada de reuniões escolares ou outras coisas. Eu e ele tínhamos algo em comum, não gostar de muita gente.
- Espero que eu encontre alguém bacana, nessa escola. – Disse ele ao meu ouvido, já que sentávamos um do lado do outro. – To já na pedra
Eu tive que ri demais, porque Kris Wu jamais ficava na pedra. Ele era bonito demais, e ainda por cima um bixessual desejável.
- Falando assim, nem parece que me trocou por causa de uma menina, final de semana passado.
Kris fechou a cara com o comentário.
- Ela era horrível, serio mesmo...
A sala ficou em silencio e quando eu olho para frente. La estava a pessoa que dividiu comigo o final de semana na boate onde eu trabalhava. Ele estava de camisa polo, usando óculos de aviador, sua camisa azul, estava bonita com aquela calça jeans, seus cabelos estavam penteados para trás, e ele não percebeu que eu olhava para ele. Já que alguém tinha trago suas coisas, um aluno de confiança.
- Bom dia senhores, eu me chamo Rocco Sathler e serei seu professor de português.
A sala suspirou e assim que ele vira do quadro, onde colocou seu nome. Ele me encara.
- Ferrou. - disse ele, e a sala começou a ri. Mas eu fui o único a querer me enterrar ali mesmo.